terça-feira, 14 de abril de 2015

Naufrágio no Mediterrâneo com 400 migrantes desaparecidos

Guarda costeira italiana conseguiu resgatar 144 pessoas. Há nove mortos e 400 desaparecidos, num desastre que ameaça ser maior do que do de Lampedusa, em 2013. 

Cerca de 400 migrantes desapareceram, domingo, no naufrágio de uma embarcação improvisada no Mediterrâneo, revelaram sobreviventes que desembarcaram em Itália na segunda-feira.  

A guarda costeira italiana, que detectou 42 barcos que transportavam um total de 6.500 migrantes, anunciou segunda-feira ter resgatado 144 pessoas e recuperado nove corpos, após o naufrágio de uma das embarcações. Mas cerca de 400 pessoas continuam desaparecidas, num desastre que ameaça ser pior do que o de Lampedusa, em 2013, que vitimou 360 pessoas. 

Os primeiros relatos indicam a presença de 500 a 550 pessoas a bordo do barco que se virou.

"Segundo depoimentos recolhidos nas últimas horas entre os 150 sobreviventes que desembarcaram em Reggio Calabria, entre os quais estão alguns menores, existem cerca de 400 vítimas do naufrágio ocorrido 24 horas após a partida do barco da costa da Líbia", afirma a "Save the Children" num comunicado, assinalando que, entre as vítimas, "estarão muitos jovens rapazes, provavelmente menores".

Representantes da Organização Internacional para as Migrações também começaram a reunir-se com os sobreviventes em Reggio Calábria, disse à AFP Flavio Di Giacomo, porta-voz da organização em Itália, segundo o qual "ainda está a decorrer a investigação para entender a dinâmica do naufrágio".

A "Save the Children" alertou que, entre 11 e 13 de Abril, chegaram à costa italiana "mais de 5.100 imigrantes", que foram socorridos pelas autoridades italianas nas regiões de Lampedusa, Sicília, Calábria e Apúlia, contando-se entre eles "cerca de 450 crianças, 317 dos quais viajavam sozinhos". 

"Muitos deles tinham vivido experiências de violência atroz, perderam amigos, familiares e os pais, inclusive nos últimos naufrágios", lamentou o director general da organização, Valerio Neri, segundo quem "a situação na Líbia está fora de controlo" e a "violências nas ruas é inaudita". 

"É fundamental garantir um acolhimento adequado e oferecer o apoio necessário, nomeadamente psicológico, especialmente aos mais vulneráveis", acrescentou. 

Em comunicado, a organização sublinhou que "o crescente número de mortes no mar (Mediterrâneo), exige, não só à Itália como a toda a União Europeia e aos seus membros, o dever de responder com um dispositivo de busca e salvamento capaz de lidar com a situação". 

Até ao passado dia 31 de Outubro, a Itália tinha a funcionar ao largo do Mediterrâneo o programa "Mare Nostrum", através do qual resgatava imigrantes em situação de risco das águas do Canal da Sicília. 

A iniciativa, foco de críticas, principalmente da oposição, que acusava o Governo de gastar dinheiro do país naquele e não noutros assuntos, foi substituída em Novembro pelo "Tritão", um dispositivo comunitário que patrulha as fronteiras mediterrânicas. 

A operação europeia "Tritão", com um orçamento de 2,9 milhões de euros mensais, tem menos recursos que a "Mare Nostrum", que custava 9,3 milhões ao mês

Fonte: http://www.ionline.pt/artigos/mundo/naufragio-no-mediterraneo-400-migrantes-desaparecidos/pag/-1

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