quarta-feira, 27 de abril de 2022

Rússia avança no Donbass e teme-se “nova Bucha” em Izyum !


A Rússia está a intensificar a sua ofensiva na região do Donbass. Enquanto isso, teme-se a repetição de um massacre ao estilo de Bucha em Izyum.

Esta segunda-feira, Volodymyr Zelenskyy anunciou que a Rússia tinha lançado uma grande ofensiva no leste da Ucrânia. “Agora podemos dizer que as tropas russas começaram a batalha por Donbass, para a qual se estiveram a preparar durante muito tempo. Uma grande parte de todo o exército russo está agora dedicado a esta ofensiva”, disse o Presidente ucraniano através do Telegram.

Já esta segunda-feira, confirmou-se o avanço russo no Donbass. Em Lugansk, o chefe da administração militar regional, Serhii Haidai, disse que há “múltiplas intensificações de bombardeamentos com todos os tipos de armas, tentativas de invadir as cidades”.

O Ministério da Defesa ucraniano garante que as forças russas completaram o reagrupamento de tropas para lançar uma ofensiva no leste da Ucrânia. Esta ação militar acontece depois de o ataque a Kiev ter-se revelado inconsequente.

Forças de mísseis e artilharia russas atingiram 1.260 alvos na Ucrânia durante a última noite, segundo indicou o Ministério da Defesa russo.

Em Lviv, bombardeamentos durante a noite fizeram pelo menos sete mortos. Entre as mortes, pela primeira vez, houve ontem baixas civis após um ataque a uma oficina de reparação automóvel.

“O que vimos hoje é genocídio”, acusou Andriy Sadovyi, presidente da câmara de Lviv. “É uma ação deliberada para matar civis pacíficos. Todas as nossas cidades e aldeias estão na mesma situação”.

“Ataques em Lviv e outras cidades no oeste da Ucrânia mostram que não há nenhuma parte do país que esteja livre dos ataques sem sentido do Kremlin”, afirmou Josep Borrell, o alto represente diplomático da Comissão Europeia.

Além disso, teme-se que se repita em Izyum um novo episódio semelhante a Bucha, onde houve um massacre indiscriminado de centenas de civis. A cidade é um ponto estratégico, já que serve porta de acesso ao Donbass e ao Mar Negro.

Estima-se que entre 10 a 15 mil civis ficaram presos em Izyum. Numa eventual retirada das tropas russas, muitos receiam que se repita um massacre, já que há relatos de que em Izyum as tropas russas têm listas de alvos a abater.

“Bucha e Izyum são muito parecidas”, realçou Valerii Marchenko, presidente da Câmara de Izyum, ao The Guardian.

Os habitantes da cidade estiveram durante semanas escondidos em caves, sem água ou luz. “Se os encontrarem, são conduzidos para uma localização desconhecida e nunca mais se sabe deles”, denunciou o autarca.

Kharkiv, Dnipro e Mariupol também foram atacadas durante a última noite. A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Verechtchuk, informou que Kiev e Moscovo não chegaram a acordo para a abertura de corredores humanitários para retirar civis. É o terceiro dia consecutivo que isto acontece.

https://zap.aeiou.pt/russia-avanca-no-donbass-e-teme-se-nova-bucha-em-izyum-474202

 

segunda-feira, 25 de abril de 2022

Dormir na Tesla, fome e raiva: O “pesadelo interminável” em Shanghai !


Consequências de um confinamento que parecem ser cenas de um filme. Mas não são. Trabalhadores da Tesla dormem na fábrica.

Números recorde e um cenário alarmante originaram medidas apertadas em Shanghai, cidade que ficou quase isolada por causa da COVID-19.

São quase três semanas de confinamento para cerca de 26 milhões de pessoas, numa das cidades mais movimentadas e importantes da China. Shanghai é mesmo o maior centro financeiro do país.

As medidas devem ser aliviadas ainda nesta semana. Mas não é de admirar que, até aqui, em cenário que faz lembrar os primeiros tempos da pandemia na China (há quase dois anos e meio), surjam relatos que poderiam ser incluídas num filme de ficção.
Dormir no chão da Tesla

Mas a realidade é que, por exemplo na Tesla, empresa de Elon Musk dedicada a automóveis eléctricos, o regime mudou.
 
Após não terem trabalhado durante três semanas, agora é preciso recuperar a produção e, para isso, os funcionários trabalharão nas próximas duas semanas durante 12 horas por dia e seis dias por semana; terão direito a um saco-cama e a um colchão para dormirem na própria fábrica da Tesla em Shanghai.

A indicação partilhada pela Bloomberg acrescenta que as instalações da empresa não têm qualquer zona de dormitórios; mas improvisaram-se locais de banho e as pessoas dormem no chão.
“Fiquei com fome e maluco”

O jornal The Guardian publica o relato de um residente em Shanghai que, conta o próprio, ficou “com fome e maluco” ao longo destas três semanas de confinamento no seu pequeno estúdio.

Milhões de pessoas na China já aprenderam a viver em confinamento: “Já aprendi e pratiquei a arte de me sentar em silêncio num quarto sozinho de forma repetitiva e religiosa nos últimos dois anos”.

“Já tenho todas as aplicações de fitness indoor, audiolivros, assinaturas de streaming, aplicações de meditação, aplicações de reuniões remotas de todos os tipos e entregadores de comida que já conheço”, continua o relato.

Março ainda começou em “câmara lenta”, com alguns ajustes pontuais e localizados, mas a situação ficou “cada vez pior”, com “cenas caóticas”. E com um desabafo: “Quanto mais mergulhei no confinamento de Shanghai, mais percebi que acabara de mergulhar num buraco negro”. A cidade está repleta de “moradores desesperados”.
Fome na cidade

O desespero não é só a nível mental: há muitas pessoas com fome em Shanghai porque não há alimentos disponíveis para todos.

Na CNN, Steven Jiang descreve o seu “pesadelo interminável” e conta que percebeu que a “catástrofe” chegou a sua casa quando o seu pai reparou que o fornecimento de alimentos iria terminar poucos dias depois, sem intervenção do Governo local. Só sobrava arroz, bolachas e café para o homem de 73 anos.

O extremo é histórico: os pais de Steven, que viveram a Revolução Cultural Chinesa e o período sob a liderança Mao Tsé-Tung, nunca recearam o cenário de fome, nunca tiveram essa perspectiva. Agora o pai tem.

Aliás, há realmente pessoas a passar fome, já. Faltou planeamento, faltou coordenação e há escassez de alimentos, reconhecem as autoridades locais.

Outras medidas – como “fechar” uma comunidade residencial inteira se houver um caso positivo naquele local – criaram um cenário inédito, explica Steven: “Pela primeira vez, milhões de pessoas em Shanghai – jovens e velhos, ricos e pobres, liberais e conservadores – parecem unidas por uma raiva crescente”.

Embora a propaganda dos canais oficiais do Governo chinês tente esconder o “caos e a miséria” da população, que tenta “fugir na escuridão” às experiências “angustiantes” que têm vivido.

https://zap.aeiou.pt/covid-tesla-shanghai-pesadelo-fome-474378

 

Escândalo com contratos milionários e duvidosos na compra de máscaras abala a autarquia de Madrid !

José Luiz Martinez, Presidente da Câmara de Madrid
A Câmara Municipal de Madrid está a ser acusada de falta de cuidado na assinatura de contratos com fornecedores de materiais protetores em Março de 2020, no início da pandemia.

A Câmara de Madrid está a ser abalada devido à compra de máscaras. José Luis Martínez Almeida, autarca da capital espanhola e membro do Partido Popular, está envolvido num escândalo semelhante ao que há algumas semanas abalou Isabel Díaz Ayuso, presidente do governo regional, cujo irmão foi um dos fornecedores de um contrato para fornecimento dos materiais protetores.

Segundo o Expresso, nem Ayuso nem Almeida são suspeitos de crimes, mas os casos levantam questões éticas devido à assinatura de contratos públicos com pessoas com ligações aos responsáveis políticos.

Em causa está o acesso de Luis Medina (aristocrata irmão do duque de Feria e filho da conhecida modelo Naty Abascal) e Alberto Luceño (empresário do mundo da moda) ao departamento de adjudicações de Madrid. Na altura, os processos normais de concursos públicos estavam suspensos devido à escassez de material que era urgentemente necessário.

Os dois apresentaram uma proposta para o fornecimento de equipamentos de combate à covid-19, como máscaras ou testes, logo no início da pandemia — e apenas algumas horas depois, o contrato estava assinado. A empresa ganhou 11,9 milhões de euros com o negócio e seis milhões foram para Medina e Luceño.
 
Os preços dos fornecimentos também levantaram suspeitas, com cada máscara fornecida a custar 6,5 euros. A qualidade das luvas compradas também era defeituosa e a empresa do fornecimento Sinclair & Wilde levantou suspeitas devido à sua solvência.

A procuradoria anti-corrupção divulgou agora as conclusões da investigação aos contratos e o juiz abriu um processo por delitos de burla agravada, falsidade documental, branqueamento de capitais e, provavelmente, apropriação de bens.

O magistrado queria apropriar-se das comissões pagas a Medina e Luceño, mas o dinheiro já desapareceu devido a investimentos em veleiros, uma frota de carros de luxo que inclui Ferraris e Lamborghinis, apartamentos e relógios de ouro.

Almeida não está acusado de nenhum crime e diz-se ser vítima de uma burla, mas está a ser criticado pela falta de cuidado na atribuição dos contratos. O político diz que está a ser alvo de uma caça às bruxas e atira-se à oposição.

“Se o que esta esquerda pretende é acabar com as políticas de centro-direita em Madrid e dar cabo das pessoas que representam essa política, saiba que não vai conseguir”, afirma.

https://zap.aeiou.pt/escandalo-contratos-mascaras-madrid-474371

 

Desfile de escravos em casamento no Peru gera polémica - São “os de cima a humilhar os de baixo” !


“É como lembrar o holocausto em festa de aniversário”, realça a ex-ministra peruana, sobre o casamento entre a filha do ex-candidato presidencial do país, com o neto de um conde espanhol.

No casamento da socialite peruana foi realizada uma dança indígena com homens amarrados entre si, e mulheres sentadas no chão com longas tranças, enquanto simulavam fazer artesanato, segundo o Observador.

