A Guardia Civil espanhola anunciou,
esta sexta-feira, ter detido o chefe da organização criminosa "mais
importante da Europa", um britânico procurado por tráfico de droga e
vários assassínios.
A rede tinha
ligações a Portugal e em 2014 tinha sido responsável pela tentativa de
desembarque em Portugal de 167 kg de cocaína, além de ter importantes
ligações à mafia calabresa.
Robert
Dawes, de 44 anos, foi detido a 12 de novembro em Benalmadena (Málaga,
Andaluzia, sul de Espanha) no decorrer de uma operação coordenada pela
Europol. De acordo com um comunicado da Guardia Civil, o britânico foi
apanhado por uma unidade de intervenção especial numa vivenda de luxo
onde vivia com a sua família, empregados e guarda-costas.
Dawes era procurado desde 2007
altura em que já se pensava que "dirigia a organização criminosa mais
importante do Reino Unido e da Europa, dedicada ao tráfico de droga, ao
branqueamento de capitais e ao homicídio".
A operação de detenção
foi realizada com o concurso da Europol, que em 2014 tinha servido de
elo de ligção entre a Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de
Estupefaciantes, da PJ, portuguesa e a estrutura de combate ao crime
organizado do Reino Unido, Nacional Crime Agency (NCA). Na altura, a
NCA, que estava a investigar o suspeito fez troca de informação com a
PJ, relativamente a suspeitas de que estaria a ser preparado um
desembarque de cocaína no nosso país. A UNCTE investigou o caso e veio a
intercetar o veleiro "Gloria of Grenada", com 167 kg de cocaína.
As
suspeitas eram de que a organização tinham fortes ligações à mafia
calabresa, a N'drangheta, mais conhecida por mafia calabresa. E, aliás,
um relatório da Europol de 2010 já dava conta de que esta organização
mafiosa estava bem implantada em Espanha e servia-se de Portugal como
ponto de desembarque, através de ligações aos cartéis colombianos.
O cabecilha britânico reunia-se regularmente com representantes dos cartéis da droga-sul-americanos em hotéis
de luxo em Madrid, indicou a polícia, e a comunicação social inglesa
diz também que uma das ligações era ao cartel de Medellin, que se tornou
conhecido pela liderança de Pablo Escobar.
A partir da Andaluzia,
a organização de Dawes introduzia na Europa grandes quantidades de
cocaína dissimulada em móveis importados da China e em contentores de
fruta provenientes da América do Sul e que eram desembarcados no porto
de Algeciras.
Robert Dawes também era procurado pela Holanda por
alegada ligação a uma vaga de assassínios naquele país entre 2014 e
2015, no que teria sido uma guerra de bandos pelo controlo do tráfico de
cocaína em vários países da Europa
Um grupo especial de polícia de vários países foi formado para investigar esta organização.
A
rede tinha ligações a Portugal, França, Bélgica, Holanda, Itália,
Alemanha, Turquia, Reino Unido, Emirados Árabes Unidos, Paquistão,
Venezuela, Equador e México. Também tinha ligações à Mafia calabresa
(sul de Itália), conhecida por N'drangheta.
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