domingo, 24 de maio de 2015

Estado Islâmico pretende obter bomba nuclear

Isis usou a última edição de sua revista de propaganda Dabiq a sugerir que o grupo está se expandindo tão rapidamente que pode comprar sua primeira arma nuclear dentro de um ano.
"Nós estamos pensando em fazer algo grande, algo verdadeiramente épico"

Isis usou a última edição de sua revista de propaganda Dabiq a sugerir que o grupo está se expandindo tão rapidamente que pode comprar sua primeira arma nuclear dentro de um ano.
 
O artigo hiperbólico, que atribui ao grupo ao refém britânico John Cantlie, afirma que Isis transcendeu suas raízes como "o" grupo "islâmico mais explosivo no mundo moderno" a evoluir para algo jamais visto "Em menos de doze meses.
 
Fotojornalista Cantlie é regularmente utilizado em propaganda do grupo terrorista e já apareceu em uma série de vídeos, incluindo uma série no YouTube chamado "Lend Me Your Ears". Ele foi mantido refém por Isis por mais de dois anos.
John Cantlie has now been held captive for more two years by Isis militants
John Cantlie até agora foi mantido em cativeiro por mais dois anos por militantes Isis e numa peça, intitulada "The Perfect Storm", descreve que grupos islâmicos militantes como Boko Haram, que se comprometeu recentemente fidelidade a Isis, unindo todo o Oriente Médio, África e Ásia para criar um movimento de califado global .

As reivindicações desse artigo em alinhamento de grupos aconteceu no momento sã como militantes Isis apreenderam "tanques, lançadores de foguetes, sistemas de mísseis, sistemas anti-aéreos", dos EUA e do Irã antes de virar para o assunto das armas mais extremos do grupo é que ISIS não possue - armas nucleares.

Combatentes ocidentais juntam-se ao Kudish YPG na batalha contra Isis

"Deixe-me jogar uma operação hipotética sobre a mesa", o artigo continua. "O Estado Islâmico tem bilhões de dólares em banco, para que eles invoquem seu Wilayah no Paquistão para comprar um dispositivo nuclear através de traficantes de armas com links para os funcionários corruptos da região."

Ele admite que tal cenário é "absurdo", mas adverte: "É a soma de todos os medos para agências de inteligência ocidentais e é infinitamente mais possível hoje do que era há apenas um ano.

"E se não for uma arma nuclear, o que acontece com alguns milhares de toneladas de nitrato de amónio para explosivos? Isso é fácil de fazer."

Um ataque lançado por Isis contra a América vai ridicularizar "os ataques do passado".

"Eles [Isis] estão à procura de fazer algo muito grande, algo que fará qualquer look operação passada como um rebento de esquilo, e as mais grupos que jurar lealdade a mais, torna-se possível para fazer algo verdadeiramente épico.

"Lembre-se, tudo isso aconteceu em menos de um ano. Como mais perigosos serão as linhas de comunicação e fornecer um ano depois de hoje? "

A capacidade de adquirir de Isis um tal dispositivo é, certamente, para além do grupo no momento.

Mas Isis é de fato um grupo bem financiado tendo assegurado uma série de campos de petróleo na Síria e no Iraque. O grupo também vende artefatos saqueados de áreas históricas apreendidos durante a sua insurgência, às vezes por seis figura somas, bem como a imposição de impostos sobre os civis encurralados em seu califado auto-declarada e outros métodos de extorsão.

As finanças do grupo foram estimadas por alguns como na área de $ 2 bilhões, embora seja impossível verificar quanto dinheiro ele realmente tem acesso.

As ameaças vêm em um cenário misto de sucessos e perdas em ambos os países; o grupo foi expulso de Tikrit, no Iraque, mas sofreu uma vitória em Ramaldi e na antiga cidade síria de Palmyra.

Última chamada de seu líder Abu Bakr al-Baghdadi por mais apoio também apareceu para sugerir que pode ser esticado demais em algumas áreas, com seu discurso pedindo aos simpatizantes de todo o mundo para viajar para seus territórios no Oriente Médio.

Em setembro do ano passado, a Ministroado Interior, Theresa May, alertou que o grupo militante poderá se tornar o primeiro "verdadeiro Estado terrorista" do mundo.

"Vamos ver o risco, muitas vezes profetizou mas graças a Deus ainda não cumprida, de que com a capacidade de um estado por trás deles, os terroristas irão adquirir armas químicas, biológicas ou nucleares até mesmo para nos atacar", disse ela.  
Fonte: http://www.independent.co.uk

sábado, 23 de maio de 2015

Bombardeamento na Síria mata 14 pessoas,entre as quais seis crianças

Bombardeamento na Síria mata 14 pessoas, entre as quais seis criançasConflito na Síria já provocou mais de 220 mil mortes.
Pelo menos 14 civis foram mortos hoje, incluindo seis crianças, vítimas de um bombardeio do regime sírio na cidade oriental de Deir el-Zur, revelou o Observatório Sírio de Direitos Humanos.

A Síria tem sido palco de um conflito desde março de 2011, que já provocou mais de 220.000 mortes. Hoje, um helicóptero militar disparou um barril de explosivos e causou a destruição generalizada de habitações no distrito de Al Hamediya.

Até ao momento, já foram registadas 14 mortes em Al Hamediya, mas este número poderá aumentar, porque há muitos feridos em estado crítico e civis que estão desaparecidos sob os escombros.

Outro barril de explosivos foi atirado para Al Aradi, também em Deir el Zur, mas ainda não se sabe se há vítimas.

Fonte: http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=4584407

Pai fica com filho queimado pela mãe

Miguel Dias, o pai do rapaz de 16 anos que foi regado com álcool e queimado pela própria mãe e por um primo, ficou com a custódia dos dois filhos (a vítima e um irmão de nove anos). 
Os menores vão continuar a frequentar a escola na Póvoa de Santa Iria, Vila Franca de Xira, até final do presente ano letivo e depois vão morar com o pai no Algarve. 
A decisão do poder paternal, favorável a Miguel Dias, vendedor de 42 anos, foi tomada por um juiz da comarca de Sintra, em finais de março. "Separei-me da mãe dos meus filhos em 2009 e requeri a custódia de ambos. 
O processo acelerou quando a minha ex-mulher contactou o tribunal, dizendo que não queria ficar com o meu filho mais velho, porque ele não a respeitava", explicou Miguel Dias ao CM. 
O juiz que apreciou o processo não autorizou a separação dos irmãos, determinando a entrega de ambos ao pai. Segundo Miguel Dias, a relação dos menores com a mãe piorou desde essa altura. "Os dois queixavam-se de agressões", relatou.
Na segunda-feira, segundo conta, a mãe separou os menores. "O mais novo ficou noutra casa e ela e o primo esperaram pelo mais velho", explicou Miguel Dias. "Eles [mãe e primo do rapaz] acusaram-no de roubar peças de ouro. 
Apertaram-lhe o pescoço e regaram-no com álcool numa perna. Perguntaram- -lhe depois se ele queria ser queimado, e atiraram-lhe um isqueiro aceso para cima", acrescentou o pai, que ontem veio de Faro para a Póvoa de Santa Iria para resgatar os dois filhos. 
O Ministério Público está a investigar as agressões.
Fonte: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/portugal/detalhe/pai_fica_com_rapaz_queimado_pela_mae.html

Mad Max: Estrada da Fúria – Uma orgia de fogo, sangue e guitarras eléctricas

Mad Max: Estrada da Fúria é realizado por George Miller e conta com Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult e Hugh Keays-Byrne nos principais papéis.

Num mundo pós-apocalíptico (Wasteland), Max (Hardy) vê-se envolvido num conflito entre um deus (Keays-Byrne) e uma das suas comandantes (Theron). E a partir daí começam-se a desenhar várias coisas: caos, destruição, máscaras, motosserras, guitarras-eléctricas-que-lançam-chamas e um dos melhores filmes de acção de que há memória.

Os Vingadores: A Era de Ultron é um pastiche irreflectido quando comparado com a crueza e magnitude desta obra de arte.

Voltando à saga que o tornou famoso, o septuagenário George Miller, injecta (literalmente) litros e litros de sangue na veia de acção de Hollywood. Longe da infantilidade de Happy Feet e de Babe: Um Porquinho na Cidade, Miller rasga pescoços e corações, conduzindo uma ópera distópica em que a violência desmiolada é o motif.

Embora seja o quarto filme da saga, Estrada da Fúria não exige a visualização da trilogia original, protagonizada por Mel Gibson. Há muito que apreciar nos 120 minutos de correria pelo glorioso deserto da Namíbia. 
A primeira grande vitória do realizador é ressuscitar John Seale para o cinema. Tendo-se reformado em 2010, o director de fotografia de Harry Potter e a Pedra Filosofal e de O Paciente Inglês, regressa de forma apaixonada. A paleta de emoções que colora o universo da Wasteland absorve toda a atenção e deixa pouco espaço para respirar.

Cada grão de areia neste deserto é essencial à história: e nenhum é deixado ao acaso. Cada personagem, por muito pouco tempo que esteja no ecrã, tem algo que a torna relevante e, muitas vezes, inesquecível.

