Eles apontam que manter o distanciamento social é uma das medidas mais eficazes sem uma vacina
O aumento de casos confirmados no Brasil tem preocupado autoridades
sobre o controle do vírus no País. Os cientistas tem investido, além de
pesquisas sobre o contágio e tratamento a doença, sobre previsões do
contágio. No Ceará, os casos quase dobraram e agora no somam 20, de
acordo com o último boletim, divulgado na noite de quarta-feira, 18. Já
no Brasil, 291 casos confirmado são contabilizados. Segundo
especialistas, até 2 milhões de mortes podem acontecer no Brasil no pior
cenário se medidas para conter o vírus não forem tomadas.
O número é resultado da pesquisa do professor José Dias do Nascimento
Júnior, doutor em Astrofísica da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte e Astrônomo associado ao Harvard-Smithsonian Center for
Astrophysics, e do professor Wladimir Lyra, doutor da New Mexico State
University. O modelo dos pesquisadores aplicado no dados do Brasil
resultaram em que cada pessoa infectada está, em média, infectando seis
pessoas. Essa taxa provoca a duplicação entre 2 e 3 dias. Wladimir Lyra
analisa que o pico no País deve acontecer em 50 dias e, no começo de
maio, mais de 50% da população estará contaminada.
"Isso são mais de 100 milhões de casos. Os hospitais não têm capacidade
de lidar com esse número. E, ao final da epidemia, teríamos 2 milhões de
mortos", afirma em entrevista ao portal Tecmundo. Eles montaram a
pesquisa, a partir de um modelo matemático criado para matematizar os
casos de coronavírus já existentes e novos.
O prognóstico brasileiro é assustador, segundo eles, porque na Itália os
dados são de que uma pessoa infectada transmite o vírus para, em média,
de 3 a 4 pessoas até se curar ou morrer. O número de casos dobra a cada
quatro dias, um dia a mais que no Brasil. A base de dados usada na
pesquisa é mantida e atualizada pelo Centro de Ciências de Sistemas e
Engenharia (CSSE, em inglês) da Universidade de Johns Hopkins. No
trabalho, a população do País foi dividida em quatro pontos: se são
suscetível, infectadas, curadas ou mortos.
Dentro dessas categorias, eles consideram que o controle da pandemia só
acontece em dois casos: quando todo mundo é infectado e desenvolve
imunidade ao se curar ou quando a taxa de infecção é menor que a taxa de
remissão.“A primeira é quando muitas pessoas foram infectadas e
desenvolveram imunidade ao se curar. Obviamente esse caso é terrível,
praticamente toda a população foi infectada em algum momento durante a
epidemia e o número de mortos pode ser assustador”, ressalta ele.
A pesquisa foi lançada no dia 16 de março de 2020 e foi previsto que,
até o quinto dia posterior, seria registrado a primeira pelo
Coronavírus. No dia seguinte, São Paulo anunciou a primeira morte pela
doença, de um idoso de 62.
Os dois cientistas alertam para que sejam tomadas medidas de prevenção,
especialmente o distanciamento social, caso contrário os dados vão se
concretizar. “Sem tratamento ou vacina, a única forma desta epidemia
parar naturalmente é ela correr seu curso, infectando centenas de
milhões, e matando milhões de pessoas. Para evitar isso a população tem
que parar de sair de casa, praticar distanciamento social", pontua Lyra.
Ele complementa que sem a vacina, a quarentena é a medida mais eficaz
para diminuir a taxa de infecção.
Gráfico que projeta o número de mortos e infectados (Foto: Reprodução/Tecmundo)
Fonte: http://ufosonline.blogspot.com/
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