Este foi o cenário do casamento de Belén Barnechea, filha do ex-candidato presidencial peruano Alfredo Barnechea, e Martín Cabello de los Cobos, neto do Conde de Fuenteblanca de Espanha.

Estas e outras performances do casamento estão a causar uma onda de indignação em vários quadrantes, desde historiadores até ao governo espanhol.

Após as críticas relativas ao casamento de 9 de abril em Trujillo, Belén Barnechea viu-se “obrigada” a responder e justificou o desfile como uma amostra “do quão maravilhoso e culturalmente rico” é o seu país.

Trome, o tabloide mais lido do Peru, fez do assunto a manchete do seu site e, com o passar das horas, vídeos espalharam-se nas redes sociais e tornaram-se virais.

“Somos um país cheio de diversidade, culturas e tradições diferentes que souberam conviver e unir-se num sincretismo único no mundo. Em todos os dias de celebração ensinamos com amor e respeito algo sobre o Peru, sobre a nossa cultura, sobre a minha cultura”, disse a recém-casada no Instagram, figura do jet set nacional.

“Vi que alguns meios de comunicação se referiram à representação Moche que fizemos como sendo de escravos, de mulheres indígenas, do vice-reinado. O que fizemos foi retratar a cultura Moche que se desenvolveu entre os séculos II e VII. Por isso, nunca se cruzou com os Incas nem com os espanhóis”, acrescentou a empresária, conhecida como “la repostera de la jet” devido à sua profissão e amizade com figuras de alta sociedade madrilena e europeia.

O gabinete antirracismo do Ministério da Cultura de Espanha pediu aos cidadãos que promovam a “diversidade cultural, expressa através da identidade, línguas e culturas”, para eliminar a discriminação étnico-racial, em comunicado, esta quinta-feira.

Barnechea assegurou que o cortejo nupcial “foi uma recriação da danza de la soga [dança da corda, em tradução livre], uma dança ancestral que não representa os escravos, mas sim um ritual dos guerreiros“.

José Ragas, historiador peruano, sublinhou que não se pode colocar o rótulo “ancestral” à famosa danza de la soga, em entrevista ao El País.

“Embora seja verdade que se trata da interpretação de uma aparente dança ancestral regional, o contexto em que ocorreu — uma boda de elite — com alguém da nobreza de um país como Espanha, pode levar a outras interpretações”, realça Ragas.

“É uma representação reinventada, não necessariamente fidedigna, e que pode terminar a ‘exotizar’ a população”, acrescentou o também professor da Universidade Católica do Chile, e investigador em estudos do colonialismo.

“Qual é a relevância de encenar a prática de exibir o vencido numa batalha? É um ato humilhante: a corda seria o instrumento de domínio e conquista com que o amarravam. Se quisesses mostrar-te orgulhosa, participarias na encenação, mas se não te comprometes com o outro ou não o incluis — na festa—, não sabes e acabas a fazer estas coisas: justificas-te, sem entender as objeções“, criticou Sonaly Tuesta, ex-vice-ministra de Património Cultural, citada também pelo jornal espanhol.

Para Tuesta, que passou 20 anos a documentar festividades tradicionais na televisão estatal, teria sido “interessante” se o casamento em vez de fazer do povo Moche “uma decoração”, tivesse tido um momento de partilha.

Barnechea explicou que as mulheres sentadas no chão “simbolizaram os trabalhos e as formas de cultivo da terra na época”, ainda na publicação do Instagram.

Mas Guillermo Rebaza, advogado e administrador cultural de Trujillo, cidade onde nasceu a mãe da noiva e onde existem elementos de arquitetura colonial, não entende isso da mesma forma.

“É impossível perder de vista as circunstâncias sociais e políticas em que vivemos, facto que por si só torna esta representação condenável, sobretudo porque vem de uma elite, a neo oligarquia nacional, que continua a olhar com acentuado desprezo para os setores populares”, insiste o advogado.

Chirapaq, a organização não governamental de defesa dos direitos dos povos andinos, salientou que a diversidade cultural é um valor “desde que os envolvidos interajam de igual para igual”.

“As personagens indígenas e afro-peruanos eram apenas decoração. Não falam, não bebem nem comem, não se divertem com os convidados, não vivem”, esclareceu a Chirapaq, numa publicação no Twitter.

“Há histórias que documentam de forma semelhante a entrada dos vice-reis em Lima e noutras partes da colónia: o público em submissão, a exibição de trajes, frutas, sementes, ouro e prata, e a pompa que seguia pelas ruas e pelas praças”, descreveu a ONG, com uma pintura da época do vice-reinado peruano (1540-1821).

A cantora peruana Susana Baca, três vezes vencedora do Grammy Latino, afirma que não compreende a relação entre “um infame facto histórico da humanidade que é a escravatura e a colónia vexatória com um ato de celebração supostamente de amor”.

O Governo espanhol já tinha alertado para “a banalização da História por alguns setores sociais”, enquanto era ministra da Cultura.

Baca lamenta que esta seja outra amostra do estado de “decadência política”, com “os de cima a humilhar os de baixo”, num texto publicado este sábado no Facebook. “É como relembrar o holocausto numa festa de aniversário“, lê-se.

“Mas, além disto, devo desejar a este casal que se une com amor muita felicidade”, acrescentou Baca, horas depois, através de outra publicação na mesma rede social.

Os noivos também dançaram “reggaetón” com “tocados” dourados, semelhantes aos encontrados nos túmulos do Senhor de Sipán e do Senhor de Sicán (descobertas arqueológicas dos anos 80 e 90). Assemelhavam-se aos dos antigos chefes Moche.

Este foi outro dos momentos polémicos da celebração do casamento, tal como se pode ver no vídeo da revista Hola, ao primeiro minuto e 30 segundos.

https://zap.aeiou.pt/desfile-de-escravos-em-casamento-no-peru-gera-polemica-sao-os-de-cima-a-humilhar-os-de-baixo-474220

 

Seis mortos em dois anos: Números chineses sobre covid são suspeitos !


Estatísticas oficiais estiveram mais de um ano sem registar mortos. Mas serão reais? Shanghai é o centro das novas dúvidas.

A COVID-19 está menos presente nas notícias desde o dia 24 de Fevereiro, quando a guerra na Ucrânia começou, mas continua a estar presente no planeta.

E voltou a ser notícia na China ao longo das últimas semanas. O país que viu “nascer” esta pandemia tinha passado mais de um ano sem registar qualquer morte associada ao coronavírus.

Em Março, 14 meses depois, os registos oficiais apresentaram dois falecimentos. E depois dessas duas mortes, passou quase um mês sem qualquer óbito nos documentos oficiais.

Nos últimos dias, Shanghai tem sido o centro das atenções. O número de casos aumentou muito, a grande cidade ficou confinada (cerca de 25 milhões de pessoas “presas” em casa), mas oficialmente continuava livre de falecimentos.

Até que, nesta segunda-feira, foram anunciadas oficialmente as primeiras mortes na cidade, neste novo surto da doença: três pessoas idosas, não vacinadas. Nesta terça-feira o boletim apresentou sete óbitos. 10 mortos em dois dias.

No entanto, os dados oficiais podem estar a enganar a população.

O jornal Folha de S. Paulo lembra uma reportagem que, no início de Abril, demonstrou que pelo menos 23 pessoas tinham morrido (12 delas em lares de idosos), por causa da pandemia.

Esse trabalho do portal Caixin não esteve disponível durante muito tempo. Foi apagado pouco depois da publicação e as autoridades chinesas nunca acrescentaram aquelas informações aos boletins oficiais.

No final de Março o The Wall Street Journal relatou que “muitas pessoas” morreram num hospital de idosos em Shanghai, em poucos dias, numa altura em que o próprio local estava afectado por um surto generalizado de COVID-19. No mesmo estabelecimento hospitalar terão sido retirados, de forma discreta, muitos cadáveres – que também não entraram na lista oficial de mortos.

As dúvidas acumulam-se quando olhamos para o número total de mortes associadas à pandemia, na China: no dia 17 de Abril de 2020 havia 4.632 mortos; no dia 17 de Abril de 2022 havia 4.638 mortos.

Apenas seis falecimentos em dois anos, num país com quase 1.5 mil milhões de habitantes.

“É muito difícil” acreditar em números como estes, admite Mauricio Santoro, professor de relações internacionais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro: “O Governo simplesmente não está preparado para admitir o número real de vítimas”.

https://zap.aeiou.pt/numeros-covid-china-474244

 

Hepatite infantil aguda de origem desconhecida já chegou a Espanha !


A Direcção Geral da Saúde está atenta depois do alerta do Centro Europeu de Controlo de Doenças e da Organização Mundial de Saúde para os casos de hepatites agudas, de origens desconhecidas, em crianças que se registaram em vários países. Em Espanha, avança-se que a causa pode ser um vírus que circula em animais roedores de todo o mundo.

Países como EUA, Dinamarca, Escócia, Países Baixos e Espanha têm registado casos de hepatites agudas em crianças sem que se conheçam as suas causas.

Até agora, ainda não foram registados casos em Portugal, mas o responsável pelo Programa Nacional para as Hepatites Virais da DGS, Rui Tato Marinho, revela à Rádio Renascença que os pediatras já foram alertados para a situação.

A DGS também está a acompanhar o caso perante hepatites agudas que provocam quadros de inflamação grave do fígado em crianças, algo que não é normal.

“Uma coisa que chama a atenção é o facto de terem surgido muitos casos em países diferentes e há uma pequena percentagem de casos que não evoluíram bem, em que o fígado falhou mesmo e tiveram de fazer transplante hepático“, nota Rui Tato Marinho.

O especialista realça que “os colegas da pediatria estão de sobreaviso” em Portugal depois de terem sido notificados casos “há três semanas no norte da Europa, Escócia, País de Gales e Espanha, em crianças muito pequeninas, entre os dois e os quatro anos”.

Rui Tato Marinho explica que “não se sabe qual é a causa” e realça que “as causas mais frequentes das hepatites que são os vírus A, B, C, D e E foram excluídas”.

