sábado, 9 de maio de 2015

Revista alemã lança edição impressa com sangue de pessoas seropositivas

Revista alemã lança edição impressa com sangue de pessoas seropositivas
   Fotografia © Vanguardist | Julian Behrenbeck
                    
Não existe nenhum risco para os leitores da revista, "tal como não existe perigo em apertar a mão a uma pessoa seropositiva", destaca a equipa editorial, explicando assim o objetivo da iniciativa.
 
"O VIH [o vírus da sida] já não aparece nas manchetes, então hoje colocámo-lo em cada palavra, linha e fotografia". Foi assim que a revista alemã Vangardist explicou aos seus leitores a razão de ter decidido imprimir uma edição especial de três mil cópias com uma tinta fabricada a partir de sangue de pessoas com VIH.

O sangue de três pessoas infetadas com o Vírus da Imunodeficiência Humana foi esterilizado e misturado com tinta para imprimir a nova edição da Vanguardist, no âmbito da campanha HIV Heroes. "É chocante o suficiente para ter o poder de abrir o diálogo", disse à BBC um dos três dadores de sangue, Wyndham Mead, de 26 anos.

"Esta revista foi impressa com o sangue de pessoas seropositivas", lê-se na capa da revista, na qual a agência publicitária responsável pela edição, Saatchi & Saatchi, também fez questão de explicar que é impossível ser infetado pelo vírus ao tocar na revista. As três mil cópias de edição limitada, cada uma com 86 páginas, estiveram à venda esta semana na Áustria, na Alemanha e na Suíça.

Wyndham Mead está otimista acerca da sua contribuição para a revista, da qual se orgulha. "Espero que ponha tantas pessoas quanto possível a falar, a pensar e a ler sobre o VIH, e sobre o que significa viver com [o vírus] em 2015", confessou à BBC. "Para que as pessoas vejam que somos como as outras pessoas".

Numa nota editorial, a equipa da revista explica que tem como objetivo trazer de volta o diálogo acerca do VIH. Não existe perigo em ler a revista, destacam, "tal como não existe perigo em apertar a mão de uma pessoa seropositiva. O vírus só pode ser transmitido através do contacto sexual, de agulhas ou de sangue fresco a entrar em feridas abertas".

A empresa destaca que o lucro da venda da edição especial da revista reverte para fundações de caridade que dão apoio a pessoas seropositivas e ajudam a combater o estigma associado ao vírus.

Fonte: http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=4557389&page=-1

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