segunda-feira, 9 de maio de 2022

Ataques misteriosos com seringas estão a assustar jovens em França !


Uma onda de agressões misteriosas com picadas de agulhas em discotecas, bares e espetáculos em várias cidades de França tem deixado as autoridades em alerta.

Donos de casas noturnas e organizadores de eventos festivos estão já a reforçar a segurança dos locais por receio de novos ataques.

Mais de uma centena de investigações foram abertas em França por “administração de substância nociva” em diversas localidades, como Nantes, Grenoble, Paris, Lyon, Béziers, Rennes e Toulouse. As vítimas são jovens, homens e mulheres, que relatam sintomas como náuseas, vertigens, perda de equilíbrio, dores musculares e suores.

As teorias sobre os motivos deste tipo de agressão estão em aberto, segundo os investigadores. Não se sabe se será uma forma de violência gratuita ou até mesmo uma espécie de desafio macabro “lançado nas redes sociais”.

A pena prevista para a administração de substâncias nocivas é de três anos de prisão, mas pode chegar a dez anos no caso de circunstâncias agravantes como a premeditação ou o dano causado à saúde da vítima.

A estudante de biologia Zoë Stoppaglia estava num bar em Grenoble, no sudeste de França, com amigos. Em entrevista ao jornal Le Monde, a jovem contou que tinha bebido apenas um copo de álcool horas antes de se sentir muito mal abruptamente, com problemas de visão e perda de força nas pernas, que a impossibilitou de conseguir ficar em pé.

Ao seu lado no bar, um jovem apresentava os mesmos sintomas. Ambos suspeitaram ter sido drogados e foram ao hospital. Os testes deram negativo para o GHB, conhecido como a “droga da violação”. No dia seguinte, o médico de Zoë detetou uma marca de injeção no corpo da jovem.

Zoë denunciou a ocorrência às autoridades e regressou ao hospital para exames complementares, ainda sem resultados, disse a estudante ao Le Monde. “Tenho medo. Não sei até agora o que me injetaram. Os médicos não conseguem descobrir”, afirmou.

Outra vítima, Élodie, teve perda de memória durante horas após passar a noite numa casa noturna em La Rochelle, no sudoeste do país. No dia seguinte, em entrevista ao Le Parisien, contou que descobriu duas marcas de injeção no seu braço e hematomas, confirmados por um certificado médico.

Outras vítimas também só identificaram a marca da agulha na pele no dia seguinte à agressão.

Já Marie dançava com amigos em Le Mans quando sentiu um formigueiro na coxa. “Uma dor súbita paralisou-me e as minhas pernas abandonaram-me. Não conseguia levantar-me. Os seguranças da discoteca acharam que eu estava bêbada e queriam expulsar-me. Um amigo achou que eu estava a ter um acidente vascular cerebral”, contou a jovem ao jornal Le Parisien.

A jovem passou a noite no hospital, onde uma enfermeira verificou que havia uma marca de agulha de seringa e um vermelhão na sua coxa.

Risco de HIV

Por medida preventiva, as vítimas iniciam rapidamente um tratamento com triterapia caso tenha ocorrido uma transmissão de AIDS por conta do uso de agulhas na agressão, mas até ao momento todos os testes de HIV deram negativo.

As autoridades francesas ainda não têm nenhum suspeito nem a confirmação da substância administrada, já que os exames realizados têm dado resultados negativos. Também não se sabe qual o tipo de agulha ou seringa que tem sido utilizado nas agressões, como por exemplo, uma injeção usada para aplicar insulina.

Em inúmeros casos, médicos e enfermeiros constataram marcas de picada da agulha em braços, coxas, nádegas, tornozelos, ombros ou nas costas das pessoas atacadas.

“É complicado porque é necessário que as vítimas reajam rapidamente”, afirmou o procurador de Béziers, Raphaël Balland, ao Le Monde. “Algumas substâncias desaparecem rapidamente do organismo. É o caso do GHB, que não pode ser mais detetado após algumas horas”.

Em Grenoble, os resultados de exames toxicológicos não revelaram, até ao momento, a presença de GHB ou GBL, ambas usadas por violadores para dopar as suas vítimas. Mas o procurador de Grenoble, Éric Vaillant, disse ao Le Parisien que estas análises foram feitas mais de 17 horas após as agressões, “o que não permite excluir formalmente a administração de GHB”.

Em Nantes, na Bretanha, o procurador Renaud Gaudel afirma que há até ao momento 45 casos deste tipo, que ocorreram em 17 estabelecimentos. Ainda são aguardados alguns resultados, mas até agora nem o GHB nem outro produto tóxico ou farmacêutico foi detetado. “O objetivo dessas picadas ainda precisa de ser elucidado”, disse Gaudel ao canal TF1.

O GHB pode ser injetado rapidamente, mas outras substâncias necessitam de uma injeção de alguns segundos. No entanto, as vítimas que perceberam instantaneamente que tinham sofrido uma picada relatam que foi feita rapidamente.

Uma fonte ligada às investigações em Béziers disse ao Le Monde que há a possibilidade de ser uma substância produzida pelo corpo humano, como adrenalina ou insulina em excesso.

Não houve nenhuma agressão sexual e em apenas um caso houve furto. Foi em Grenoble, onde um jovem prestou queixa afirmando ter sofrido uma picada de agulha numa discoteca e terem-lhe roubado o telemóvel, cartão de crédito, relógio e chaves.
Câmaras

Estas agressões preocupam os donos de discotecas, que passaram quase dois anos fechadas devido à pandemia de covid-19, recebendo ajudas financeiras do governo, e os organizadores de festivais, que tiveram de adiar os seus eventos.

Após funcionarem apenas cinco meses em 2021, as discotecas puderam reabrir em fevereiro deste ano.

Devido ao número crescente de queixas registadas por conta das misteriosas picadas, estabelecimentos estão a reforçar o controlo dos clientes na entrada, com revistas mais detalhadas, além da instalação de câmaras.

A discoteca Usine à Gaz, em Béziers, investiu 20 mil euros em câmaras, walkie-talkies e caixas de primeiros socorros, além de reforçar a equipa de segurança, segundo o seu gerente, Benoît Bienvenu. Desde então, diz que não houve nenhum novo caso de agressão com agulhas.

Já houve casos de picadas misteriosas num importante festival, o Printemps de Bourges. Durante o verão, a partir do final de junho, há grandes festivais em França, com dezenas de milhares de participantes, como o Hellfest, que atrai fãs de heavy metal.

“Levamos isto muito a sério. Vamos reforçar o sistema de revista dos participantes”, disse Gérard Pont, organizador do Francofolies de La Rochelle, que será realizado em julho, em declarações ao jornal Le Parisien.

“É preciso analisar a situação sem criar um pânico generalizado”, realça Jérôme Tréhorel, diretor do festival Vieilles Charues, que recebe 70 mil pessoas por dia. “Estamos a trabalhar com médicos, autoridades e a agência regional de saúde para ter um máximo de informações e tranquilizar o nosso público”, afirma.

https://zap.aeiou.pt/ataques-misteriosos-seringas-franca-476907

 

Putin será operado - Líder temporário “é mais traiçoeiro” do que o presidente !


Vladimir Putin deverá ser operado, numa luta contra o cancro. Nikolai Patrushev será o seu substituto, mas durante pouco tempo.

O Kremlin tem garantido que Vladimir Putin não tem qualquer problema de saúde mas o presidente da Rússia deverá ser operado em breve.

O jornal New York Post cita o General SVR, que no sábado indicou que Putin será operado, na sua luta contra o cancro.

Nikolai Patrushev vai passar a liderar a Rússia e todo o processo da guerra na Ucrânia. Patrushev foi chefe da polícia federal russa e é o líder do Conselho de Segurança da mesma entidade.

No entanto, esta transferência de liderança deverá durar pouco tempo. Só irá acontecer no período de recuperação da cirurgia, que deve ser de poucos dias.  

É pouco provável que Putin entregue o poder a outra pessoa durante um longo período de tempo, acrescenta a fonte.

Nikolai Patrushev é descrito como a “pior opção” possível para ocupar o cargo de Putin: “É um vilão absoluto e não é melhor do que Putin. Além disso, é mais astuto e mais traiçoeiro. Se chegar ao poder, os problemas dos russos só se vão multiplicar”.

Patrushev e Putin já terão tido uma conversa longa, na semana passada, para definir os próximos passos das forças russas.

Estado de Putin

O Governo da Rússia tem repetido a ideia de que Vladimir Putin não tem qualquer problema de saúde.

No entanto, nos últimos quatro anos o presidente já terá sido visitado dezenas de vezes (em segredo) por um oncologista. Putin já terá sido informado há alguns anos que tem um cancro.

No ano passado, e sempre de forma muito discreta, o líder do Kremlin terá sido operado. O problema será na tiróide e estará a avançar no corpo de Putin.

https://zap.aeiou.pt/putin-operado-476673

 

Aldeias do Laos decoram casas com bombas não detonadas da Guerra do Vietname !


Em várias aldeias do Laos, os habitantes decoram as suas casas com invólucros de bombas não detonadas da Guerra do Vietname.

A Guerra do Vietname foi um conflito entre o Vietname do Norte e o Vietname do Sul, entre 1959 e 1975. O conflito foi motivado por questões ideológicas e contou com a participação do exército norte-americano de 1965 a 1973. Estima-se que tenham morrido entre 1,5 e 3 milhões de pessoas.

A 7 de fevereiro de 1965, a aviação americana iniciou a sua ofensiva de bombardeamentos contínuos contra o Vietname do Norte. Para forçar os comunistas a abandonar a luta, os americanos lançaram 7 milhões de toneladas de bombas — um total de mais de 270 milhões de bombas durante toda a guerra.

“Em média, isso equivale a uma missão de bombardeamento a cada oito minutos, 24 horas por dia, durante nove anos”, disse Sarah Goring, da Mines Advisory Group (MAG).

Ainda hoje, décadas depois, cerca de 30% das bombas lançadas permanecem por detonar na região. Há cerca de 80 milhões de bombas não detonadas em Laos — é o país mais bombardeado per capita da História.

Apesar do perigo que representam, alguns aldeões usam as bombas para construir as suas casas, escreve a Insider. Desde 1964, mais de 50 mil pessoas foram mortas ou feridas por explosivos que detonaram mais tarde.

Em muitas aldeias do Laos, essas bombas e outras relíquias do tempo da guerra tornaram-se elementos decorativos. Tanques de combustível de avião, por exemplo, encontraram uma segunda vida como canoas, destaca o portal.

Dependendo do tamanho, os invólucros das bombas são usados para diferentes propósitos: os mais pequenos servem de canteiros, por exemplo.


