A música cipriota da Eurovisão está a causar polémica. A Igreja Ortodoxa do Chipre pediu, na passada terça-feira, que o país cancele a sua participação no festival com a canção El Diablo, acusando o tema de ridicularizar internacionalmente os fundamentos morais do país ao defender “a nossa rendição ao diabo e promover a sua adoração”.
O Santo Sínodo, o mais alto órgão de tomada de decisões da Igreja, referiu, em comunicado, que a canção “elogia a submissão fatalista dos humanos à autoridade do diabo” e exortou a emissora estatal, a CyBC, a substituí-la por outra que “expresse a nossa história, cultura, tradições e reivindicações”.
Segundo a Associated Press, a música, interpretada pela grega Elena Tsagrinou e escrita por Jimmy Joker, causou uma agitação muito grande e há quem considere que o tema está cheio de conotações satânicas.
A CyBC tem também recebido algumas ameaças, incluindo um telefonema que insinuava que o edifício do canal iria ser incendiado. Um homem foi também detido pelas autoridades depois de ter forçado a entrada na sede gritando frases intimidatórias contra a canção que, na sua opinião, é uma afronta ao Cristianismo.
Na quarta-feira, um porta-voz do Governo do Chipre disse que o Executivo respeita as preocupações do Santo Sínodo, mas também a liberdade artística.
“Respeitamos as opiniões do Santo Sínodo e de outros que discordam do título da música que representará o Chipre no concurso Eurovisão deste ano”, disse Victoras Papadopoulos, diretor da assessoria de imprensa do Presidente Nicos Anastasiades, citado pelo Cyprus Mail.
“Ao mesmo tempo, no entanto, o Governo respeita totalmente a liberdade intelectual e artística criativa, que não pode ser mal interpretada ou limitada devido ao título de uma música”, acrescentou.
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