Fotografia © Vanguardist | Julian Behrenbeck
Não existe nenhum risco para os leitores da revista, "tal como não existe perigo em apertar a mão a uma pessoa seropositiva", destaca a equipa editorial, explicando assim o objetivo da iniciativa.
"O
VIH [o vírus da sida] já não aparece nas manchetes, então hoje
colocámo-lo em cada palavra, linha e fotografia". Foi assim que a
revista alemã Vangardist explicou aos seus leitores a razão de ter
decidido imprimir uma edição especial de três mil cópias com uma tinta
fabricada a partir de sangue de pessoas com VIH.
O sangue de três
pessoas infetadas com o Vírus da Imunodeficiência Humana foi
esterilizado e misturado com tinta para imprimir a nova edição da
Vanguardist, no âmbito da campanha HIV Heroes. "É chocante o suficiente para ter o poder de abrir o diálogo", disse à BBC um dos três dadores de sangue, Wyndham Mead, de 26 anos.
"Esta revista foi impressa com o sangue de pessoas seropositivas",
lê-se na capa da revista, na qual a agência publicitária responsável
pela edição, Saatchi & Saatchi, também fez questão de explicar que é
impossível ser infetado pelo vírus ao tocar na revista. As três mil
cópias de edição limitada, cada uma com 86 páginas, estiveram à venda
esta semana na Áustria, na Alemanha e na Suíça.
Wyndham Mead está otimista acerca da sua contribuição para a revista, da qual se orgulha. "Espero
que ponha tantas pessoas quanto possível a falar, a pensar e a ler
sobre o VIH, e sobre o que significa viver com [o vírus] em 2015", confessou à BBC. "Para que as pessoas vejam que somos como as outras pessoas".
Numa nota editorial,
a equipa da revista explica que tem como objetivo trazer de volta o
diálogo acerca do VIH. Não existe perigo em ler a revista, destacam,
"tal como não existe perigo em apertar a mão de uma pessoa seropositiva.
O vírus só pode ser transmitido através do contacto sexual, de agulhas
ou de sangue fresco a entrar em feridas abertas".
A empresa destaca
que o lucro da venda da edição especial da revista reverte para
fundações de caridade que dão apoio a pessoas seropositivas e ajudam a
combater o estigma associado ao vírus.
Fonte: http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=4557389&page=-1
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