Bomba não detonada usada como canteiro.

Os aldeões também usam as bombas não detonadas como sucata. “Elas estavam por toda a parte, por isso decidimos aproveitar ao máximo o que temos”, disse La lok, habitante de Ban Napia, em declarações ao The Guardian.

Parte do perigo destas bombas não detonadas vem do facto de que não há como os aldeões saberem se uma bomba ainda está ativa. Muitos deles arregaçam as mangas e optam por mudá-las de sítio.

“Nós nunca encorajaríamos isso, mas eu consigo entender”, disse Goring. “O que é que você faria? Encontra no meio do seu arrozal que pode atingir no ano que vem porque se esquece exatamente onde está. Por isso, da perspetiva deles, é mais seguro movê-la para algum lugar que não estejam a cultivar”.

https://zap.aeiou.pt/aldeias-laos-decoram-casas-bombas-476239

 

sexta-feira, 6 de maio de 2022

Outro lado do genocídio no Ruanda: “O assassino do meu marido agora é meu compadre” !


Genocídio no Ruanda originou muitos desfechos dramáticos, mas também foi o ponto de partida para esta história de perdão e amor.

Foram cerca de três meses que arruinaram um país. Em 1994 o Ruanda foi afectado por um verdadeiro genocídio.

Massacres contra a minoria Tutsi, organizada e concretizada pela maioria Hutu, começaram por causa do que aconteceu no dia 6 de Abril de 1994: o presidente do país, Juvénal Habyarimana – que era Hutu – foi assassinado (avião abatido).

Morreram quase um milhão de pessoas. Um período que arruinou um país, que originou muitos desfechos dramáticos e que deixou “feridas” que ainda não foram saradas, quase 30 anos depois.

No entanto, a BBC falou com alguém que demonstra o outro lado desta fase muito negativa no Centro de África.
 
Chama-se Bernadette Mukakabera e ficou viúva precisamente em 1994, durante o genocídio de Ruanda. Inserido na comunidade Tutsi, o seu marido Kabera Vedaste foi assassinado.

Já em tribunal, durante uma audiência oito anos depois (2004), Gratien Nyaminani – o assassino de Kabera e que tinha sido preso pouco depois do fim do conflito – contou à viúva como matou o seu marido. E pediu perdão.

Bernadette decidiu perdoá-lo. De imediato.

Tratou-se sobretudo de um gesto que mereceria aplausos e reconhecimento; mas tratou-se também da libertação do assassino que, em vez de ser condenado a prisão durante 19 anos, cumpriu serviço comunitário durante dois anos.

Entretanto, começou a criar-se uma relação entre…as duas famílias. A família do assassino e a família do assassinado.

Alfred tinha 14 anos quando o seu pai foi assassinado; Yankurije tinha nove anos quando o seu pai matou Kabera.

Yankurije ainda era uma criança mas quis ajudar a viúva nas tarefas domésticas e a tratar da fazenda: “Ela não tinha mais ninguém para ajudá-la, já que o meu pai era o responsável pela morte do marido dela”.

E aí surgiu o amor.

Alfred apaixonou-se por Yankurije, mais tarde. Ou seja, o filho de Kabera apaixonou-se pela filha do assassino de Kabera.

Bernadette, a viúva, aceitou logo a relação; gostava muito da jovem Yankurije. “Eu sentia que ela poderia ser a melhor nora para mim porque ela entendia-me melhor do que ninguém. Eu convenci o meu filho a casar-se com ela”.

Gratien, o assassino, não gostou muito de saber da proposta de casamento. Hesitava, sobretudo, por causa da ligação eminente à família que ele tinha destruído. Mas acabou por aceitar.

14 anos depois do genocídio, em 2008, Alfred e Yankurije casaram-se mesmo.

Este é um dos exemplos do trabalho da igreja católica no Ruanda, que tem estado focada em juntar as comunidades locais. Há mesmo um momento, público, em que o criminoso pede perdão e está junto à vítima, perante toda a comunidade. É uma espécie de reconciliação final.

Entretanto, o assassino Gratien também morreu. Mas Bernadette insiste: “Os nossos filhos não tiveram nada a ver com o que aconteceu. Eles simplesmente se apaixonaram e nada deveria impedir as pessoas de se amarem”.

https://zap.aeiou.pt/outro-lado-genocidio-ruanda-476045

 

“O Método Jacarta” — Ou as incomensuráveis mortes com que os EUA ganharam a Guerra Fria !


“O Método Jacarta”, livro em que o norte-americano Vincent Bevins dá a conhecer a forma como as ações dos Estados Unidos durante a Guerra Fria causaram um número incomensurável de mortes, chegou às livrarias portuguesas.

Classificado um dos melhores livros de 2020 por publicações como o jornal britânico Financial Times ou a rádio norte-americana NPR, o livro lembra como, “em 1965, o Governo dos EUA ajudou as forças militares indonésias a matarem cerca de um milhão de civis inocentes”.

Segundo a sinopse da obra, o livro relata a forma como, sob o manto de uma campanha anticomunista, esse acontecimento “inspirou campanhas de terror semelhantes em países tão distantes como o Brasil e o Chile”, , agora editada em Portugal pela Temas e Debates.

Em entrevista à Lusa, o jornalista norte-americano afirmou que, ao crescer nos Estados Unidos, nas décadas de 1990 e 2000, era ensinada “uma narrativa absurdamente simplificada e branqueada da Guerra Fria”.

Era “uma luta entre o Bem e o Mal, em que o Bem ganha, e toda a gente vive feliz para sempre”, ou, de forma ainda mais resumida, “uma espécie de história da Disney em que os EUA são o herói.”

“Não era conhecimento corrente nos EUA que teríamos feito algo mau de todo, menos ainda o em que acredito agora, que a Guerra Fria serviu para os EUA formularem táticas neocoloniais para os países do Sul global, para tomarem o lugar da Europa Ocidental na maneira em que se relacionava, formalmente, com o Sul”, diz Bevins.

O jornalista cobriu o Brasil entre 2010 e 2017, ano em que se mudou para Jacarta, para fazer a cobertura da região para o Washington Post.

Quando chegou à Indonésia, apercebeu-se de que “a história da tragédia de 1965 era relevante para quase tudo o que estava a acontecer no presente”, mas que, não só era praticamente “tabu” discutir o tema naquele país, como os acontecimentos eram quase desconhecidos das pessoas com quem falava nos EUA.

“O que era de loucos, considerando que penso que foi um dos mais importantes momentos de viragem na história do século XX”, acrescenta Bevins, que sentiu uma “pesada responsabilidade moral” para levar a cabo este projeto.

Em “O Método Jacarta”, Bevins recorre às histórias de vários indivíduos que atravessaram esses momentos para contar o que se passou, não só na Indonésia, mas noutros países que também foram alvo de golpes de Estado por influência de Washington, como o Brasil.

“O que aconteceu no Brasil em 1964 e na Indonésia em 1965 poderão ter sido as mais importantes vitórias da Guerra Fria para o lado que, no fim, venceu — isto é, os Estados Unidos e o sistema económico global que agora opera”, considera Bevins.

“Depois de 1964, com o golpe que depôs o presidente Goulart, no Brasil, e 1965, com a erradicação do Partido Comunista e a deposição do presidente Sukarno, muitos dos países vizinhos foram influenciados, direta ou indiretamente, pelos regimes anticomunistas dos maiores países da região”, argumenta Bevins.

No Chile de Salvador Allende, no começo da década de 1970, “alguém começou a pintar uma mensagem nas paredes”, com as frases “Jacarta vem” ou “Jacarta está a aproximar-se”, como forma de aterrorizar as forças de esquerda.

Em 11 de setembro de 1973, Allende morreu num golpe de Estado que instaura uma ditadura militar que causou milhares de mortos e desaparecidos.

“Com que tipo de mundo ficámos depois da Guerra Fria? Quem ganhou a guerra? Quem perdeu? Mais especificamente, como é que a cruzada anticomunista afeta, em concreto, as vidas de milhares de milhões de pessoas hoje?”, questiona Bevins no seu livro.

Colocada essa mesma questão a um dos sobreviventes do massacre de 1965, veio a resposta: “Os Estados Unidos ganharam. Aqui na Indonésia, tiveram o que queriam, e, à volta do mundo, tiveram o que queriam. A Guerra Fria foi um conflito entre o socialismo e o capitalismo e o capitalismo ganhou.”

“Como é que os EUA ganharam?”, pergunta Bevins a Winarso. “Mataram-nos”.

https://zap.aeiou.pt/o-metodo-jacarta-ou-as-incomensuraveis-mortes-com-que-os-eua-ganharam-a-guerra-fria-476339

 

Singapura (com crescente movimento contra a pena de morte) executou condenado com deficiência intelectual !


Singapura avançou com a execução de um malaio com deficiência intelectual, condenado por tráfico de droga, ignorando apelos à clemência e críticas das Nações Unidas e da União Europeia.

Nagaenthran Dharmalingam esteve no centro de um crescente movimento contra a pena de morte em Singapura, nos últimos meses. Muitos lamentaram a morte do malaio, de 34 anos, que foi executado na quarta-feira, depois de ter sido condenado por tráfico de droga.

“É inacreditável que Singapura tenha avançado com a execução, apesar dos apelos internacionais para poupar a sua vida”, disse a irmã Sarmila Dharmalingam, à agência France Presse. “Estamos extremamente tristes com a execução do nosso irmão e a nossa família está em choque.”

Singapura tem das leis mais duras do mundo sobre drogas, estipulando a pena de morte nos casos de tráfico a partir de 15 gramas de heroína. De acordo com a agência Lusa, o malaio foi detido em 2009 com 43 gramas de heroína amarradas à coxa quando entrou no país.

Nagaenthran deveria ser executado em novembro, mas a defesa apresentou um recurso final ao Tribunal da Relação, que acabou por ser rejeitado a 29 de março.

Na segunda-feira, o tribunal rejeitou uma moção, que considerou “frívola”, e que argumentava que o malaio podia não ter recebido um julgamento justo porque o juiz que decidiu sobre os seus recursos era procurador-geral na altura da condenação, em 2010.

Segundo a VICE, Dharmalingam tinha um QI de 69, um nível reconhecido como deficiente mental.

O caso suscitou vários apelos internacionais para que a justiça poupasse a sua vida, sob o mote de que o malaio não terá sido capaz de compreender as consequências das suas decisões, além de ser alcoólico na altura do crime.

“O nome de Nagaenthran Dharmalingam ficará na história como vítima de um trágico erro judiciário”, referiu Maya Foa, diretora da organização não-governamental (ONG) Reprieve.

