Uma nuvem de gafanhotos avança pela Argentina e pode atingir
plantações do Rio Grande do Sul. O alerta foi emitido pelo Serviço
Nacional de Saúde
e Qualidade Agro-Alimentar (Senasa) do país vizinho, que monitora o
fenômeno desde maio. Segundo o órgão, os insetos surgiram no Paraguai,
onde destruíram lavouras de milho e mandioca, e seguiram para a
província de Santa Fé na última quarta-feira (17); de lá, atravessaram o
Rio Paraná, que abrange parte do Brasil, e foram rumo à cidade
argentina de Corrientes.
O Senasa ressaltou que a nuvem de gafanhotos sobrevoou quase 100 mil
quilômetros em 1 dia. Esse tipo de passagem é capaz de destruir uma
pastagem equivalente ao que 2 mil vacas conseguem consumir no mesmo
período.
A previsão é de que hoje (23) o grupo chegue à província de Entre
Ríos devido a ventos fortes e altas temperaturas. Caso se mantenha
firme, nos próximos dias a invasão pode colocar locais fronteiriços em
perigo, como parte do Rio Grande do Sul.
Lavouras com risco de perda total
As nuvens de gafanhotos são geradas pela falta de inimigos naturais,
provenientes do uso de químicos agrícolas, além de clima quente e seco.
No Brasil, o fenômeno não ocorre há pelo menos três safras, sendo
registrado por último em parte do Maranhão, onde não houve grandes
estragos devido ao rápido aumento de umidade local.
Se a praga chegar em grande quantidade ao país, os danos podem ser
severos, com possibilidade de perda total de plantações e pastagens.
Isso poderia ocorrer sobretudo porque se trata de uma situação de
difícil controle químico rápido pelos produtores.
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