A crise do petróleo, desencadeada pela baixa procura que fez
com que o preço desta matéria prima descesse consideravelmente, põe em
risco o futuro da economia da Nigéria, o país mais populoso de África.
A informação é avançada esta semana pela agência Bloomberg, que escreve mesmo que a economia nigeriana pode ficar à beira do abismo sem o dinheiro oriundo do petróleo.
Depois de dias em queda à boleia da pandemia de covid-19, o barril de
petróleo Brent – o crude do Mar do Norte, de referência na Europa –
recuperou para mais de 30 dólares por barril, mas o petróleo nigeriano
continua a ser negociado 10 dólares abaixo do valor, causando uma queda drástica nas receitas do país.
“Agora, todo o país percebeu quão grave é esta ameaça (…) Há a
possibilidade de que durante pelo menos três a cinco anos não exista
receita a fluir para o Governo oriunda do negócio do petróleo”,
disse Andrew Nevin, sócio e economista-chefe da Nigéria na empresa
PricewaterhouseCoopers LLP, citado pela agência.
O problema nigeriano atinge outros países no mundo:
da Venezuela ao Iraque, passando também pelo Irão, as economias
alicerçadas no petróleo podem enfrentar um futuro sombrio – a sua
matéria vale agora menos e as empresas privadas querem a sua quota.
Esta terça-feira, o ministro das Finanças da Nigéria, Zainab Ahmed,
disse que o país está a enfretar “um golpe duplo” com a pandemia de
covid-19 e a queda dos preços do petróleo. Os preços desta matéria prima
atingiram valores tão baixos que já não cobrem o custo de a bombear
para muitas empresas do país.
Previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam que as receitas de petróleo neste país africano vão cair 26,5 mil milhões de dólares,
fazendo contrair a economia da Nigéria 3,4%. “Já não é segredo para
ninguém que as receitas do Governo entraram em colapso”, admitiu Clement
Agba, ministro do Orçamento e Planeamento Nacional.
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