
Mais de 1.200 pessoas terão morrido este ano na África Austral e
Oriental em desastres naturais associados às alterações climáticas,
afirmou segunda-feira a organização Save The Children.
Estes números foram impulsionados pelos ciclones, inundações e deslizamentos de terra
que abalaram países como Moçambique, Zimbabué, Maláui, Quénia, Sudão ou
Somália, explicou a organização. Segundo a Save The Children, as
consequências das alterações climáticas terão levado a que, este ano, 33 milhões de pessoas na região sofressem de insegurança alimentar, estimando que 16 milhões destes sejam crianças.
As consequências das alterações climáticas terão ainda, de acordo com a
organização, levado a que um milhão de pessoas abandonassem os seus
lares, criando “riscos adicionais para que as crianças sejam exploradas,
separadas das suas famílias, ou que abandonem a escola”. “Os resultados desta análise são sombrios
e mostram que a crise climática está a consolidar, ainda mais, a
desigualdade, a pobreza e o deslocamento da África Oriental e Austral”,
afirmou o diretor da Save The Children para a região, Ian Vale.
“Enquanto líderes mundiais se reúnem para a COP25, pedimos que tomem
decisões firmes para reduzir o impacto das mudanças climáticas e para
garantir que as vidas e o futuro das nossas crianças são protegidos”,
acrescentou Vale.
A cimeira das Nações Unidas sobre o clima (COP25) começou segunda-feira
em Madrid, com a presença de 50 líderes mundiais, incluindo o
primeiro-ministro português, António Costa.
Durante a 25.ª Conferência das Partes (COP 25) da Convenção-Quadro
das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que se prolonga até 13 de
dezembro, são esperadas delegações de 196 países, assim como os mais
altos representantes da União Europeia e várias instituições
internacionais, o que pressupõe “a totalidade dos países do mundo”, de
acordo com um comunicado do Governo espanhol.
Em março, o ciclone
Idai atingiu Moçambique, Comores, Madagáscar, Seychelles e Tanzânia,
provocando mais de 1.300 mortos e afetando cerca de 1,5 milhões de
pessoas. A intempérie provocou cheias intensas que arrastaram aldeias,
pontes, estradas e outras infraestruturas, criando lagos gigantescos que
levaram semanas a desaparecer. Pouco tempo depois, em abril, a região
voltou a ser atingida por um ciclone, o Kenneth, que matou mais de 50
pessoas.
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