Algumas das crianças com estas hepatites agudas, estavam infectadas com covid-19, mas não é certo que as situações possam estar relacionadas. Até porque “também há muitas crianças sem covid-19, por isso não se pode valorizar”, realça ainda Rui Tato Marinho.

“O que se pensa é que é um vírus que, entre outras coisas, afecta o fígado e provoca uma inflamação no fígado. Pode ser um novo vírus. Está tudo em aberto”, aponta o especialista português.

Estudo espanhol culpa novo vírus zootécnico

Investigadores espanhóis estimam que o vírus Orthohepevirus C estará por trás de 2% das hepatites agudas de origem desconhecida que se registaram em crianças na Europa, conforme um estudo divulgado pelo jornal El Mundo.

Em Hong Kong, já houve 17 casos com “vinculação directa” a este vírus que circula em animais roedores de todo o mundo, como salienta o mesmo jornal.

O primeiro caso de um paciente alvo de um transplante de fígado devido a uma hepatite crónica causada por este vírus zootécnico foi registado em Hong Kong, em 2018, como destaca o mesmo jornal.

no continente europeu, os primeiros casos de hepatites agudas provocadas pelo Orthohepevirus C foram, agora, registados num estudo de um centro de doenças infecciosas e do Instituto Maimonides de Investigação Biomédica de Córdoba (Imibic), em Espanha.

Os dados registado “sugerem uma nova causa emergente de hepatite aguda devido à prevalência detectada entre os pacientes acometidos pela infecção de origem desconhecida”, aponta o estudo publicado no Journal of Hepatology que foi coordenado pelo investigador espanhol Antonio Rivero da Unidade de Doenças Infecciosas do Hospital Universitário Reina Sofía e do Imibic.

Os investigadores espanhóis partiram da ideia de que, “considerando que o vírus estava presente em roedores globalmente (incluindo em Espanha)”, poderia haver, “provavelmente”, casos a passarem “despercebidos” pelo facto de o “diagnóstico não ter sido implementado”, constata Rivero no El Mundo.

As pesquisas feitas sugerem que “o Orthohepevirus C é um novo agente zoonótico” com “alto impacto na saúde global devido à amplitude do seu reservatório animal”, aponta Rivero.

Cerca de 2% das hepatites agudas de origem desconhecida podem ser causadas por este vírus”, acrescenta o investigador.

A pesquisa efectuada em Espanha detectou a presença do RNA do Orthopevirus C em pacientes com hepatite aguda em vários hospitais do país.

Pode ter ocorrido transmissão idêntica à do coronavírus

Até o momento, o vírus da hepatite E (HEV) era o único membro da família Hepeviridae com potencial zootécnico.

A infecção por Orthopevirus C é “muito semelhante” à produzida pelo vírus da hepatite E, segundo Rivero, podendo provocar “hepatite aguda auto-limitada, hepatite fulminante e hepatite crónica em pacientes imunossuprimidos”, aponta o investigador ao El Mundo.

“Além disso, por apresentarem alta similaridade com o vírus da hepatite E, os marcadores sorológicos utilizados para o diagnóstico podem ter reacção cruzada com o Orthohepevirus C”, acrescenta Rivero, concluindo que, com base no estudo, “há uma proporção dos diagnosticados com HEV que, realmente, tem este novo vírus”.

Nenhum dos casos de Orthopevirus C identificados no estudo afirmou ter tido qualquer contacto directo com roedores. No caso de Hong Kong, apenas um paciente teve esse contacto de forma consciente.

Contudo, pode ter ocorrido “um contacto indirecto com estes animais“, vinca Rivero.

“Sabemos que o vírus é eliminado pelas fezes dos roedores, então o contacto com objectos contaminados pelas fezes desses animais pode ser uma possível via de transmissão”, explica o investigador, salientando que “estão a ser investigadas “outras vias” relacionadas com o contacto com “outras espécies animais que serviriam como hospedeiros intermediários“.

Neste caso, seria uma forma de transmissão semelhante à que se acredita ter ocorrido com o coronavírus causador da covid-19.

Os investigadores realçam que ainda é preciso estudar mais dados para tirar conclusões mais precisas e correctas. Até porque, “clinicamente, é indistinguível das hepatites agudas produzidas por outros vírus hepatotrópicos”, ou seja, que afectam especificamente o fígado, como aponta Rivero.

https://zap.aeiou.pt/hepatites-infantis-origem-desconhecida-virus-474236

 

sábado, 23 de abril de 2022

Na ressaca do aperto de Biden contra as “armas fantasma”, os EUA foram palco de mais três tiroteios em massa !


Joe Biden anunciou na semana passada mais restrições contra as “armas fantasma” que não têm números de série, mas as propostas estão longe de ser consensuais.

Dois adolescentes perderam a vida e oito outras pessoas ficaram feridas num tiroteio numa festa em Pittsburgh, na Pensilvânia, no último domingo. Este foi apenas um de pelo menos três tiroteios em massa que tiveram lugar nos Estados Unidos no fim de semana de Páscoa.

A polícia revelou que um equipamento que detecta tiroteios levou os agentes até à rua onde pelo menos 10 pessoas foram baleadas por volta das 12h30 no domingo. Foram disparados pelo menos 50 tiros por várias pessoas envolvidas numa disputa. Estavam cerca de 200 convidados na festa e a maioria eram menores.

Para além dos ferimentos causados pelas balas, outras pessoas sofreram cortes e ficaram com ossos partidos ao saltarem das janelas para tentarem fugir. A casa onde decorreu o tiroteio foi arrendada através da Airbnb, que já emitiu um comunicado onde revela que a pessoa que arrendou a casa foi banida para sempre para usar o serviço.

Os outros dois tiroteios aconteceram no estado da Carolina do Sul e causaram 18 feridos. Um decorreu numa discoteca em Hampton e causou nove feridos, não havendo registo de mortos. Na cidade de Columbia houve mais um tiroteio, num centro comercial, que também causou nove feridos entre 15 e 73 anos, tendo um homem de 22 anos sido preso sob uma fiança de 25 mil dólares.

“Um terrorista pode ter uma arma em 30 minutos”

Esta escalada de tiroteios surge poucos dias depois de Joe Biden ter anunciado uma medida destinada a combater a prevalência das “armas fantasma” nos Estados Unidos, após ter prometido na campanha eleitoral um combate à violência armada.

As “armas fantasma” são armas difíceis de rastrear por não terem números de série e por serem criadas a partir de kits, sendo cada vez mais utilizadas em tiroteios e podendo ser vendidas a qualquer pessoa sem uma verificação dos antecedentes.

O chefe de Estado norte-americano revelou que a nova regra vai facilitar a localização destas armas ilegais por parte das autoridades policiais, ao ilegalizar a produção destes kits sem números de série. Os vendedores de armas com licenças têm também de verificar os antecedentes dos clientes.

“Vamos fazer tudo o que podemos para privar os criminosos da escolha destas armas e quando os encontrarmos, vamos prendê-los durante muito, muito tempo. Se cometerem crimes com uma arma fantasma, esperem uma acusação federal”, garantiu Joe Biden.

O Presidente anunciou ainda a nomeação do advogado Steve Dettelbach para liderar o Departamento de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF).

Em 2021, a ATF recebeu denúncias de 20 mil suspeitas de armas fantasma que foram recuperadas pela forças policiais — um número 10 vezes maior do que o reportado em 2016. Mesmo assim, a autoridade conseguiu localizar menos de 1% das armas fantasma denunciadas pela polícia.

“Meus caros, um criminoso, um terrorista, um abusador, pode passar de um kit para uma arma em apenas 30 minutos“, reforçou Biden, que sublinhou que a lei não é “extrema”, mas sim “senso comum básico”.

Apesar dos apelos às maiores restrições à aquisição de armas de fogo nos Estados Unidos, onde a violência e os tiroteios são recorrentes, as propostas de Biden continuam a dividir opiniões e foram criticadas pelo lobby, que se refugia na Segunda Emenda da Constituição.

“Biden reforçou a sua tentativa de colocar um defensor do controlo de armas à frente da agência responsável pela regulação da indústria de armas de fogo na América”, condenou a Associação Nacional de Armas.

Já Jessica Anderson, directora executiva da organização conservadora Heritage Action, acredita que o “ataque” de Biden vai deixar as comunidades mais em risco.

“Uma proibição das armas caseiras vai permitir à AFT continuar a expandir a sua definição de uma arma de fogo e sujeitar muitos donos de armas que respeitam a lei a regulações mais pesadas e verificações de antecedentes duplicadas. Estes esforços não vão evitar que os criminosos quebrem a lei“, criticou.

https://zap.aeiou.pt/aperto-biden-armas-fantasma-tiroteios-474086

 

Sanções ocidentais podem afetar 200 mil empregos em Moscovo !


O autarca de Moscovo adianta que as autoridades russas aprovaram um programa de ajuda aos trabalhadores afetados pelas sanções.

De acordo com o presidente da Câmara de Moscovo, o programa prevê a aplicação de três milhões de rublos (33 milhões de euros) do Orçamento do Estado.

O enceramento das empresas estrangeiras que abandonaram o mercado russo devido às sanções ocidentais pode provocar a perda de emprego de cerca de 200 mil pessoas, referiu a autarquia de Moscovo, esta segunda feira.

“De acordo com a nossa previsão, cerca de 200 mil pessoas encontram-se sob o risco de perder o emprego”, disse o presidente da Câmara de Moscovo, Serguei Sobianin, através do portal oficial da autarquia.

As autoridades aprovaram um programa de ajuda aos trabalhadores afetados, que prevê a aplicação de 33 milhões de euros do Orçamento de Estado, de acordo com o autarca da capital russa, noticia a LUSA.

No final do mês de março, Serguei Sobianin sublinhou que cerca de 300 empresas estrangeiras encerraram a atividade em Moscovo, após serem decretadas as restrições ocidentais contra a Rússia, por causa da invasão da Ucrânia.

Embaixada espanhola reabre em Kiev

Pedro Sánchez realçou que a decisão responde “ao compromisso do seu Governo e da sociedade espanhola para com o povo ucraniano”.

O primeiro-ministro espanhol anunciou esta segunda-feira que o Governo pretende reabrir a embaixada espanhola na capital ucraniana, “dentro de poucos dias“.

