O Comissário para Gestão de Crise alertou, esta terça-feira, para uma época de incêndios acima da média dos últimos doze anos.
A Comissão Europeia está à espera de uma época de incêndios
florestais “acima da média” na Europa, este verão, e destaca o Mecanismo
de Proteção Civil da União Europeia, com disponibilidade de apoiar os
Estados-membros com meio aéreos.
“A primeira época de incêndios florestais já começou na Europa. As projeções de que dispomos apontam para uma época acima da média,
tanto no que toca ao número de incêndios, como na área ardida”,
declarou o comissário europeu da área da Gestão de Crises, Janez
Lenarcic.
Numa conferência de imprensa, em Bruxelas, sobre a proposta de
orçamento da UE para 2021-2027, nomeadamente no que toca à estratégia
rescEU, destinada a dar resposta a desastres naturais, Lenarcic referiu
que o executivo comunitário está “preparado” para
avançar com ajuda aos Estados-membros, nomeadamente numa altura em que
vários países europeus registam temperaturas mais elevadas do que
habitual.
Segundo o responsável, a Comissão Europeia tem uma “variedade de meios aéreos”
de combate aos incêndios florestais, “que estão disponíveis, em caso de
necessidade, para quando um Estado-membro ativar o Mecanismo de
Proteção Civil da UE caso não consiga dar resposta aos desafios”.
“Gostaria de salientar que o Mecanismo de Proteção Civil [no qual
está integrado o rescEU] continua a ser relevante e também o foi durante
a crise gerada pela covid-19”, adiantou Janez Lenarcic.
Também esta terça-feira, a Comissão Europeia propôs o reforço do rescEU
no âmbito do novo quadro plurianual, num total de dois mil milhões de
euros em 2021-2027, para criar reservas de equipamento estratégico para
cobrir emergências sanitárias, incêndios florestais, incidentes
químicos, biológicos, radiológicos ou nucleares ou outras emergências.
Ao todo, Bruxelas quer um orçamento total para o Mecanismo de Proteção Civil da UE superior a 3,1 mil milhões de euros,
mas esta dotação depende do aval dos líderes europeus representados no
Conselho no âmbito das negociações sobre o novo quadro financeiro
plurianual.
Em Portugal, o dispositivo de combate a incêndios florestais voltou a ser reforçado esta segunda-feira, com mais de 9.500 operacionais no terreno, mas dos 60 meios aéreos previstos ainda faltam sete helicópteros ligeiros, que aguardam visto do Tribunal de Contas.
Durante este período, vão estar no terreno 9.512 operacionais que
integram 2.205 equipas e 2.236 viaturas dos vários agentes presentes no
terreno, além de 60 meios aéreos.
Os meios de combate voltarão a ser reforçados a 1 de julho,
na fase mais crítica de incêndios, sendo o período que mobiliza o maior
dispositivo e este ano vão estar ao dispor 11.825 operacionais, 2.746
equipas, 2.654 veículos e 60 meios aéreos.
Os meios são este ano reforçados em 3% face a 2019, nomeadamente com
mais guardas florestais e sapadores florestais, e o dispositivo aéreo é
contratado para quatro anos.
https://zap.aeiou.pt/epoca-incendios-acima-media-europa-327927
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