terça-feira, 15 de dezembro de 2015

ONU denuncia que Burundi aproxima-se de uma guerra civil !

O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, alertou nesta terça-feira que o Burundi se aproxima a passos gigantescos de uma guerra civil, por isso que pediu "ações urgentes" à comunidade internacional para deter a escalada de violência.
"Com os últimos eventos sangrentos do fim de semana passado, o país parece que deu um novo passo para uma indiscutível guerra civil, dado que as tensões estão agora em seu ponto álgido em Bujumbura", indicou em entrevista coletiva Cécile Pouilly, porta-voz do alto comissário.
Pouilly ressaltou que o alto comissário está "extremamente preocupado".
Na sexta-feira, várias pessoas morreram em ataques contra campos militares na capital do país e os combates que seguiram.
As forças de segurança responderam com "centenas" de detenções após fazer buscas casa por casa nos bairros de Musaga e Nyakabiga; muitos dos detidos morreram posteriormente em supostas execuções sumárias e outros desapareceram, denunciou a porta-voz.
"O alto comissário pede e a todos os atores na atual crise, incluídos líderes políticos e autoridades estatais ao mais alto nível, que deem todos os passos possíveis para deter esta escalada mortífera, e que se comprometam a um diálogo inclusivo e significativo", apontou.
Mas além disso, Zeid pediu que a comunidade internacional "tome ações decisivas" para deter a violência.
"Não podemos dar as costas às pessoas do Burundi neste momento crucial de sua história", enfatizou o alto comissário.
De fato, em 10 de novembro, Zeid pediu ao Conselho de Segurança da ONU que considerasse a possibilidade de intervir no Burundi.
Por enquanto este extremo não ocorreu, mas tanto Estados Unidos, como a União Europeia, assim como a União Africana impuseram sanções a altos cargos do regime.
Além disso, na próxima quinta-feiravai acontecer no Conselho de Direitos Humanos da ONU uma sessão especial dedicada à crise no Burundi.
Pouilly acrescentou que, segundo a apuração do Escritório do Alto Comissariado, desde novembro ocorreram 452 detenções arbitrárias no Burundi, das quais 56 terminaram em execuções e em dez foram reportadas torturas.
A escalada de violência dificulta a saída do país daqueles que querem fugir do conflito e se refugiar nos países vizinhos, segundo denunciou hoje a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur).
Segundo esta organização, cerca de 230 mil fugiram nos últimos meses do Burundi e se transformaram em refugiados na República Democrática do Congo, Ruanda e Tanzânia.
Em abril, teve início uma série de violentos protestos no Burundi, depois que o presidente Pierre Nkurunziza anunciou sua intenção de concorrer às eleições pela terceira vez, algo proibido pela Constituição.
O pleito foi realizado em julho e Nkurunziza ganhou as eleições com 69% dos votos, um resultado que a comunidade internacional não reconheceu pela falta de garantias durante sua realização.
A violência não só não cessou desde as eleições, mas aumentou. 

Fonte: http://www.ultimosacontecimentos.com.br/guerras/onu-denuncia-que-burundi-se-aproxima-de-uma-guerra-civil.html

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