“Enforcar um homem com deficiência intelectual e mentalmente doente porque foi coagido a carregar menos de três colheres de sopa de heroína é injustificável e uma violação flagrante das leis internacionais que Singapura optou por assinar”, acrescentou.

O caso acontece menos de um mês depois de um cidadão local, de 68 anos, ter sido enforcado na prisão de Changi, a 30 de março.

Grupos de direitos humanos estão preocupados com o retomar das execuções no país. É também o caso da ativista Kirsten Han, que afirma que “a pena de morte não faz o que o Governo de Singapura pensa que faz”.

“Temos visto como as minorias e as pessoas marginalizadas são desproporcionadamente as que estão no corredor da morte”, salientou.

O milionário Richard Branson também fez campanha pela clemência de Nagen, como parte do seu movimento “Business Leaders Against the Death Penalty” (Líderes Empresariais Contra a Pena de Morte).

“Tenho um enorme respeito por Singapura, mas esta política de continuar a enforcar e executar pessoas – e, em particular, de considerar enforcar e executar alguém com deficiência intelectual, o que é contra o direito internacional –, faz-me sentir que tinha de falar sobre isso”, disse o britânico.

https://zap.aeiou.pt/singapura-executou-condenado-476028

 

“Depravação”, brutalidade e estado psicológico de Putin - John Kirby teve de conter as lágrimas !


O porta-voz do Pentágono, equivalente ao Ministério da Defesa nos países europeus, acusou esta sexta-feira o Presidente da Rússia de “depravação” e “brutalidade” pela maneira como as tropas russas estão a comportar-se na Ucrânia.

Questionado durante uma conferência de imprensa sobre o comportamento do líder russo, John Kirby afirmou que “é difícil olhar para algumas das imagens e imaginar um líder sério a fazer isso”, referindo-se às atrocidades de que as tropas russas têm sido acusadas de cometer na invasão à Ucrânia.

“É difícil olhar para o que ele está a fazer, para o que as suas tropas estão a fazer, e pensar que qualquer indivíduo ético, moral, pode justificar isso; é difícil olhar para as imagens… e imaginar que qualquer líder pensante, sério, maturo, faria isso”, acrescentou o porta-voz do Pentágono.

Kirby teve de interromper a frase para segurar as lágrimas. “Não posso falar sobre o seu estado psicológico, mas penso que todos percebemos a sua depravação“.

Kirby chamou “lixo” aos argumentos “bizarros” do líder do Kremlin, segundo os quais a guerra está a ser travada para proteger a minoria russa na Ucrânia do nazismo ucraniano.

O porta-voz do Kremlin argumentou que é “difícil conciliar essa retórica com o que ele está a fazer na Ucrânia a pessoas inocentes alvejadas na nuca, com as mãos atadas atrás das costas, a mulheres, mulheres grávidas mortas, hospitais bombardeados”.

“É simplesmente inconcebível”, concluiu Kirby, que se tornou uma das principais figuras do Governo dos EUA desde que a invasão começou, e que faz parte de uma lista de personalidades dos EUA sancionadas por Moscovo. 

Rússia pede à NATO que pare de armar Kiev

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, pediu à NATO e aos Estados Unidos que parem de entregar armas à Ucrânia, se “estiverem realmente interessados em resolver a crise ucraniana”.

Numa entrevista publicada hoje pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua, Lavrov lembrou que “um fluxo contínuo de armas de todos os tipos tem entrado na Ucrânia através da Polónia e de outros países da NATO”.

“Se os Estados Unidos e a NATO estiverem realmente interessados em resolver a crise ucraniana, então, acima de tudo, devem acordar e parar de entregar armas e munições ao regime de Kiev”, acrescentou o chefe da diplomacia russa.

Na terça-feira, líderes militares de cerca de 40 países reuniram-se em Ramstein, na Alemanha, tendo decidido passar a encontrar-se mensalmente para discutir o fortalecimento das capacidades militares da Ucrânia contra a Rússia.

Na entrevista à Xinhua, Lavrov assegurou que “a invasão que começou em 24 de fevereiro está a seguir de acordo com o planeado”.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov

“Todos os objetivos da operação militar especial serão alcançados, apesar da obstrução dos nossos adversários”, acrescentou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.

O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reconheceu, na noite de sexta-feira, que a situação na região nordeste do país, onde as forças russas concentram a sua ofensiva, é “difícil”. “Mas os nossos militares estão a obter sucessos táticos”, acrescentou.

O Ministério da Defesa ucraniano deu como exemplo Rouska Lozova, uma localidade situada a norte de Kharkiv, que as forças russas estavam a usar para atacar a segunda maior cidade da Ucrânia.

Rouska Lozova foi recuperada pelos ucranianos após intensos combates e mais de 600 moradores foram retirados, avançou o ministério.

A 22 de abril, a União Europeia e os Estados Unidos manifestaram “preocupação com a repetida manipulação de informação por parte da China, inclusive através da difusão da desinformação de Moscovo”, sobre a guerra na Ucrânia.

Pequim tem-se recusado a condenar a invasão da Ucrânia e defende a sua amizade com Moscovo.

https://zap.aeiou.pt/depravacao-brutalidade-e-estado-psicologico-de-putin-476314

 

Oceanos enfrentam um evento de extinção em massa !!!


Os oceanos da Terra podem estar perto de uma grande extinção, se o aquecimento global continuar a aumentar.

Se a humanidade não tomar medidas e o aquecimento global continuar sem diminuir, a vida nos oceanos da Terra poderá sofrer uma extinção em massa, uma perda de biodiversidade que poderá ultrapassar as grandes extinções anteriores do planeta.

Um novo estudo, publicado na Science a 28 de abril, afirma que a emissão de grandes volumes de gases humanos com efeito de estufa para a atmosfera está a alterar profundamente o sistema climático da Terra.

Estas mudanças sem precedentes estão a colocar muitas espécies em risco de extinção, de acordo com a Interesting Engineering.

Para desvendar a situação, os investigadores Justin Penn e Curtis Deutsch utilizaram um modelo ecofisiológico, que pesou os limites fisiológicos de uma espécie, em relação à temperatura marinha projetada, e às condições de oxigénio.

O objetivo era avaliar a probabilidade de extinção das espécies marinhas, em vários cenários de aquecimento climático.

Penn e Curtis descobriram que se as temperaturas globais continuarem a aumentar ao ritmo atual, é provável que os ecossistemas marinhos em todo o mundo sofram extinções em massa comparáveis ao tamanho e à gravidade da extinção da end-Permian, a famosa “Grande Morte”.

Esta extinção ocorreu há cerca de 250 milhões de anos e dizimou 57% das famílias biológicas, 83% dos géneros, 81% das espécies marinhas e 70% das espécies de vertebrados terrestres.

O consenso científico é de que as razões para a extinção da end-Permian foram as altas temperaturas, a anóxia oceânica, e a os ácidos causados pelos enormes volumes de dióxido de carbono de erupções vulcânicas.

A equipa de investigação também encontrou padrões em risco de extinção futura.

Prevê-se que os oceanos tropicais, por exemplo, percam a maioria das espécies devido às alterações climáticas, com muitas delas a deslocarem-se para latitudes mais elevadas e condições mais adequadas para sobreviver.

Por outro lado, as espécies polares são suscetíveis de se extinguirem, se os seus habitats desaparecerem por completo da Terra.

Para além do aquecimento da temperatura dos oceanos e do esgotamento do oxigénio devido ao clima, há também impactos humanos diretos, como a destruição de habitats, a pesca excessiva e a poluição costeira, que colocam as espécies marinhas em perigo.

Com o ritmo das alterações climáticas catastróficas, o futuro da vida oceânica tal como a conhecemos permanece desconhecido.

Contudo, há esperança, uma vez que o estudo também descobriu que a redução ou inversão das emissões de gases com efeito de estufa pode reduzir as taxas de extinção em até 70%.

Segundo um relatório do IPCC divulgado em abril, a altura é “agora ou nunca“. As emissões globais devem atingir o seu pico até 2025, a fim de cumprir o objetivo do Acordo de Paris de limitar os aumentos de temperatura a 1,5 graus Celsius.

Depois, devem baixar 43% até 2030, em relação aos níveis de 2019. Só então poderá haver esperança para a vida nos oceanos.

https://zap.aeiou.pt/oceanos-enfrentam-um-evento-de-extincao-em-massa-476273

 

terça-feira, 3 de maio de 2022

Xangai regista 52 mortes e o maior número diário de infeções por COVID 19 !


As autoridades de saúde da China revelam ter registado 5.487 novos casos positivos e 9.545 casos assintomáticos em Xangai, cidade onde há cerca de um mês foi decretado um confinamento quase total.

A cidade de Xangai registou 52 novas mortes por covid-19, nas últimas 24 horas, e 5.487 novos casos positivos, o número mais elevado desde o início da pandemia, anunciaram esta sexta-feira as autoridades.

A Comissão Nacional de Saúde da China revelou que foram registados ainda 9.545 casos assintomáticos em Xangai, a capital financeira do país.

Um surto de Covid-19 em Xangai, no leste da China, levou as autoridades chinesas a impor um confinamento quase total da cidade, com cerca de 25 milhões de habitantes, há cerca de um mês.

Os moradores de Xangai ficaram sem acesso a comida e necessidades diárias, face ao encerramento de supermercados e farmácias, e dezenas de milhares de pessoas foram colocadas em centros de quarentena, onde as luzes estão sempre acesas, o lixo acumula-se e não existem chuveiros com água quente.

Qualquer pessoa com resultado positivo, mas que não tenha sintomas, deve passar uma semana numa destas instalações, e os restantes cumprem isolamento no hospital.

O fluxo de produtos industriais também foi interrompido pela suspensão do acesso a Xangai, onde fica o porto mais movimentado do mundo, e outras cidades industriais, incluindo Changchun e Jilin, no nordeste da China.

A Comissão Nacional de Saúde da China anunciou que o país registou ainda 47 casos positivos e dois assintomáticos em Pequim.

A capital da China está a realizar testes à covid-19 para a maioria dos 21 milhões de habitantes da cidade.

Pequim encerrou também cinemas, bares de karaoke e outros locais de entretenimento e disse aos moradores para trabalharem a partir de casa e permanecerem nos bairros de residência ou numa área restrita.

A covid-19 causou mais de seis milhões de mortos em todo o mundo desde que a doença foi detetada, no final de 2019, em Wuhan, no centro da China.

A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.

https://zap.aeiou.pt/xangai-regista-52-mortes-e-o-maior-numero-diario-de-infecoes-476268

 

Russos tentaram invadir edifício e estiveram a poucos metros de Zelenskyy !


Logo no primeiro dia da invasão à Ucrânia, as forças russas tentaram invadir o edifício onde estava o presidente e a sua família.

