O medo tem a função de nos manter vivos. É um instinto de proteção 
imediato. Talvez, em parte, isso explique a relação do ser humano com a 
superstição, que está diretamente atrelada à religiosidade e, 
consequentemente, ao medo, seja da morte ou de que algo de muito ruim 
aconteça.
Para muitos, o uso do termo superstição é sinônimo de que 
você é uma pessoa fraca, ignorante e que acredita que uma força muito 
além da causalidade exerce certo tipo de controle sobre alguns aspectos 
de sua vida. No século IV, os povos mais próximos dos deuses não achavam
 isso ruim, muito pelo contrário. 
Será que de fato você não atrairia azar se não usasse branco na 
virada do ano ou se decidisse passar por aquele trecho da rodovia 
assombrado por ter causado muitas mortes por conta de certa numeração?
Objetos, lugares, palavras, hábitos, sonhos ou números. A 
espiritualidade explica que a superstição está mais em vínculo com o seu
 nível de consciência (você atrai o que vibra) e energia de massa do que
 com algum tipo de maldição ou punição divina. É a energia residual 
deixada em objetos ou criada através de egrégoras (formas-pensamento) 
que acaba fazendo com que algo aconteça, ou apenas chegue próximo dessa 
possibilidade.
        
            
                
                
(Fonte: WeMystic/Reprodução)
Mas o que fazer ou pensar quando algo parece desafiar a causalidade e
 nem mesmo os seus pensamentos mais positivos e distantes de 
superstições o impedem de pensar que aquilo possa ser uma espécie de 
agouro?
Entre as milhares de superstições populares, voar de avião encabeça a
 lista. Já não é de hoje que as pessoas têm medo de serem lançadas no 
céu em um pedaço de metal que desafia a gravidade, ainda que 
estatisticamente seja considerado o meio de transporte mais seguro do 
mundo.
Na aviação, ao longo dos anos, uma série de incidentes envolvendo a 
numeração 191 dos voos têm causado remarcações, desistências e até mesmo
 processos judiciais, tanto por parte dos passageiros quanto dos 
funcionários das companhias aéreas. 
A profecia de Booth
        
            
                
                
(Fonte: YouTube/Reprodução)
Na manhã do dia 16 de maio de 1979, um gerente de escritório em 
Cincinnatti, Ohio (EUA), chamado David Booth, acordou agitado depois de 
um pesadelo. Em seu sonho, ele estava em pé em um campo onde, à sua 
direita, um avião escrito American Airlines taxiava para a decolagem. 
Assim que a aeronave alcançou o céu, segundo o homem, algo em sua mente 
dizia que havia alguma coisa de errada com o ruído que saía das 
turbinas. Em menos de 2 minutos no ar, ele viu o Boeing 727 virar e ir 
direto para o chão, explodindo em uma coluna de fogo.
Booth não viu nada de diferente nisso; era só mais um sonho 
aleatório. Ele se levantou e foi para o trabalho. Só que no dia seguinte
 o pesadelo aconteceu exatamente igual e no mesmo horário. E depois de 
novo, e de novo. No sexto dia consecutivo em que o homem acordou 
perturbado, teve certeza de que precisava fazer algo a respeito. Aquilo 
tinha que ser algum tipo de aviso.
David Booth entrou em contato com a American Airlines e a 
Administração Federal de Aviação (FAA), apesar de sentir que as pessoas 
fossem debochar. Um homem estava ligando para falar que um acidente 
poderia acontecer só porque não parava de sonhar com isso. Quais eram as
 chances? 
Após uma pausa na ligação por um dos operadores, Booth foi 
transferido para conversar diretamente com Jack Barker, diretor da FAA 
na época. Barker ouviu com atenção e, em entrevista, disse que foi a 
forma credível e sã com que Booth deu o seu relato que o fez acreditar. 
Só que havia um único e grave problema: o homem não sabia a data nem em 
qual voo o suposto sonho premonitório se realizaria. Ou seja, não havia 
nada que eles pudessem fazer a respeito.
No dia 25 de maio de 1979, às 14h50, o voo 191 da American Airlines, 
que decolou de Chicago com destino a Los Angeles, caiu em um campo de 
trailers ao lado do aeroporto em menos de 2 minutos após a decolagem. 
Todos os 258 passageiros a bordo morreram quando a aeronave colidiu com o
 solo em uma explosão fatal.
A jornada do número 191
        