O chefe do executivo acrescentou ainda, numa entrevista à rádio espanhola Antena 3, que esta decisão respondia “ao compromisso do seu Governo e da sociedade espanhola para com o povo ucraniano”.

A Espanha encerrou a sua embaixada em Kiev, como resultado da escalada de violência da invasão russa à Ucrânia, e depois de ter evacuado os residentes espanhóis do país.

A Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia a 24 de fevereiro, que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/sancoes-ocidentais-podem-afetar-200-mil-empregos-em-moscovo-474004

 

Atraso no envio de armas “dá permissão à Rússia para matar ucranianos” !


O Presidente ucraniano admite ter ficado desiludido com alguns países, mas realça que continua a acreditar na vitória da Ucrânia.

Volodymyr Zelenskyy, na habitual mensagem da noite, afirmou que a população ucraniana estava a ser retirada das áreas mais atingidas pela guerra.

O chefe de Estado da Ucrânia também garantiu que todos os deslocados iriam receber ajuda financeira, segundo a Renascença.

“As pessoas estão a ser retiradas das zonas atingidas pela guerra e o Governo providencia locais para alojamento temporário e ajudas especiais”, diz Zelenskyy.

O líder ucraniano acrescenta ainda que “todos os deslocados podem receber assistência financeira para poderem viver e podem candidatar-se a este apoio já a partir de quarta feira”.

O Presidente ucraniano admitiu, em entrevista à CNN Internacional, ter ficado desiludido com alguns países, mas continua a acreditar na vitória da Ucrânia.

Na mensagem, Zelenskyy voltou a pedir aos líderes políticos internacionais mais ajuda: “Se são nossos amigos ou parceiros deem-nos armas, deem-nos apoio, deem-nos dinheiro. Parem a Rússia. Vocês podem fazer isso”.

De acordo com o chefe de Estado da Ucrânia, o atraso no envio de armas “dá permissão à Rússia para matar ucranianos”.

Nas suas declarações habituais, o Presidente garantiu ser essencial manter a região de Donbass, nomeadamente por uma questão de soberania e segurança nacional.

“A Ucrânia e o seu povo são claros. Não temos qualquer reivindicação sobre o território de mais ninguém, mas não vamos abdicar do nosso“, sublinhou.

A guerra já causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, e matou quase dois mil civis, de acordo com os dados das Nações Unidas, que alertam para a possibilidade de o número real de vítimas ser muito maior.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/atraso-no-envio-de-armas-da-permissao-a-russia-para-matar-ucranianos-474007

 

Violentos protestos contra movimento de extrema-direita causam feridos no sul da Suécia !


A cidade de Malmo, no sul da Suécia, foi assolada por atos de violência durante a noite, na sequência de protestos contra um grupo de extrema-direita anti-imigração e anti-islâmico.

De acordo com a polícia sueca, citada pela AFP, houve confrontos em Norrköping, no sudoeste de Estocolmo, e “incêndios em vários locais durante a noite em Malmo“, tendo sido apresentadas várias queixas por vandalismo.

Os incidentes eclodiram após um comício do movimento “Linha dura”, liderado pelo dinamarquês-sueco Rasmus Paludan, que é contra a imigração e o islamismo.

Paludan organizou uma digressão pela Suécia que originou confrontos em várias cidades entre a polícia e manifestantes que se opõem ao “Linha Dura”, (Stram Kurs, na designação original).

Em Norrköping, três pessoas foram feridas a tiro este domingo, durante os confrontos entre forças policiais e manifestantes que protestavam contra um grupo de extrema-direita que anunciou uma queima do Corão.

“A polícia disparou vários tiros de advertência. Três pessoas parecem ter sido atingidas por ricochetes e estão, neste momento, a receber tratamento no hospital”, escreveu a polícia em comunicado.

Os três feridos, cujo estado de saúde se desconhece, encontram-se igualmente “detidos, suspeitos de crime”, precisou a polícia sueca.

Este foi o segundo episódio de confrontos deste tipo em quatro dias em Norrköping, sendo que, da primeira vez, os manifestantes protestavam contra a concentração do movimento e pequeno partido anti-imigração e anti-Islão “Linha Dura”.

Este domingo, manifestavam-se outra vez contra uma nova concentração desse movimento, da qual Paludan acabou por desistir.

https://zap.aeiou.pt/violentos-protestos-suecia-473976

 

China está a criar armas para destruir satélites, avisa o Pentágono !

A China está a desenvolver armas para combater os satélites norte-americanos, informou o Departamento de Defesa dos EUA.

O novo relatório não classificado do Departamento de Defesa dos EUA, “Challenges to Security in Space, 2022”, surge na sequência de um relatório semelhante que foi apresentado em 2019, noticiou a Bloomberg.

Embora o relatório dê atualizações sobre as mudanças que ocorreram neste último período de tempo, não contém qualquer informação que seja crucial na tomada de decisões no futuro, à medida que o Pentágono se prepara para apresentar a sua proposta orçamental para 2023, segundo a Interesting Engineering.

A incerteza geopolítica causada pela invasão russa pode também pesar no aumento dos orçamentos militares no próximo ano.

O relatório afirma que a China expandiu significativamente o número dos seus satélites de inteligência, vigilância, e reconhecimento (ISR) ao longo dos anos.
 
Entre o período dos dois relatórios, a China quase duplicou os seus satélites, aumentando o número dos seus sistemas operacionais para mais de 250, ficando apenas em segundo lugar em relação aos EUA.

Mais importante ainda, o Exército de Libertação Popular da China também controla mais de metade dos sistemas ISR mundiais, que podem ser utilizados para seguir as forças dos EUA e aliados em qualquer parte do mundo, incluindo a Península da Coreia, Oceano Índico, Mar do Sul da China, e Taiwan.

O relatório também alertou para os riscos das operações espaciais dos EUA, uma consequência do número crescente de lançamentos espaciais, especialmente aqueles com múltiplas cargas úteis, e os envolvidos em testes anti-satélite.

Citando a dependência dos EUA do espaço como o seu “calcanhar de Aquiles”, o relatório passou a afirmar que o antigo Estado soviético estava a trabalhar para utilizar armas a laser contra satélites dos EUA nesta década, como parte dos seus esforços para “combater” os serviços espaciais dos EUA.

Afirmava também que a China já estava na posse de sistemas laser terrestres, que podiam ser utilizados para danificar sensores de satélite.

Nos anos seguintes, a China pode colocar em campo sistemas de alta energia que seriam capazes de ameaçar até os satélites não óticos.

O conteúdo do relatório será também utilizado para enquadrar as decisões políticas dos EUA sobre as suas operações espaciais no futuro.

https://zap.aeiou.pt/china-esta-a-criar-armas-para-destruir-satelites-avisa-o-pentagono-473724

 

quinta-feira, 21 de abril de 2022

Falência do estado russo é uma “questão de tempo”, diz von der Leyen !


A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, admitiu que a entrada da Rússia em incumprimento é uma “questão de tempo”, devido às sanções ocidentais impostas por ter invadido a Ucrânia.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, admitiu hoje que a entrada da Rússia em incumprimento é uma “questão de tempo” devido às sanções ocidentais impostas por ter invadido a Ucrânia.

“A falência do Estado russo é apenas uma questão de tempo”, disse Von der Leyen ao jornal alemão Bild am Sonntag, citada pela agência oficial russa TASS.

Von der Leyen disse que as sanções estão a afetar cada vez mais a economia russa, “semana após semana”, e que as “exportações de bens para a Rússia caíram 70%”.

“Centenas de grandes empresas e milhares de especialistas deixaram o país. O PIB [Produto Interno Bruto] na Rússia, de acordo com as previsões atuais, irá diminuir em 11%”, afirmou a política alemã.

De acordo com dados do Ministério das Finanças russo citados pela TASS, a dívida pública externa da Rússia ascende a 59.500 milhões de dólares (mais de 55.000 milhões de euros ao câmbio atual), correspondendo a 20% da dívida pública.

No total, a Federação Russa tem 15 empréstimos obrigacionistas ativos com vencimentos entre 2022 e 2047.

Em resposta às sanções, o Presidente russo, Vladimir Putin, autorizou a utilização da moeda nacional, o rublo, no pagamento de dívidas em moeda estrangeira a “países não amigos”, ou seja, os que impuseram sanções a Moscovo.

Segundo o decreto citado pela TASS, as empresas devedoras ou o próprio Estado podem abrir uma conta em bancos russos em nome de um credor estrangeiro e transferir os pagamentos em rublos à taxa de câmbio do Banco Central no dia do pagamento.

Os credores de países que não tenham imposto sanções podem receber pagamentos em euros ou dólares, se o devedor russo tiver uma autorização especial para o fazer.

O ministro das Finanças russo, Anton Siluanov, reconheceu esta semana que o congelamento das contas do Estado russo em moeda estrangeira, decorrente das sanções internacionais, dificulta o cumprimento das obrigações da dívida.

“Existem dificuldades em cumprir as obrigações da dívida soberana apenas devido à falta de acesso às nossas contas em moeda estrangeira”, disse Siluanov numa carta enviada ao seu homólogo brasileiro, Paulo Guedes.

Na carta, divulgada pelo jornal brasileiro O Globo, Siluanov pediu o apoio diplomático do Brasil junto do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial e do G20 para evitar “tentativas de discriminação em instituições financeiras internacionais e fóruns multilaterais”.

“Quase metade das reservas internacionais da Federação Russa foram congeladas, as transações de comércio exterior estão bloqueadas, incluindo aquelas com os nossos parceiros de economias de mercados emergentes”, explicou o ministro russo.

Siluanov disse anteriormente, segundo a TASS, que a Rússia só pagaria a sua dívida em moeda estrangeira se as suas contas no exterior fossem descongeladas.

Um país é considerado em incumprimento quando não é capaz de cumprir os compromissos que assumiu com os credores.

A 9 de abril, a agência de notação financeira S&P Global Ratings baixou a nota da Rússia para os seus pagamentos em moeda estrangeira para o nível de “incumprimento seletivo“, depois de Moscovo ter recorrido a rublos para pagar uma dívida em dólares.

Numa entrevista recente a um jornal russo, Siluanov disse que a Rússia recorrerá aos tribunais se for considerada em incumprimento pelo Ocidente, embora sem especificar a que instância jurídica se referia.