A guerra na Ucrânia começou no dia 24 de Fevereiro e, desde as primeiras horas, um dos assuntos mais comentados (e que mais criaram receio) foi a segurança, e mesmo a vida, do presidente Volodymyr Zelenskyy.

Surgiram diversos avisos de altos responsáveis, como do chefe da diplomacia de França, Jean-Yves Le Drian, que foi claro: “Acho que a segurança do presidente ucraniano é central. Estamos em condições de o ajudar, se necessário. Estou muito impressionado com a sua frieza e estou muito impressionado com a coragem do povo ucraniano”.

Zelenskyy terá mesmo revelado frieza quando, logo no dia 24 de Fevereiro, nas primeiras horas do conflito, o edifício onde estava foi alvo de uma tentativa de invasão por parte de militares russos.

A guerra já tinha começado nas ruas da capital Kiev e, no edifício onde o presidente e a sua família estavam, as forças ucranianas tentavam proteger o seu líder a todo o custo. Havia barreiras, placas, muitas armas e coletes à prova de bala para a comitiva do presidente, Zelenskyy incluído.

No entanto, naquele dia, os russos chegaram de pára-quedas à zona do edifício e tentaram invadir o edifício. Duas vezes.

“No escritório do presidente ouvia-se o tiroteio. Eles ficaram a poucos minutos de distância. Foi uma loucura completa, com armas automáticas para todos”, contou à revista Time o conselheiro presidencial Oleksiy Arestovich.

Também nessa altura, chegaram propostas dos Estados Unidos da América e do Reino Unido propostas para Volodymyr Zelenskyy deixar de imediato a Ucrânia, em segurança, para a Polónia. O presidente da Ucrânia não quis e ainda hoje está na Ucrânia.

“Achámos corajoso, mas muito arriscado“, comentou uma fonte dos EUA que participou no processo.

Zelenskyy continuou no edifício mas, no dia seguinte, a sua família saiu para um local mais seguro.

https://zap.aeiou.pt/russos-perto-zelenskyy-476221

 

“O cheiro é terrível”: Nuvens de espuma tóxica invadem ruas na Colômbia !


Nuvens de espuma com um cheiro desagradável infestaram casas, empresas e obrigaram os residentes de Mosquera a fugir da cidade. As autoridades aconselharam as pessoas a não se aproximarem muito.

Uma nuvem de espuma tóxica com mau cheiro transbordou um rio poluído perto da capital colombiana Bogotá, cobrindo casas e empresas, e obrigando os residentes a fugir e a desviar-se nas nas ruas.

“O cheiro é terrível — tivemos de suportar esta espuma durante muito tempo”, conta Luz Mariela Gómez, líder da comunidade, aos canais de televisão locais.

“Estamos a correr um risco. Alguém pode cair lá em baixo e nós não conseguiremos encontrá-los”, acrescenta Gómez, segundo o The Guardian.

Fotografias do subúrbio residencial de Mosquera mostram várias nuvens de espuma a soterrar pavimentos e a sobrevoar os residentes. Uma estrada que faz ligação a uma escola local teve mesmo de ser bloqueada.

As autoridades ambientais locais informaram que a espuma poluída — que tem sido vista na cidade várias vezes ao longo dos últimos anos — está a aumentar devido ao despejo de resíduos, produtos químicos e detergentes no sistema fluvial. As chuvas fortes vieram agravar o problema.

O gabinete do Presidente da Câmara de Mosquera partilhou no Twitter fotos da espuma tóxica, ao lado de habitantes da cidade.

Gian Gerometta, Presidente da Câmara de Mosquera, alegou que a acumulação de poluição se devia em parte a um bloqueio causado por plantas no rio. “Estamos conscientes dos riscos que podem surgir devido a este fenómeno”, explica.

As autoridades também alertaram os habitantes locais para não se aproximarem demasiado da espuma, que pode causar problemas respiratórios e irritações de pele.

“É importante que as crianças sejam mantidas afastadas, pois ainda não sabemos totalmente o que é este material”, sublinhou Edwin García, um especialista ambiental.

Acrescentou também que uma estação de tratamento na região tem estado a trabalhar para descontaminar o rio desde 2020. “Iremos monitorizar e limpar todo o rio para evitar que a espuma continue a aumentar“.

https://zap.aeiou.pt/o-cheiro-e-terrivel-nuvens-de-espuma-toxica-nas-ruas-de-bogota-476060

 

Oligarcas russos estão a aparecer mortos sem explicação !


Mais de uma mão cheia de oligarcas russos morreram desde o início deste ano. Entre alegados homicídios e suicídios, as circunstâncias levantam dúvidas.

Só desde o início deste ano já morreram seis oligarcas russos. Na semana passada, em 48 horas, dois multimilionários de Moscovo foram encontrados mortos, assim como as suas famílias. Em causa estão alegados homicídios ou suicídios sem explicação.

Antes de ser eleito, em 2000, Vladimir Putin prometeu tomar medidas contra a oligarquia russa. O seu problema não era uma elite que enriquecia à custa da privatização de antigas empresas estatais, mas sim uma oposição poderosa, salienta o jornal Público.

Acredita-se que Putin terá perseguido, morto e prendido vários magnatas. Aqueles que cederam à pressão, acabaram por financiar o Presidente russo.

A primeira morte foi a de Alexander Tyulyakov, o diretor-geral do Centro Unificado da Gazprom para a Segurança Cooperativa, um dia logo após o início da invasão da Ucrânia. Tyulyakov foi encontrado morto na garagem da sua casa de campo.

No final de Fevereiro, Mikhail​ Watford foi encontrado morto em casa no Reino Unido. O The Guardian escreve que a polícia diz que a morte do empresário, nascido na Ucrânia, que fez fortuna com o petróleo e o gás é inexplicável, mas não suspeita. A família de Watford estava em casa, mas não ficou ferida.

No final de março, Vasily Melnikov também foi encontrado morto no seu apartamento de luxo em Nizhni Novgorod, juntamente com a sua esposa e dois filhos de 4 e 10 anos. O jornal russo Kommersant fala em três homicídios e um suicídio.

O antigo diretor da empresa médica MedStom terá esfaqueado até à morte a mulher de 41 anos e os filhos. Depois, suicidou-se.

Já em abril, Vladislav ​Avayev, a esposa e a filha, de 13 anos, foram encontrados mortos num apartamento em Moscovo. Nos mesmos moldes que Melnikov, Avaiev foi encontrado com uma arma na mão, que terá usado para matar a família e depois cometer suicídio. O oligarca era antigo vice-presidente do Gazprombank, um dos maiores bancos da Rússia.

Dois dias depois, Sergey ​Protosenya, a esposa e a filha, de 18 anos, foram encontrados mortos numa moradia em Espanha. As autoridades espanholas suspeitam que o ex-gestor da Novatek, gigante russa do gás natural, as tenha esfaqueado até à morte. Depois, Protosenya terá-se enforcado.

Leonid Shulman, diretor da Gazprom de 60 anos, também foi encontrado morto na casa de banho da sua residência, em São Petersburgo. No local foi encontrada uma carta escrita pelo próprio, o que levou as autoridades locais a acreditar em suicídio.

https://zap.aeiou.pt/oligarcas-russos-mortos-sem-explicacao-475822

 

Os sinais que nos dizem para conduzirmos com prudência provocam acidentes !


Mostrar sinais com avisos sobre as fatalidades na estrada pode distrair os condutores e causar mais acidentes.

De acordo com um novo estudo publicado na Science, os sinais nas auto-estradas que avisam os condutores sobre a mortalidade na estrada e aconselham a condução com cuidado devido ao trânsito ou às condições do piso podem acabar por ser contraproducentes.

Este tipo de sinais não é só mostrado em Portugal e estão presentes em 28 estados nos Estados Unidos.

Os autores analisaram as estatísticas relativas aos acidentes rodoviários no Texas, já que os sinais neste estado mostram os avisos relativos às fatalidades apenas uma semana durante cada mês, o que permite que sejam feitas comparações entre esta e as restantes semanas.

Quando os condutores passam pelos sinais com avisos sobre a mortalidade na estrada, têm uma percentagem 4,5% maior de estarem envolvidos num acidente nos 10 quilómetros seguintes, de acordo com o estudo. Isto pode traduzir-se, em média, em mais 2600 acidentes e 16 mortos nas estradas texanas anualmente.

Comparando os dados sobre os acidentes antes e depois do início da campanha que introduziu estes sinais, os investigadores notaram um impacto negativo imediato devido à distração que estes causavam aos condutores. O efeito equivale a que se circule com uma velocidade entre 4.8 e 8 quilómetros superior.

“Vemos o sinal e pensamos sobre ele, por isso não travamos tão rápido, e estes pequenos erros, 1 em cada 50 vezes, podem causar um acidente. As provas perfeitas seriam alcançadas com um teste aleatório de controlo. Mas acho que realmente temos provas muito, muito convincentes”, revela Jonathan Hall, autor do estudo.

O cientista sublinha que o impacto também depende do número de fatalidades mostrado, já que os números maiores são mais chocantes. No Texas, os valores eram recontados em Fevereiro e a equipa notou uma grande quebra nos acidentes em Fevereiro em comparação com Janeiro, nota a New Scientist.

Hall acrescenta que os autores do estudo escreveram aos responsáveis políticos de todos os estados norte-americanos para os alertarem sobre as conclusões do estudo e a pedirem que experimentem deixar de emitir estas mensagens e fazer as suas próprias comparações. No caso do Texas, o Departamento de Transportes já deixou de passar estes avisos nos sinais.

https://zap.aeiou.pt/sinais-conduzirmos-prudencia-475518

 

domingo, 1 de maio de 2022

Coreia do Norte utilizará armas nucleares “a qualquer momento” se for ameaçada !


O líder norte-coreano promete impulsionar o arsenal, principalmente como dissuasor, mas também contra forças que tentem “violar” os interesses da nação.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, prometeu avançar mais rapidamente no reforço das suas forças nucleares, e ameaçou utilizá-las se fosse provocado.

Kim Jong-un afirmou isto num discurso durante um desfile militar, em que estavam a ser apresentados sistemas de armas poderosos, que poderiam ser utilizados para atingir os rivais do país, segundo o The Guardian.

Os seus comentários sugerem que continuará a fazer testes de armas provocatórios, numa campanha de pressão, para obter concessões dos EUA e dos seus aliados.

O desfile de segunda-feira à noite marcou o 90º aniversário do exército da Coreia do Norte, enquanto a economia do país é atingida por dificuldades relacionadas com a pandemia, punindo as sanções lideradas pelos EUA e a sua própria má gestão.  