A capacidade de George Miller para criar momentos memoráveis é messiânica. Desde o solo de guitarra mais glorioso da história do cinema, aos grotescos rebentos do vilão, Mad Max é uma Babilónia do bizarro, do demente, mas sobretudo, do fascinante. 
Bizarro porque se move do drama para a comédia, e da comédia para o suspense sem nunca perder o tom. Demente porque o faz sem sair do seu imaginário chanfrando. E fascinante porque é absolutamente credível.
Todos os intervenientes são humanos colocados em situações extremas. Tom Hardy pouco diz, mas constrói (com alguma ajuda de flashbacks) uma personagem multidimensional, compreensível e em constante perigo. Max não é um super herói: e nada podia ser mais refrescante. Nicolas Hoult providencia uma das mais surpreendentes interpretações dos últimos tempos. Multifacetado na sua loucura e consequente evolução, apresenta-se como uma das mais tocantes histórias que povoam o deserto.

Não obstante, nenhum deles tem a profundidade dos olhos de Charlize Theron. Quem não viu Monstro (filme para o qual venceu o Oscar de Melhor Atriz Principal) pode ser apanhado de surpresa pelas suas capacidades como atriz. Mas o facto é que a sul-africana nos brinda com umas das mais complexas e intrigantes performances da década. Sem recurso a “visões” ou histórias de um passado há muito perdido, os olhos, as feridas e as (poucas) palavras contam uma história mais rica do que todos os artificies cinematográficos de Hollywood alguma vez poderiam. Theron é, muito provavelmente, a Maria Falconetti desta geração.

A aparatosa banda-sonora de Junkie XL explora este mundo de excessos tanto ou mais que a realização. Com um poder meteórico, cada acorde (seja ele instrumental ou electrónico) toca nos nervos correctos, de forma a evocar emoções completamente distintas.

Muito tem sido escrito acerca das cenas de acção: que apenas 20% do que se vê é CGI; que os planos são abertos, fazendo com que a acção seja compreensível; que não há shaky-cam; que as lutas são todas coreografadas e credíveis.

Ou seja, que George Miller espetou um bom dedo do meio na cara de todos os que faziam crer que o cinema de acção “real” estava morto. Está vivo sim: e a bombear litros e litros de sangue na veia de acção de uma Hollywood pintada de preto e branco, que só presta tributo a falsos deuses.
 
Ficha Técnica:

Título: Mad Max: Estrada da Fúria

Realizador: George Miller;

Argumento: George Miller, Brendan McCarthy e Nick Lathouris;

Com: Tom Hardy, Charlize Theron, Nicholas Hoult e Hugh Keays-Byrne;

Género: Acção.
 
Fonte: http://www.espalhafactos.com/2015/05/23/mad-max-estrada-da-furia-orgia-fogo-sangue-guitarras-electricas/

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Banco Mundial considera a economia de Gaza à beira do colapso

Banco Mundial considera a economia de Gaza à beira do colapsoO bloqueio israelita, a guerra e a má governação destruíram a economia da Faixa de Gaza e concederam-lhe o duvidoso privilégio de ter a taxa de desemprego mais alta do mundo: 43 por cento.

A avaliação consta de um relatório do Banco Mundial que hoje foi publicado pelo Banco Mundial e que deverá ser apresentado em 27 de Maio, em Bruxelas, no encontro bi-anual do Comité de Ligação dos Doadores, países que contribuem para os gastos da Autoridade Palestiniana.

Segundo o relatório, o bloqueio e a guerra fizeram cair o PIB da Faixa para um quarto do que seria expectável em condições normais. Desde 2007, sustenta o relatório, o bloqueio é responsável pela queda de 50 por cento do PIB. O ataque israelita do ano passado, denominado "Operação Escudo Defensivo", causou uma quebra de 530 milhões de dólares no PIB.

O desemprego mais alto do mundo - 43 por cento - torna-se ainda mais dramático se os cálculos se focarem especificamente na juventude: 60 por cento.

Segundo declarações de Steen Lau Jorgensen, o director de área do Banco Mundial para a Margem Ocidental de para a Faixa de Gaza, citado no Jerusalem Post, "os números do desemprego e da pobreza em Gaza são muito inquietantes e a perspectiva económica é preocupante. O mercado actual em Gaza não é capaz de oferecer empregos, deixando a população no desespero, especialmente a juventude".

A isto acrescentou Jorgensen que "o bloqueio em curso e a guerra de 2014 impuseram um custo pesado à economia e às famílias de Gaza. As exportações de Gaza virtualmente desapareceram e o sector manufactureiro contraíu-se em 60 por cento. A economia não pode sobreviver sem estar ligada ao mundo exterior".

Para uma população que nos últimos 20 anos cresceu em 230 por cento, a Faixa de Gaza tem uma economia que, nesse lapso de tempo, cresceu apenas uns escassos pontos percentuais.

O relatório calcula que cerca de 40 por cento da população da Faixa está abaixo da linha de pobreza. Jorgensen acrescenta: "Ainda mais chocante é a realidade da maior parte dos 1,8 milhões de residentes, confinados a uma área de 160 quilómetros quadrados, e sem poderem viajar para fora dessa área a não ser com autorizações. Pelo menos um terço das crianças de Gaza já mostravam sinais de stress pós-traumático antes do conflito armado de 2014; agora serão ainda mais".

Fonte: http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=830863&tm=6&layout=121&visual=49

Mais um detido por violência doméstica contra a mãe

Um homem de 48 anos de idade foi detido em Vila Nova de Gaia, na sequência de ter agredido fisicamente a própria mãe, que foi levada para uma unidade hospitalar.
A GNR informou hoje que deteve um homem de 43 anos suspeito de cometer crime de violência doméstica contra a sua própria mãe, de 70 anos, na Póvoa de Varzim.
A PSP, por seu turno, também informou esta sexta-feira, em comunicado, que agentes do Comando Metropolitano do Porto se deslocaram a uma residência na Travessa Padre Américo, em Vila Nova de Gaia, por terem recebido informações sobre "desacatos" numa casa daquela artéria.
A PSP intercetou o suspeito pela "prática de ofensas à integridade física da sua progenitora, que foi conduzida junto a uma unidade hospitalar", lê-se na nota de imprensa.
O detido é hoje presente ao Ministério Público junto do Tribunal Judicial de Vila Nova de Gaia.

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Justica/Interior.aspx?content_id=4582568
 

Homem-bomba mata 21 pessoas em mesquista saudita - Estado Islâmico assume ataque

Um homem-bomba matou 21 pessoas nesta sexta-feira em uma mesquita xiita no leste da Arábia Saudita, disseram moradores e o ministro da Saúde, no primeiro ataque ao reino reivindicado por militantes do Estado Islâmico.
 Foto: Stringer / Reuters
Pessoas analisam destroços após ataque em mesquita saudita Imam Ali. 22/5/2015. Foto: Stringer / Reuters

Foi um dos ataques mais mortais dos últimos anos no maior país do Golfo Árabe, onde as tensões sectárias foram ampliadas por quase dois meses de ataques aéreos liderados por sauditas contra rebeldes xiitas houthis no vizinho Iêmen.
Mais de 150 pessoas estavam orando quando a enorme explosão atingiu a mesquita imã Ali, no bairro de Al-Qadeeh, disseram testemunhas. Um vídeo postado na Internet mostrou uma sala cheia de fumaça e poeira, com pessoas ensanguentadas gemendo de dor. Mais de 90 pessoas ficaram feridas, afirmou o ministro da Saúde saudita à televisão estatal.
"Nós estávamos na primeira parte das orações quando ouvimos a explosão", contou Kamal Jaafar à Reuters por telefone.
O Estado Islâmico (EI) disse em um comunicado que um de seus homens-bomba, identificado como Abu Ammar al-Najdi, realizou o ataque usando um cinto carregado de explosivos, que matou ou feriu 250 pessoas, segundo o grupo de monitoramento SITE, baseado nos Estados Unidos. O EI afirmou que não vai descansar até que os xiitas, classificos por eles como hereges, sejam expulsos da península arábica.
Autoridades sauditas disseram que o grupo está se esforçando para atacar o reino, que, como maior exportador de petróleo do mundo, berço do Islã e campeão da doutrina conservadora sunita, representa um importante aliado para os países ocidentais que lutam contra o Estado Islâmico.

Fonte: http://noticias.terra.com.br/mundo/oriente-medio/homem-bomba-mata-21-pessoas-em-mesquista-saudita-estado-islamico-assume-ataque,46464f03f1cd81b5725c9d7689abfd5dbx6wRCRD.html

Confrontos no México causam 39 mortos

Confrontos entre civis armados e agentes da polícia causaram a morte de 39 pessoas, no ocidente do México, uma região que é palco de violência associada ao tráfico de drogas.

