sábado, 3 de abril de 2021

Ártico - Extensão máxima do gelo marinho no inverno é a sétima mais baixa da história !

Em 2021, a extensão do gelo marinho no inverno atingiu o seu máximo a 21 de março. As observações da NASA indicam que o cenário não é o mais favorável, uma vez que a extensão é a sétima mais baixa já registada, empatando com o ano de 2007.

A extensão do gelo marinho durante o último inverno foi cerca de 14,77 milhões de quilómetros quadrados, ou seja, menos 880.000 quilómetros quadrados do que a extensão mediana para o período entre 1981 e 2010.

A menor extensão de gelo no Ártico no inverno foi registada em 2017, quando atingiu 14,41 milhões de quilómetros quadrados.

Esta redução dramática é uma consequência direta do aquecimento global, tendo em conta que sete em cada dez das extensões mais baixas do inverno ocorreram na última década – o que, segundo os especialistas, faz não faz prever um futuro muito risonho.

Como explica o IFL Science, existem ciclos de variabilidade natural que afetam a extensão do gelo no verão e no inverno, sendo a oscilação Ártica, um padrão de anomalias de pressão ao nível do mar, um desses ciclos.

No entanto, os fenómenos naturais presentes e combinados por si só não podem explicar o que está a acontecer nesta região do planeta, pois a enorme mudança ambiental também está na mão dos humanos.

As observações de satélite têm registado as mudanças no gelo marinho desde 1978. Desde então, o gelo ártico tem diminuído todos os meses e virtualmente em todas as regiões do círculo ártico.

Relativamente à extensão do verão, desde 2002, o mínimo tem também sido consistentemente muito menor do que a média de longo prazo.

De recordar que em outubro do ano passado, uma importante região da costa da Sibéria, o Mar de Laptev não congelou pela primeira vez na história, o que levou a que o verão passado tivesse a segunda menor extensão de gelo marinho de sempre.

Esta região é considerada um berçário de gelo marinho, por isso esta situação terá grandes consequências futuras.

Muitos investigadores estimam que o Ártico não terá gelo durante o verão por volta de 2030 e 2050.

Extremos Climáticos - A primavera já é a estação mais chuvosa do ano, mas a tendência pode piorar !

“As chuvas de abril trazem as flores de maio”, o ditado é antigo e, segundo a ciência, é verdadeiro. Talvez por isso o início da primavera traga meses previsivelmente tão chuvosos, sobretudo no hemisfério norte.


A primavera não ocorre ao mesmo tempo em todo o mundo. A mudança das estações resulta da rotação da Terra em torno do Sol, por isso o tempo de uma determinada estação depende do hemisfério onde se vive.

No hemisfério norte, a primavera estende-se entre março e junho. No geral,  estes hemisfério recebe mais chuvas do que o sul, e este fenómeno tem uma explicação.

O facto de uma região ser particularmente chuvosa depende de fatores como latitude, altitude, ventos predominantes e topografia. Essa mistura de pontos-chave posiciona o hemisfério norte para receber mais chuvas durante a primavera, principalmente nos Estados Unidos.

Isto acontece porque nuvens formam-se a partir do vapor de água que evaporou da superfície da Terra. Durante a transição da primavera de temperaturas mais frias para mais quentes, o ar ao nosso redor aquece.

Assim, o ar frio e seco do inverno combina com o ar quente e húmido do verão. A mistura de temperaturas faz com que o ar suba e a humidade surge em forma de chuva.

O fenómeno leva a uma primavera especialmente húmida no hemisfério norte devido a uma combinação de condições ideais de temperatura, proximidade de cadeias de montanhas e ventos predominantes.

Quando o verão se aproxima, as chuvas de primavera transformam-se em chuvas ocasionais à medida que as temperaturas aumentam.

Por outro lado, embora também chova no hemisfério sul durante a primavera, o fenómeno não acontece em todas regiões do mundo.

De acordo com Kevin Trenberth, cientista no National Center for Atmospheric Research (NCAR), a configuração dos continentes e do oceano é bastante diferente ao sul do equador.

