O conselho de política monetária do BoJ decidiu aumentar a
capacidade de comprar títulos estaduais e corporativos perante uma
situação económica que descreveu como de “crescente severidade”.
O Banco do Japão considera necessário adotar mais medidas económicas e melhor coordenadas para evitar uma “segunda Grande Recessão” devido ao impacto da pandemia da Covid-19, segundo a ata do seu último encontro publicado esta segunda-feira.
Na reunião realizada em 27 de abril, o conselho de política monetária do Banco do Japão (BoJ) decidiu expandir o seu programa de estímulo monetário diante de uma situação económica que descreveu como de “crescente severidade”.
O BoJ anunciou no final da reunião que aumentaria a capacidade de
comprar títulos estaduais e corporativos, entre outras medidas, e a
possibilidade de tomar ações adicionais para revitalizar a terceira
maior economia do mundo.
A ata publicada esta segunda-feira reflete a enorme incerteza do
banco central japonês em relação à evolução da economia nacional e
global e indica que, em ambos os casos, “a situação aparentemente continuará séria por algum tempo”.
Embora o BoJ espere que as medidas de estímulo adotadas no Japão e em escala global “comecem a dissipar o impacto da Covid-19”,
também alerta para perspetivas de “extrema incerteza”. Nesse contexto, o
conselho de política monetária do BoJ pede maior cooperação entre os
bancos centrais e os governos das principais economias mundiais, de
acordo com a ata publicada pela entidade.
As autoridades políticas devem agir decisivamente para evitar uma
segunda Grande Depressão”, salientou o BoJ antes de enfatizar a necessidade de “maior cooperação” entre as medidas aplicadas pelos governos e autoridades monetárias.
O banco central japonês também destacou que sua prioridade na atual fase de contração da procura e da atividade industrial é “apoiar o financiamento das empresas
para que estas possam manter os negócios e os funcionários”, e apontou
para a possibilidade de tomar medidas que ofereçam liquidez ao setor
privado.
Para além das mais recentes decisões do BoJ, o Governo liderado por Shinzo Abe criou um pacote económico de emergência sem precedentes que inclui o prestação de ajuda direta a cidadãos e empresas.
As previsões publicadas pelo BoJ na sua última reunião mensal indicam que o Produto Interno Bruto do Japão vai contrair entre 3 e 5% em termos reais no atual ano fiscal, que começou a 1 de abril e termina no final de março de 2021.
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