sábado, 25 de abril de 2015

Nepal declara estado de emergência após sismo que matou mais de 1000 pessoas

Pelo menos 1030 pessoas morreram. Terramoto de magnitude 7,9 atingiu todo o Nepal e países vizinhos. Ficaram destruídos vários edifícios que são Património Mundial.
Centenas de pessoas morreram depois de um sismo de magnitude de 7,9 na escala de Richter ter atingido o Nepal na manhã deste sábado. O número de vítimas provocadas pelo abalo tem vindo a aumentar ao longo do dia. A última contagem foi lançada pela polícia nepalesa: há 1030 mortos confirmados e cerca de 1700 pessoas feridas. Os números devem aumentar.

O epicentro do terramoto foi a 68 quilómetros a Leste de Pokhara (a segunda maior cidade do país), a meio caminho entre esta cidade e a capital Katmandu, e a cerca de dez quilómetros de profundidade (considerado pouco profundo e potencialmente mais devastador), segundo os Serviços Geológicos dos EUA. De acordo com a imprensa local, a terra tremeu durante cerca de dois minutos e o sismo afectou não só o país inteiro, mas também Índia, Bangladesh e Paquistão. Só na Índia terão morrido 26 pessoas, no estado de Bihar. 

O Governo nepalês já decretou estado de emergência nas regiões mais afectadas e pediu ajuda humanitária internacional. 

O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, confirmou ao PÚBLICO que, até ao momento, foram referenciados sete cidadãos portugueses no Nepal, mas que nenhum deles ficou ferido.

O abalo ocorreu às 11h56, hora local (7h56 em Lisboa). Foi sentido também em Nova Deli (a 320 quilómetros do epicentro) e noutras cidades do norte da Índia, junto à fronteira com o Nepal. As réplicas, de magnitudes entre 4,5 e 6,6 na escala de Richter, atingiram igualmente o Paquistão e o Bangladesh. Ao início da tarde ainda se sentiam réplicas na capital nepalesa que duravam entre 30 segundos e dois minutos, segundo media locais, citados pela AFP.

As autoridades dizem que grande parte das centenas de mortes aconteceram no Vale de Katmandu, o local mais desenvolvido e mais populoso do Nepal. Existem dezenas de monumentos históricos no Vale de Katmandu, com estruturas antigas em madeira, e sete deles pertencem ao Património Mundial da Unesco. Pelo menos dois ficaram destruídos. A maior stupa budista do mundo, em Bouddhanath, que é um local de peregrinação para os tibetanos, caiu com o abalo.

As operações de resgate no Nepal têm sido dificultadas sobretudo pelas características montanhosas do país, mas também pela falta de recursos. A noite já caiu no país (18h30 hora local, cerca de 13h00 em Portugal continental), o que perturbará as intervenções de salvamento.

“Estamos completamente isolados de grande parte do país”, disse à Reuters Ram Narayan Pandey, que coordena os esforços de resgate a partir da capital. Há poucas informações sobre o impacto do tremor de terra nas regiões mais remotas do Nepal e o Governo de Katmandu já pediu ajuda aos países vizinhos e às agências humanitárias internacionais. 

"Algumas zonas da cidade ruíram completamente, viam-se nuvens de poeira a erguer-se do solo. Havia muitos helicópteros", relatou à AFP Kari Cuelenaere, uma responsável da embaixada da Holanda em Katmandu. A piscina do hotel onde estava a realizar-se uma festa da embaixada esvaziou-se de repente quando se deu o abalo. "Foi horrível, a água saiu da piscina e atingiu toda a gente, as crianças começaram a gritar", contou.

"Precisamos do apoio das várias agências internacionais que têm mais conhecimentos e estão melhor equipadas para lidar com este tipo de emergência", afirmou o ministro da Informação, Minendra Rijal, citado pela BBC. O Nepal é um dos países mais pobres da região.

O primeiro-ministro da Índia já assegurou “todo o apoio e assistência” ao Nepal. As vítimas registaram-se nas regiões do Nordeste do país. No Bangladesh foram registados pelo menos 100 feridos, de acordo com os relatos que surgiram a meio da manhã deste sábado. 

Desabaram vários edifícios na capital, Katmandu, entre eles a Torre de Dharahara, um dos monumentos mais importantes da cidade, construído em 1832 e classificado como Património Mundial da Unesco. Segundo a Reuters, que cita a imprensa local, 50 pessoas ficaram presas dentro deste edifício, que ficou completamente destruído. Ficaram destruídos também vários edifícios na Praça Durbar, igualmente património da Unesco. Os relatos de testemunhas no terreno dizem que vários templos ruíram.  

Este é o maior terramoto no Nepal em mais de 80 anos. Em 1934, um sismo de magnitude 8 na escala de Richter destruiu várias cidades, incluindo grande parte de Katmandu. Morreram mais de 8500 pessoas. 
Vários nepaleses abandonaram o interior dos edifícios e concentraram-se nas ruas. As telecomunicações foram afectadas e o aeroporto de Katmandu foi encerrado. Os voos foram desviados para a Índia. Os hospitais estão a operar com tendas de emergência ou no aberto das ruas para receberem as vagas de feridos. A Cruz Vermelha já lançou uma operação de apoio e resgate no país.

Há registo de avalanches no Monte Evereste, na cordilheira dos Himalaias, na fronteira do Nepal com o Tibete. De uma dessas avalanches foram retirados oito mortos, de acordo com um responsável nepalês, citado pelo diário britânico Guardian

O Serviço Geológico dos EUA disse inicialmente que o sismo teve magnitude de 7,7 mas acabou por actualizar para 7,9 a meio da manhã deste sábado. “Estamos a tentar encontrar mais informações e a trabalhar para resgatar os que foram atingidos”, escreveu o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, na sua conta no Twitter. 

Fonte: http://www.publico.pt/mundo/noticia/sismo-de-magnitude-79-sacode-o-nepal-1693595

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