Mais a sul, os continentes são subtropicais e as principais trilhas das tempestades ficam em latitudes mais altas do que no hemisfério norte, o que significa que países como a Nova Zelândia, Tasmânia, Chile ou Argentina são os que mais sofrem com as tempestades de primavera, refere o Discover.

Por exemplo, nos EUA, as tempestades movem-se do Pacífico para a região leste, enquanto captam muita humidade do Golfo do México, o que leva a que muitas vezes sejam criadas grandes tempestades e surtos de tornados.

Contudo, é importante frisar que o aquecimento global, induzido pelas mudanças climáticas, provocou uma mudança nas estações em todo o mundo.

Com invernos mais curtos e primaveras que se iniciam mais cedo, o aumento das temperaturas também é perturbador nos padrões climáticos: à medida que o mundo fica mais quente, a água evapora mais rápido, o que leva à uma maior presença de humidade na atmosfera sobre os oceanos.

Esta situação desencadeia chuvas mais intensas, pode criar mais tempestades e aumentar o risco de inundações na primavera.

https://zap.aeiou.pt/primavera-chuvosa-tendencia-piorar-392101

 

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Utah deu contrato milionário a empresa de vigilância de IA que não tinha IA, mas tem laços à Ku Klux Klan !

Utah deu um contrato de cinco anos no valor de 20,7 milhões de dólares a uma empresa de vigilância de Inteligência Artificial (IA) que não tinha sequer tecnologia de IA. O fundador da empresa teve também laços com a KKK na sua juventude.


A empresa, chamada Banjo, propôs analisar câmaras de trânsito, câmaras de CCTV, redes sociais, sistemas de emergência do 112 e dados de localização em tempo real, a fim de alertar a polícia sobre onde um determinado crime estava a ocorrer.

Além disso, também propôs criar uma “solução para os sem-abrigo” e detetar “eventos de opioides” através do seu software, chamado Live Time. Para fazer isto, a Banjo recolheu um grande fluxo de dados de cidades e condados de Utah, nos Estados Unidos.

O principal problema é que a Banjo não usou Inteligência Artificial como tinha prometido, escreve a VICE. Desta forma, a empresa conseguiu uma vantagem em relação aos seus rivais no concurso lançado pelo estado do Utah.

“As capacidades reais do Live Time pareciam inconsistentes com as alegações da Banjo”, escreveu John Dugall, um auditor estadual, num relatório divulgado esta semana.

Desde que as revelações da VICE vieram a público, o contrato de cinco anos foi suspenso e uma auditoria de privacidade foi encomendada. Uma investigação da OneZero também revelou documentos que mostram que o CEO da empresa, Damien Patton, admitiu ser um skinhead neonazi na sua juventude e uma vez ajudou um líder do KKK num tiroteio a uma sinagoga.

Como resposta à polémica, a Banjo entretanto trocou de nome e chama-se agora safeXai.

Numa demonstração para o auditor em 2020, a Banjo afirmou que nenhuma das suas tecnologias é realmente “Inteligência Artificial”, e o auditor descobriu que ela não possui a maioria das capacidades que originalmente disse que tinha durante o concurso público.

A auditoria revelou ainda o perigo de apropriação indevida ou roubo dos dados trabalhados por parte da empresa tecnológica.

https://zap.aeiou.pt/utah-contrato-empresa-vigilancia-ia-392158

Bastou a sua voz para Trump ser novamente banido do Facebook !

O ex-Presidente dos Estados Unidos voltou a ser banido do Facebook, esta semana, mas desta vez de forma indireta. Tudo por causa da sua voz poder ser ouvida num vídeo.


Em janeiro, depois do assalto ao Capitólio, o Facebook e outras redes sociais decidiram suspender por tempo indeterminado a página de Donald Trump. O Twitter foi mais longe e decidiu mesmo suspender permanentemente a sua conta.

Mas agora, conta a BBC, a rede social de Mark Zuckerberg decidiu remover um vídeo partilhado na página de uma das suas noras, a produtora de televisão Lara Trump, por se ouvir a voz do antigo Presidente.