O tiroteio ocorreu esta sexta-feira de manhã no município de Tanhuato, no Estado de Michoacan, e o balanço das mortes - 37 civis e dois polícias - é apenas "preliminar", disse fonte governamental à agência AFP, sob anonimato e sem mais detalhes.
Tanhuato está próximo de Yurecuaro, a cidade onde um antigo líder de vigilantes, que concorria à autarquia, foi morto durante a campanha na semana passada.
Os agricultores formaram grupos de vigilantes em Michoacan, em 2013, para expulsar o cartel de traficantes designado Cavaleiros Templários, que tem sido enfraquecido com detenções dos seus principais líderes.
Tanhuato também está próximo da fronteira com o Estado de Jalisco, onde outro cartel de traficantes, o Nova Geração, tem tido confrontos com as forças de segurança, que se têm saldado por vários mortos.

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=4583800

Casos de bullying nas escolas "muito superiores aos oficiais"

O número de estudantes envolvidos em casos de 'bullying', em Portugal, é "muito superior" ao das estatísticas oficiais e pode ser superior a 240 mil, defendeu esta sexta-feira a investigadora Susana Carvalhosa
 
A responsável, do Centro de Investigação e Intervenção Social do ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, falava hoje num seminário sobre "Estratégias e medidas de prevenção de bullying e do cyberbullying", que decorreu em Lisboa.
 
"Os estudos indicam que um em cada cinco estudantes está envolvido diretamente em alguma situação de 'bullying'", os números dos serviços especializados são muito mais baixos e as estatísticas oficiais ainda mais, disse a investigadora.

E acrescentou: Dados de 2014, sobre a segurança na escola, indicam que os casos de 'bullying' foram 1.446; se fizermos a conta a todos os alunos das escolas poderíamos dizer que temos 241.000 alunos (20 por cento do total) envolvidos nessas situações.

"Se for um em cada cinco há muitas crianças a precisar da nossa ajuda", advertiu a investigadora e professora do Departamento de Psicologia Social e das Organizações, do ISCTE.

O 'bullying' (situação de agressão, ameaça ou opressão praticada contra alguém), salientou a responsável, não acontece apenas em contexto escolar, mas também familiar, no trabalho, no bairro e até no país, porque "há países vítimas e países agressores".

Perante mais de uma centena de participantes, Susana Carvalhosa explicou que, para que haja 'bullying', é preciso que haja uma intenção de provocar dano, que a ação se repita e que haja um desequilíbrio entre o agressor e a vítima. No mundo virtual, acrescentou, se alguém coloca, por exemplo, numa rede social, um vídeo humilhante, ainda que não coloque mais nenhum, é considerado 'cyberbullying', porque cada acesso ao vídeo reforça o comportamento agressor.

Baseando-se em investigações feitas pelo ISCTE, a responsável disse que a promoção da empatia leva a comportamentos de entreajuda, que os agressores têm por norma dificuldade em desenvolver empatia e que as vítimas "têm situações elevadas de 'stress'".

Começando por lembrar que o 'bullying' não é um fenómeno recente, embora se fale muito mais nele nos últimos anos, a investigadora disse que se fez na Faculdade um estudo com jovens adultos (25 a 35 anos), a quem se perguntou se passaram por situações de 'bullying'. "O estudo aponta para que os que disseram que foram vítimas têm hoje menos autoestima".

"Se não atuarmos, podemos estar a criar indivíduos que em adultos sofrem de insegurança", salientou.

Para ajudar a prevenir o 'bullying', o ISCTE e a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa estão a desenvolver um jogo para crianças chamado "StopBully", que está ainda em construção e que estará disponível para telemóvel, computador e 'tablet'.

Cátia Raminhos, da Faculdade de Ciências, e Maria de Jesus Candeias, do ISCTE, explicaram que a aplicação promove a empatia e destina-se a jovens, entre os 10 e os 12 anos, porque "os dados dizem que o pico de casos situa-se até aos 13 anos".

Fonte: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Nacional/Educacao/Interior.aspx?content_id=4583531&page=-1

Refém Britânico alerta que Estado Islâmico fará ataque sem precedentes nos Estados Unidos

O refém britânico do grupo Estado Islâmico (EI, ex-Isis), John Cantlie, afirmou em uma reportagem do grupo que os extremistas preparam um ataque "sem precedentes" contra os Estados Unidos.

Utilizado como repórter pelos terroristas em vários vídeos, Cantlie escreveu um artigo na revista "Dabiq", criada pelo EI, dizendo que uma arma nuclear "importada" do Paquistão ou "algumas toneladas de explosivos" irão "ridicularizar os ataques do passado". A menção é uma clara referência aos atentados do dia 11 de setembro de 2001, realizados pela Al-Qaeda em Nova York e em Washington.

Segundo a matéria, o armamento seguiria do Paquistão e utilizaria as rotas do tráfico de drogas e de pessoas através da Líbia, Nigéria, América do Sul e México para chegar ao território norte-americano.

Além disso, a revista jihadista ainda celebrou o ataque ocorrido no Texas contra uma exposição de caricaturas de Maomé, no início de maio. Já naquele momento, o EI assumiu o ataque e disse que o que estava por vir seria "ainda mais doloroso e amargo". A "Dabiq" ainda segue com uma série de matérias contra o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, contra os principais líderes árabes e contra a coalizão nacional síria, a plataforma anti-Bashar al Assad apoiada por países ocidentais.

E, pela primeira vez desde seu lançamento, a publicação traz uma série de "publicidades", em que mostra uma "compilação" dos 10 vídeos sobre o grupo mais divulgados pela mídia mundial.

Fonte: ANSA.

Mudanças climáticas são ameaça à segurança dos Estados Unidos

O presidente dos EUA, Barack Obama, durante discurso em New London, em que falou que a mudança climática ameaça a segurança norte-americana (Foto: Pablo Martinez Monsivais/AP)
O presidente dos EUA, Barack Obama, durante discurso em New London, em que falou que a mudança climática ameaça a segurança norte-americana (Foto: Pablo Martinez Monsivais/AP)

O presidente americano, Barack Obama, disse nesta quarta-feira (20), durante um discurso, que o aquecimento global é uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos e insistiu em que o tema seja tratado como uma prioridade da defesa no país.
Falando em New London (Connecticut) para jovens graduados da Academia da Guarda Costeira, Obama destacou a necessidade de adaptar as forças armadas de todo o país, do Alasca à Flórida, para enfrentar o degelo do permafrost (solo permanentemente congelado) ártico, o aumento do nível dos mares e as secas prolongadas.
"Vocês são parte da primeira geração de oficiais que começará a servir em um mundo onde os efeitos das mudanças climáticas serão sentidas claramente", disse.
Ele também advertiu para o custo das mudanças que estão por vir e citou uma estimativa, segundo a qual uma elevação de 30 centímetros nas águas até o fim do século poderia custar US$ 200 bilhões nos Estados Unidos. Neste sentido, disse que o nível do mar no porto de Nova York já aumentou 30 cm em um século.
O Departamento de Defesa (DoD) lançou um estudo para avaliar a vulnerabilidade de 7.000 bases e instalações do exército americano, anunciou a Casa Branca.
"Em todo o mundo, as mudanças climáticas aumentam os riscos de instabilidade e de conflitos", insistiu Obama, para que estes eventos meteorológicos aumentarão a quantidade de "refugiados climáticos".
"Nenhuma nação está a salvo", advertiu. Isto "impactará na forma como nosso exército terá que defender nosso país", razão pela qual será necessário fazer profundos ajustes dentro da organização, no treinamento do pessoal e na proteção das infra-estruturas.
Obama, que deixará a Casa Branca em janeiro de 2017, elevou o tom nos últimos meses sobre os riscos das mudanças climáticas, um tema sobre o qual não pode fazer muito em seu primeiro mandato, em parte devido à oposição no Congresso.

A ciência é indiscutível

"Nos arredores de Norfolk (Virgínia, leste), grandes marés e tormentas provocam cada vez mais inundações em algumas áreas da nossa base naval e da nossa base aérea", prosseguiu. "No Alasca, o derretimento do permafrost danifica nossas instalações militares (...) No oeste, as prolongadas secas e incêndios ameaçam zonas de treinamento cruciais para nossas tropas".
Ao mesmo tempo em que reconheceu que certo nível de aquecimento a estas alturas é inevitável, o presidente americano pediu fazer tudo o possível para limitar a elevação das temperaturas mundiais.
No fim de 2014, Obama anunciou em Pequim um acordo inédito entre Estados Unidos e China sobre as emissões de gases de efeito estufa, que são os que causam o aquecimento global. Pequim prometeu que suas emissões deixarão de aumentar a partir de 2030, enquanto os Estados Unidos asseguraram que reduzirão entre 26% e 28% suas emissões até 2025, com base nos níveis reportados em 2005.
Há algumas semanas, o presidente americano expressou otimismo sobre a possibilidade de que se alcance um acordo "ambicioso e duradouro" na conferência mundial sobre o clima, que será celebrada em dezembro, em Paris.
O objetivo da comunidade internacional é limitar o aumento da temperatura a um máximo de 2°C com relação à era pré-industrial.
Obama também mostrou exasperação diante dos legisladores republicanos - alguns dos quais competirão por ocupar seu lugar nas eleições de 2016 - que põem em dúvida os estudos científicos que asseguram a responsabilidade das atividades humanas nas mudanças climáticas.
"Eu sei que ainda há gente em Washington que se nega a aceitar a realidade das mudanças climáticas", acrescentou, mas "a ciência é indiscutível. O planeta está esquentando".
"Negar o aquecimento e se negar a fazer algo a respeito é por em risco a nossa segurança nacional", disse Obama aos jovens oficiais, prestes a receber seus diplomas.

