
Uma mulher e oito homens morreram, este domingo, depois de terem sido pisados durante uma festa de funk
em Paraisópolis, no estado brasileiro de São Paulo. Ficaram ainda sete
outras pessoas feridas. Há duas versões do que aconteceu antes: a da
polícia, que diz que chegou ali em perseguição de dois suspeitos que os
atacaram, e a dos familiares das vítimas: que dizem que houve uma
emboscada.
O caso aconteceu esta madrugada, segundo a versão oficial da polícia relatada pelo Estadão,
eram 5h00 em São Paulo. Na zona da festa estavam seis motas da polícia
para reforçar a segurança do evento que contava com cerca de 5 mil
pessoas numa festa. A Globo
, no entanto, fala numa operação no âmbito da “Operação Pancadão”, que
tem sido realizada para impedir a perturbação do sossego, fiscalizando
assim a emissão dos ruídos das viaturas em circulação. Foi por esta
altura que uma mota com dois ocupantes ali passou e abriu fogo contra os
agentes policiais, que lhe moveram uma perseguição.
A dupla, descreve ainda a Globo, fugiu em direção ao local da festa
e, na versão da polícia, misturouse- com a multidão, continuando a
disparar e deixando todos que ali se encontravam em pânico, gerando
mesmo tumultos. A polícia foi então reforçada, mas recebida com pedras e
garrafas, gerando-se uma grande confusão com pessoas a caírem a e a
tropeçarem umas nas outras. Foi nessa altura que os polícias dispararam
munições químicas para dispersar a multidão, o que levou a que nove
pessoas morressem pisadas.
A Globo traz, no entanto, relatos de
várias pessoas que estavam na festa e que acusam a polícia de abuso de
força. Explicam que a polícia fechou a rua e começou a usar balas de
borracha, cassetetes e spray de gás-pimenta. E nas redes sociais
multipilicam-se publicações de vídeos com alegadas agressões de
polícias.
Também ao Folha de São Paulo,
os familiares das vítimas dizem mesmo que o que a polícia fez foi uma
“emboscada”, com vários relatos de jovens que dizem ter sido agredidos
quando tentavam fugir do local mal estalou a confusão.
“Foi um desespero. Todo o mundo correndo tentando salvar a própria vida. Vi gente de desacordada e gente morta (…) Fomos encurralados. Foi cassetete, garrafada, muita bomba e correria”, descreveu Vinicius Martins, 18 anos.
Desconhecem-se para já a idade das vítimas, mas a mais nova terá 14 anos.
A
polícia mantém a versão que a perseguição está comprovada pelos
registos das comunicações e que foram mesmo encontradas duas munições
dos suspeitos. Já a mota e os suspeitos estão por localizar. “Não houve
tentativa de dispersar toda a multidão”, ressalvou o responsável da
polícia citado pelo Estadão, tanto que o baile prosseguiu até às 10h00.
“Uma pessoa tropeçou e caiu. Outras estavam tentando sair e
pisaram-nas”, simplificou.
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