Na sequência da invasão da Ucrânia, a 24 de fevereiro, a Rússia foi alvo de sanções económicas e financeiras da UE e de países como os Estados Unidos, o Reino Unido, o Japão ou a tradicionalmente neutral Suíça.

https://zap.aeiou.pt/falencia-do-estado-russo-e-uma-questao-de-tempo-diz-von-der-leyen-473955

 

Aquela “pessoa” que o contactou do nada no LinkedIn pode ser uma conta falsa gerada por inteligência artificial !

Um telemóvel com redes sociais instaladas, como o Twitter e o LinkedIn
Várias empresas de marketing estão a criar perfis falsos com fotos geradas por Inteligência Artificial. O LinkedIn apagou 15 milhões de perfis falsos só nos primeiros seis meses de 2021.

Quase todas as pessoas com uma conta no LinkedIn já receberam pedidos de conexão ou mensagens de estranhos — muitas vezes a oferecer oportunidades de negócio “imperdíveis”. Mas é agora provável que a pessoa que nos contacta nem sequer uma pessoa seja, escreve o NPR.

Algumas empresas estão agora a usar contas falsas com fotografias geradas por sistemas de inteligência artificial na esperança de aumentarem as vendas.

Uma utilizadora do LinkedIn revelou que recebeu um inquérito de software no site e apesar da pessoa que lhe mandou a mensagem parecer real, depois de uma inspeção mais próxima, reparou que a foto de perfil mostrava uma mulher apenas com um brinco e com algumas mechas de cabelo a desaparecer e reaparecer — um sinal de que a foto foi criada com inteligência artificial.

Mas a utilizadora em questão não era uma qualquer. Renée DiResta é uma “investigadora veterana que estudou campanhas de desinformação russas e conspirações anti-vacina” e reparou logo nos sinais.

Este caso fez com que DiResta se aliasse a Josh Goldstein, que também trabalha no Observatório de Internet da Universidade de Stanford. Os dois lançaram uma investigação que descobriu mais de 1000 contas falsas semelhantes na plataforma.

Cerca de 70 empresas estavam referidas com empregadoras destas contas falsas. A equipa avisou-as deste facto e algumas revelaram que tinham contratado empresas de marketing externas para as ajudar com as vendas, mas que não tinham conhecimento ou aprovado o recurso a perfis criados com inteligência artificial.

Um CEO revelou que pensava que as contas eram simplesmente os verdadeiros funcionários da empresa de marketing que tinha contratado.

Apesar de não serem ilegais, o LinkedIn confirma que os perfis falsos vão contra os seus termos de serviço e que já os começou a apagar, tendo removido 15 milhões de contas no primeiro semestre de 2021.

No entanto, a evolução tecnológica tem dificultado cada vez a distinção entre os perfis verdadeiros e as fotos criadas com IA, especialmente com o surgimento das Deepfakes.

https://zap.aeiou.pt/pessoa-contactou-linkedin-conta-falsa-473686

 

Pode ser difícil, mas não é impossível provar o genocídio na Ucrânia !


Deverão as atrocidades na Ucrânia ser chamadas crimes de guerra, limpeza étnica ou genocídio? Os termos, por vezes, podem ser difíceis de distinguir.

Os peritos dizem que distinguir os rótulos é crucial, quando se investiga os responsáveis e se procura justiça nos tribunais internacionais.

“Estamos definitivamente a ver provas de crimes contra a humanidade e crimes de guerra”, afirma Leila Sadat, perita em crimes de guerra e direito internacional na Universidade de Washington em St. Louis, segundo a NPR.

“O genocídio requer esta intenção especial, por isso temos de mostrar que estão a cometer todos estes crimes terríveis a fim de destruir, em parte ou no todo, um grupo em particular”, sublinha Sadat.

O genocídio pode assim ser extremamente difícil de provar perante o Tribunal Penal Internacional e o Tribunal Internacional de Justiça, explica a especialista.

Os procuradores têm de entrar na mente dos criminosos e mostrar que existe uma intenção específica. Alegações de crimes de guerra anteriores na Síria, na região de Darfur no Sudão e na ex-Jugoslávia mostram como pode ser difícil rotular corretamente os crimes, ao procurar justiça.

A comunidade internacional, segundo Sadat, acredita que, por vezes, a limpeza étnica pode ser uma forma de genocídio.

“E vimos isso nas primeiras decisões do Tribunal Penal Internacional, na situação que envolvia Darfur, onde o procurador acusou genocídio porque havia de facto um padrão de limpeza étnica, destruindo aldeias, expulsando pessoas das suas casas, aterrorizando uma população civil. Um padrão muito semelhante ao que vimos na ex-Jugoslávia. Ao que vimos em Darfur. E ao que estamos agora a ver na Ucrânia”, nota.

“Felizmente, a Ucrânia declarou que o estatuto do Tribunal Penal Internacional (TPI) era aplicável ao seu território em 2014 e 2015. Assim, ao contrário do Assad na Síria, que nunca, nunca aceitaria a jurisdição do TPI, o presidente e o parlamento ucraniano fizeram-no. E por isso o TPI tem aqui jurisdição”, acrescenta.

De acordo com a especialista, “os crimes contra a humanidade são tão graves como o genocídio” e, nesse aspeto, “não há hierarquia“.

Um exemplo de crimes contra a humanidade é “aquilo de que os nazis foram acusados pelo Holocausto”, explica.

“E por isso sei que a comunidade internacional e os grupos de vítimas tendem a agarrar-se a este conceito de genocídio porque temos um tratado sobre o mesmo e ainda não temos o tratado sobre crimes contra a humanidade”, continua.

“Por isso, parece que são menos importantes. Não são menos importantes. São crimes absolutamente horríveis que envolvem ataques a uma população civil e a desumanização do espírito humano e dos seres humanos. Portanto, é realmente importante notar que esta ideia de limpeza étnica e crimes contra a humanidade é um crime muito, muito grave”, sublinha Sadat.

Sadet foi questionada sobre se é hipócrita que os EUA prometam ajudar a investigar possíveis crimes de guerra russos, quando não são membros do TPI, e não parecem querer ser responsabilizados pelos seus próprios alegados crimes de guerra.

“É hipócrita, e no entanto é uma coisa realmente boa”, responde a especialista. “A administração Biden está a considerar seriamente o desmantelamento de alguns dos obstáculos à cooperação com o Tribunal Penal Internacional, porque pode ver que este é exatamente o tipo de situação que o TPI foi criado para resolver“, explica.

“Já temos um procurador com jurisdição. Temos juízes todos prontos para aprovar mandados de captura e ouvir casos de confirmação. Não temos de recrutar pessoal e contratar novas pessoas e descobrir que lei deve ser aplicada”, relata Sadet.

“Temos um tribunal pronto e disposto a fazer o trabalho, e aqueles de nós que estiveram envolvidos com o Tribunal Penal Internacional durante 20 anos têm vindo a apresentar este argumento há 20 anos”, acrescenta.

“Então, os Estados Unidos estão a chegar um dia atrasados à festa? Sem dúvida que sim, e penso que é ótimo que estejam finalmente a chegar lá“, conclui Sadet.

https://zap.aeiou.pt/pode-ser-dificil-mas-nao-e-impossivel-provar-o-genocidio-na-ucrania-473691

 

Mais de 900 corpos de civis encontrados em Kiev, após retirada russa !


Mais de 900 corpos de civis foram descobertos na região de Kiev, após a retirada das forças russas, admitiu hoje o chefe de polícia regional.

Andriy Nebytov, chefe da força policial regional de Kiev, adiantou numa entrevista que os corpos foram abandonados nas ruas ou enterrados provisoriamente. Sublinhou ainda que 95% morreram por ferimentos de bala.

“Consequentemente, entendemos que sob a ocupação (russa) as pessoas foram simplesmente executadas nas ruas“, afirmou Nebytov, citado pela AP.

Estão a ser encontrados cada vez mais corpos todos os dias, sob escombros e em valas comuns, acrescentou o responsável, segundo o Jornal de Notícias.

Segundo o chefe da força policial, “a maioria das vítimas foi encontrada em Bucha, onde há mais de 350 cadáveres“.
 
O Ministério da Defesa da Rússia prometeu hoje aumentar os ataques com mísseis à capital ucraniana, como resposta à alegada agressão da Ucrânia ao território russo, uma ameaça que se seguiu à relevante perda do navio russo Moskva no Mar Negro.

Dias antes, Moscovo acusou Kiev de ferir sete pessoas e danificar cerca de 100 prédios de habitação com ataques aéreos em Bryansk, localidade russa próxima da fronteira com a Ucrânia.

Autoridades ucranianas não confirmaram alvos de ataque na Rússia e as informações não puderam ser verificadas de forma independente.

“O número e a escalada de ataques de mísseis contra objetivos em Kiev irão aumentar em resposta ao regime nacionalista de Kiev que comete qualquer ataque terrorista ou desvio no território russo”, afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão ​​​​​​​russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/mais-de-900-corpos-de-civis-descobertos-na-regiao-de-kiev-apos-retirada-russa-473824

 

Comandante do Moskva morreu a bordo do navio: “Rússia vai retaliar” !


Segundo o conselheiro do Ministério dos Assuntos Internos da Ucrânia, Anton Gerashchenko, o capitão do navio de guerra russo ‘Moskva’, Anton Kuprin, morreu na sequência do ataque com mísseis Neptuno ucranianos que afundou o navio almirante da frota russa no Mar Negro.

O comandante do cruzador Moskva, que se afundou esta quinta-feira após o que os ucranianos dizem ter sido um “um corajoso ataque ucraniano” com dois mísseis Neptuno fabricados no país, terá morrido a bordo do navio.

Segundo uma nota publicada através do Telegram pelo conselheiro do Ministério dos Assuntos Internos da Ucrânia, Anton Gerashchenko, o comandante Anton Kuprin morreu após uma “explosão e incêndio a bordo”, quando o navio estava a ser rebocado para a base naval de Sevastopol, na Crimeia.

A Rússia desmente que o navio se tenha afundado na sequência de um ataque ucraniano, sustentando que o afundamento terá sido causado por um incêncio a bordo após uma explosão no paiol da embarcação.

