Em 2021, a extensão do gelo marinho no inverno atingiu o seu máximo a 21 de março. As observações da NASA indicam que o cenário não é o mais favorável, uma vez que a extensão é a sétima mais baixa já registada, empatando com o ano de 2007.
A extensão do gelo marinho durante o último inverno foi cerca de 14,77 milhões de quilómetros quadrados, ou seja, menos 880.000 quilómetros quadrados do que a extensão mediana para o período entre 1981 e 2010.
A menor extensão de gelo no Ártico no inverno foi registada em 2017, quando atingiu 14,41 milhões de quilómetros quadrados.
Esta redução dramática é uma consequência direta do aquecimento global, tendo em conta que sete em cada dez das extensões mais baixas do inverno ocorreram na última década – o que, segundo os especialistas, faz não faz prever um futuro muito risonho.
Como explica o IFL Science, existem ciclos de variabilidade natural que afetam a extensão do gelo no verão e no inverno, sendo a oscilação Ártica, um padrão de anomalias de pressão ao nível do mar, um desses ciclos.
No entanto, os fenómenos naturais presentes e combinados por si só não podem explicar o que está a acontecer nesta região do planeta, pois a enorme mudança ambiental também está na mão dos humanos.
As observações de satélite têm registado as mudanças no gelo marinho desde 1978. Desde então, o gelo ártico tem diminuído todos os meses e virtualmente em todas as regiões do círculo ártico.
Relativamente à extensão do verão, desde 2002, o mínimo tem também sido consistentemente muito menor do que a média de longo prazo.
De recordar que em outubro do ano passado, uma importante região da costa da Sibéria, o Mar de Laptev não congelou pela primeira vez na história, o que levou a que o verão passado tivesse a segunda menor extensão de gelo marinho de sempre.
Esta região é considerada um berçário de gelo marinho, por isso esta situação terá grandes consequências futuras.
Muitos investigadores estimam que o Ártico não terá gelo durante o verão por volta de 2030 e 2050.
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