Os cometas são um perigo subestimado para a segurança da vida na
Terra. É o alerta lançado por um grupo de astrónomos num artigo
científico publicado esta semana em que demonstram que os cometas, e não
só os asteroides, devem ser vistos como uma potencial ameaça contra a
qual deve haver vigilância. O principal perigo é causado pelas "caudas"
dos cometas.
Os
astrónomos da Universidade de Buckingham, no Reino Unido, estudaram o
potencial perigo que representam as centenas de cometas gigantes que têm
sido descobertas nas últimas décadas para a vida na Terra, e chegaram a
conclusões preocupantes.
Embora
se invista muito esforço científico e mesmo militar para perceber
melhor como podemos prever e proteger-nos do impacto de um asteroide,
não existe o mesmo nível de investimento na deteção e prevenção de
cometas, mas os cientistas, Bill Napier e Duncan Steel da Universidade
de Buckingham e Mark Baily e David Asher do Observatório de Armagh,
chamam a atenção para o perigo que colocam as longas e icónicas caudas
dos cometas.
Os
cometas gigantes, chamados "centauros", que existem predominantemente
no Sistema Solar exterior, ou seja, na região para lá da cintura de
asteroides que separa Marte de Júpiter, são por vezes enviados para a
zona onde se encontram os pequenos planetas, incluindo a Terra, por
"empurrões" gravitacionais dos planetas maiores. À medida que se
aproximam do Sol, os cometas, feitos de gás, gelo e rocha, começam a
desintegrar-se.
É essa desintegração que forma a longa cauda do cometa, e é também o
que apresenta maior risco para a Terra - se o "centauro" viajar pela
zona próxima da Terra, deixará um rasto de destroços que
"inevitavelmente" entrarão em colisão com o nosso planeta.
O estudo publicado na revista científica Astronomy and Geophysics,
da Royal Astronomical Society, destaca que é possível prever que um
cometa deste género se atravesse no caminho da Terra a cada 40 mil a 100
mil anos.
A descoberta é consistente com o que se sabe do passado da vida
terrestre. Algumas das grandes extinções do passado, incluindo a morte
dos dinossauros há 65 milhões de anos, podem estar associadas à passagem
de cometas gigantes.
"Nas
últimas três décadas, temo-nos esforçado muito para vigiar e analisar o
risco de uma colisão entre a Terra e um asteroide. O nosso trabalho
sugere que temos que olhar para além do nosso bairro imediato também,
para lá da órbita de Júpiter, para encontrar os "centauros". Se tivermos
razão, então estes cometas distantes podem ser um perigo sério, e está
na hora de os percebermos melhor", disse Bill Napier, num comunicado divulgado pela Royal Astronomical Society.
Fonte: http://www.msn.com/pt-pt/noticias/tecnologia/impacto-de-cometas-gigantes-pode-p%C3%B4r-em-risco-a-vida-na-terra/ar-BBnRlFh?li=AAaYVP2&ocid=SK2MDHP
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