“Durante o reboque do cruzador Moskva para o porto de designação, o navio perdeu estabilidade devido a danos no casco, sofridos durante a detonação de munições por causa de um incêndio. Em plena forte tempestade, o navio afundou”, disse o Ministério da Defesa russo, citado pela agência noticiosa TASS.

Segundo adiantou esta sexta-feira, um alto responsável do Pentágono, o cruzador russo Moskva foi afundado por dois mísseis ucranianos, no que considerou “um grande golpe para a Rússia“.

“Pensamos que eles o atingiram com dois Neptune”, indicou o responsável do Departamento da Defesa norte-americano, citado pela AFP a coberto do anonimato, desmentindo assim a versão de Moscovo segundo a qual o seu navio-almirante no teatro de guerra ucraniano foi “gravemente danificado por um incêndio”.

O responsável não confirmou, contudo, as informações de que o exército ucraniano terá distraído a defesa do Moskva com um ‘drone’ de um lado do navio, enquanto os Neptune, mísseis de cruzeiro antinavio ucranianos, o atingiam do outro lado.
Rússia “vai retaliar”

As forças militares ucranianas estão “plenamente conscientes” de que a Rússia não vai perdoar o ataque ao cruzador Moskva, “símbolo das ambições imperialistas” russas, afirmou hoje uma porta-voz militar, adiantando que não foi possível resgatar a tripulação.

“Estamos plenamente conscientes de que não seremos perdoados” pelo ataque ao Moskva, afirmou, em conferência de imprensa, a porta-voz do comando militar da região sul da Ucrânia, Natalia Goumeniouk, citada pela AFP.

Goumeniouk referiu que o ataque ao Moskva, que se afundou na quinta-feira no Mar Negro depois de ter sido atacado pela Ucrânia com mísseis Neptuno, “não atingiu apenas o navio, atingiu as ambições imperiais do inimigo“.

“Vimos navios a tentar ajudar o Moskva, mas até as forças da natureza estavam do lado da Ucrânia, uma tempestade impediu que o navio fosse salvo e que a tripulação fosse resgatada”, explicou a militar.

A responsável disse contudo não estar em condições de dar pormenores sobre o que ocorreu com a tripulação por falta de “dados fiáveis”.

Na quinta-feira, o Ministério da Defesa russo afirmou que a tripulação, composta por mais de 500 pessoas, tinha sido “resgatada para outros navios da Frota do Mar Negro que estavam nas proximidades”, sem especificar se houve baixas.

O Moskva acabou por se afundar enquanto era rebocado para a base nava de Sevastopol, porto mais próximo e centro de operações da frota russa no Mar negro.

Do lado da Ucrânia, explicou Goumeniouk, espera-se retaliação por parte da Rússia, que ainda na quinta-feira atingiu uma fábrica de armas a sudoeste da capital ucraniana, onde estariam a ser produzidos mísseis Neptuno, e ameaçou intensificar os ataques contra Kiev.

“Estamos conscientes de que os ataques contra nós irão intensificar-se, que o inimigo se vingará, que haverá ataques de mísseis e bombardeamentos de artilharia. Estamos prontos, iremos ripostar”, garantiu.

Novos ataques em Kiev

As forças russas destruíram este sábado uma fábrica de armamento que produz tanques nos subúrbios de Kiev e oficinas de reparação de equipamento militar em Mykolaiv (sul), anunciou o Ministério da Defesa russo.

Os ataques ocorreram um dia depois de a Rússia ter avisado que iria intensificar os ataques contra Kiev, na sequência de incursões ucranianas no seu território.

“Armas de alta precisão de longo alcance ar-terra destruíram os edifícios de produção de uma fábrica de armas em Kiev e uma oficina de reparação de equipamento militar em Nikolaev [nome russo de Mykolaiv]”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov, citado pela agência oficial russa TASS.

O porta-voz disse que as forças russas destruíram 16 alvos inimigos com mísseis de alta precisão, incluindo equipamento militar, armazéns e bases de armazenamento de armas.

Um grande número de militares e agentes da polícia estava presente no local pouco depois do ataque, impedindo o acesso ao complexo, de onde se erguia uma nuvem de fumo, segundo a agência AFP.

O presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, escreveu na rede social Facebook que não dispunha ainda de qualquer informação sobre potenciais vítimas.

“Pela manhã, Kiev foi bombardeada. Explosões deflagraram no distrito de Darnytsky, nos arredores da cidade. Os socorristas e médicos estão atualmente a trabalhar no local”, escreveu o autarca.

Klitschko apelou novamente às pessoas que saíram de Kiev para que não regressassem e permanecessem num “lugar seguro”.

Os ataques na região de Kiev tinham-se tornado menos frequentes desde o final de março, quando a Rússia retirou as suas tropas da capital e anunciou que iria concentrar a sua ofensiva no leste da Ucrânia.

No entanto, na sexta-feira, Moscovo ameaçou intensificar os ataques a Kiev depois de ter acusado a Ucrânia de bombardear aldeias em território russo perto da fronteira ucraniana.

https://zap.aeiou.pt/comandante-do-moskva-morreu-a-bordo-do-navio-russia-vai-retaliar-473822

 

terça-feira, 19 de abril de 2022

Bósnia-Herzegovina pode ser o próximo local de conflito alimentado pela Rússia !


A Bósnia-Herzegovina pode tornar-se o próximo local de conflito alimentado pela Rússia. Os russos podem usar argumentos semelhantes aos usados na Ucrânia.

A política internacional é normalmente discutida em termos de períodos históricos associados a características específicas.

Para muitos, a invasão da Ucrânia pela Rússia marca o início de um novo período de confrontos de superpotências. Entramos num mundo onde grandes Estados militarmente poderosos lutarão por influência, reconhecimento e controlo sobre o que consideram elementos importantes do sistema internacional.

Pensar em categorias, no entanto, esconde o facto de que a política internacional se desdobra cumulativamente. Tensões latentes e acordos políticos desatualizados muitas vezes criam as condições para conflitos futuros. Inclusive hoje.

A invasão da Ucrânia pela Rússia está associada à história de ambos os Estados e ao conflito em curso que se seguiu à anexação da Crimeia em 2014. Para muitos, a guerra atual é uma continuação e uma escalada de um conflito existente.
 
Mas há outros lugares onde a Rússia poderia usar o poder político ou militar para expandir a sua influência.

Em vez de ver as ações russas na Ucrânia como únicas, é preciso lembrar que há um contexto mais amplo no qual a Rússia trabalhará para alcançar os seus objetivos. Independentemente do que vier da guerra na Ucrânia, há outros lugares que a Rússia pode estar de olho.
Bósnia-Herzegovina em risco?

A Bósnia-Herzegovina é de longe o exemplo mais importante. A Republika Srpska, uma província sérvia na Bósnia criada no final da Guerra da Bósnia, comemorou o seu 30.º aniversário no dia 9 de janeiro de 2022. A liderança da província pressionou por maior autonomia e talvez até independência.

A iminente crise na Ucrânia ofuscou isso, mas as tensões estão relacionadas. O embaixador da Rússia na Bósnia-Herzegovina, Igor Kalbukhov, e a primeira-ministra da Sérvia, Ana Brnabic, participaram em eventos para comemorar o aniversário juntos.

A Bósnia-Herzegovina e a Ucrânia estão conectadas porque ambas são lugares onde a Rússia acredita que pode realizar o seu desejo de ser reconhecida como uma força global.

Na Ucrânia e na Geórgia, a Rússia lutou ostensivamente. Na Bósnia-Herzegovina, os laços históricos da Rússia com os sérvios – devido à herança eslava e ortodoxa compartilhada e suas alianças durante a Primeira e a Segunda Guerras Mundiais – fornecem uma justificativa semelhante.

Os acordos de Dayton, o tratado que encerrou a guerra na Bósnia-Herzegovina em 1995, está a mostrar a sua idade, e o resultado dessa guerra pode agora desempenhar um papel noutra competição entre a Rússia e o Ocidente.

A paz foi celebrada na altura, mas provou ser um fracasso. A guerra entre grupos étnicos terminou e um Governo federal frouxo foi criado, mas a reconciliação real entre sérvios, croatas e bósnios não aconteceu.

Isto significa que a Rússia pode alegar que deve usar o seu poder para proteger um grupo étnico subjugado. Como os falantes de russo na Ucrânia e na Geórgia, as exigências políticas sérvias podem tornar-se um pretexto para a ação russa.
Construção estatal inexistente

A etnia desempenha um papel importante na política bósnia porque as pessoas pensam nas suas necessidades, desafios e oportunidades em termos étnicos.

A construção do Estado – o processo pelo qual os Estados passam ao criar os sistemas e instituições que lhes permitem servir a sua população – tem sido limitada, deixando as pessoas a depender do apoio de grupos étnicos.

O fracasso da Bósnia significa duas coisas. O conflito civil que se espalha pelas fronteiras da Bósnia pode ressurgir se as tensões aumentarem, e a Rússia pode alinhar o seu objetivo de exercer mais influência na política europeia com os apelos sérvios por autodeterminação. Dada a posição da Bósnia no flanco da União Europeia, isso representa um risco de segurança para a UE.

Trocado por miúdos, a Rússia tem uma situação pronta que lhe permite usar o poder diplomático, político ou mesmo militar para promover os seus esforços para competir contra a influência ocidental.

Isso pode envolver maior apoio político ou económico aos sérvios bósnios, apoio às forças sérvias em caso de conflito ou até mesmo conduzir uma operação militar rotulada como “manutenção da paz”. Essa possibilidade final é, na verdade, o que a Rússia argumentou que estava a fazer quando invadiu a Geórgia em 2008.

https://zap.aeiou.pt/bosnia-herzegovina-pode-ser-o-proximo-local-de-conflito-alimentado-pela-russia-473749

 

Detidos extremistas alemães que planeavam ataques e raptos - Ministro da Saúde era um dos alvos !


A justiça alemã anunciou hoje a detenção de quatro alegados membros de uma rede de extrema-direita contra as regras de contenção da covid-19, que planeavam “ataques violentos” no país e o rapto de “figuras públicas”.

