Estudante de Economia autoproclamava-se ‘O Diabo’ e convencia jovens a
atos sexuais dizendo que ganhariam "poderes sobrenaturais".
O caso está a chocar Itália. Um jovem de 23 anos foi detido em Prato, na
região italiana da Toscânia, e está acusado de 13 crimes de abuso
sexual, escravidão e pornografia infantil. Matteo Valdambrini era líder
de um culto satânico e autointitulava-se "O Diabo", aterrorizando os
seguidores, alguns menores, e obrigando-os a atos sexuais.
Segundo o Il Messaggero, o homem tratava os seguidores do culto como
escravos e sujeitava-os a abusos sexuais durante os rituais iniciáticos,
que ocorriam numa floresta. Matteo é estudante de Economia na
Universidade de Florença, estando matriculado naquela instituição de
ensino desde 2016.
A polícia de Florença procedeu à detenção do jovem na casa que este
partilha com os pais. Segundo as autoridades, o culto liderado por
Matteo começou há cerca de um ano. Pelo menos 13 jovens terão sido
abusados pelo italiano, sendo que a polícia já identificou pelo menos
dois menores de idade entre as vítimas.
As primeiras denúncias surgiram em fevereiro deste ano, quando duas
vítimas contaram o horror a que tinham sido sujeitas. Outras denúncias
de mais crimes do homem depressa começaram a emergir. Segundo a polícia,
Matteo convencia os jovens a juntarem-se a ele dizendo que seria ele a
"salvar o Mundo" e dizia-se imortal, encetando uma encenação em que
parecia morrer estrangulado, levantando-se em seguida.
Quando atraia jovens para o seu culto, ameaçava-os de morte e dizia que,
se não seguissem as suas ordens e se sujeitassem aos abusos sexuais,
Matteo trataria de matar todos os familiares das vítimas.
Alguns pormenores chocantes do processo foram revelados pelas
autoridades. O homem agredia os seguidores com violência, obrigava-os a
inalar fumo de cristais queimados e sujeitava-os a rituais com "sangue
de dragão e dentadas de vampiro e lobisomem", nos quais mordia os jovens
e obrigava-os a ingerir uma substância que, segundo relatado aos meios
de comunicação, se trataria de sangue humano. Dizia que estes atos
garantiriam "poderes sobrenaturais".
Ainda, Matteo obrigava os menores a enviarem-lhe fotografias nus,
dizendo que não eram para ele mas sim para uma entidade sobrenatural
chamada Hydrà. As imagens serviriam depois também para chantagem com os
jovens, para os obrigar a atos sexuais com o líder do culto.
Matteo encontra-se em prisão preventiva a aguardar início do julgamento.
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