Em abril de 1918, enquanto o mundo tinha os olhos postos numa Grande Guerra, as crianças da Califórnia, nos Estados Unidos, massacravam mais de 100 mil esquilos.
Nessa altura, conta o site IFLScience, os esquilos terrestres da Califórnia (Otospermophilus beecheyi) eram considerados uma praga neste estado norte-americano, por devorarem, todos os anos, colheitas que valiam muitos milhões de dólares.
Depois das várias tentativas frustradas dos agricultores na sua perseguição, as autoridades da Califórnia tiveram uma ideia: dar essa árdua tarefa às crianças. Para isso, lançaram uma campanha de propaganda, no valor de 40 mil dólares, contra estes animais.
A campanha, que envolveu a criação de competições entre escolas e alunos para ver quem conseguia matar mais esquilos, foi lançada pelo comissário estadual George H. Hecke. O responsável convocou as crianças a formarem uma verdadeira “companhia de soldados”, que seria responsável por destruir “o exército de esquilos”.
E depois da campanha de propaganda, veio a matança. Naquela que foi chamada de “semana do esquilo”, as crianças foram convidadas a levar para a escola as caudas como prova da morte dos animais.
Segundo o mesmo site, os métodos para tirar a vida aos esquilos iam desde veneno a tiros. “Todos os dispositivos de extermínio da guerra moderna serão usados no esforço para aniquilar o exército de esquilos, incluindo cevada envenenada e outros agentes destrutivos”, pode ler-se numa reportagem daquela época.
A campanha foi claramente eficaz, já que, em apenas uma semana, foram levadas para as escolas quase 105 mil caudas. Então, o comissário felicitou as crianças através do jornal local pelo seu “serviço patriótico” e encorajou-as a fazê-lo nas suas horas livres.
https://zap.aeiou.pt/criancas-california-esquilos-369461
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