Segundo
o conselheiro do Ministério dos Assuntos Internos da Ucrânia, Anton
Gerashchenko, o capitão do navio de guerra russo ‘Moskva’, Anton Kuprin,
morreu na sequência do ataque com mísseis Neptuno ucranianos que
afundou o navio almirante da frota russa no Mar Negro.
O comandante do cruzador Moskva, que se afundou esta quinta-feira
após o que os ucranianos dizem ter sido um “um corajoso ataque
ucraniano” com dois mísseis Neptuno fabricados no país, terá morrido a
bordo do navio.
Segundo uma nota publicada através do Telegram
pelo conselheiro do Ministério dos Assuntos Internos da Ucrânia, Anton
Gerashchenko, o comandante Anton Kuprin morreu após uma “explosão e
incêndio a bordo”, quando o navio estava a ser rebocado para a base
naval de Sevastopol, na Crimeia.
A Rússia desmente que o navio
se tenha afundado na sequência de um ataque ucraniano, sustentando que o
afundamento terá sido causado por um incêncio a bordo após uma explosão
no paiol da embarcação.
“Durante o reboque do cruzador Moskva
para o porto de designação, o navio perdeu estabilidade devido a danos
no casco, sofridos durante a detonação de munições por causa de um
incêndio. Em plena forte tempestade, o navio afundou”, disse o
Ministério da Defesa russo, citado pela agência noticiosa TASS.
Segundo
adiantou esta sexta-feira, um alto responsável do Pentágono, o cruzador
russo Moskva foi afundado por dois mísseis ucranianos, no que
considerou “um grande golpe para a Rússia“.
“Pensamos que eles o
atingiram com dois Neptune”, indicou o responsável do Departamento da
Defesa norte-americano, citado pela AFP a coberto do anonimato,
desmentindo assim a versão de Moscovo segundo a qual o seu
navio-almirante no teatro de guerra ucraniano foi “gravemente danificado
por um incêndio”.
O responsável não confirmou, contudo, as
informações de que o exército ucraniano terá distraído a defesa do
Moskva com um ‘drone’ de um lado do navio, enquanto os Neptune, mísseis
de cruzeiro antinavio ucranianos, o atingiam do outro lado.
Rússia “vai retaliar”
As
forças militares ucranianas estão “plenamente conscientes” de que a
Rússia não vai perdoar o ataque ao cruzador Moskva, “símbolo das
ambições imperialistas” russas, afirmou hoje uma porta-voz militar,
adiantando que não foi possível resgatar a tripulação.
“Estamos
plenamente conscientes de que não seremos perdoados” pelo ataque ao
Moskva, afirmou, em conferência de imprensa, a porta-voz do comando
militar da região sul da Ucrânia, Natalia Goumeniouk, citada pela AFP.
Goumeniouk
referiu que o ataque ao Moskva, que se afundou na quinta-feira no Mar
Negro depois de ter sido atacado pela Ucrânia com mísseis Neptuno, “não
atingiu apenas o navio, atingiu as ambições imperiais do inimigo“.
“Vimos
navios a tentar ajudar o Moskva, mas até as forças da natureza estavam
do lado da Ucrânia, uma tempestade impediu que o navio fosse salvo e que
a tripulação fosse resgatada”, explicou a militar.
A
responsável disse contudo não estar em condições de dar pormenores sobre
o que ocorreu com a tripulação por falta de “dados fiáveis”.
Na
quinta-feira, o Ministério da Defesa russo afirmou que a tripulação,
composta por mais de 500 pessoas, tinha sido “resgatada para outros
navios da Frota do Mar Negro que estavam nas proximidades”, sem
especificar se houve baixas.
O Moskva acabou por se afundar
enquanto era rebocado para a base nava de Sevastopol, porto mais próximo
e centro de operações da frota russa no Mar negro.
Do lado da
Ucrânia, explicou Goumeniouk, espera-se retaliação por parte da Rússia,
que ainda na quinta-feira atingiu uma fábrica de armas a sudoeste da
capital ucraniana, onde estariam a ser produzidos mísseis Neptuno, e
ameaçou intensificar os ataques contra Kiev.
“Estamos
conscientes de que os ataques contra nós irão intensificar-se, que o
inimigo se vingará, que haverá ataques de mísseis e bombardeamentos de
artilharia. Estamos prontos, iremos ripostar”, garantiu.
Os ataques ocorreram um dia depois de a Rússia ter avisado que iria intensificar os ataques contra Kiev, na sequência de incursões ucranianas no seu território.
“Armas de alta precisão de longo alcance ar-terra destruíram os edifícios de produção de uma fábrica de armas em Kiev e uma oficina de reparação de equipamento militar em Nikolaev [nome russo de Mykolaiv]”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov, citado pela agência oficial russa TASS.
O porta-voz disse que as forças russas destruíram 16 alvos inimigos com mísseis de alta precisão, incluindo equipamento militar, armazéns e bases de armazenamento de armas.
Um grande número de militares e agentes da polícia estava presente no local pouco depois do ataque, impedindo o acesso ao complexo, de onde se erguia uma nuvem de fumo, segundo a agência AFP.
O presidente da câmara de Kiev, Vitali Klitschko, escreveu na rede social Facebook que não dispunha ainda de qualquer informação sobre potenciais vítimas.
“Pela manhã, Kiev foi bombardeada. Explosões deflagraram no distrito de Darnytsky, nos arredores da cidade. Os socorristas e médicos estão atualmente a trabalhar no local”, escreveu o autarca.
Klitschko apelou novamente às pessoas que saíram de Kiev para que não regressassem e permanecessem num “lugar seguro”.
Os ataques na região de Kiev tinham-se tornado menos frequentes desde o final de março, quando a Rússia retirou as suas tropas da capital e anunciou que iria concentrar a sua ofensiva no leste da Ucrânia.
No entanto, na sexta-feira, Moscovo ameaçou intensificar os ataques a Kiev depois de ter acusado a Ucrânia de bombardear aldeias em território russo perto da fronteira ucraniana.
https://zap.aeiou.pt/comandante-do-moskva-morreu-a-bordo-do-navio-russia-vai-retaliar-473822
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