O Banco Espírito Santo e a empresária
angolana Isabel dos Santos estão entre os 15 casos "mais simbólicos da
grande corrupção" em todo o mundo, que a Transparência Internacional
colocou esta quarta-feira em votação.
Os 15 casos "mais simbólicos da grande
corrupção" foram escolhidos pela Transparência Internacional (TI) a
partir de 383 candidaturas que chegaram a esta Organização
Não-Governamental (ONG) através dos seus parceiros em vários países,
tendo sido definido como critérios o uso da posição de último
beneficiário em operações de offshore ou em participações de sociedades
anónimas, abusos de direitos humanos e escala da corrupção envolvida.
A votação online
pode ser feita entre esta quarta-feira, Dia Internacional contra a
Corrupção, e 9 de fevereiro de 2016, lançando depois a TI um debate
sobre a forma como punir o corrupto mais votado.
Além do BES e de
Isabel dos Santos, da lista em votação integra também a petrolífera
brasileira Petrobras, o presidente da Guine Equatorial, Teodoro Obiang, a
Federação Internacional de Futebol (FIFA) e o político da Republica
Dominicana Felix Bautista.
Os antigos presidente da Tunísia, Ben
Ali, do Panamá, Martinelli, do Egipto, Mubarak, e da Ucrânia,
Yanukovych, a empresa governamental chinesa de infraestruturas, o estado
norte-americano de Delaware, por permitir o registo anónimo de
empresas, a fundação da Chechénia Akhmad Kadyrov, a corrupção sistémica
nas instituições no Líbano e a junta governamental da Birmânia são
outros dos 15 casos "mais simbólicos da grande corrupção".
O
escândalo do Banco Espírito Santo, presidido por Ricardo Salgado,
rebentou no verão de 2014, estando o processo a ser investigado na
justiça portuguesa por suspeitas de falsificação, falsificação
informática, burla qualificada, abuso de confiança, fraude fiscal,
corrupção no setor privado e branqueamento de capitais.
A empresária angolana Isabel dos Santos detém em Portugal participações nos setores bancário e das telecomunicações.
Segundo
a Transparência Internacional, a grande corrupção "é o abuso do poder
de alto nível que beneficia poucos em detrimento de muitos", causando
prejuízos graves e ficando, muitas vezes, impune.
Na página da
internet da TI, o presidente desta ONG, José Ugaz, apela ao voto,
considerando-o importante no combate à grande corrupção.
"O seu
voto é importante. Juntos, podemos fazer entender os governos da
urgência em agir e fazer parar esta doença", disse José Ugaz, adiantando
que a capacidade de agir com impunidade tem de acabar.
O
responsável afirmou ainda que, identificados os maiores símbolos do
mundo de grande corrupção, a TI vai propor sanções penais e outras para
quem praticou estas ações que prejudicam especialmente os pobres.
Com
sede em Berlim, a Transparências Internacional é uma ONG que tem como
principal objetivo a luta contra a corrupção, sendo a representante em
Portugal TIAC - Transparência e Integridade, Associação Cívica.
Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=4922004&page=-1
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