De acordo com a agência de migração da ONU, mais de 70 pessoas foram encontradas na praia de al-Khums, no oeste da Líbia, depois de mais um naufrágio devastador no Mediterrâneo.
O barco transportava mais de 120 pessoas, incluindo mulheres e crianças. 47 sobreviventes foram trazidos à costa pelas autoridades, mas pelo menos 74 pessoas morreram no naufrágio.
Esta é a última de uma série de tragédias que envolveram pelo menos três naufrágios no espaço de dois dias, e que causaram cerca de 90 óbitos, incluindo uma criança de seis meses que morreu na quarta-feira, diz o The Guardian.
‘‘Apesar do enorme esforço de nossa equipa médica, um bebé de seis meses acaba de morrer. Solicitamos evacuação urgente para outras pessoas em estado grave, mas ele não sobreviveu. Que dor e que tristeza!” escreveu a organização não governamental espanhola Open Arms no Twitter.
“Quando as nossas equipas de resgate chegaram viram um cenário dramático”, revelou Riccardo Gatti, presidente da Open Arms Itália.
“Fizemos todos os possível para resgatar os que estavam a bordo”, disse a equipe médica da ONG Italian Emergency, que opera a bordo do Open Arms. “Tudo isso aconteceu a poucos quilômetros de uma Europa indiferente. Em vez de preparar um sistema estruturado de busca e resgate, continuam a enterrar a cabeça na areia, fingindo não ver o cemitério em que o mar Mediterrâneo se tornou”, refere a organização.
‘‘A mudança é necessária agora, mais do que nunca, para garantir um resgate eficaz no mar e evitar novas tragédias ’’, disse Flavio Di Giacomo, porta-voz da Organização Internacional de Migração (OIM). Só em 2020, “mais de 10.300 migrantes foram intercetados no mar e enviados de volta para a Líbia”, recordou Di Giacomo.
Segundo os dados da OIM, desde o início de outubro, pelo menos 30 migrantes morreram no mar enquanto tentavam chegar a Itália. Desde o início de 2020, cerca de 575 pessoas morreram no Mediterrâneo central, mas o número real estimado pode ser consideravelmente maior, diz a organização.
O Open Arms é atualmente o único barco de resgate de ONGs que opera no Mediterrâneo central. Muitos outros barcos de resgate estão bloqueados em portos italianos porque as autoridades recusam-se a autorizar a sua partida.
https://zap.aeiou.pt/desastre-migrantes-praia-libia-359253
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