O ambiente tenso que se vive em Israel parece estar para durar. O número de mortos palestinianos já é superior a uma centena, sendo que várias crianças e mulheres foram atingidas nos ataques. O Hamas diz estar preparado para cessar-fogo, mas Israel rejeita tréguas.
Segundo o The Guardian, decorriam as primeiras horas da madrugada de ontem quando enormes chamas vermelhas iluminaram os céus de Gaza, enquanto rajadas ensurdecedoras de tiros podiam ser ouvidas na periferia da cidade.
Na quinta-feira, as forças terrestres e aéreas de Israel começaram a atacar com muito mais força diversos alvos em Gaza. Foram disparados, mais de 500 tiros de artilharia e tanques concentrados na fronteira do enclave, juntando-se aos bombardeamentos massivos de 160 aviões de combate com 450 mísseis descarregados contra mais de 150 posições das milícias de Gaza.
Como noticia o Jornal de Notícias, este é uma escalada muito significativa no conflito Israel-Palestina, que dura há décadas desde 1948, data do estabelecimento da nação israelita.
O fogo de artilharias pesadas, com intenso bombardeamento, foi direcionado, dizem os militares israelitas, para atingir especificamente a grande rede de túneis dos militantes palestinianos do Hamas. Contudo, muitos civis foram atingidos.
O jornal diário revela que o número de mortos do lado de Gaza chegava ontem à noite a 119, incluindo 31 crianças e 11 mulheres. O número de feridos subiu para 830, mais 200 no espaço de 10 horas, referiu o Ministério da Saúde de Gaza.
Atualmente, há agora mais de 200 casas e pelo menos 25 escolas destruídas ou severamente danificadas em Gaza devido aos ataques aéreos de Israel. O acesso dos residentes a água potável está limitado, e há cortes de energia e danos na rede de distribuição, começando a surgir apagões. Por sua vez, os hospitais e empresas recorrem já a geradores, mas o combustível já escasseia.
Enquanto isso, o Hamas e outros grupos militantes da Palestina continuam a disparar rockets contra Israel, que ativaram as agudas sirenes de alerta em Telavive, Yavne, Sderot, Rahat e outras cidades da costa israelita.
Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro do país, garante que “o Hamas vai pagar um preço alto pelos ataques a Israel”.
“Ainda não foi dita a última palavra desta operação, que só terminará quando for necessário”, ameaçou. O exército ordenou o envio de três brigadas para a fronteira com Gaza, enquanto mobilizou mais nove mil reservistas.
Já as autoridades do Hamas sinalizaram entretanto estar prontas para um cessar-fogo, revelou a estação de TV Al Jazeera, mas Israel mantém a sua rejeição à trégua enquanto os rockets continuarem a cair.
Tragédia abala família
Dez membros de uma mesma família foram este sábado mortos num ataque aéreo israelita no oeste da Faixa de Gaza, anunciaram os serviços de socorro palestinianos.
Entre as vítimas há oito crianças e duas mulheres, mortas quando se encontravam no seu imóvel de três andares situado no campo de refugiados de Al Shati, segundo as fontes de Gaza.
O exército israelita anunciou durante a noite pelo menos cinco ataques contra a Faixa de Gaza.
Entre os alvos estavam, segundo um comunicado do exército, um dos quartéis-generais de Taoufik Abou Naim, comandante das forças de segurança do grupo islamita Hamas, assim como vários “locais de lançamento de ‘rockets'” no norte e no sul do enclave e edifícios do “serviço de informações militares” do Hamas.
Uma dezena de ambulâncias egípcias entrou hoje na Faixa de Gaza para transportar feridos devido à escalada de violência entre israelitas e fações palestinianas, a pior em sete anos, informou a representação palestiniana no Egito.
Num comunicado publicado na rede social Facebook, a embaixada descreve a situação, apontando que o tratamento hospitalar dos feridos está a ser garantido em hospitais egípcios.
https://zap.aeiou.pt/cenario-gaza-israel-rejeita-treguas-402785
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