Fotografias dos meios de comunicação estatais mostraram Jong-un, vestido com um casaco cerimonial militar branco, a sorrir e acenar de uma varanda, juntamente com a sua esposa, Ri Sol-ju, e outros altos dignitários.

“[Nós] continuaremos a tomar medidas para continuar a desenvolver as forças nucleares do nosso Estado o mais rápido possível“, realçou Jong-un às suas tropas e à multidão reunida para o desfile, numa praça de Pyongyang, segundo a Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA).

Repetiu uma mensagem anterior, segundo a qual a Coreia do Norte poderia utilizar antecipadamente as suas armas nucleares, quando ameaçada, e apelou a que as suas forças nucleares estivessem totalmente preparadas para “entrar em movimento a qualquer momento“.

“A missão fundamental das nossas forças nucleares é dissuadir uma guerra, mas as nossas armas nucleares nunca podem ser confinadas à única missão de dissuasão de guerra, mesmo numa altura em que uma situação de que não estamos nada desejosos é criada nesta terra”, disse Jong-un.

“Se quaisquer forças tentarem violar os interesses fundamentais do nosso Estado, as nossas forças nucleares terão de cumprir decisivamente a sua inesperada segunda missão”, o que deixaria “perecer” qualquer força invasora, disse ele.

Alguns mísseis balísticos intercontinentais (ICBM) poderiam colocar os EUA bem dentro do alcance, e uma variedade de mísseis de curto alcance para combustíveis sólidos representam uma ameaça crescente para a Coreia do Sul e o Japão.

Uma das armas exibidas na Praça Kim Il-sung, com o nome do falecido avô e fundador do Estado do líder norte-coreano, foi o maior e mais recente ICBM da Coreia do Norte, o Hwasong-17.

A Coreia do Norte alegou ter testado aquele míssil com sucesso no mês passado, mas a Coreia do Sul concluiu que o lançamento foi do Hwasong-15 mais pequeno, tendo em conta que um lançamento do Hwasong-17 teria falhado.

Seja qual for a arma, o lançamento a 24 de março foi o seu primeiro teste de voo ICBM de alcance completo, em mais de quatro anos, e o míssil voou mais tempo e mais alto do que qualquer outro míssil que a Coreia do Norte lançou até agora.

KCNA afirmou que os espectadores no desfile aplaudiram em voz alta quando viram o Hwasong-17, que dizia mostrar “o poder absoluto de Juche [auto-suficiência], a Coreia e a posição estratégica da nossa república para o mundo”.

A Coreia do Norte comemora frequentemente os aniversários-chave do Estado, mobilizando enormes multidões para impulsionar a unidade interna.

O despacho de terça-feira da KCNA elogiou Jong-un por ter realizado “a grande causa histórica de completar as forças nucleares, fazendo uma longa jornada de devoção patriótica”, para tornar o seu povo livre da guerra.

Jong-un tem vindo a reavivar a capacidade nuclear, com o objetivo de forçar os EUA a aceitarem a Coreia do Norte como potência nuclear, e a remover sanções económicas paralisantes, explorando um ambiente favorável para fazer avançar o seu programa de armamento, uma vez que o Conselho de Segurança da ONU continua dividido sobre a guerra da Rússia na Ucrânia.

As negociações nucleares entre Washington e Pyongyang têm estado paradas desde 2019, devido a desacordos sobre a potencial flexibilização das sanções lideradas pelos EUA, em troca de medidas de desarmamento da Coreia do Norte.

Jong-un manteve-se fiel aos seus objetivos de desenvolver simultaneamente armas nucleares e a economia do país, face à pressão internacional, e não demonstrou qualquer vontade de entregar totalmente um arsenal nuclear que ele vê como a sua maior garantia de sobrevivência.

A Coreia do Norte efetuou 13 rondas de testes de armas este ano. Há também sinais de que a Coreia do Norte está a reconstruir túneis num campo de testes nucleares, que esteve ativo pela última vez em 2017, possivelmente em preparação para a explosão de um dispositivo nuclear.

Em 2017, a Coreia do Norte afirmou ter adquirido a capacidade de lançar ataques nucleares no continente americano, após uma tórrida série de testes nucleares e de mísseis. A Coreia do Norte tinha suspendido testes de alto nível, antes de entrar para a agora alegada diplomacia com os EUA.

O impulso militar agressivo de Jong-un pode ser motivado pela política interna, uma vez que, de outra forma, o líder norte-coreano não tem realizações significativas a mostrar ao seu povo, ao assinalar uma década no poder.

Não conseguiu vencer o alívio das sanções, tão necessário, da sua diplomacia com o então Presidente Donald Trump, e a pandemia de covid-19 desencadeou novos choques na economia falida do país, forçando-o a reconhecer no ano passado que a Coreia do Norte estava a enfrentar a “pior situação de sempre“.

https://zap.aeiou.pt/coreia-do-norte-utilizara-armas-nucleares-em-qualquer-altura-se-for-ameacada-475766

 

Uber admite ter enganado australianos - Vai pagar multa de 19 milhões de dólares !


A empresa alegava que podia ser cobrada uma taxa de cancelamento e inflacionava as estimativas de preços de táxi.

A Uber concordou em pagar uma multa de 26 milhões de dólares australianos devido a condutores que avisavam falsamente que poderia ser cobrada uma taxa de cancelamento aos utilizadores da aplicação, bem como por inflacionar estimativas de viagens de táxi comparáveis.

A Uber B.V., uma subsidiária holandesa da Uber Technologies Inc., com sede em São Francisco, admitiu ter infringido o Direito do Consumidor australiano ao fazer declarações falsas ou enganosas na sua aplicação, revelou a Comissão Australiana da Concorrência e do Consumidor numa declaração.

A primeira infração deveu-se a uma política de cancelamento gratuito, que permite a um cliente cancelar uma reserva sem custos até cinco minutos após um condutor ter aceite a viagem.

Entre pelo menos dezembro de 2017 e setembro de 2021, mais de 2 milhões de clientes australianos que tentaram cancelar dentro desse período de cinco minutos foram avisados: “Poderá ser-lhe cobrada uma pequena taxa, uma vez que o seu motorista já está a caminho”.

A mensagem de cancelamento mudou desde então para: “Não lhe será cobrada uma taxa de cancelamento”, segundo noticia a ABC News.

“Uber admite ter enganado os utilizadores australianos durante vários anos e pode ter levado alguns deles a decidir não cancelar a sua boleia, após receberem o aviso de cancelamento”, admitiu Gina Cass-Gottlieb, presidente da Comissão.

A Uber sublinhou numa declaração que quase todos os utilizadores decidiram cancelar as suas viagens, apesar dos avisos de cancelamento.

A segunda infração dizia respeito às tarifas de táxi estimadas fornecidas pela aplicação aos clientes de Sidney, entre junho de 2018 e agosto de 2020, quando a opção de chamar de táxi foi abandonada.

O algoritmo utilizado para calcular os intervalos tarifários inflacionou as estimativas do táxi. A tarifa real de táxi era quase sempre mais barata do que a estimativa mais baixa da Uber, que não tinha garantido que o algoritmo fosse exato, referiu a comissão.

A Uber pediu desculpa aos utilizadores pela estimativa da tarifa de táxi “ser mais alta do que deveria ser”

A empresa afirmou que cooperou com a comissão e fez alterações à sua plataforma, com base nas preocupações levantadas pelos investigadores.

“Estamos empenhados em elevar continuamente a fasquia — para nós próprios, para a nossa indústria e, mais importante, para as pessoas que utilizam os nossos serviços”, realçou a Uber.

A Uber e a comissão concordaram em pedir conjuntamente ao Tribunal Federal que ordenasse a multa de 19 milhões de dólares (26 milhões de dólares australianos).

A coima máxima que a Uber poderia ter enfrentado é difícil de calcular, porque as penalidades aumentaram acentuadamente durante o período em questão.

https://zap.aeiou.pt/uber-admite-enganar-australianos-vai-pagar-19-milhoes-de-dolares-475723

 

Covid: Risco de zona aumenta em infectados com mais de 50 anos !


Risco de desenvolver Herpes Zoster aumenta 15% em pessoas que já foram infectadas pelo coronavírus, revela estudo.

As pessoas com mais de 50 anos, que já foram contagiadas pela COVID-19, são mais vulneráveis à zona – o nome mais conhecido para a Herpes Zoster.

Um novo estudo observacional, realizado pela GSK, indica que os infectados pelo coronavírus, com mais de 50 anos, vêem o risco de zona aumentar 15%. A comparação é feita com pessoas que nunca tiveram COVID-19.

A percentagem aumentou para 21% quando foram analisados os doentes que foram hospitalizados por causa da pandemia.

O estudo foi publicado no Open Forum Infectious Diseases, da Sociedade de Doenças Infecciosas da América.  

Nesta análise, cada doente do grupo COVID-19 foi comparado aleatoriamente com quatro doentes do grupo não COVID-19 de entre um grupo de indivíduos que se enquadravam nos critérios. Nenhuma pessoa estava vacinada.

Os dados foram obtidos em duas grandes bases de dados dos EUA. O estudo mostrou ainda que o risco de desenvolver zona é mais elevado durante os primeiros seis meses depois de a pessoa ter sido infectada pelo coronavírus.

“Esta é a primeira evidência epidemiológica que liga a infecção anterior por COVID-19 ao aumento do risco de Herpes Zoster em adultos mais velhos, que já correm maior risco devido ao declínio da imunidade relacionado com a idade”, sublinhou o médico Temi Folaranmi, vice-presidente do departamento médico da multinacional biofarmacêutica.

A zona, visível essencialmente através de uma erupção cutânea, é uma infecção viral, normalmente composta por pequenas bolhas com líquido (vesículas). Normalmente é uma reactivação do mesmo vírus que causa a varicela; mesmo depois de curada, pode permanecer inactivo nas células nervosas. Esta reactivação é mais frequente em pessoas mais velhas.

https://zap.aeiou.pt/covid-zona-475490

 

Marjorie Taylor Greene pediu a Mark Meadows que Trump invocasse a lei marcial para travar a confirmação de Biden !


A congressista está a ser alvo de um processo que pretende impedir a sua recandidatura devido ao seu alegado envolvimento no ataque ao Capitólio. Greene disse sob juramento que não se lembrava de ter pedido a imposição da lei marcial, mas as mensagens enviadas a Meadows confirmam que o fez.

Meros dias antes da cerimónia da inauguração de Joe Biden como novo Presidente dos Estados Unidos, a congressista republicana Marjorie Taylor Greene enviou uma mensagem ao então chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, onde lhe pediu que pressionasse Donald Trump a invocar a lei marcial e assim impedir que Biden assumisse a presidência.