            
                
                
(Fonte: Dallas Morning News/Reprodução)
No dia 24 de junho de 1972, o voo 191 da Prinair (Porto Rico 
International Airlines) que saía do Aeroporto Internacional Luis Munoz 
Marín, em San Juan, para o Aeroporto Mercedita, em Ponce, no Porto Rico,
 caiu aproximadamente às 23h15. A aeronave, uma Habilland DH-114, estava
 sob o comando do capitão Donald Price, que acumulava cerca de 8,3 mil 
horas de voo. Após realizar uma rotação excessiva, ultrapassar o fim da 
pista e cair, a colisão causou a morte de 5 pessoas e deixou outras 15 
feridas gravemente.
O voo 191 da Delta Air Lines fazia a rota doméstica entre Fort 
Lauderdale e Los Angeles. Na tarde do dia 2 de agosto de 1985, a 
aeronave, um Lockeed L-1011 da TriStar, encontrou-se com um turbilhão de
 vento quando se aproximava do aeroporto de Dallas e acabou se chocando 
contra o solo. O acidente causou a morte imediata de 137 pessoas e 
deixou outras 28 feridas.
Na manhã do dia 27 de agosto de 2006, por volta das 6h, o voo 191 da 
Comair que ia de Lexington para Atlanta caiu ao tentar fazer uma 
decolagem do aeroporto de Blue Grass. O avião teria recebido a pista 22,
 mas acabou usando a 26, que era muito curta para efetuar uma decolagem 
segura, fazendo a aeronave ultrapassar o final da pista antes de sair do
 chão. O jato Bombardier Canadair Regional 100ER caiu logo após o limite
 da pista e matou instantaneamente os 47 passageiros. O primeiro oficial
 do voo foi o único sobrevivente.
        
            
                
                
(Fonte: Strange Unexplained Mysteries/Reprodução)
Em 27 de março de 2012, o voo 191 da JetBlue que ia de Nova York para
 Las Vegas sob o comando do capitão Clayton Osbon não decolou no horário
 previsto. Isso porque o primeiro oficial de voo, Jason Dowd, outros 
passageiros e membros da tripulação tiveram que conter Osbon quando esse
 aparentemente sofreu uma espécie de colapso mental.
O homem fazia comentários de que eles não chegariam a Las Vegas, que 
não poderia ser responsabilizado quando o avião caísse, entre outras 
falas que envolviam os atentados de 11 de setembro. Osbon chegou a 
criticar os passageiros sobre os desígnios de Jesus, os mandamentos do 
Al-Qaeda e até falou sobre uma possível bomba a bordo. Depois disso, 
Clayton Osbon foi preso sob a acusação de interferência com a tripulação
 de voo e exonerado de seu cargo após 12 anos de trabalho apenas pela 
JetBlue.
Embora possa parecer que os acontecimentos catastróficos tiveram 
maior índice após o relato atormentador de David Booth, a numeração 191 
já vinha causando estranhamento muito antes disso, só que não de maneira
 ostensiva o suficiente para chamar atenção, tampouco se tornar sinal de
 superstição. 
No dia 5 de março de 1963, um voo 191 com destino à cidade Asgabate, 
no Turcomenistão, caiu após passar por uma tempestade de areia, matando 
12 de seus 54 passageiros. Depois, em 1967, o voo de teste 191 levou a 
óbito o seu piloto cerca de 10 minutos após a decolagem.
Segundo estudos da numerologia, não há nada de errado com a 
combinação 1-9-1, muito pelo contrário. Ela é tida como “a combinação 
dos anjos”, algo muito positivo. Ainda assim, de modo geral a numeração 
não é bem vista. Quem a conhece prefere evitá-la do que arriscar, ainda 
mais estando a cerca de 11 mil metros do chão, voando em algo controlado
 por computadores.
https://www.megacurioso.com.br/misterios/114320-incidente-no-ar-os-bizarros-eventos-por-tras-dos-voos-191.htm