Um relatório independente pedido pela Igreja Católica na Alemanha concluiu que 314 menores sofreram violência sexual por parte de 202 membros do clero e leigos entre 1975 e 2018 na diocese alemã de Colónia.
Mais da metade dos abusos envolveram crianças menores de 14 anos, principalmente meninos, indicou o advogado Björn Gercke durante a apresentação do relatório de cerca de 800 páginas sobre a maior diocese da Alemanha. O documento isenta o cardeal conservador Rainer Maria Woelki de querer esconder a extensão dos abusos sexuais contra crianças.
A gestão por este clérigo deste delicado assunto gerou uma grave crise na diocese de Colónia. Woelki causou alvoroço no ano passado ao recusar-se a tornar público um primeiro relatório elaborado a seu pedido por um escritório de advocacia de Munique, alegando violação da proteção de dados. A decisão exasperou as vítimas, provocou a fuga em massa de fiéis da diocese e a incompreensão de seus pares.
“É a maior crise que a Igreja já viveu”, estima Tim Kurzbach, presidente do conselho diocesano de Colónia, que reúne eclesiásticos e leigos.
A comunicação do cardeal Woelki é “um desastre”, considerou o chefe da assembleia dos bispos Georg Bätzing no final de fevereiro, numa crítica invulgarmente severa.
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