A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou esta sexta-feira ter iniciado uma investigação sobre casos de coágulos sanguíneos após toma da vacina da Johnson & Johnson/Janssen contra a covid-19, antes de o fármaco estar disponível na União Europeia (UE).
Em comunicado, o regulador europeu informa que o seu Comité de Avaliação dos Riscos em Farmacovigilância (PRAC) iniciou uma revisão “para avaliar relatórios de eventos tromboembólicos […] em pessoas que receberam a vacina Janssen contra a covid-19” nos Estados Unidos.
Autorizada pela EMA a 11 de março passado, esta vacina de dose única ainda não está a ser utilizada em nenhum Estado-membro da UE, mas o regulador europeu espera que isso aconteça “nas próximas semanas”, tendo já começado esta análise com base em casos registados nos Estados Unidos: quatro situações graves de coágulos sanguíneos invulgares, uma das quais fatal.
Segundo a agência europeia, os relatórios apontam para um “sinal de segurança”, não sendo para já claro se existe uma associação causal entre a vacinação com a vacina da Janssen contra a covid-19 e estas situações.
Segundo a Agência Americana de Medicamentos (FDA, na sigla em inglês), até ao momento, não foi estabelecida qualquer ligação de causalidade entre a formação de coágulos sanguíneos e a vacina contra a covid-19 da Johnson & Johnson.
“A FDA está ao corrente de informações nos Estados Unidos sobre eventos tromboembólicos graves, associados a um baixo nível de plaquetas no sangue, que ocorreram em alguns indivíduos depois de receberem a vacina contra a covid-19 da Janssen”, afirmou o regulador norte-americano em comunicado enviado à Agência France Presse, citando o nome da filial europeia da Johnson & Johnson.
“Neste momento, não encontrámos ligação de causalidade com a vacinação e continuamos a acompanhar a evolução destes casos”, acrescentou a instituição. “Manteremos o público informado assim que tivermos mais informação”.
Bruxelas quer mais 1,8 mil milhões de doses
De acordo com a Bloomberg, a Comissão Europeia pretende lançar, muito em breve, um concurso com o objetivo de garantir cerca de 1,8 mil milhões de doses adicionais de vacinas contra a covid-19.
Bruxelas está à procura de um único produtor de vacinas que recorra à tecnologia de mRNA e cujo fármaco seja eficaz contra as diferentes estirpes do novo coronavírus, segundo informa um funcionário da Comissão.
Além disse, o fabricante deverá ter a capacidade de realizar esta produção dentro do bloco europeu, devendo ser capaz de cumprir obrigações mensais previamente contratualizadas.
Segundo a mesma fonte, pretende-se que as doses adicionais provenientes através deste novo contrato, que seriam principalmente doses de reforço e doses destinadas à imunização de crianças, sejam administradas entre 2022 e 2023.
https://zap.aeiou.pt/ema-investiga-possivel-ligacao-entre-tromboses-e-va-394065
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