Os comerciais locais e a Junta Vecinal (conselho de bairro)
de Zahara de los Atunes, em Cádis, enviaram três tratores de lixívia
para desinfetar o areal. A ideia era tornar a praia mais segura para as
crianças.
No entanto, escreve o Observador, o resultado final não foi esse. Segundo a presidente da associação de voluntários ambientais de Trafalgar, nem os insetos daquele ecossistema resistiram à desinfeção. Aliás, o feito, segundo ela, está próximo de um atentado ambiental.
“Parece incrível que estas coisas ainda aconteçam, é uma loucura contra a própria praia”, disse María Dolores Iglesias, em declarações ao jornal espanhol El Periodico.
“No perímetro fumigado nada é visto, nem mesmo um inseto, mataram tudo.
Não pensaram que isto é um ecossistema vivo, pensaram que é apenas
terra.”
A tarambola, uma ave que deposita ovos na areia, está na época de reprodução e cerca de 20 ninhos terão sido destruídos.
María Dolores Iglesias lembrou ainda que depois de quase 40 dias sem presença humana, a vida animal tinha-se intensificado na praia, algo que, agora, se perdeu.
Além disto, no areal, é proibida a entrada de veículos motorizados
e a a desinfeção foi feita por três tratores que arrasaram a área de
dunas. “A praia regenera-se e limpa-se sozinha. Isto não era
necessário”, frisou.
A devida autorização legal para proceder à ação de limpeza do areal também não foi pedida.
O presidente da Junta Vecinal, Agustín Conejo, assumiu o erro, garantindo que tudo foi feito com a melhor das intenções: proteger as crianças que queiram passear na praia.
A associação de ambientalistas não ficou convencida com estes
argumentos e lembra que não foi a parte urbana da praia que foi
desinfetada, mas sim uma zona a dois quilómetros de distância da zona
mais movimentada.
O Governo Regional de Andaluzia diz que vai investigar o sucedido.
https://zap.aeiou.pt/praia-espanha-desinfetada-lixivia-321788
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