Fonte: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2015/05/mudancas-climaticas-sao-ameaca-seguranca-dos-eua-afirma-obama.html

5 descobertas arqueológicas macabras que intrigam especialistas

Nos filmes, o passado parece um lugar bonito, cheio de castelos e vestidos pomposos, embora com um toque de preconceito e guerra por todos os lados. Mas a realidade é que pode ser muito pior, como essas descobertas arqueológicas mostram.

5. Os bébés Ychsma mortos

descobertas arqueologicas macabras 5
Em 2012, arqueólogos descobriram uma pequena câmara de sepultamento no antigo sítio peruano de Pachacamac, com ossadas de 3.000 anos de idade do povo pré-inca Ychsma. Havia pelo menos 80 múmias ali.
A câmara oval era separada em duas seções aninhadas, com os esqueletos em posição fetal e acompanhados de máscaras bisonhas de madeira. Além disso, cerca de 12 bebês mortos estavam dispostos em um círculo em torno das múmias. Sério.
descobertas arqueologicas macabras 5-
Os Ychsma não são um povo bem conhecido, por isso os pesquisadores não têm certeza qual foi o propósito de tudo isso.
Seu melhor palpite é que as pessoas sepultadas lá dentro sofriam de doenças, e foram atraídas para o local com promessas de uma cura milagrosa. Quando isso não funcionou e eles morreram, foram dispostos nesta configuração peculiar. Ainda não está claro se os bebês também foram vítimas da doença, ou se fizeram parte de algum tipo de sacrifício para facilitar a passagem das múmias para a vida após a morte.

4. Enterros zumbis e vampirescos

descobertas arqueologicas macabras 4-
Nossos antepassados europeus eram ainda mais preocupados com mortos-vivos do que nós. Na Irlanda, em particular, quando alguém suspeitava de um possível “zumbi”, se certificava de que seu esqueleto ficasse muito bem enterrado.
A foto acima mostra o que aconteceu a cavalheiros do século 8 cujos restos mortais foram recentemente descobertos em Kilteasheen. Eles foram encontrados enterrados lado a lado com grandes pedras pretas enfiadas em suas bocas. A evidência deixa claro que eles não estavam enterrados juntos inicialmente – foram transferidos de diferentes locais e colocados juntos de propósito. Esta forma de sepultamento é chamada de “enterro desviante”, e foi provavelmente feita em pessoas consideradas uma ameaça à sociedade, como estupradores, assassinos, vítimas de assassinos (o que parece um pouco injusto) e pessoas que morriam de doenças inexplicáveis.
Por quê? Bem, estas eram as pessoas mais propensas a virar um zumbi depois da morte. A pedra garantia que os seres reanimados não mordessem seu caminho através da sepultura.
Mais para frente, quando a moda zumbi passou, as pessoas começaram a crer que vampiros ressurgiriam de seus túmulos, e passaram a colocar uma estaca no coração dos suspeitos, post-mortem (ou assim esperamos).
descobertas arqueologicas macabras 4
O esqueleto acima, da Bulgária, foi sepultado como um “vampiro”. Os restos são de um homem em seus 40 e poucos anos com uma ponta de metal no coração. Sua perna esquerda também foi amputada e colocada ao seu lado, presumivelmente porque Drácula é consideravelmente menos assustador quando vem para cima de você mancando.
Abaixo, você confere outro “vampiro” enterrado, desta vez decapitado. Sua cabeça decepada foi colocada entre as suas pernas, condenando-o a uma eternidade que só pode ser considerada miseravelmente desconfortável.
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3. O mistério do massacre de Forte de Sandby

descobertas arqueologicas macabras 3--
Arqueólogos estavam desenterrando peças antigas de argila em uma ilha ao largo da costa da Suécia, quando tropeçaram em uma cena saída de um filme de terror: um antigo forte circular do século 5 repleto de corpos, quase todos em posições que sugeriam que morreram de repente.
O local, conhecido formalmente como Forte de Sandby, é estranhamente similar às ruínas de Pompeia: a cena inteira parece congelada no tempo, com tudo deixado exatamente do jeito que era no dia em que seja-lá-o-que-for aconteceu.
E como a Suécia não é particularmente conhecida por seus vulcões, os pesquisadores suspeitam de que foram nossos antepassados escandinavos que causaram o massacre que preservou as dezenas de mortos. O que sobrou foi uma cena de um crime muito macabro.
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A partir das evidências recolhidas, os cientistas acreditam que os moradores da cidade na época foram tomados inteiramente de surpresa, e mal tiveram tempo de piscar antes de serem derrubados onde estavam. Alguns corpos foram encontrados na porta de sua cabana, mortos tentando fugir. Um homem mais velho foi cortado no meio de um corredor. Um adulto e uma criança pequena foram brutalmente assassinados e seus esqueletos caíram ou foram atirados em uma lareira a lenha.
Os arqueólogos também encontraram diversos artefatos valiosos (caixas de joias, pérolas, broches dourados etc) que parecem indicar que as pessoas do forte eram ricas, ou pelo menos especializadas em fazer joias.
Por que alguém iria organizar um ataque supereficiente em uma cidade fortificada e não levar todo o tesouro consigo? Será que a cidade escondia um tesouro ainda maior, e os atacantes não conseguiram levar tudo? E porque ninguém que passou por ali depois levou quaisquer dos objetos de valor após a poeira baixar?
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As perguntas são infinitas. Os pesquisadores nem sequer sabem quem foi o vilão histórico por trás do ataque (algum escandinavo pré-Viking ainda pior que o povo que o sucedeu?), mas estão certamente usando todo seu poder CSI para descobrir exatamente o que aconteceu nesse forte misterioso. Quando eu também ficar sabendo, pode deixar que te conto.

2. Mulheres decapitadas de Shaanxi

descobertas arqueologicas macabras 2
A maioria das expedições arqueológicas encontra um monte de potes e alguns ossos, mas às vezes você dá sorte (ou azar) e acaba cruzando com 80 cabeças decapitadas.
Foi o que uma equipe descobriu na província de Shaanxi, na China: o local de um massacre de 4.300 anos de idade. Eles escavaram dezenas cabeças de dois poços separados e espalhados por uma parede antiga. Todas pertenciam a mulheres jovens, presumivelmente capturadas durante violência étnica ou tribal, e utilizadas como sacrifício humano. Esta teoria é apoiada pelo fato de que os cientistas não foram capazes de localizar os corpos das referidas decepadas.
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A maioria dos crânios mostrava sinais de incêndio e trauma contundente, o que sugere que as mulheres foram atingidas na cabeça e queimadas antes de serem enterradas. Estas decapitações em massa provavelmente fizeram parte de uma cerimônia para abençoar a fundação do muro, construído para proteger os habitantes da cidade neolítica de Shimao.
Shimao, aliás, foi construída durante a dinastia Xia e acabou abandonada apenas cerca de 300 anos depois. Vamos arriscar um palpite de que este abandono rápido teve algo a ver com o fato de que eles enterraram 80 crânios de seus inimigos nos muros da cidade.

1. O “alien” do Atacama

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O deserto do Atacama é inóspito ao ponto da NASA usá-lo para testar seus equipamentos destinados a Marte. Para você ter uma noção do quanto, a pouca água da região vem com arsênico. Por mais inabitável que a região pareça, no entanto, é um bom campo de pesquisa para arqueólogos.
O deserto é uma verdadeira mina de ouro para a profissão, uma vez que suas condições são ótimas para preservar pessoas mortas antigas. Mas só pessoas, certo? Não aliens.
Ainda assim, um foi (aparentemente) descoberto no Atacama:
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Se eu sou arqueólogo e me deparo com isso, tenho certeza de que é uma pegadinha. Um souvenir de parque temático foi colocado ali por um colega que quer me ver em pânico. Mas esse não foi o caso. A foto é de uma múmia real, e nada alienígena.
Nosso amiguinho, chamado pelos pesquisadores de “Ata” (de “Atacama”), tem uma aparência estranha (a mandíbula e face subdesenvolvida, os 15 centímetros de comprimento e o fato de que tem apenas 10 costelas em vez de 12), mas é totalmente humano.
Os cientistas acreditam que o pobre Ata não é nem antigo – uma análise mostra que provavelmente morreu apenas algumas décadas atrás. A razão por trás de sua aparência pouco convencional ainda está em debate: alguns dizem que é um feto abortado, severamente malformado. Há também evidências de que ele pode ter tido 6 a 8 anos de idade no momento da sua morte, e sofria de uma forma extrema de nanismo, progeria ou outra doença que pode ter sido responsável pelo seu aspecto. De qualquer maneira, estamos quase certos de que você não vai acordar à noite com um indivíduo pequeno como esse escalando seu travesseiro com uma sonda.