A familiar, que trabalha com a Fox News, partilhou um vídeo no qual se pode vê-la a entrevistar Trump. Mais tarde, o excerto da entrevista foi banido pela rede social e Lara Trump partilhou a alegada justificação do Facebook para tal decisão.

“Em linha com o bloqueio que colocámos no Facebook e no Instagram de Donald Trump, qualquer conteúdo que contenha a sua voz será removido e resultará em limitações adicionais à conta em questão”, pode ler-se.

“E assim do nada, estamos um passo mais perto de ‘1984’, de George Orwell. Uau”, escreveu a nora de Trump, que é casada com o seu filho Eric, na sua conta de Instagram.

Recorde-se que, esta semana, o antigo Presidente dos Estados Unidos lançou um novo site. A plataforma é a celebração do passado onde o republicano narra, de forma seletiva, os quatros anos ao comando da Casa Branca.

“O escritório de Donald J. Trump está empenhado em preservar o magnífico legado da Administração Trump, ao mesmo tempo em que promove a agenda do ‘America First'”, lê-se no final da primeira página.

O gabinete afirma ainda que o político norte-americano “destronou dinastias políticas, derrotou a elite de Washington e superou praticamente todas as estruturas de poder enraizadas”.

Este mês, numa entrevista à Fox News, Jason Miller, um antigo porta-voz da campanha do ex-chefe de Estado, disse que, depois de ter sido banido das redes sociais, o milionário iria lançar a sua própria plataforma de comunicação social nos próximos meses.

https://zap.aeiou.pt/bastou-voz-trump-banido-facebook-391997

 

Dois polícias do Capitólio avançam com processos contra Donald Trump !

Dois polícias do Capitólio moveram, pela primeira vez, processos efetivos contra Donald Trump por ter incitado o ataque ao Congresso norte-americano.


Dois polícias do Capitólio, que estavam de serviço no dia 6 de janeiro, processaram o antigo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusando-o de ser o responsável pelos danos físicos e emocionais que sofreram como resultado do ataque ao Congresso norte-americano, avança o The New York Times.

James Blassingame e Sidney Hemby avançaram com uma queixa no Tribunal Distrital Federal no distrito de Columbia e pedem uma compensação pelos danos de, pelo menos, 75 mil dólares (quase 64 mil euros) para cada um.

O diário norte-americano escreve que esta é a primeira queixa do género, numa força que tem cerca de 2.000 agentes.

Hemby, polícia no Capitólio há 11 anos, estava no exterior do Congresso dos Estados Unidos e alega que foi esmagado pela multidão, tendo ainda sido alvo de um spray com químicos, que lhe queimou os olhos, a pele e a garganta.

Na queixa, o agente revela estar ainda em recuperação, nomeadamente com lesões no pescoço e costas. Além disso, acrescenta ter tido dificuldades em lidar emocionalmente com o ataque.

A denúncia dos agentes policiais alega que o antigo Presidente norte-americano “inflamou, encorajou, incitou, dirigiu e ajudou” a multidão que invadiu o edifício.

No dia 6 de janeiro, depois de ouvir Donald Trump discursar, a multidão desceu até ao edifício do Capitólio para impedir a certificação da vitória de Joe Biden, o atual Presidente dos Estados Unidos.

Na sequência do ataque à sede do Congresso norte-americano morreram cinco pessoas.

Trump foi alvo de um processo de destituição por causa do ataque, mas acabou por ser absolvido pelo Senado da acusação de “incitamento à insurreição”.

https://zap.aeiou.pt/dois-policias-capitolio-processos-trump-392090

 

Ataques em Moçambique - Deslocados enganam a fome com folhas de feijão e sal !

As folhas de feijão que crescem junto à casa precária em Pemba enganam a fome da família de 30 pessoas de Virgílio Chimuemue, 61 anos, deslocados da guerra em Cabo Delgado, norte de Moçambique.


“Sem ajuda, fico muitos dias com sacrifício, só com essas folhas aí. Sempre cozinhamos e damos com sal. E as crianças comem assim mesmo. Folhas de feijão que eles sempre recolhem e comem”, descreveu à agência Lusa.

