Um pouco por todo o mundo, o aparecimento de grandes 
terramotos rasos parece seguir um padrão matemático, conhecido como 
“Escada do Diabo”.
Segundo este padrão matemático, os grupos de eventos sísmicos são separados por longos, mas irregulares, intervalos de silêncio sísmico.
A descoberta publicada,
 este mês, no Boletim da Sociedade Sismológica da América difere do 
padrão previsto pela modelagem clássica de terremotos, que sugere que 
terremotos ocorreriam periodicamente ou quase periodicamente, dependendo
 dos ciclos de acumulação e libertação de stresse tectónico.
Os resultados desta investigação podem ter implicações na avaliação do risco sísmico.
 Por exemplo, descobriram que as grandes sequências de terremotos, de 
magnitude superior a 6.0, são “mais explosivas” do que o esperado, o que
 significa que agrupar terremotos ao longo do tempo resulta numa maior 
probabilidade de se repetirem eventos sísmicos em breve após um grande 
terremoto, escreve a Europa Press.
A Escada do Diabo é demonstrada por sistemas dinâmicos não lineares, nos quais uma mudança em qualquer lugar pode afetar o comportamento de todo o sistema.
 É com base nisto que os cientistas alertam que devemos ser cautelosos 
ao avaliar um evento ‘atrasado’ só porque o tempo medido desde o evento 
anterior passou por um tempo médio de recorrência.
“Eu deparei-me com este tema há alguns anos, quando li sobre o estudo
 de dois investigadores da UCLA sobre o padrão temporal de um conhecido 
serial killer, Andrei Chikatilo, que matou pelo menos 52 pessoas de 1979
 a 1990 na antiga União Soviética”, começou por explicar o coautor do 
estudo Mian Liu.
“O padrão temporal dos seus assassinatos é a Escada do Diabo. Os 
investigadores estavam a tentar entender como a mente do criminoso 
funcionava, como os neurónios se estimulam no cérebro. Fiquei intrigado 
porque percebi que os terramotos funcionam da mesma forma“, acrescentou.
https://zap.aeiou.pt/terramotos-padrao-escada-do-diabo-320248
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