“No nosso chat privado há vários membros a dizer que a única forma de salvarmos a República é se o Trump activar a lei marcial. Só quero que tu lhe digas. Eles roubaram esta eleição. Nós sabemos todos. Vão destruir o nosso país“, enviou Greene a Meadows, já duas semanas após o ataque ao Capitólio.

A notícia foi avançada pela CNN, que teve acesso a 2319 mensagens que Meadows recebeu entre o dia da eleição e a confirmação de Biden e que detalham os planos do círculo próximo de Trump para reverterem o resultado do sufrágio.

Os registos das mensagens incluem comunicações com políticos republicanos, responsáveis da Casa Branca e com os filhos de Trump e estão agora nas mãos do comité da Câmara dos Representantes que está a investigar a insurreição.
 
Meadows partilhou as mensagens voluntariamente no final de 2021, mas desde então que deixou de colaborar com o comité e avançou com processos para bloquear as duas intimações de que foi alvo por parte do Congresso.

Greene também enviou mensagens a Meadows ainda antes do ataque ao Capitólio de 6 de Janeiro onde lhe perguntava sobre os planos para as objecções à vitória de Biden na sessão de confirmação no Congresso.

“Bom dia Mark, estou cá em DC. Temos de nos organizar para dia 6. Gostava de me encontrar com Rudy Giuliani outra vez. Não falamos com ele há muito tempo. E com qualquer outra pessoa que possa ajudar. Estamos a angariar muitos membros“, escreveu Greene a 31 de Dezembro de 2020.

Esta notícia surge numa altura que Greene está a ser alvo de um processo por parte de um grupo de eleitores na Geórgia que pretende impedi-la de se recandidatar ao lugar na Câmara dos Representantes devido ao seu alegado envolvimento no motim no Capitólio, baseando-se uma provisão na 14.ª Emenda na Constituição que impede que políticos envolvidos em insurreições voltem a ocupar cargos públicos.

Na sexta-feira, a representante testemunhou sob juramento e afirmou que não se lembrava dos eventos e dos planos em torno de 6 de Janeiro mais de 50 vezes e especificamente disse não ter memória de ter defendido a activação da lei marcial.

O juiz estadual Charles Beaudrot, que presidiu à audição na semana passada, fará uma recomendação nas próximas semanas e a decisão final está nas mãos do Secretário do Estado da Geórgia, Brad Raffensperger. Qualquer que seja o veredicto, já se antecipam recursos.

Ron Feid, o advogado que representa o grupo de eleitores que quer remover Greene do boletim de voto, considera que as mensagens agora conhecidas mostram a sua “desonestidade sobre o seu apelo à lei marcial” e sugerem que a congressista “não foi uma testemunha credível” na audição.

https://zap.aeiou.pt/marjorie-taylor-greene-trump-lei-marcial-475413

 

Programa de “educação patriótica” vai criar a próxima geração de fiéis a Putin !


A Rússia tem um programa de “educação patriótica” montado em várias frentes com o objetivo de criar a próxima geração de fiéis a Vladimir Putin.

À medida que a Rússia muda o foco da sua “operação militar especial” na Ucrânia para a região do Donbass, parece não haver fim à vista para os combates. O número de vítimas de ambos os lados está a aumentar.

Embora a Ucrânia possa convocar os seus cidadãos para ajudar a defender a sua pátria da agressão russa, a capacidade de Moscovo de reunir e manter o apoio a esta guerra entre os russos será crucial para sustentar o seu esforço militar.

O Kremlin considera as crianças e os jovens uma parte vital desse esforço. O governo lançou uma série de campanhas de educação patriótica voltadas para a juventude russa para incentivá-los a considerar a guerra na Ucrânia como uma continuação da Segunda Guerra Mundial e a sentir uma ligação pessoal com os soldados russos que lutam lá.

A propaganda direcionada aos jovens não é novidade na Rússia. Quando os bolcheviques tomaram o poder em 1917, introduziram a educação patriótico-militar para preparar a próxima geração para a guerra. Durante o período de Brezhnev, de 1964 a 1982, o foco das atenções voltou-se para a vitória da União Soviética sobre os nazis no que a Rússia ainda chama de “grande guerra patriótica”.  

Havia uma forte dimensão psicológica na educação patriótico-militar soviética durante a Guerra Fria. Histórias heroicas de auto-sacrifício durante a grande guerra patriótica foram usadas para desenvolver a devoção das crianças à pátria.

Seja através de atividades em grupos de jovens ou em ambientes educacionais mais formais, uma mensagem clara foi entregue aos jovens: eles tinham a responsabilidade de preservar a memória da vitória que os seus pais e avós alcançaram.

Desde o colapso da URSS, a memória da grande guerra patriótica tornou-se ainda mais importante para a educação na Rússia. Os jovens não apenas foram encarregados de preservar a versão da história do Estado, mas também devem estar vigilantes e denunciar os esforços de outros para “falsificar” e “diminuir” o papel histórico da Rússia no mundo.

A memória da grande guerra patriótica também é central para a forma como Moscovo está a justificar a sua guerra na Ucrânia para a sociedade russa. A alegação infundada de que a Rússia foi forçada a intervir para combater o crescente sentimento nazi na Ucrânia agora está a ser incorporada nas mensagens direcionadas aos jovens russos.

Um aspeto desta campanha foi o lançamento da iniciativa “A força está na verdade”. A cerimónia de abertura em Moscovo contou com a presença de alunos de várias regiões da Rússia, incluindo membros do Movimento Nacional do Exército Jovem criado em 2015.

No seu discurso na cerimónia, o ministro da Educação da Rússia, Sergey Kravtsov, disse que uma situação como a da Ucrânia nunca mais vai voltar a acontecer, porque “temos jovens maravilhosos… porque vocês acreditam na Rússia, no nosso país, nos nossos professores, nas nossas vitórias”.

Outra vertente desta campanha é o uso da memória do Holocausto para trazer as atrocidades nazis para a vanguarda da consciência da juventude e fazer associações com a guerra na Ucrânia.

No dia 19 de abril, o Museu da Vitória em Moscovo abriu uma exposição intitulada “Nazismo Comum”. A exposição destaca “as atrocidades dos nacionalistas ucranianos durante a Segunda Guerra Mundial, bem como os crimes em massa e o terror dos neonazis modernos contra os habitantes da Ucrânia em 2014-2022″.

O mesmo dia também foi marcado como o Dia da Ação Unida na Rússia em memória do genocídio do povo soviético que começou na Rússia pelos nazis e seus cúmplices. O evento envolveu concertos, exposições, comícios e apresentações em escolas e universidades em toda a Rússia.
Geração ‘Z’

Nas escolas de toda a Rússia, os professores estão a tentar encontrar formas adequadas à idade de conectar crianças e jovens com os soldados que lutam na Ucrânia.

As crianças mais novas recebem tarefas simples, como desenhar e colorir figuras da fita ‘Z’ ou ficar em formações para fazer a forma dessa letra. A letra tornou-se um símbolo da guerra e tornou-se uma espécie de distintivo para aqueles que a apoiam.

As crianças mais velhas escrevem cartas para soldados que servem na Ucrânia, especialmente soldados que são das suas cidades ou regiões. As escolas estão também a receber carteiras com imagens e detalhes biográficos de soldados ilustres inscritos nelas.

Estes esforços para entregar mensagens cuidadosamente construídas sobre a guerra na Ucrânia para crianças e jovens servem a vários propósitos.

Há benefícios de curto prazo, como encorajar uma atitude positiva em relação ao serviço militar em adolescentes mais velhos que serão elegíveis para o recrutamento num futuro próximo. Dado o número de soldados russos relatados como mortos até agora, o recrutamento continuará a ser uma parte crucial do esforço de guerra.

O trabalho de alcançar os jovens com estas mensagens também torna mais adultos russos cúmplices no apoio à narrativa do Kremlin. Alguns professores podem apoiar genuinamente a guerra, mas para muitos, esta será apenas mais uma maneira de mostrar aos seus chefes que estão a fazer bem o seu trabalho – e talvez mostrar ao estado que são cidadãos leais.

As consequências para aqueles que se recusam podem ser graves: há evidências de alunos a denunciar os seus professores por fazerem comentários desleais.

A longo prazo, a educação patriótica visa estabelecer um sentimento profundo e duradouro de patriotismo, dever e amor ao país na próxima geração de cidadãos russos, juntamente com um grande respeito pelos militares como instituição.

A criação de gerações futuras que podem ser facilmente moldadas para acreditar nas mensagens do Kremlin e cumprir as suas agendas é uma característica importante dos soldados-brinquedo de Putin.

https://zap.aeiou.pt/programa-de-educacao-patriotica-visa-criar-a-proxima-geracao-de-fieis-a-putin-474815

 

sexta-feira, 29 de abril de 2022

Moscovo anuncia cessar-fogo em Mariupol - Kiev denuncia campos de detenção e tortura !


A Rússia anunciou hoje um cessar-fogo sobre a cidade de Mariupol para permitir a retirada de civis do complexo industrial Azovstal.

Segundo a agência Lusa, a Rússia anunciou hoje um cessar-fogo sobre a cidade de Mariupol para permitir a retirada de civis do complexo industrial Azovstal, onde está o último bastião de resistência da cidade sitiada há várias semanas.

As tropas russas “vão interromper unilateralmente quaisquer hostilidades a partir das 14.00 de Moscovo (12.00 em Lisboa) de 25 de abril para retirar unidades a uma distância segura e garantir a retirada” de civis, anunciou o Ministério da Defesa russo em comunicado.

Segundo a nota, os civis serão levados para o destino que escolherem e avisou que a Ucrânia deverá mostrar “prontidão” para iniciar a evacuação “levantando bandeiras brancas” em Azovstal.

O Ministério especifica que as pessoas autorizadas a sair são mulheres, crianças e pessoal de fábrica.

“Se ainda houver civis na fábrica metalúrgica, então exigimos expressamente que as autoridades de Kiev dêem aos comandantes das formações nacionalistas (ucranianas) a ordem de os libertar”, acrescentou o Ministério russo.

O Presidente russo, Vladimir Putin, tinha exigido a rendição dos últimos combatentes ucranianos em Mariupol, dando instruções ao exército para que sitiasse “a área de tal forma que não passasse uma única mosca“.

O Governo ucraniano anunciou entretanto que, ao contrário do anunciado pelos militares russos, não foi possível um cessar-fogo para permitir a retirada de civis do complexo metalúrgico Azovstal, na cidade sitiada de Mariupol.
Kiev denuncia campos de detenção e tortura

O exército russo está a desmantelar e a deslocar instalações industriais nas áreas ucranianas que ocupa e a convertê-las em campos de concentração e tortura, denunciou hoje o chefe da Administração Militar Regional de Kharkiv, Oleh Syniehubov.