Fonte: http://hypescience.com/5-descobertas-arqueologicas-macabras-que-tem-intrigado-especialistas/

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Estados Unidos lança avião espacial para nova missão com objetivos desconhecidos

EUA lançam avião espacial para nova missão com objetivos desconhecidos
A Força Aérea dos Estados Unidos lançou hoje a quarta missão do avião espacial não tripulado x-37B, que vai orbitar a Terra com objetivos não revelados pelas autoridades norte-americanas. 
O X-37B foi lançado hoje de Cabo Canaveral (Florida) às 15:05, segundo uma emissão da televisão da agência espacial norte-americana (NASA). 
A maior parte da informação sobre o avião espacial não tripulado é reservada e os objetivos e duração da missão são desconhecidos. 
Em dezembro de 2010, o avião espacial completou com êxito a sua primeira missão ao regressar à Terra depois de mais de sete meses de provas no espaço. 
A Força Aérea não revelou a trajetória orbital do avião desenvolvido em conjunto com a Boeing, nem as experiências que realiza no espaço. 
Alguns peritos têm salientado que aquele avião espacial poderá ser utilizado no futuro para espionagem.

Fonte: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=773826

Bullying leva pais a tirarem vítima da escola

Os pais acusam a escola de não terem tomado medidas para proteger criança de dez anos. O presumível agressor, apurou o PÚBLICO, foi sinalizado pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens do Seixal por "comportamentos graves com risco para terceiros".
 
Miguel Manso/Arquivo 

Uma menina de dez anos de idade a frequentar o 5.º ano de escolaridade deixou de ir às aulas a 4 de Maio, por decisão dos pais, que acusam a direcção do agrupamento de Escolas de Vale de Milhaços, em Corroios, de “não ter tomado qualquer medida para proteger” a filha de “agressões físicas e psicológicas” praticadas ao longo de meses por um colega. Ao que o PÚBLICO apurou, trata-se de um rapaz três anos mais velho, sinalizado na Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) do Seixal por “comportamentos graves com risco para terceiros”.

De acordo com Teresa Braz, mãe de F., a criança que alegadamente foi vítima de agressões, desde o início do ano lectivo que se registaram problemas entre o aluno mais velho e outros colegas, que deram origem a queixas pontuais de encarregados de educação. Até que, em Janeiro, “a maior parte dos pais das crianças da turma” subscreveu uma carta em que alertava formalmente a direcção da escola para as agressões reiteradas e apelava para que fossem tomadas medidas para evitar que a situação se mantivesse. No mesmo mês, Teresa Braz apresentou queixa na PSP e pediu o envio do processo para o Tribunal do Seixal (onde viria a ser ouvida, em Abril).

Segundo diz, apesar dos apelos “a escola não salvaguardou a segurança da filha e dos restantes alunos e as agressões continuaram”. “O D. deu-lhe bofetadas, pontapés, torceu-lhe um braço, empurrou-a, fazendo-a cair numa estrutura de cimento circular de onde tiveram de ser os colegas a tirá-la…”, enumera.

Conta que foi apenas depois de várias tentativas para resolver o problema – falando pessoalmente com o director de turma, com vários professores, com uma adjunta da direcção e com o próprio rapaz (a quem disse ter pedido que parasse de agredir a filha) – e após a décima agressão física e novas ameaças a F., a 29 de Abril que ela e o marido decidiram tirar a menina da escola.

Foram à CPCJ sinalizar que a criança iria deixar de frequentar as aulas, mas que continuaria a estudar e a deslocar-se ao estabelecimento de ensino para fazer os testes de avaliação, pelo que não se tratava de uma situação de abandono da escolaridade de obrigatória, mas de uma medida de protecção. Na mesma altura apresentaram nova queixa PSP e enviaram cartas para o Ministério da Educação e Ciência, para a directora do agrupamento, para o director de turma e para todos os professores, dando conta da decisão tomada. Terão informado ainda a direcção de que não arranjariam “um atestado médico falso para justificar as faltas, que irão explicar, oficialmente, como resultando da necessidade de protecção”.

Depois disso, Teresa Braz e o marido ainda chegaram a reunir-se, no dia 15 de Maio, com a directora do agrupamento, que, segundo contam, tentou convencê-los a levar a filha à escola, algo que recusaram, “por falta de garantias de que a situação se modificaria”. Afirmam que na altura já tinham conhecimento informal de que o rapaz teria deixado de frequentar a escola, por iniciativa própria, depois da publicação de uma notícia sobre as agressões publicada no diário Correio da Manhã, a 7 de Maio. Algo que não lhes oferecia qualquer segurança, dizem, na medida em que “ele poderia regressar a qualquer momento”.

“Tenho conhecimento de que aquele menino de 13 anos tem problemas, está a ser acompanhado por uma pedopsiquiatra e causa problemas desde que entrou no 1.º ano. Acho muito bem que o protejam e lhe dêem oportunidades, como disse a directora, mas não podem deixar de proteger igualmente as restantes crianças”, afirma.

Ao que o PÚBLICO apurou, a criança de 13 anos esteve sinalizada na Comissão de Protecção de Crianças e Jovens do Seixal por “comportamentos graves com risco para terceiros”. O processo que corria foi, no entanto, arquivado por “incumprimento reiterado” por parte da família – do jovem ou dos pais – e remetido ao Tribunal do Seixal em 26 de Junho de 2014. Não foi possível obter informações sobre o processo junto do tribunal, por ser este um processo judicial relativo a um menor.

“O processo de promoção e protecção foi remetido a tribunal por incumprimento reiterado do acordo de promoção, sendo que neste momento a CPCJ desconhece a situação actual do processo”, disse ao PÚBLICO a presidente da CPCJ Carla Silva que informou, por outro lado, que a CPCJ do Seixal não tem situações sinalizadas por bullying.

Segundo Teresa Braz, o MEC remeteu o caso para a Direcção de Serviços da Região de Lisboa e Vale do Tejo, que nesta quinta-feira a notificou de que estava a acompanhar o processo e que havia sido dado um prazo de dez dias à directora do agrupamento de escolas para se pronunciar sobre o assunto.

O PÚBLICO tentou falar com a directora do agrupamento, Ana Sofia Dias, e com a adjunta da direcção que terá acompanhado o caso, Glória Martins, mas estas fizeram saber que não estavam disponíveis para prestar declarações.

A Inspecção Geral da Educação e Ciência tem em curso um processo de averiguações.

Fonte: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/bullying-leva-pais-a-tirarem-vitima-da-escola-1696437

Polícia britânica recebeu queixas de abuso sexual contra 261 figuras públicas

A polícia britânica disse na quarta-feira ter recebido queixas relativas a abuso sexual de menores contra 261 figuras públicas, incluindo 76 políticos, desde o escândalo Jimmy Savile, quando o falecido apresentador da BBC foi denunciado por pedofilia.
Uma revisão das investigações pelas forças policiais identificou 1.433 suspeitos -- todos homens -- em casos de alegado abuso sexual por parte de proeminentes figuras públicas ou pessoas em instituições como escolas e hospitais.
Das 261 figuras públicas, 135 são do mundo da televisão, cinema ou rádio, 76 são políticos locais e nacionais, 43 da indústria musical e sete do desporto.
As investigações referem-se a 357 diferentes instituições, incluindo 154 escolas, 75 casas de crianças, 40 instituições religiosas e 14 estabelecimentos médicos, segundo o Conselho Nacional dos Chefes de Polícia.
No geral, houve um aumento de 71 por cento de queixas de abuso sexual de crianças desde 2012, quando o falecido Jimmy Savile, famoso apresentador da BBC foi exposto como pedófilo e predador.
Savile, que morreu em 2011 com 84 anos, é suspeito de ter abusado de crianças a partir dos oito anos durante mais de cinquenta anos, muitas vezes, em instituições como escolas e hospitais, onde trabalhou como voluntário.
"Estes números são gritantes. Eles indicam a escala de abusos de crianças com que a polícia está a lidar", disse Simon Bailey, que está a liderar a avaliação do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia.
"Muitas vítimas têm agora confiança para denunciar abusos, sabendo que vamos trata-lo com sensibilidade, respeito e ouvi-los", acrescentou.
O Governo anunciou o ano passado que foi aberto um inquérito independente para analisar a forma como as instituições e os organismos públicos trataram crianças nas últimas décadas. 

Fonte: http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=830329&tm=7&layout=121&visual=49

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Google é acusado de permitir piadas sobre pedofilia em serviço para crianças

Pela segunda vez o Google terá de se explicar acerca do YouTube Kids, versão do site de vídeos que tem o público infantil como público-alvo.

 

Google é acusado de permitir piadas sobre pedofilia em serviço para criançasGrupos de defesa da infância e dos consumidores contactaram a comissão federal do comércio americana (FTC, na sigla em inglês) para reclamar que o Kids está repleto de conteúdo considerado inadequado para os pequenos, conforme relata o Wall Street Journal.

Entre os exemplos apresentados pela Campaign for a Commercial-Free Childhood e pela Center for Digital Democracy contam desenhos com linguagem explicitamente sexual, piadas sobre pedofilia e uso de drogas; actividades como malabarismos com facas, experiências que envolvem ácidos de bateria; além de discussões adultas sobre violência familiar, pornografia e suicídio infantil.

