Mad Max: Estrada da Fúria é realizado por George Miller e conta com Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult e Hugh Keays-Byrne nos principais papéis.
Num mundo pós-apocalíptico (Wasteland), Max (Hardy) vê-se envolvido num conflito entre um deus (Keays-Byrne) e uma das suas comandantes (Theron). E a partir daí começam-se a desenhar várias coisas: caos, destruição, máscaras, motosserras, guitarras-eléctricas-que-lançam-chamas e um dos melhores filmes de acção de que há memória.
Os Vingadores: A Era de Ultron é um pastiche irreflectido quando comparado com a crueza e magnitude desta obra de arte.
Voltando à saga que o tornou famoso, o septuagenário George Miller, injecta (literalmente) litros e litros de sangue na veia de acção de Hollywood. Longe da infantilidade de Happy Feet e de Babe: Um Porquinho na Cidade, Miller rasga pescoços e corações, conduzindo uma ópera distópica em que a violência desmiolada é o motif.
Embora seja o quarto filme da saga, Estrada da Fúria não exige a visualização da trilogia original, protagonizada por Mel Gibson. Há muito que apreciar nos 120 minutos de correria pelo glorioso deserto da Namíbia.
Num mundo pós-apocalíptico (Wasteland), Max (Hardy) vê-se envolvido num conflito entre um deus (Keays-Byrne) e uma das suas comandantes (Theron). E a partir daí começam-se a desenhar várias coisas: caos, destruição, máscaras, motosserras, guitarras-eléctricas-que-lançam-chamas e um dos melhores filmes de acção de que há memória.
Os Vingadores: A Era de Ultron é um pastiche irreflectido quando comparado com a crueza e magnitude desta obra de arte.
Voltando à saga que o tornou famoso, o septuagenário George Miller, injecta (literalmente) litros e litros de sangue na veia de acção de Hollywood. Longe da infantilidade de Happy Feet e de Babe: Um Porquinho na Cidade, Miller rasga pescoços e corações, conduzindo uma ópera distópica em que a violência desmiolada é o motif.
Embora seja o quarto filme da saga, Estrada da Fúria não exige a visualização da trilogia original, protagonizada por Mel Gibson. Há muito que apreciar nos 120 minutos de correria pelo glorioso deserto da Namíbia.
A primeira grande vitória do realizador é ressuscitar John Seale para o cinema. Tendo-se reformado em 2010, o director de fotografia de Harry Potter e a Pedra Filosofal e de O Paciente Inglês, regressa de forma apaixonada. A paleta de emoções que colora o universo da Wasteland absorve toda a atenção e deixa pouco espaço para respirar.
Cada grão de areia neste deserto é essencial à história: e nenhum é deixado ao acaso. Cada personagem, por muito pouco tempo que esteja no ecrã, tem algo que a torna relevante e, muitas vezes, inesquecível.
A capacidade de George Miller para criar momentos memoráveis é messiânica. Desde o solo de guitarra mais glorioso da história do cinema, aos grotescos rebentos do vilão, Mad Max é uma Babilónia do bizarro, do demente, mas sobretudo, do fascinante.
Cada grão de areia neste deserto é essencial à história: e nenhum é deixado ao acaso. Cada personagem, por muito pouco tempo que esteja no ecrã, tem algo que a torna relevante e, muitas vezes, inesquecível.
A capacidade de George Miller para criar momentos memoráveis é messiânica. Desde o solo de guitarra mais glorioso da história do cinema, aos grotescos rebentos do vilão, Mad Max é uma Babilónia do bizarro, do demente, mas sobretudo, do fascinante.
Bizarro porque se move do drama para a comédia, e da comédia para o suspense sem nunca perder o tom. Demente porque o faz sem sair do seu imaginário chanfrando. E fascinante porque é absolutamente credível.
Todos os intervenientes são humanos colocados em situações extremas. Tom Hardy pouco diz, mas constrói (com alguma ajuda de flashbacks) uma personagem multidimensional, compreensível e em constante perigo. Max não é um super herói: e nada podia ser mais refrescante. Nicolas Hoult providencia uma das mais surpreendentes interpretações dos últimos tempos. Multifacetado na sua loucura e consequente evolução, apresenta-se como uma das mais tocantes histórias que povoam o deserto.
Não obstante, nenhum deles tem a profundidade dos olhos de Charlize Theron. Quem não viu Monstro (filme para o qual venceu o Oscar de Melhor Atriz Principal) pode ser apanhado de surpresa pelas suas capacidades como atriz. Mas o facto é que a sul-africana nos brinda com umas das mais complexas e intrigantes performances da década. Sem recurso a “visões” ou histórias de um passado há muito perdido, os olhos, as feridas e as (poucas) palavras contam uma história mais rica do que todos os artificies cinematográficos de Hollywood alguma vez poderiam. Theron é, muito provavelmente, a Maria Falconetti desta geração.
A aparatosa banda-sonora de Junkie XL explora este mundo de excessos tanto ou mais que a realização. Com um poder meteórico, cada acorde (seja ele instrumental ou electrónico) toca nos nervos correctos, de forma a evocar emoções completamente distintas.
Muito tem sido escrito acerca das cenas de acção: que apenas 20% do que se vê é CGI; que os planos são abertos, fazendo com que a acção seja compreensível; que não há shaky-cam; que as lutas são todas coreografadas e credíveis.
Ou seja, que George Miller espetou um bom dedo do meio na cara de todos os que faziam crer que o cinema de acção “real” estava morto. Está vivo sim: e a bombear litros e litros de sangue na veia de acção de uma Hollywood pintada de preto e branco, que só presta tributo a falsos deuses.
Não obstante, nenhum deles tem a profundidade dos olhos de Charlize Theron. Quem não viu Monstro (filme para o qual venceu o Oscar de Melhor Atriz Principal) pode ser apanhado de surpresa pelas suas capacidades como atriz. Mas o facto é que a sul-africana nos brinda com umas das mais complexas e intrigantes performances da década. Sem recurso a “visões” ou histórias de um passado há muito perdido, os olhos, as feridas e as (poucas) palavras contam uma história mais rica do que todos os artificies cinematográficos de Hollywood alguma vez poderiam. Theron é, muito provavelmente, a Maria Falconetti desta geração.
A aparatosa banda-sonora de Junkie XL explora este mundo de excessos tanto ou mais que a realização. Com um poder meteórico, cada acorde (seja ele instrumental ou electrónico) toca nos nervos correctos, de forma a evocar emoções completamente distintas.
Muito tem sido escrito acerca das cenas de acção: que apenas 20% do que se vê é CGI; que os planos são abertos, fazendo com que a acção seja compreensível; que não há shaky-cam; que as lutas são todas coreografadas e credíveis.
Ou seja, que George Miller espetou um bom dedo do meio na cara de todos os que faziam crer que o cinema de acção “real” estava morto. Está vivo sim: e a bombear litros e litros de sangue na veia de acção de uma Hollywood pintada de preto e branco, que só presta tributo a falsos deuses.
Ficha Técnica:
Título: Mad Max: Estrada da Fúria
Realizador: George Miller;
Argumento: George Miller, Brendan McCarthy e Nick Lathouris;
Com: Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult e Hugh Keays-Byrne;
Género: Acção.
Fonte: http://www.espalhafactos.com/2015/05/23/mad-max-estrada-da-furia-orgia-fogo-sangue-guitarras-electricas/
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