Mais uma vez, o Ártico está em chamas. Pelo segundo ano consecutivo, a
Sibéria sofre com altas temperaturas e o resultado é a ocorrência de uma
onda de incêndios como jamais se viu na história recente.
O
Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas do Copernicus,
programa de observação da Terra da União Europeia, divulgou na última
semana que estão sendo registrados níveis recordes de incêndios na
vasta região do Ártico Siberiano, ao norte da Rússia. O volume recente
observado superou todas as ocorrências do ano passado.
Embora
atividades de incêndio sejam recorrentes anualmente nas florestas
boreais do Ártico por volta do início de maio, neste ano o seu volume
foi assustador.
Fogo na floresta em Yakutia no começo de junho. (Fonte: RTE/Reprodução)
Avaliação dos novos incêndios
A
equipe do satélite Copernicus estima que, apenas durante o mês de junho
de 2020, foram "bombeadas" para a atmosfera terrestre cerca de 59
megatoneladas de dióxido de carbono, bem acima das 53 megatoneladas liberadas no mesmo período do ano passado.
Segundo a NASA,
o serviço de monitoramento aéreo de incêndios russo informou que estão
sendo queimados cerca de 13,8 mil quilômetros quadrados de matas, o
equivalente a duas vezes e meia o nosso Distrito Federal. O mais grave é
que esses incêndios estão acontecendo em áreas inacessíveis da
Sibéria.
Carro de bombeiros perto de Moshkovo, Novosibirsk, sul da Sibéria. (Fonte: RTE/Reprodução)
As causas dos incêndios
É difícil avaliar com exatidão a causa exata desses incêndios. Há, no entanto, uma tendência global a
ser investigada. As pesquisas mostram que o Ártico está esquentando a
uma velocidade maior do que o restante do planeta em decorrência,
principalmente, da perda de gelo do mar.
À medida que uma
quantidade maior de gelo derrete, menos luz solar se reflete na Terra e
mais radiação é absorvida pela superfície do planeta e pelas águas do
oceano escuro. Isso aumenta o aquecimento global que acaba gerando um
círculo vicioso com mais perda de gelo marinho e assim por diante.
Para
o diretor do Serviço de Mudança Climática Copernicus (C3S) Carlo
Buontempo, “as temperaturas excepcionalmente altas na Sibéria Boreal
ocorridas agora em junho de 2020 são motivo de preocupação”. Para toda a
humanidade, poderíamos acrescentar.
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115155-as-florestas-do-artico-voltaram-a-ser-devastadas-por-incendios.htm
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