Tudo isso foi exemplificado através de um vídeo levado à justiça. Nele, aparecem apenas imagens encontradas a 5 de Maio.

A FTC confirmou ao WSJ ter recebido as reclamações, mas informou que as investigações serão realizadas de forma privada.

No mês passado, o serviço infantil do Google esteve envolvido noutra polêmica: grupos similares aos que reclamam agora acusaram a companhia de usar o YouTube Kids para promover propagandas desleais e enganosas.

Fonte: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=773543

O Islão - Esse grande medo

Ahmed Abbadi, investigador e secretário-geral da Liga dos Ulemas

Carolyn Kaster

O historiador Jaime Nogueira Pinto entrevistou, nas vésperas do lançamento do seu novo livro "O Islão e o Ocidente", Ahmed Abbadi, líder islâmico e secretário-geral da Liga dos Ulemas. A entrevista, publicada originalmente na Revista do Expresso, passa a estar disponível também na sua edição online.

Foi lançado na passada sexta-feira o livro do historiador Jaime Nogueira Pinto que aborda, sem preconceitos e sem clichés, o assunto do Isão e do Ocidente. Esse é mesmo o título da obra - a que se acrescenta o subtítulo A Grande Discórdia - que a editora Dom Queixou publicou e onde se pretende responder à pergunta: como é que uma religião monoteísta, que produziu uma civilização próspera, culta e tolerante, está hoje “reduzida no imaginário ocidental” a uma ideia de fanatismo e intolerância.

Foi assim que Ricardo Costa, diretor do Expresso, sugeriu o livro no Expresso Curto desta quarta-feira, onde remete o leitor para a entrevista publicada na Revista E de sábado passado e que aqui agora também se apresenta, ao investigador Ahmed Abbadi, secretário-geral da Liga dos Ulemas, feita pelo próprio Jaime Nogueira Pinto para o Expresso.

A conversa teve lugar no passado mês de abril, em Marrocos. O professor Ahmed Abbadi é doutorado em Estudos Islâmicos pela Universidade Qaddi Ayyad de Marraquexe, onde leciona Religiões Comparadas e História do Pensamento Islâmico. Integra, desde 1995, um programa de cooperação com a DePaul University de Chicago como professor de Sociologia Norte-Africana. Em 2004, foi nomeado pelo rei Mohammed VI diretor dos Negócios Islâmicos e é, desde 2006, secretário-geral da Liga dos Ulemas de Marrocos.

Professor Abbadi, acha que há uma guerra de civilizações entre o Islão e o Ocidente? É um perigo real, é um cliché? E se é um cliché, será verdadeiro ou falso?

Há pessoas a quem esta guerra beneficia, por isso deitam achas para a fogueira. Mas o princípio comum ao Cristianismo e ao Islão, ou à civilização judaico-cristã e à civilização islâmica, é o do reconhecimento mútuo. É esse o registo em que se inscreve o Corão.

Portanto, na sua opinião, haverá pessoas que ganham com a ‘guerra de civilizações’ e que por isso fazem o possível para que se instale essa visão de confronto.

Absolutamente. Estão a atear e a alimentar a fogueira, apesar de o espírito ser mais o do reconhecimento mútuo, da aproximação, da complementaridade. Há momentos históricos, como durante o califado de Córdova, em que se viveu muito esse espírito. E foi um dos períodos mais ricos da história comum das nossas civilizações. Os seres humanos, por viverem experiências diferentes e enfrentarem diversos desafios, ganham outras capacidades, que não deixam de ser complementares. Não podemos, contudo, tirar partido dessa diversidade e complementaridade se não chegarmos ao reconhecimento mútuo, se não nos reencontrarmos, se não tivermos a humildade construtiva de nos aproximarmos uns dos outros para podermos usufruir das experiências acumuladas ao longo dos séculos. Esta seria, idealmente, a natureza das coisas... Mas há um veneno, uma toxina, que é o medo, que se instala nos nossos corações e os corrói, assim como corrói as civilizações e gera reações negativas. Daí assistirmos a excessos e à legitimação desses excessos. Se, por exemplo, perguntarmos ao Ocidente as razões da colonização, dir-nos-ão que era de uma missão civilizacional que se tratava...

É como em toda a ação humana, uma mistura de idealismo, de egoísmo, de religião, de saque... É sempre uma mistura.

O facto de se encontrarem todas essas justificações vai gerar, do nosso lado, uma série de reações. E as nossas brutalidades são depois também legitimadas pela vontade de nos libertarmos, de nos descolonizarmos, de conquistarmos uma independência mais afirmativa, mais condizente com o nosso orgulho. Vão sempre encontrar-se razões para justificar as brutalidades de parte a parte. Mas acho que já é tempo de pôr em marcha um movimento de equidade e reconciliação intercivilizacional, para que possamos sarar as feridas do passado — que são recíprocas e se vão sedimentando nos respetivos subconscientes. Temos que fazer esse exorcismo, essa reconciliação; sair da tensão em que vivemos e voltar à interdependência e ao reconhecimento mútuo.

Não acha que a reconstituição desse diálogo antigo de que fala seria mais fácil entre pessoas com algum sentido da fé e do sagrado? No caso do “Charlie Hebdo”, os caricaturistas praticavam sistematicamente agressões às crenças de um grande número de pessoas, justificando-as com a liberdade de expressão aquilo a que nos EUA se chama hate crime. Faziam-no não só com os muçulmanos, mas também com os católicos. E nem todos estarão dispostos a “dar a outra face”...

Acho que nada, absolutamente nada, legitima a violência e a brutalidade. Aquilo que nos devia preocupar é o laxismo educativo, formativo e mediático... Devíamos estar atentos a estas tendências que vão crescendo, não só no Ocidente, mas também no Oriente. Começam de uma forma que pode parecer inofensiva, mas pouco a pouco avolumam-se e transformam-se numa avalancha. Por isso, em primeiro lugar, temos de aprender a estar atentos a estes fenómenos que crescem e que, se não forem detetados de início, podem gerar atos abomináveis. Gostava de sublinhar que a exclusão piora muito estas situações, favorece o crescimento destas gangrenas. Por isso, precisamos de acompanhar estes fenómenos para os podermos cortar pela raiz, para podermos intervir no momento certo, de modo a que não cheguem a desenvolver-se. O que se passou em Paris não é mais do que uma amostra do que se passa diariamente no Médio Oriente ou nos Estados Unidos ou na Ásia. De um lado e de outro. Na Birmânia, por exemplo, assistimos a uma eliminação sistemática dos muçulmanos. A mesma coisa na África Central, na Bósnia, no Kosovo... No Paquistão, na Nigéria e no Quénia vemos, ao invés, atos de violência praticados contra não-muçulmanos. E isto tem que ver com o facto de não nos conhecermos, de não conhecermos o outro, de nos faltar a noção da realidade internacional, da necessidade de vivermos juntos. A verdade é que precisamos uns dos outros para nos completarmos. A atitude de confronto só reforça o veneno do medo, a toxina do medo, que é o que temos que erradicar para podermos assegurar um futuro mais radioso.

Em novembro de 2014, contaram-se mais ou menos 5000 vítimas do terrorismo jiadista. Praticamente todas muçulmanas, na sua maioria da Nigéria ou do Médio Oriente, mas morreram também muitos cristãos. O Ocidente só quase reage quando os massacres se passam aqui à porta. Alguns media exploram uma dialética arriscada, que consiste em apresentar sempre o ‘outro religioso’ como o inimigo, o perigoso, o subdesenvolvido. Hoje, no Ocidente, a ideia que a comunicação social passa do Islão e dos muçulmanos é que são todos fanáticos, que professam uma religião que prega o ódio aos não-crentes e aos crentes de outros credos. Não penso que seja assim, julgo que os muçulmanos responsáveis por estas ações e massacres usam a religião como um instrumento de manipulação política, ao serviço de uma estratégia política e mesmo geopolítica.

