Cerca de 18 milhões dos 22 milhões de comentários enviados, em 2017, à entidade reguladora das comunicações dos Estados Unidos sobre o fim da Neutralidade da Internet eram falsos.
Uma investigação levada a cabo pela procuradoria-geral de Nova Iorque revelou que 18 milhões dos 22 milhões de comentários enviados à entidade reguladora das comunicações dos Estados Unidos em 2017, referentes ao fim da Neutralidade da Internet, eram falsos.
De acordo com o The New York Times, as opiniões fabricadas estão associadas a uma campanha de 4,2 milhões de dólares, cerca de 3,4 milhões de euros, da Broadband for America, um consórcio composto pelos principais fornecedores de Internet norte-americanos, que incluem a AT&T, Charter e Comcast.
O objetivo da campanha era arranjar pessoas para defender o fim da Neutralidade da Internet no país. Esta política obrigava os fornecedores de Internet a tratar todos os sites, serviços e aplicações online da mesma forma.
“As vozes americanas estão a ser apagadas por massas de comentários falsos e mensagens submetidas ao Governo para influenciar o processo de decisão“, apontou Letitia James, procuradora-geral de Nova Iorque, em comunicado.
“Em vez de procurarem realmente respostas reais do povo norte-americano, as empresas de marketing estão a atrair indivíduos vulneráveis para os seus sites na Internet com ofertas gratuitas”, acrescentou.
Alguns comentários tinham nomes de pessoas que nunca enviaram informações à FCC, obtidos ilegalmente de bases de dados de publicidade ou ciberataques. Outros eram assinados por pessoas que autorizaram dar dados pessoais em troca de livros de receitas, descontos para filmes ou amostras grátis de comprimidos para melhorar a libido masculina, e foram recolhidos por empresas de marketing contratadas pela Broadband for America.
As fornecedoras de telecomunicações não vão ser alvo de represálias. Os comentários de terceiros foram recolhidos por empresas de marketing contratadas pela Broadband for America, pelo que a equipa de James nota que não há provas de que os fornecedores tenham tido “conhecimento direto da fraude”.
N.E.: O ZAP defende que os utilizadores têm o direito a aceder à Pipoca Mais Doce com tanta rapidez como acedem à Fox News. Na data em que a FCC aprovou a lei que então pôs fim à neutralidade da Internet nos Estados Unidos, o ZAP clarificou a sua posição de defesa desse princípio, atualizando o seu Estatuto Editorial.
https://zap.aeiou.pt/oposicao-neutralidade-internet-falsificada-401731
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