O
primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou esta quinta-feira
que que vai proibir a companhia aérea russa Aeroflot no Reino Unido e
congelar os ativos do banco VTB, num novo pacote sanções para castigar a
Rússia pela invasão da Ucrânia.
Numa declaração no Parlamento,
Boris Johnson disse que as novas sanções vão “excluir totalmente os
bancos russos do sistema financeiro britânico”, impedindo que os
pagamentos passem pelo Reino Unido.
O VTB é um dos maiores
bancos da Rússia, com ativos estimados de 154.000 milhões de libras
(184.000 milhões de euros), tendo estado envolvido no processo das
“dívidas ocultas” em Moçambique.
As medidas vão ser tomadas em
conjunto com os Estados Unidos, vincou, com o objetivo de atingir as
empresas russas, cujas transações são feitas, em cerca de metade, em
dólares norte-americanos e libras esterlinas.
O Governo vai
também proibir empresas estatais e privadas russas de angariar
financiamento ou comercializar títulos no Reino Unido e limitar o valor
monetário que pode ser depositado em contas bancárias no Reino Unido.
As
sanções vão estender-se à Bielorrússia por ter acolhido algumas das
tropas que invadiram a Ucrânia, resultando, no total, no congelamento de
bens em mais uma centena de novas entidades e indivíduos a somar às
centenas já sujeitas a sanções.
O Governo britânico vai também
impor “controlos rigorosos” sobre alguns componentes eletrónicos, de
telecomunicações e aeroespaciais.
“Estas sanções vão limitar as capacidades militar, industrial e tecnológica da Rússia durante muitos anos”, prometeu.
Outra
medida é a criação de uma “Célula contra a Cleptocracia” na Agência de
Combate ao Crime para identificar a evasão às sanções e bens russos
escondidos no Reino Unido. “Isso implica que os oligarcas em Londres não
vão poder esconder-se”, disse.
Legislação para tornar mais
transparente a propriedade de imobiliário e empresas também vai ser
introduzida que pode atingir investidores russos.
Porém, Londres
não avançou com a exclusão da Rússia do sistema de pagamentos bancários
SWIFT, alegando ser necessária a “unidade dos nossos parceiros no G7 e
outros grupos”.
Johnson considerou este “o maior e mais severo
pacote de sanções económicas que a Rússia já viu”, o qual foi aprovado
pelos partidos da oposição.
Depois de ter participado esta tarde
numa videoconferência com líderes do G7, o primeiro-ministro britânico
revelou que vai participar numa reunião de líderes dos países da NATO na
sexta-feira.
Vai convocar os países que contribuem para a Força
Expedicionária Conjunta, liderada pelo Reino Unido e que inclui membros
da NATO e não membros da NATO.
Uma nova reunião do comité de
emergências COBRA terá lugar esta tarde, seguido por um Conselho de
Ministros à noite, adiantou um porta-voz do Governo.
A Rússia lançou esta madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia,
com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que
as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas
primeiras horas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o
ataque responde a um “pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de
Donetsk e Lugansk”, no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu
na segunda-feira, e visa a “desmilitarização e desnazificação” do país
vizinho.
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da
comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários
governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do
Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da
ONU.
https://zap.aeiou.pt/reino-unido-exclui-russia-do-sistema-financeiro-britanico-464429
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