Há um versículo comum na Tora e no Corão que diz: “Quem mata uma alma, mata todas as almas humanas. E quem salva uma alma salva-as a todas.” Uma alma, quer seja muçulmana, cristã, ateia ou de qualquer outra confissão, é sempre uma alma. Quem a mata, fá-lo a todas as almas da espécie humana. O que aconteceu nos últimos anos é que houve mutações. Numa primeira fase, o discurso extremista exigia e proclamava a pureza. Era um discurso que pretendia que as coisas regressassem à fonte, às origens, à tradição profética e aos textos corânicos. Depois, houve uma primeira mutação, com a Al-Qaeda, um grupo que se apropriava da voz coletiva dos muçulmanos. Os membros deste grupo autoproclamavam-se defensores das liberdades e dos direitos e afirmavam que iriam retificar todas as afrontas feitas aos muçulmanos: o colonialismo; Israel; aquilo a que chamam a “conspiração para destruir a unidade islâmica”; o haver sempre dois pesos e duas medidas; a delapidação das fortunas mineiras e petrolíferas; a humilhação nos media, nos filmes, etc.; a infiltração ocidental em termos de valores; e, por último, este cocktail ‘iraquiano-afegão-centro-africano’... Assim, nesta primeira mutação, apropriaram-se da voz coletiva dos muçulmanos, autoproclamando-se porta-vozes de toda uma civilização. Agora, assistimos a uma segunda fase: uma nova mutação que oferece um sonho a uma massa de jovens desempregados, quase analfabetos, revoltados, que se regem pelo ódio e que não estão casados. Vêm oferecer-lhes um sonho que tem duas vertentes: a primeira é um sonho de dignidade: “Tu, que não estás casado, vem comigo e eu caso-te com a mais bela e mais crente das mulheres. Tu, que não tens trabalho, vem comigo e eu ofereço-te um cargo de ministro da defesa no Daesh (Estado Islâmico). Tu, que não fizeste os teus estudos como terias desejado, vem comigo e farei de ti um dos maiores sábios do Islão. Tu, que te sentes explorado, vem comigo e farei de ti uma pedra angular deste país que é o Daesh.” É um sonho de dignidade. A outra vertente do sonho é a unidade, que responde precisamente à causa que sempre encontramos na retórica dos extremistas, quando afirmam que há uma conspiração para destruir a unidade dos muçulmanos. Então: “Vem a mim e vamos construir essa unidade. Farei de ti um dos atores principais do futuro califado. Um califado que vai estender-se de Jacarta a Tânger.” São coisas muito cativantes, e não se pode responder a um sonho com uma lengalenga. Responde-se a um sonho com outro sonho, mais forte e mais atraente. E é aqui que devia entrar a criatividade dos nossos intelectuais, pondo em marcha um movimento global de equidade e de reconciliação intercivilizacional.

Estou inteiramente de acordo. E isso é particularmente importante porque assistimos a uma espécie de render da guarda jiadista, quando a Al-Qaeda parece eclipsar-se e o Estado Islâmico, que se constrói com base na destruição de alguns países do Médio Oriente, faz a sua aparição. O Ocidente, sobretudo os EUA, contribuíram muito para este tipo de fragmentação. Agora temos um movimento com um território. Antes, se os jovens muçulmanos fanáticos quisessem juntar-se à Al-Qaeda, era mais complicado, porque era de um movimento clandestino que se tratava. Agora, basta passarem a fronteira turca, entrar na Síria, e já estão no Estado Islâmico. Como é que se pode combater aquilo que tem um lado de sonho, mas que simultaneamente faz uma propaganda extraordinária e altamente agressiva?

O ponto fulcral é hoje a instauração do estado de terror, o state of fear. O estado de medo tem um efeito anestesiante. Não conseguimos refletir nem agir como devíamos, estamos sob o efeito da anestesia do medo. Mas é uma anestesia que não dura para sempre. Uma vez passado o efeito, vai gerar reações ainda mais brutais. Aquilo que estamos a testemunhar mostra que a ferramenta informática utilizada, a ferramenta cibernética, tem um efeito de atração, um efeito fator X que faz com que aquelas grandes produções sejam visionadas e seguidas. Há milhões de cliques nessas cenas violentas e brutais, o que prova que a verdadeira arena hoje não é geográfica — não é o Iraque, a Síria ou o Curdistão; a verdadeira arena, a primordial, é a arena dos intelectos, da mente, das fibras informáticas. Por isso, é preciso preparar outras mais poderosas, mais cativantes. E isso requer muita criatividade. Há estatísticas que referem que no Médio Oriente um rapaz ou rapariga de 18 anos terá já assistido, em média, a mais de 40 mil crimes, factual ou virtualmente — nos telejornais, mas também nos filmes e videojogos. Se não nos empenharmos em criar uma cultura alternativa, mais construtiva, com menos violência e brutalidade, se não nos preocuparmos com o enquadramento dos nossos filhos para que cresçam serenamente, se não prestarmos atenção aos valores veiculados por esses meios e não produzirmos contravalores, não podemos aspirar a ganhar esta guerra. Temos, portanto, a verdadeira arena de hoje: as fibras informáticas, a internet, os meios de comunicação social, os jogos de vídeo, as produções artísticas, todos eles veículos de violência e brutalidade. É como um pântano emocional. É certo que é necessária uma ofensiva securitária mas é também urgente, paralelamente, uma ofensiva educativa, mediática, artística, de reposição de valores. Porque eles não ultrapassam as 30 mil! É uma pequena aldeia…

Sim, mas, apesar de tudo, dominam sete ou oito milhões de pessoas…

É uma aldeia que poderíamos enfrentar, mas de forma inteligente, identificando os lugares onde vivem ou se escondem, que não são apenas factuais, mas também virtuais. Teríamos de rebater todos esses discursos atraentes do Daesh. Os do Estado Islâmico anunciam aos rapazes, por exemplo, que lhes vão arranjar miúdas jiadistas — “jihadist babes”. E às raparigas dizem que têm para elas garanhões jiadistas — “jihadist stallions”. Isto tem um enorme efeito de atração que age no subconsciente. Se não detetarmos esse fator X e não produzirmos um outro fator X, não podemos ganhar esta guerra.

É curioso isso que diz, porque li há pouco tempo um artigo no “Foreign Affairs” que ao comparar a Al-Qaeda com o Daesh, diz que o “Daesh é sexy” e Al-Qaeda nem tanto. A Al-Qaeda são uns senhores mais velhos, sábios, que vinham dizer umas coisas sobre a pureza, a religião, a teologia... Estes são mais brutais.

Mas eles são sofisticados, eles sabem muito bem o que fazem. Porque, como eu dizia, oferecem um sonho duplo à juventude, não apenas da região, mas à juventude internacional. Um sonho de unidade, um sonho de dignidade. E esses jovens contam com o facto de eles existirem no terreno, contam que eles lhes ofereçam coisas tangíveis, não apenas palavras ou slogans, mas coisas concretas, palpáveis. E isso para os jovens é muito atraente. Além disso, conseguiram renovar o discurso, dar-lhe uma imagem jovem. Não é a cara do Bin Laden ou de alguém semelhante. São jovens que estão ali, jovens em boa forma física.

Parecem ninjas saídos de um filme de ação ou de uma BD pós-moderna…

E jogam também com a cor, com o som, com os cenários...

O hino do Estado Islâmico tem uma toada épica, de apelo militar...

Sim... Jogam com os cenários, com a cor — laranja e negro — dominam a arte, são competentes... Mas a verdadeira proeza é terem conseguido dar uma imagem nova ao discurso e trazerem os jovens para a linha da frente. E os jovens, depois da primavera árabe de 2011, estão francamente fartos de serem mandados por velhos, não querem saber de uma chefia de cinquentões. Precisam de agarrar as coisas com as próprias mãos. Acham que foram traídos vezes sem conta por governos e governantes que não souberam estar à altura, que não mostraram coragem, bravura, a atitude cavalheiresca de acompanhar as massas em vez de as venderem. Dizem que é mais do mesmo. Têm também a astúcia de fingir que não têm conteúdo intelectual... Mas têm. Se formos ao site do Estado Islâmico na internet...

A revista “Dabiq” é tecnicamente muito bem feita...

Sim. Se virmos o spot que lançaram nos meios de comunicação social, vemos que há ali uma forte vertente religiosa. É um discurso que se centra na dimensão jurisprudencial do Islão. Querem, por essa via, proclamar-se guardiães do templo, os verdadeiros fiéis, os que fundamentam nos textos toda a ação. Inscrevem-se nesse registo jurisprudencial, reunindo provas que justifiquem e legitimem todos os seus passos e iniciativas. Há, de facto, um pensamento — nada é gratuito. E se seguirmos atentamente o discurso, se o desconstruirmos, percebemos que há ali muito orgulho. Circula por aí um livro, “Le Resumé de la Quête de la Science Noble”, de um tal Abdel Kader ben Abdel Aziz, que advoga a violência e a exclusão e que se gaba de apresentar o Fiqh e a legislação islâmica na sua forma mais “genuína”.

Mas, qual é a forma genuína ou a mais genuína? Porque aí é que está o grande problema da interpretação dos textos...

Lá está, é a interpretação porque, uma vez mais, a arena não é apenas uma arena geográfica, topográfica. É a arena das fibras informáticas, da internet, dos intelectos, do subconsciente, mas também do texto, da compreensão do texto. Porque estes homens apresentam-se como os verdadeiros sábios, autoproclamam-se os únicos que possuem as credenciais escolásticas, os mais habilitados para interpretar o texto. Dizem que os outros sábios são funcionários dos Estados, são pagos pelos Estados e que por isso não nos podem inspirar confiança e nunca nos poderão transmitir o pensamento puro. Temos que ter consciência desta dimensão agressiva do discurso do Daesh e só a podemos combater com um discurso alternativo.

E no Islão há uma dificuldade acrescida, que não existe ou que só existe em menor grau, por exemplo, na Igreja Católica, onde é a própria Igreja que faz a interpretação e a atualização da palavra. No Islão não há esse tipo de autoridade central...

Não, mas isso pode até ser uma vantagem, porque como há várias interpretações, aquela que reunir o maior número de provas é a que é aceite. As interpretações do Daesh não estão tão bem ancoradas na palavra como eles querem fazer crer. Então, a produção de contraexemplos e contraprovas é possível e acessível.

