Seis organizações não-governamentais avançaram com um processo judicial contra a França por alegada discriminação racial por parte da polícia nas ações de verificação de identidade.
As organizações, incluindo a Human Rights Watch e a Amnistia Internacional, consideram que a polícia francesa apresenta um padrão racial que “visa pessoas de ascendência africana ou árabe” nas verificações de identidade, no país.
Os grupos de direitos humanos não vão pedir compensações e indemnizações por danos causados, mas exigem a aplicação de “profundas reformas” que venham a garantir que fatores de ordem racial não sejam determinantes na ação da polícia.
O primeiro-ministro, e os ministros do Interior e da Justiça do governo de França foram notificados por carta.
As várias organizações não-governamentais tencionam fornecer mais detalhes sobre a ação judicial mais tarde numa conferência de imprensa, em Paris.
Esta não é a primeira vez que a polícia francesa é acusada de atitudes racistas.
Em novembro de 2020, três policias franceses foram suspensos depois de terem sido filmados a espancar um produtor de música, no seu estúdio em Paris.
O produtor de música explicou que estava a andar na rua sem máscara – violando uma das regras para conter a pandemia de covid-19 – e que entrou no estúdio assim que viu a polícia, para evitar ser multado. No entanto, os agentes seguiram-no para dentro do estúdio e atacaram-no, disse.
Perante este tipo de acontecimentos, no passado, Emmanuel Macron já tinha prometido lutar contra a violência da polícia, um fenómeno que, no entanto, salientou tratar-se de casos isolados e não de um problema generalizado às forças policiais.
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