O Presidente do Kosovo, líder guerrilheiro durante a guerra pela independência em relação à Sérvia, nos anos 90, demitiu-se, esta quinta-feira, para enfrentar acusações de crimes de guerra e contra a Humanidade num tribunal especial em Haia.
Hashim Thaci anunciou a sua renúncia ao cargo numa conferência de imprensa realizada, esta quinta-feira, em Pristina, capital do Kosovo.
“Não vou comparecer em tribunal como Presidente e, por isso, renuncio hoje para proteger a integridade do Estado”, disse o chefe de Estado aos jornalistas.
Segundo adiantou Thaci, irá a Haia, sede do Tribunal Especial para o Kosovo, para se entregar voluntariamente e defender a sua inocência.
No Kosovo, muitos consideram que o Tribunal Especial, estabelecido através de uma emenda na Constituição do Kosovo, é uma instituição injusta pelo facto de as forças sérvias terem também efetuado massacres durante o conflito, que terão provocado cerca de 10 mil mortos. Mais de 1600 pessoas permanecem desaparecidas.
A intervenção do exército da Sérvia no Kosovo, para combater os pró-independentistas armados albaneses, motivou o envolvimento da NATO através de intensos ataques aéreos contra a Sérvia, e ainda no Montenegro, entre março e junho de 1999, quando foi assinado um acordo de tréguas em Kumanovo, cidade da Macedónia do Norte.
Na sequência desde acordo, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a resolução 1244 que confirmava a integridade territorial da Sérvia. Ao basear-se nesta decisão, Belgrado recusou reconhecer a independência da sua antiga província, declarada de forma unilateral em 2008 e de imediato legitimada por diversos países ocidentais, com destaque para os Estados Unidos.
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