Isso lembra-me a velha controvérsia sobre o “verdadeiro Marx”. A propósito do marxismo e da revolução comunista, muita gente dizia que Marx não queria nada daquilo — o socialismo real, o partido único, o Estado policial, a opressão. Mas o que é facto é que era uma leitura possível. Faço-lhe a mesma pergunta para o Islão: claro que não é a única leitura, nem talvez a verdadeira leitura, mas é ou não possível esta interpretação que o Estado Islâmico faz do Corão?

Não. É uma interpretação completamente falsa. Porque qualquer leitura, em qualquer religião, não pode ser feita sem ter em consideração a cosmologia geral dessa religião. É, como dizem os alemães, a Weltanschauung. Esta Weltanschauung é, de certa maneira, a imagem holística que permite encaixar as peças do puzzle, cada uma no seu lugar apropriado. Precisamos dessa cosmologia, dessa visão de conjunto. E é precisamente aqui que eles perdem o comboio. Porque os sábios do Islão sempre sublinharam esta visão de conjunto. Basta pegar no exemplo de Abu Hanifa, um dos grandes sábios do Islão, que tem o seu próprio rito islâmico, ou do imã Malik, do imã Shafii, do imã Ahmad ibn Hanbal, todos estes imãs ilustres fazem a articulação entre rito e visão do mundo, destacando as dimensões do “reconhecimento mútuo” e da “beleza de religiosidade” e sublinham esta Weltanschauung. Ou seja, esta legislação, esta grande legislação que preside ou deve presidir a toda a jurisprudência. Assim, os textos jurisprudenciais são meros detalhes, semelhantes às peças do puzzle que devemos encaixar no lugar para que possam compor essa imagem global, essa visão de conjunto, essa Weltanschauung. Se não tivermos isso presente, podemos pegar numa qualquer peça, colocá-la num qualquer lugar e afirmar que se trata de uma nova perspetiva, de uma nova imagem. Não podemos defender que a erva é azul só porque pegámos nas peças que estão no cimo do puzzle e que representam o céu ou o mar e as mudámos de lugar. E não podemos dizer que o céu é verde e defender que é uma leitura possível. A leitura só é possível no contexto da Weltanschauung, de uma determinada cosmologia. Fora desse contexto, não podemos afirmar que existam leituras possíveis. A primeira condição é que a peça encaixe na imagem que é global. Se a peça não estiver no sítio certo, temos que tirá-la e fazer um esforço para descobrir o local apropriado para a voltar a pôr. Há uma ciência que se chama Usul al-fiqh, isto é, o estudo das fontes da jurisprudência. E essa ciência gerou uma outra, que é a compreensão da finalidade da sharia. Se estivermos conscientes da finalidade da sharia, temos uma perspetiva global. É a diferença entre o construtor e o arquiteto. O construtor segue o projeto ao pormenor e no pormenor; não pode deslocar uma tomada elétrica, porque o projeto de pormenor indica que a tomada tem que ficar rigorosamente a 30 cm do chão. O arquiteto tem outra flexibilidade, precisamente porque tem uma visão de conjunto, porque imagina a casa numa perspetiva global e, por isso, tem em conta vários parâmetros: de estética, funcionalidade, acessibilidade, segurança... Pode mudar a posição da tomada em função de todos estes aspetos. É precisamente nisto que podemos combater o pensamento extremista, que não toma em consideração a Weltanschauung. Os extremistas afirmam-se detentores da verdade, quando afinal se baseiam em pormenores, e o que acontece é que essas ‘peças’ de pensamento não têm uma lógica harmoniosa que as junte de forma a que correspondam e comuniquem a visão global. Mas isto deveria ser divulgado de forma mais audível e eficaz. Há pessoas que não perceberam ainda isto, e dizem que é uma leitura possível — quando o não é. Gostava de voltar à multiplicidade de perspetivas, pois nem todas são lícitas. Uma interpretação não pode basear-se na mera vontade pessoal, tem que assentar na dedução, numa argumentação que deveria ser mais forte do que aquela ou aquelas que tenta rebater. Se essa argumentação for ‘quebrável’, então que se abandone; se se aguentar, que seja bem-vinda. É uma questão de prova contra prova e não apenas de vontade contra vontade.

Na base de muitas argumentações jiadistas está o facto de darem o mesmo valor a um hadith [relatos de episódios da vida do profeta Maomé compilados a partir da tradição oral] do que ao próprio texto original do Corão. Não lhe parece que essa sobrevalorização dos hadith é manipulada por interesses políticos?
Claro que sim. Um hadith não pode ser tirado do contexto em que foi pronunciado. É precisamente a contextualização de um hadith que nos ajuda a compreendê-lo. Não o podemos ler como se tivesse caído do céu de paraquedas, como que vindo do nada.

E acha que não há aquilo a que chamamos, por exemplo, a propósito do direito justiniano, interpolações, adendas cuja intenção possa ser a de salvaguardar, a de permitir, uma determinada coisa que eu queira fazer?

Claro que há manipulações, é precisamente a isso que assistimos agora: uma manipulação da interpretação, que, retirando os hadith e os versículos corânicos do contexto, reivindica a posse da verdade e da realidade. A tarefa dos sábios do Islão é, justamente, mostrar esse embuste, denunciar essa descontextualização e manipulação dos hadith. Mas para isso é necessário ter credibilidade, e daí a necessidade de reforçar as capacidades dos que o possam fazer. Criar novos ícones, reforçar o poder dos sábios do Islão, dar-lhes uma maior visibilidade, amplificar a sua voz para que possam ser ouvidos. Precisamos de ícones.

Há o risco de as pessoas no Ocidente — laicos, cristãos, ateus — começarem a tentar ensinar aos muçulmanos como é que devem viver a sua religião. O que não deixa de ser ridículo. É preciso que sejam os próprios muçulmanos a fazer este tip de reflexão.

Claro, mas nenhum sábio dirá que não a um conselho, venha ele de onde vier. Um conselho é sempre bem-vindo. Mas sim, estou de acordo consigo, do ponto de vista da responsabilidade principal. É, em primeiro lugar, aos muçulmanos que cabe enfrentar estes embustes de interpretação e de execução. Mas toda a ajuda, se a houver, não pode deixar de ser bem-vinda.

O ano de 1979 foi o ano da tomada do poder no Irão por Khomeini, do ataque à grande mesquita de Meca e da invasão soviética do Afeganistão. Foi um ano de viragem; este tipo de nova vaga ideológica islâmica começou aqui. A Al-Qaeda começou com ‘A Base’ no Afeganistão; depois do assalto a Meca, alguns dirigentes sauditas tiveram medo e por isso encorajaram ou financiaram os mais radicais dos movimentos radicais; e houve também o Irão, que difundiu uma imagem violenta e sectária do Islão, uma imagem primitiva... Concorda?

Bem, o que acabou de enumerar é uma amálgama infeliz, precisamente uma viragem histórica, já que em 1979 houve no Irão a instauração do Estado Islâmico baseado nos preceitos xiitas, que defendem uma interpretação específica dos textos do Islão fundamentada na narração da família do profeta, da descendência do profeta. Depois houve também um despertar dos fantasmas do passado, trabalhados por alguns historiadores e peritos, tal como o conceito de al-Mahdi, isto é, o imã esperado, que viria para trazer à terra a justiça depois de a terra ter sucumbido à injustiça e ao caos. Há quem acredite nisso e quem tenham querido e queira infiltrar o reino islâmico por essa porta, afirmando-se soldados de al-Mahdi. Devo salientar aqui que esta crença é partilhada por xiitas e sunitas. Mas o que as pessoas esquecem é que, na Suna, o al-Mahdi não pode anunciar-se como tal, não pode revelar-se. Só poderemos saber quem era, só poderemos identificá-lo depois de ter partido. Assim, ninguém, a não ser os profetas, pode anunciar a chegada do al-Mahdi, do redentor. Nada nem ninguém. É uma coisa que foi bem vincada pelos sábios do Islão. Houve um crescimento desse fosso de parte a parte. Uns proclamavam-se descendentes do profeta, outros justiceiros de Deus, outros cavaleiros de Deus.

Alguém que vem para anunciar o fim dos tempos, para nos salvar...

Precisamente. O cordeiro de Deus, o enviado, os três magos do século XXI... Todos nos lembramos do que se passou na Guiana com Jim Jones, em Waco com David Koresh...

Para terminar, sobre a questão da guerra de civilizações: no passado, os cristãos e os muçulmanos lutavam regularmente, mas hoje, com o tipo de armas que temos, se entrarmos num confronto de civilizações, talvez no fim não sobre nada. É o grande perigo de tudo isto.

Eu tenho confiança em nós, homo sapiens; acho que somos mais inteligentes do que isso. Penso, sinceramente, que não somos os imbecis que nos tentam convencer que somos. Acho que somos seres sublimes, bons, inteligentes, realistas, que vamos superar este desafio e vamos conseguir escrever as páginas de uma nova história comum.

Fonte: http://expresso.sapo.pt/cultura/2015-05-20-O-Islao-esse-grande-medo

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