De acordo com a agência noticiosa France-Presse (AFP), que cita uma fonte ministerial, entre os alvos do grupo estava o ministro da Saúde social-democrata, Karl Lauterbach.

A rede, denominada “Patriotas Unidos”, tinha como objetivo destruir “o sistema democrático alemão”, segundo a procuradoria de Coblença e a polícia da Renânia-Palatinado, refere uma declaração conjunta.

Os suspeitos, detidos na quarta-feira durante extensas buscas, tinham planeado atacar as redes elétricas para provocar “um apagão a longo prazo em todo o país”, que, segundo estes, provocaria as condições para uma “guerra civil”.

As autoridades estavam a investigar o grupo, os seus fundadores e apoiantes em várias partes do país desde outubro de 2021.

Na rusga realizada na quarta-feira, as autoridades apreenderam armas de fogo, barras de ouro, moedas de prata e dinheiro no valor de mais de 10.000 euros, assim como telemóveis, falsos certificados de vacinação contra a covid-19 e vários documentos que descreviam os planos para derrubar o Estado alemão.

As autoridades tinham em mira cinco suspeitos – todos alemães e com idades compreendidas entre os 41 e os 55 anos –, tendo detido quatro, de acordo com a declaração.

As operações policiais visam a franja mais radical do movimento contra as restrições, cuja expressão se multiplicou e que colocou a violência da extrema-direita no topo da lista de ameaças à ordem pública, à frente do extremismo islâmico.

Este movimento tem estado particularmente ativo na Alemanha desde o início da pandemia da covid-19 e utiliza canais da plataforma de troca de mensagens Telegram, onde fazem ameaças contra representantes eleitos ou durante manifestações.

O assassínio em junho de 2019 de Walter Lübcke – um político do partido conservador que defendia o conjunto de ações para o acolhimento de migrantes da ex-chanceler Angela Merkel –, cometido por um militante neonazi, abalou profundamente o país.

No início de abril, as autoridades alemãs realizaram uma grande operação nos meios terroristas de extrema-direita, no âmbito de uma investigação mais ampla envolvendo a polícia e os serviços de informações militares desde 2019.

Quatro suspeitos do grupo “Knockout 51” foram então detidos. As investigações em curso também visam o grupo de extrema-direita “Atomwaffen Division Deutschland”.

Na quarta-feira, o Ministério Público Federal da Alemanha anunciou a acusação de um alemão simpatizante de um grupo neonazi, suspeito de querer desencadear “uma guerra de raças” no país através de ataques com explosivos e armas de fogo.

https://zap.aeiou.pt/detidos-extremistas-alemaes-ataques-473644

 

Guterres fala da “tempestade perfeita” - Mais de 20% da população mundial pode ficar na miséria !


Apresentado o primeiro relatório sobre o impacto global da guerra na Ucrânia nos sistemas de alimentação, energia e finanças.

Esta quarta-feira foi apresentado o primeiro relatório do Grupo Global de Resposta a Crises sobre o impacto global da guerra na Ucrânia nos sistemas de alimentação, energia e finanças.

António Guterres esteve presente no evento, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), e sublinhou que estamos perante uma “tempestade perfeita”. Ou seja, juntando os factores crise sanitária (COVID-19) e clima de paz e segurança, as nações em desenvolvimento estão ameaçadas.

O secretário-geral das Nações Unidas compreende o foco dado aos ucranianos mas a guerra está a criar dificuldades a nível global. E a pobreza, a fome e a instabilidade já estavam a aumentar antes do conflito.

Guterres lembrou que a guerra agravou a situação que muitos países em desenvolvimento já atravessavam por causa da COVID-19. E estão a começar agora encargos históricos da dívida e uma inflação crescente.

O relatório apresentado em Nova Iorque deixa o alerta: a situação bélica na Ucrânia pode fazer com que a pobreza, a miséria e a fome atinjam 1,7 mil milhões de pessoas. Ou seja, mais de 20% da população mundial.

Esta possibilidade está fortemente relacionada com o facto de a Ucrânia e a Rússia serem exportadores importantes de trigo, cevada, milho e óleo de girassol – essenciais para populações de países mais pobres.

O cenário piora porque a crise de financiamento também afecta o Programa Mundial de Alimentos, que não tem recursos suficientes para alimentar pessoas em regiões vulneráveis, como Iémen, Chade e Níger.

“Há uma correlação direta entre o aumento dos preços dos alimentos e a instabilidade social e política. E o mundo não pode permitir isso, é necessário agir imediatamente”, avisou António Guterres, que acredita que esta situação vai deixar “cicatrizes profundas e duradouras”.

O relatório da ONU pede às instituições financeiras internacionais que libertem financiamento para os países mais vulneráveis e que ajudem os governos dos países em desenvolvimento a investir nos mais pobres e vulneráveis.

E há outro lado deste cenário: a ONU acredita que a crise pode ser uma oportunidade para o planeta, dando o exemplo de uma eventual implementação acelerada de energias renováveis (iria suavizar o aumento de preços da energia e iria tornar a Terra mais limpa).

https://zap.aeiou.pt/populacao-mundial-miseria-guterres-onu-473466

 

Rússia ameaça atacar centros de comando em Kiev !


O Exército russo ameaçou hoje atacar centros de comando na capital ucraniana, Kiev, que Moscovo tinha desistido de tomar até agora, se as tropas ucranianas continuarem a atacar o território russo.

“Estão a verificar-se tentativas de sabotagem e de ataques das forças ucranianas contra alvos em território da Federação da Rússia”, declarou Igor Konachenkov, porta-voz do Ministério da Defesa russo.

“Caso prossigam estas ações, o exército russo desencadeará ataques dirigidos a centros de tomada de decisão, incluindo em Kiev, o que o exército russo se absteve de fazer até agora”, prosseguiu.

No final de março as forças russas retiraram-se da região de Kiev. Durante um mês, tentaram cercar a capital e efetuaram diversos bombardeamentos que atingiram a periferia da capital.

Moscovo possui designadamente mísseis hipersónicos, considerados impossíveis de destruir durante o voo devido à sua velocidade, que indicou já ter utilizado na Ucrânia.  

O porta-voz do Ministério da Defesa também referiu que a zona comercial do porto de Mariupol, cidade estratégica do sudeste da Ucrânia, foi totalmente conquistada.

Na segunda-feira, o líder dos separatistas russófonos de Donetsk, que combatem ao lado do exército russo em Mariupol, tinha já reivindicado este avanço militar.

“O que resta das unidades ucranianas e dos nazis [do batalhão] Azov presentes na cidade estão bloqueados e privados da possibilidade de sair do cerco”, afirmou hoje Igor Konachenkov.

O responsável militar afirmou ainda que Moscovo destruiu 36 alvos militares ucranianos durante ataques no decurso das últimas 24 horas.

https://zap.aeiou.pt/russia-ameaca-atacar-centros-comando-473427

 

Detido homem suspeito da autoria do tiroteio no metro em Nova Iorque !


A polícia de Nova Iorque deteve, esta quarta-feira, o suspeito acusado de disparar sobre dez pessoas num vagão de metro em Brooklyn. O tiroteio feriu pelo menos 29 pessoas, que estão livres de perigo.

O suspeito em causa é Frank James, que já no final da noite passada tinha sido identificado como uma “pessoa de interesse” pelas autoridades nova-iorquinas.

Segundo a CNN, o suspeito foi detido por uma patrulha de três agentes na zona de East Village, em Manhattan, Nova Iorque.

A polícia de Nova Iorque prendeu o suspeito depois de receber uma dica por chamada telefónica, de acordo com fontes policiais. Os agentes responderam imediatamente, localizaram o suspeito e levaram-no sob custódia.

As autoridade de Nova Iorque já tinham revelado a identidade do suspeito e tinham pedido que quem tivesse informações sobre o seu paradeiro informasse a polícia. A polícia adiantou também, em comunicado, que estava a oferecer uma recompensa de cerca de 461 mil euros por informações sobre o suspeito.

O alerta foi dado às 8h30 horas locais (13h30 em Lisboa). Os agentes foram chamados para responder a um incidente na estação por onde passam as linhas D, N e R, cujos comboios foram travados para não passarem pelo local. Deram-se ainda conta de relatos de fumo no interior da estação.

A polícia de Nova Iorque encontrou explosivos inativos no local, corrigindo uma informação inicial dos bombeiros que indicava tratar-se de engenhos por detonar. As testemunhas foram incentivadas a ligar para as autoridades caso tenham informações sobre o incidente.

A ABC apurou também que o suspeito estava a murmurar para si mesmo antes de abrir fogo com uma pistola com calibre .380.

https://zap.aeiou.pt/detido-suspeito-tiroteio-nova-iorque-473419

 

domingo, 17 de abril de 2022

“À espera de um massacre": Elite russa não terá planos de paz com a Ucrânia !


A elite russa não terá planos de paz com a Ucrânia, pelo que as atuais negociações entre os dois países não deverão levar a nada em concreto.

A mais recente ronda de negociações na Turquia, entre responsáveis russos e ucranianos, sobre a guerra na Ucrânia, ficou marcada por um anúncio que poderia ser importante: a Rússia avisou que ia reduzir “radicalmente” a atividade militar perto de Kiev e de Chernihiv.

Foi um primeiro passo importante, mas outras regiões ucranianas continuam a lutar desesperadamente contra a invasão russa. Os especialistas mostraram-se apreensivos, temendo que as tropas fossem redistribuídas para o sul, onde o Kremlin expandiria a sua ação militar.

Muitos entendem que a recente ronda de negociações não deu em nada e terá sido em vão, com promessas vagas.

Recentemente, Medvedev publicou um texto sobre uma guerra impiedosa contra o “ucranianismo profundo”, que lembra o famoso discurso de “guerra total” de Goebbels, no dia 18 de fevereiro de 1943.
Medvedev fala do ataque a uma maternidade de Mariupol e do massacre em Bucha como casos “falsos” e produto “da cínica imaginação da propaganda ucraniana“.

Segundo o ex-presidente russo, há organizações não-governamentais e organizações governamentais geridas pelos “Governos ocidentais” a “cozinharem” estas alegadas mentiras por “grandes quantidades de dinheiro”. A sua intenção é “desumanizar a Rússia” e “denegrir” o país, defende.