A cidade de Kharkiv, a segunda maior do país e capital da região com o mesmo nome no leste da Ucrânia, foi sujeita nos últimos dias a bombardeamentos pesados pelas tropas russas, numa tentativa de ocupar as áreas de Donetsk e Lugansk.

“As tropas de ocupação russas deslocaram uma das fábricas da região de Kharkiv para a Rússia e instalaram um campo de concentração e uma câmara de tortura nas suas instalações”, disse Syniehubov numa reportagem transmitida pelos media ucranianos, conforme citado pela agência local Ukrinform.

O chefe da Administração Militar Regional de Kharkiv acrescentou que “nas instalações da fábrica criaram uma prisão, um verdadeiro campo de concentração onde as pessoas são sujeitas a tortura e obrigadas a cooperar para se juntarem às Forças Armadas russas”.

Segundo este oficial, o campo de concentração foi instalado numa das fábricas em Vovchansk, uma cidade na região de Kharkiv, a sul da fronteira russa.

Syniehubov explicou que as tropas russas recorreram a métodos semelhantes para “mobilizar” os residentes locais na área vizinha de Izyum, que tem sido ocupada pelos russos quase desde o início da invasão.

Anteriormente, o Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, denunciou que as forças russas mantêm cidadãos ucranianos nos chamados campos de filtragem nos territórios que ocupam e controlam, de onde são enviados para a Sibéria e para o Extremo Oriente da Rússia.

“A Rússia continua a apoiar as atividades dos chamados campos de filtração, incluindo perto de Mariupol. Embora o nome próprio seja na realidade diferente, são campos de concentração. Tal como as construídas pelos nazis no seu tempo“, disse Zelensky numa mensagem de vídeo relatada pelas agências Ukrinform e Unian.

https://zap.aeiou.pt/moscovo-anuncia-cessar-fogo-em-mariupol-kiev-denuncia-campos-de-detencao-e-tortura-475315

 

Rússia vai instalar mísseis nucleares até ao outono - Têm capacidade para atacar os EUA !


Depois do teste bem sucedido dos mísseis intercontinentais balísticos Sarmat, o chefe da Roscosmos garante que serão instalados até ao outono.

Esta quarta-feira, a Rússia testou com sucesso os seus mísseis intercontinentais balísticos Sarmat. Como tal, o chefe da agência espacial russa Roscosmos, Dmitri Rogozin, adiantou que há planos para instalá-los até ao outono.

Embora o primeiro teste de lançamento tenha sido um sucesso, especialistas ocidentais argumentam que serão precisos mais testes antes de o míssil ser posicionado. Como tal, o objetivo definido por Rogozin mostra ser algo ambicioso.

Segundo a agência Reuters, os Sarmat têm “capacidade para transportar dez ou mais ogivas nucleares e engodos” e “atingir alvos a milhares de quilómetros de distância”, como os Estados Unidos ou a Europa.

Os Sarmat serão instalados nos silos dos Voevoda, os mísseis do tempo soviético que vão substituir. Os silos estão localizados na região siberiana de Krasnoiarsk, cerca de 3 mil quilómetros a leste de Moscovo.  

A notícia chega numa altura em que se teme o recuso a armas nucleares dada a tensão crescente da guerra na Ucrânia.

O novo míssil Sarmat Satan II “tem as mais altas características tácticas e técnicas e é capaz de superar todos os meios modernos de defesa anti-mísseis”, sublinhou Putin sobre o teste bem-sucedido, salientando que “não tem análogos no mundo” e que “não terá por muito tempo”.

“Esta arma verdadeiramente única fortalecerá o potencial de combate das nossas Forças Armadas, garantirá de maneira confiável a segurança da Rússia contra ameaças externas e dará o que pensar àqueles que, no calor da retórica agressiva frenética, tentam ameaçar o nosso país”, acrescentou ainda Putin.

Com mais de 200 toneladas, o Sarmat é considerado mais eficaz que o seu antecessor, o míssil Voievoda, com um alcance de 11.000 quilómetros.

https://zap.aeiou.pt/russia-instalar-misseis-nucleares-outono-475214

 

Putin e líder checheno tinham plano para assassinar Zelenskyy !

Vladimir Putin e Ramzan Kadyrov.
O Presidente russo, Vladimir Putin, e o líder checheno, Ramzan Kadyrov, tinham preparado três grupos de soldados para assassinar Volodymyr Zelenskyy.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, já sobreviveu a, pelo menos, mais de uma dúzia de tentativas de assassinato desde o início da invasão russa. Isto de acordo com os relatos do seu chefe de gabinete, Mikhail Podolyak, no início do mês passado.

Uma delas envolve Ramzan Kadyrov. O líder checheno terá recebido um plano para assassinar os principais líderes da Ucrânia durante a sua reunião com o presidente russo, Vladimir Putin, no dia 3 de fevereiro, ainda antes da invasão da Ucrânia.

A informação foi avançada esta quinta-feira pelo secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, Oleksiy Danilov, em declarações à Rádio NV, citado pela Ukrinform.

O plano para assassinar o presidente foi acordado nessa reunião entre Putin e Kadyrov, com o último a comprometer-se a que a sua unidade completasse a missão. O líder checheno prometeu ao Presidente russo que iria contratar três grupos para levar a cabo o assassinato.  

Os serviços secretos ucranianos tinham conhecimento deste plano da Rússia, que acabou por falhar, detalhou Danilov.

“Estávamos a monitorizar os três grupos. Um deles foi eliminado pelos nossos militares. Os outros dois mais tarde foram retirados do nosso país. Um está agora na região de Donetsk, o outro está na cidade de Mariupol, mas eles não estão na linha da frente”, disse Danilov.

Os planos originais da Rússia contavam que Kiev caísse apenas ao fim de três dias. Como tal, os grupos de militares chechenos esperavam um “corredor verde” para conseguir chegar à capital ucraniana em segurança para matar o Presidente ucraniano.

Danilov realçou que não sabe onde está atualmente Kadyrov. “Posso dizer com certeza que ele nunca esteve aqui. Todas essas fotos encenadas presumindo que ele estava na zona de guerra são um disparate total”, atirou.

https://zap.aeiou.pt/putin-lider-checheno-assassinar-zelenskyy-474956

 

Imagens mostram mais de 200 valas comuns em Mariupol. Ucrânia diz que estão enterrados 9 mil corpos !


Ucrânia acusa a Rússia de enterrar nove mil civis em Mariupol, para esconder o massacre. Imagens de satélite apontam para a possível existência de 200 valas comuns.

As fotografias divulgadas na quinta-feira surgiram horas depois de Vladimir Putin ter anunciado o controlo de Mariupol, apesar de cerca de dois mil combatentes ucranianos ainda se encontrarem barricados numa siderurgia.

Maxar Technologies, o fornecedor das imagens de satélite, divulgou as imagens, que, supostamente, mostram mais de 200 valas comuns na cidade onde os responsáveis locais ucranianos dizem que os russos têm estado a enterrar residentes de Mariupol.

As imagens mostram longas filas de sepulturas que se afastam de um cemitério existente na cidade de Manhush, a 20 quilómetros da localidade que atualmente se encontra cercada pelas forças russas, segundo o Observador.

Vadym Boychenko, autarca de Mariupol, acusou os russos de “esconderem os seus crimes militares”, retirando os corpos de civis da cidade e enterrando-os em Manhush.

As valas comuns podem conter até 9.000 mortos, segundo explicou a autarquia de Mariupol, numa mensagem na plataforma social Telegram.

“Os ocupantes cavaram trincheiras com uma profundidade de 30 metros e estão a usar camiões para trazer os corpos”, afirma a autarquia, que ainda revela que a vala comum vista por satélite já está “duas vezes maior do que o cemitério mais próximo”.

“Os corpos dos mortos foram levados em camiões e, na realidade, foram simplesmente despejados em montes”, disse um assessor de Boychenko, Piotr Andryushchenko, no Telegram, segundo o Jornal de Notícias.

As imagens de satélite da empresa Maxar Technologies, vistas numa sequência entre 23 de março e 3 de abril, mostram a evolução do que parece ser uma vala comum em Manhush, perto da cidade portuária de Mariupol.

O Kremlin não reagiu de imediato. Quando foram descobertas valas comuns e centenas de civis mortos em Bucha e noutras cidades à volta de Kiev, após as tropas russas terem recuado, os oficiais russos negaram que os seus soldados tivessem matado quaisquer civis e acusaram a Ucrânia de encenar as atrocidades.

Em comunicado, a Maxar Technologies disse que uma análise das imagens indica que as sepulturas em Manhush foram escavadas em finais de março, e expandidas ao longo das últimas semanas.

A Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia a 24 de fevereiro, que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou já a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

https://zap.aeiou.pt/200-valas-comuns-mariupol-474942

 

Estudante da Zâmbia acusada de “nazismo” por dançar em frente a memorial de guerra na Rússia !


Uma estudante de 21 anos da Zâmbia foi detida na Rússia e acusada de “nazismo”, por ter dançado twerk em frente a um memorial da II Guerra.

Rebecca Ziba, estudante de 21 anos da Zâmbia, foi detida na Rússia esta quarta-feira, por alegadamente “regenerar” os ideais “nazis”.

Segundo o Observador, a estudante publicou um vídeo nas suas sociais em que dançava twerk, em frente a um memorial da II Guerra Mundial, em Khanty-Mansiysk.

A Rússia considerou que Rebecca Ziba fez uma “dança obscena” no local e publicou o vídeo com uma legenda “insultuosa” nas redes sociais, noticia a Euronews.

A jovem de 21 anos pode enfrentar uma pena de prisão de três anos, e ter de pagar uma multa até três milhões de rublos (cerca de 34 mil euros) se for condenada pelo crime de “profanar um símbolo da glória militar russa”.

Rebecca Ziba pediu “desculpa pelo vídeo que publicou a 16 de abril“, partilhado pelo departamento da polícia de Khanty-Mansiysk.

Alegou que o fez sem saber “quem iria magoar ou irritar”. “Não era para ser ofensivo”, garantiu a estudante, realçando que não queria “desrespeitar as pessoas que morreram” na II Guerra Mundial.

“Não sabia o que eles tinham feito, não sabia que era tão importante. Peço imensa desculpa. Não sabia”, repetiu a jovem, não sendo claro se teve direito a ser representada por um advogado.

O Memorial da Glória em Khanty-Mansiysk é dedicado aos soldados que morreram durante a II Guerra Mundial.

https://zap.aeiou.pt/estudante-da-zambia-acusada-de-nazismo-por-dancar-em-frente-a-memorial-de-guerra-na-russia-474763

 

quarta-feira, 27 de abril de 2022

Rios poluídos, solos minados e materiais radioativos desaparecidos - O ambiente também sofre com a guerra na Ucrânia !


