sábado, 29 de agosto de 2020

Continental admite que fez parte da “máquina de guerra” de Hitler e explorou trabalhadores forçados “até à morte” !

A empresa alemã Continental AG admitiu esta semana que contribuiu para a “máquina de guerra” de Adolf Hitler, tendo para isso utilizado cerca de 10.000 trabalhadores forçados, alguns dos quais explorados até “à exaustão e morte”.
O estudo, encomendado pela própria empresa do setor automóvel, foi levada a cabo pelo historiador Paul Erker, que investigou a papel da Continental durante o regime nazi na Segunda Guerra Mundial, conta a revista norte-americana Forbes.
“Encomendamos o estudo para ter mais certezas do que nunca sobre o capítulo mais sombrio da história da nossa empresa”, disse o CEO da Continental, Elmar Degenhart.
Citado em comunicado, Degenhart sublinhou que este estudo é uma oportunidade para melhor entender a identidade da empresa e projetar um futuro melhor para as pessoas.
O estudo, que culminou num livro com mais de 800 páginas, mostrou que “a Continental era uma parte importante da máquina de guerra de Hitler“, continuou Degenhart.
De acordo com a publicação, a Continental produziu, entre 1933 e 1945, uma variedade de componentes de produtos de consumo e armamento de que o regime nazi precisava, como pneus, tubos para sistemas de travões dos tanques, elementos para aeronaves e para o míssil teleguiado Fieseler Fi 103 (V1), bem como solas de sapatos.
A Continental, à época a maior produtora de materiais de borracha do mundo, produzia também máscaras de gás, tendo sido uma fornecedora vital para o exército de Hitler.
Para fabricar ou testar estes produtos, a empresa usou 10.000 trabalhadores forçados.
“Nos últimos anos de guerra, foram prisioneiros de campos de concentração (…) Era utilizados, por exemplo, na produção de máscaras de gás ou na transferência da produção para o subsolo”, detalha a Continental na mesma nota.
O historiador responsável pelo estudo recordou ainda que a empresa se aproveitou da mão-de-obra dos prisioneiros do campo de concentração de Sachsenhausen (Alemanha), que eram obrigados a caminhar ou a correr dezenas de quilómetros para testar os sapatos.
Alguns deles, frisou, foram “explorados e maltratados” até “à exaustão e à morte”.
Degenhart afirmou que as condições de vida e trabalho destas pessoas eram “desumanas”.
O responsável do Recursos Humanos da Continental acrescentou ainda, citado na mesma nota, que a cultura da empresa foi “deformada não apenas por fora, mas também por dentro”, reiterando ainda que  esta situação mostra que as culturas corporativas podem mudar “rapidamente sob a pressão de regimes políticos e influências sociais opostas.
https://zap.aeiou.pt/continental-admite-parte-da-maquina-guerra-hitler-explorou-trabalhadores-forcados-ate-morte-343325

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