Mas esta alegada desinformação também é uma prova de que o “ucranianismo profundo, alimentado pelo veneno anti-russo, é uma grande mentira”, refere Medvedev na publicação.

O portal The Insider realça uma teoria de que há neste momento uma “fação da paz” e uma “fação da guerra” na Rússia.

A primeira acredita que Zelenskyy é o devido Presidente do país e que devem ser perseguidas negociações de paz com a Ucrânia. A segunda fação, por sua vez, acredita na ‘desnazificação’ da Ucrânia e rejeita negociações.

Num artigo publicado no Nezavisimaya Gazeta, Dmitri Belousov, um dos chefes do Centro de Análise Macroeconómica e Previsão de Curto Prazo (CMASTF), defende que não há “fação da paz” na Rússia. Pelo contrário, há uma “fação de vítimas” que não tem qualquer influência sobre Putin ou sobre o Conselho de Segurança.

Belousov fala em dois cenários: um de “longo inverno”, caso as negociações de paz avancem, e outro de “conflito militar prolongado”.

Outra teoria sugere que a eventual existência de uma “fação da paz” não é mais do que uma “manobra estalinista” de Vladimir Putin.

Quando o Presidente russo identificar aqueles que estão demasiado felizes com o cessar-fogo que se aproxima, irá rapidamente enviar os serviços especiais e transformá-los em “traidores da nação”, explica o The Insider.

“O Kremlin vai invadir o leste da Ucrânia nos próximos dias. Um massacre está a chegar. A partir daí, o Kremlin reiterará as suas exigências através de negociações”, acrescenta o site russos de jornalismo de investigação.

https://zap.aeiou.pt/elite-russa-nao-tera-planos-paz-472721

 

Novo relatório aponta sabotagem no desastre aéreo que matou Presidente polaco !

O antigo Presidente polaco, Lech Kaczyński.
Um novo relatório elaborado pela subcomissão polaca que investiga o desastre aéreo de Smolensk, em 2010, no qual morreu o então Presidente Lech Kaczynski e outras 95 pessoas, concluiu que houve sabotagem e “duas explosões” no avião.

O responsável do grupo que investiga o caso, Antoni Macierewicz, apresentou hoje, coincidindo com o aniversário do desastre, um relatório que “invalida o de 2011” e sustenta a tese de sabotagem.

Em 10 de abril de 2010, um avião Tupolev Tu-154 da Força Aérea Polaca, que transportava o então Presidente Kaczynski, bem como 88 outras personalidades políticas e eclesiásticas e militares polacos, além da tripulação, despenhou-se na base aérea russa em Smolensk.

A delegação polaca estava a chegar ao local por ocasião do 70.º aniversário do massacre de Katyn, no qual elementos do exército soviético executaram cerca de 4.400 prisioneiros polacos.

Jaroslaw Kaczynski, atual vice-presidente do Governo e líder do partido ultraconservador Lei e Justiça (PiS), irmão gémeo do falecido Lech, tem insistido que foi sabotagem e acusou o Governo do primeiro-ministro da altura, Donald Tusk, de encobrir os acontecimentos em conluio com Moscovo.
 
Também o responsável pela investigação do desastre considera que a Rússia tem tentado “esconder, destruir e modificar” as provas do caso, nomeadamente ao impedir os investigadores polacos de aceder a todos os registos de voo e a análise laboratorial dos restos da aeronave.

Uma investigação anterior, publicada em 2011, apontava como causa do acidente a descida do avião durante a descolagem e uma colisão com árvores próximas.

Em declarações à rádio pública polaca, hoje, depois de divulgado o novo relatório, Jaroslaw Kaczynski insistiu que foi “um ato de agressão contra a Polónia”.

O Presidente polaco, Andrzej Duda, tinha já anunciado que a Polónia pretende apresentar a um tribunal internacional o massacre de Katyn, ocorrido em 1940, como parte de uma série de massacres de prisioneiros e oficiais polacos pelo exército soviético.

“O genocídio não prescreve”, sublinhou Duda, “é por isso que vou exigir que os tribunais internacionais elucidam esta questão.

https://zap.aeiou.pt/sabotagem-antigo-presidente-polaco-472768

 

Os EUA testaram secretamente o seu míssil hipersónico ! Conseguirão encurtar distâncias para a Rússia ?

Míssil Hipersónico norte-americano X-51A Waverider

Versão testada é equivalente à usada pelas forças russas na zona oeste da Ucrânia.

A Agência de Projetos de Defesa Avançada e a Força Aérea norte-americana anunciaram esta semana que levaram a cabo um teste versão Lockheed Martin do seu Hypersonic Air-breathing Weapon Concept (HAWC), ou seja, do seu míssil hipersónico. De acordo com a CNN, o teste aconteceu há duas semanas, mas a sua realização foi mantida em segredo para evitar uma escalada nas tensões com a Rússia.

O organismo do governo dos EUA especificou que o veículo manteve uma velocidade de cruzeiro cinco vezes mais rápida que a velocidade do som durante um longo período de tempo. No que respeita a altitude e distância, ficou-se pelos 19.812 quilómetros e 556 quilómetros, respetivamente.

De acordo com o Interesting Engineering, o teste é o segundo evento levado a cabo com sucesso no âmbito do referido programa desde setembro. “Este teste demonstrou com sucesso um segundo desenho de míssil que permitirá aos nossos militares selecionar, de forma competitiva, os melhores instrumentos para dominar o campo de trabalho”, descreveu Andrew Tippy Knoedler, responsável pelo programa HAWC no departamento HAWC no Gabinete de Tecnologia Tática da DARPA.

“Este feito aumenta o nível de maturidade técnica para a transição do HAWC para um programa de serviço de registo”, continuou a DARPA. Ainda de acordo com a estação de televisão norte-americana, a opção de manter o teste em segredo deveu-se à situação na Ucrânia, território invadido pela Rússia a 24 de fevereiro e onde o país já anunciou ter usado o seu próprio míssil hipersónico.

A arma usada pelos russos era a versão mais recente do míssil hipersónico Kinzhal, sendo que o seu lançamento teve como objetivo destruir um armazém com armamento na zona oeste do país. “O sistema de aviação míssil Kinzhal com mísseis aerobalísticos hipersónicos destruiu um grande armazém subterrâneo com mísseis e munições de aviação na aldeia de Deliatyn”, avançou Igor Konashenkov, o porta-voz do ministério da Defesa russo

https://zap.aeiou.pt/os-eua-testaram-secretamente-o-seu-missil-hipersonico-conseguirao-encurtar-distancias-para-a-russia-472152

 

Encontrada mais uma vala comum com dezenas de civis mortos em Buzova !


Depois das imagens dos corpos do massacre em Bucha terem chocado a comunidade internacional, as forças ucranianas revelaram que encontraram outra vala comum em Buzova, nos arredores de Kiev.

Uma nova vala comum com mais civis mortos foi encontrada perto da cidade de Buzova, na região de Kiev, disse hoje o presidente da comunidade de Dmitrov, Taras Didych.

“Encontrámos mais mortos numa vala, civis, perto de uma bomba de gasolina de Buzova”, disse Taras Didych, em declarações recolhidas pela agência União.

O mesmo responsável adiantou que na estrada que liga Kiev a Jitomir, entre as vilas de Myla e Mriya, cerca de uma dezena de carros foram baleados.

“Na comunidade há 14 vilas, algumas das quais estavam sob ocupação [russa]. Agora estamos a voltar à vida, mas durante a ocupação tivemos os nossos ‘pontos críticos’, morreram muitos civis”, disse.  

Taras Didych adiantou também que os serviços locais estão a restabelecer o fornecimento de eletricidade e de gás e a remover os destroços, precisando que há testemunhas dos factos.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,4 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/vala-comum-civis-mortos-buzova-472556

 

Ucrânia - Ataque em estação de comboio de Kramatorsk faz 30 mortos e 100 feridos !


Ataque aconteceu no dia em que Ursula von der Leyen visita Kiev, acompanhada de Josep Borrell.

Um ataque russo com recurso a rockets provocou, esta manhã, pelo menos 30 vítimas mortais numa estação ferroviária de Kramatorsk, na província de Donestsk, localizada na zona leste da Ucrânia. O ataque aconteceu numa altura em que muitos civis tentavam abandonar a região após os apelos das autoridades locais para que fizessem precisamente isso. De acordo com o governo ucraniano, os russos estarão a preparar um grande ataque à região Leste do país, as quais pretendem conquistar até ao início de maio.

“Os monstros russos nunca vão abandonar os seus métodos. Sem terem a força e a coragem para lutar connosco no campo de batalha, estão constantemente a atacar cinicamente a população civil. Este é um mal que não parece ter limites. E se não for punido, nunca vai parar”, reagiu Zolodymyr Zelenskyy, presidente ucraniano.

De acordo com o autarca local, Oleksander Honcharenko, cerca de 4 mil pessoas estariam na infraestrutura quando o ataque aconteceu. A companhia estatal de caminhos-de-ferro também especificou que dois rockets atingiram a estação ferroviária”, acrescentando que não existiam tropas ucranianas no local. Segundo o Público, a cidade de Kramatorsk é utilizada como ponto de acolhimento para civis que pretendem proteger-se dos bombardeamentos russos.

A Rússia já negou a autoria do ataque. Através da agência de notícias RIA, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que o míssil que atingiu a estação corresponde a um tipo de armas usado unicamente pelos militares ucranianos e semelhante ao que atingiu o centro da cidade de Donetsk, a 14 de março.
 
Já esta semana, três comboios que transportavam civis foram bloqueados na mesma região após as linhas ferroviárias terem sido atingidas por um ataque aéreo.

Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, já condenou o ataque. “Condenou veementemente o ataque indiscriminado desta manhã contra uma estação de comboio em Kramatorsk pela Rússia, que matou dezenas de pessoas e deixou muitas mais feridas“, escreveu no Twitter. O diplomata acrescentou ainda que o ataque “é mais uma tentativa de fechar vias de saída para aquelas que fogem desta guerra injustificada e de causar sofrimento humano”.

https://zap.aeiou.pt/ucrania-ataque-em-estacao-de-comboio-de-kramatorsk-faz-30-mortos-e-100-feridos-472329

 

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