Entre riscos e material radioativo desaparecido em Chernobil, a poluição de rios e a presença de metais pesados no solo, a guerra na Ucrânia também está a devastar o ambiente.

Para além da crise humanitária e do impacto económico, a guerra na Ucrânia está também a fazer estragos ambientais. O Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) tem recebido relatórios semanais desde o início do conflito que relatam uma “destruição massiva da Natureza”, cita o Expresso.

Os textos revelam que as tropas russas estão a ocupar um terço das áreas protegidas na Ucrânia e usá-las para treinos militares, sendo que isto põem o futuro dos ecossistemas em causa. O Ministro do Ambiente da Ucrânia sublinha “a destruição de sítios Ramsar nas costas do mar de Azov e do Mar Negro e nas margens dos rios Danúbio e Deniepre”.

A presença de um grande número de mísseis também é preocupante, já que a história mostra que estes são uma “ameaça potencial para as populações humanas e para a biodiversidade durante décadas”. Já houve inundações e contaminações em lagos e solos devido à destruição de barragens e esgotos.

Os bombardeamentos a fábricas em Lugansk também levaram à libertação de grandes quantidades de ácido nítrico para a atmosfera. Os ataques a depósitos de combustíveis também já poluíram a bacia do rio Vístula e o impacto estende-se além das fronteiras da Ucrânia.

Os níveis de radiação na região na Zona de Exclusão de Chernobil também aumentaram após a saída das tropas russas e há ameaças de explosão causadas pela destruição ou roubo de equipamentos por parte do exército de Moscovo.

Alguns materiais radioativos que iriam ser investigados em laboratórios desapareceram e foram roubados equipamentos necessários para a manutenção da segurança da central nuclear onde se deu o acidente com o reator em 1986.

Oleh Bondar, um dos responsáveis do Serviço de Emergência Estatal da Ucrânia, avança que cerca de 50% do território ucraniano já não pode ser usado para a agricultura devido à implantação de minas por parte dos russos.

Kiev estima que mais de 85 mil toneladas de metais pesados estejam agora nos solos devido à destruição de material militar e a Rússia também já usou munições com fósforo branco, que foi banido nos tratados internacionais devido aos riscos de contaminação química.

https://zap.aeiou.pt/ambiente-tambem-sofre-guerra-ucrania-474800

 

Falhas de segurança: Dois terços dos telemóveis estiveram em risco !


Detectadas vulnerabilidades nos descodificadores de áudio utilizados por Qualcomm e MediaTek. Código partilhado há 11 anos.

Dois terços dos telemóveis em todo o mundo estiveram em risco de apresentar falhas de segurança, devido a vulnerabilidades em descodificadores de áudio.

A informação foi anunciada nesta quinta-feira pela Check Point Research (CPR), empresa especialista em cibersegurança.

“Descobrimos um conjunto de vulnerabilidades que poderiam ser utilizadas para execução remota e concessão de privilégios em dois terços dos dispositivos móveis de todo o mundo. E as vulnerabilidades eram de fácil exploração”, explicou Slava Makkaveev, da CPR.

“Um cibercriminoso poderia enviar uma música (qualquer ficheiro multimédia) e, assim que reproduzido pela potencial vítima, poderia ser injectado código malicioso no serviço de reprodução. O cibercriminoso poderia ver o que o utilizador via,” acrescentou Slava.

As vulnerabilidades foram descobertas no Apple Lossless Audio Codec (ALAC), ou Apple Lossless. Ao longo dos anos foi incluído em muitos dispositivos e programas de reprodução áudio que não são produzidos pela Apple, como telemóveis Android ou leitores e conversores media Windows e Linux.

Este formato já foi apresentado em 2004 e está em código aberto há mais de uma década, desde 2011. A Apple tem actualizado a versão proprietária do descodificador, foi corrigindo as falhas de segurança, mas o código partilhado não é corrigido desde 2011.

Esse formato de descodificação de áudio é utilizado por dois dos maiores fabricantes de chips: Qualcomm e MediaTek, com quem a CPR partilhou as informações recolhidas e foi corrigindo as falhas – que deixaram de existir, segundo o relatório de Dezembro de 2021.

A CPR acredita que, em algum momento, cerca de dois terços dos telemóveis estiveram em risco – porque o pirata informático poderia aceder remotamente a ficheiros multimédia e conversas áudio.

https://zap.aeiou.pt/falhas-seguranca-telemoveis-474817

 

Satan II - Rússia testou novo míssil de quinta geração “invencível” para dar “o que pensar” aos inimigos !

As Forças Armadas russas anunciaram o primeiro disparo com sucesso do míssil balístico intercontinental Sarmat, uma arma de nova geração com um elevado alcance e que o presidente Vladimir Putin saudou como “única” no mundo, salientando que “dará o que pensar” aos inimigos da Rússia.

O novo míssil Sarmat Satan II “tem as mais altas características tácticas e técnicas e é capaz de superar todos os meios modernos de defesa anti-mísseis”, sublinhou Putin sobre o teste bem-sucedido, salientando que “não tem análogos no mundo” e que “não terá por muito tempo”.

“Esta arma verdadeiramente única fortalecerá o potencial de combate das nossas Forças Armadas, garantirá de maneira confiável a segurança da Rússia contra ameaças externas e dará o que pensar àqueles que, no calor da retórica agressiva frenética, tentam ameaçar o nosso país”, acrescentou ainda Putin.

O presidente russo fez também questão de vincar que “foram apenas utilizadas instalações, componentes e peças de fabrico nacional para a construção do Sarmat”.  

Este míssil balístico intercontinental de quinta geração está incluído num conjunto de diversos mísseis apresentados por Putin, em 2018, como “invencíveis”. Entre o restante armamento, incluem-se designadamente os mísseis hipersónicos Kinjal e Avangard.

Em Março passado, Moscovo afirmou ter utilizado pela primeira vez o Kinjal contra alvos na Ucrânia.

Com mais de 200 toneladas, o Sarmat é considerado mais eficaz que o seu antecessor, o míssil Voievoda, com um alcance de 11.000 quilómetros.

Em 2019, Putin declarou que o Sarmat não tinha “praticamente limites em termos de alcance”, com capacidade para “atingir alvos atravessando tanto o Polo Norte como o Polo Sul”.

O porta-voz do Pentágono, John Kirby, reagiu ao anúncio russo afirmando tratar-se de um teste de “rotina”, que não constitui “uma ameaça” para os EUA ou os seus aliados.

Moscovo “informou apropriadamente” Washington sobre a realização do teste, de acordo com as suas obrigações ao abrigo dos tratados nucleares e, portanto, não foi uma “surpresa” para o Departamento de Defesa dos EUA, acrescentou Kirby.

Apesar disso, o teste surge numa altura de alta tensão geopolítica devido à guerra na Ucrânia e serve como uma demonstração de força da Rússia, até para contrariar a ideia que tem sido avançada de que o exército do país não será assim tão poderoso.

https://zap.aeiou.pt/russia-novo-missil-quinta-geracao-474746
 

“Sinto-me refém”: Ucranianos explorados em condições de “escravatura moderna” no Reino Unido !


Os imigrantes queixam-se de terem de trabalhar ilegalmente para conseguirem ficar no Reino Unido. Há denúncias de quintas que obrigam os trabalhadores a trabalhar sem luvas até que as mãos comecem a sangrar.

Já não é uma novidade que muito do trabalho agrícola mais exigente a nível físico é frequentemente feito por imigrantes. No caso de Portugal, muita tinta escorreu sobre as condições degradantes em que muitos estrangeiros oriundos de países asiáticos, maioritariamente do Nepal e da Índia, estavam a viver em Odemira.

No Reino Unido, muitos destes trabalhos são ocupados por imigrantes vindos do leste da Europa, como polacos e ucranianos, sendo que o impacto na agricultura foi até um dos pontos mais falados na altura do debate antes do referendo do Brexit.

O The Guardian escreve que centenas de ucranianos estão agora a viver e trabalhar informalmente no Reino Unido depois de fugirem de quintas onde denunciam que as condições de trabalho degradantes e exploradoras.

A Ucrânia foi o país de origem de dois terços dos trabalhadores que pediram vistos sazonais no Reino Unido em 2021 e estima-se que vivam 6000 ucranianos nas terras de sua Majestade.

No entanto, apesar de muitos destes ucranianos trabalharem na agricultura, os funcionários deste sector não são elegíveis para os dois principais sistemas criados pelo Governo para o acolhimento de refugiados.

O jornal britânico falou com uma ucraniana que está preocupada com a sua situação depois de ter fugido de uma quinta que compara a “escravatura moderna“. A imigrante tem dois cursos superiores e é especializada em tecnologias de informação, tendo ido para o Reino Unido com o parceiro que está a treinar para ser médico.

Os dois foram explorados numa quinta de cerejas onde trabalharam entre Agosto e Outubro de 2021 e não puderam usar luvas, o que levou a que as suas mãos começassem a sangrar e a pele das mãos a esfolar. Os patrões também impunham um ritmo de trabalho impossível de cumprir e ameaçavam os trabalhadores. O casal trabalha agora ilegalmente nas limpezas e na construção civil.

“Já falamos com muitos outros ucranianos que, como nós, tiveram de fugir das quintas e não podem voltar à Ucrânia, sendo forçados a trabalhar aqui ilegalmente. Sinto-me refém no Reino Unido“, queixa-se.

A imigrante acrescenta que pensava que os seus direitos seriam protegidos no Reino Unido, mas “ninguém quer saber o que acontece a trabalhadores sazonais”. “Os meus pais disseram-que não posso voltar para a Ucrânia em quaisquer circunstâncias porque a nossa cidade está a ser destruída. Sinto-me presa”, lamenta.

As denúncias de abusos nos esquemas de trabalho sazonal no Reino Unido não são novas. Um relatório do Ministério do Interior publicado no final de 2021 detalhou a falta de cuidados de saúde, casos de racismo e discriminação, imigrantes a viver casas sem água ou casas de banho, a falta de equipamentos de protecção no trabalho e ainda as ameaças a que eram sujeitos nas quintas.

Para além das condições degradantes no sector agrícola, o Reino Unido também já está debaixo de fogo devido aos processos burocráticos para o acolhimento dos refugiados. Para entrarem no país, os ucranianos têm de ter um patrocinador e há denúncias de grupos nas redes sociais onde predadores se oferecem para receber mulheres e crianças ucranianas em troca de favores sexuais.

https://zap.aeiou.pt/ucranianos-escravatura-reino-unido-474610

 

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