Não há comida que chegue, “mas as crianças dormem melhor. As crianças podem brincar”, longe do som das armas dos grupos insurgentes que atacam a província há três anos e meio. O preço da segurança é a fome, porque Virgílio teve de largar as terras férteis de Muidumbe, onde sempre viveu a “culimar a machamba”, a arte de trabalhar a horta.

“Poupamos [os donativos] a comer uma vez por dia”, reservando sacos de farinha de milho para os mais novos, netos de Virgílio. “Verificamos as crianças e quando estão pior é quando vamos preparar”, disse, ao apontar para os sacos sob um abrigo de estacas e lonas onde tachos e panelas estão espalhados pelo chão arenoso. Esta quinta-feira é um dos dias em que os sorrisos se abrem para receber um apoio reforçado da Cáritas.

“Nestes sacos há feijão-nhembe, que coze mais rápido, porque sabemos que não têm carvão”, explicou Betinha Ribeiro, da equipa de apoio humanitário que calcorreia numa viatura de caixa-aberta os caminhos impróprios do bairro Expansão.

Caminhos com tantas valas escavadas pela chuva que deixam longe um bairro colado à cidade. Açúcar, esparguete, óleo, são luxos desta doação. Lá está também o arroz que vai logo ao lume num tacho que servirá para todos.

“Aqui eu não tenho emprego, fico assim, sempre, um deslocado”, queixou-se Virgílio, sem dinheiro “para comprar comida”.

Outra associação religiosa, a Arco-Íris, também traz alimentos ocasionalmente à família, sem mais respostas de apoio, apesar de estar identificada. “Só vêm aí, escrevem os nossos nomes, mas não trazem nada. Utilizam os nossos nomes de refugiados”, indicou Virgílio, sem conseguir perceber o que falha. Do que tem a certeza, é que não pode voltar atrás.

“Andámos duas semanas no mato, sem comer”, durante a fuga de Muidumbe, em 2020, e essa é a pior das memórias.

Os sacos estão contados, o poço de onde a família se abastece com água potável está verificado e é hora de a equipa de apoio humanitário voltar a Pemba. Há mais deslocados para receber, de Palma, alvo do mais recente ataque terrorista, a precisar de apoio alimentar que escasseia para responder a uma crise crescente em Cabo Delgado.

Forças governamentais querem devolver segurança

A Comissão Política da Frelimo, partido no poder em Moçambique, assegurou esta quinta-feira que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) “tudo têm feito” para garantir a segurança e o sossego na região norte, face aos ataques de grupos armados.

“A Comissão Política saúda o trabalho das Forças de Defesa e Segurança, que tudo têm feito para garantir a segurança e sossego das populações”, referiu uma nota daquele órgão da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), a que a Lusa teve acesso.

O partido no poder assinala que os “ataques e a brutalidade” de grupos armados na província de Cabo Delgado estão a provocar “sofrimento e drama às populações”.

A Comissão Política da Frelimo é o órgão decisório mais alto do partido no poder em Moçambique no intervalo entre as sessões do Comité Central e dos congressos e reúne-se semanalmente sobre a liderança do presidente da organização, que é também o Presidente da República, Filipe Nyusi.

A província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, é desde há cerca de três anos alvo de ataques terroristas e o último aconteceu no passado dia 24, em Palma, em que dezenas de civis foram mortos, segundo o Ministério da Defesa moçambicano. A violência está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados, segundo agências da ONU, e mais de duas mil mortes, segundo uma contabilidade feita pela Lusa.

O movimento terrorista Estado Islâmico reivindicou na segunda-feira o controlo da vila de Palma, junto à fronteira com a Tanzânia.

Vários países têm oferecido apoio militar a Maputo para combater estes insurgentes, cujas ações já foram reivindicadas pelo autoproclamado Estado Islâmico, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora haja relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.

https://zap.aeiou.pt/ataques-mocambique-deslocados-fome-feijao-392105

 

quinta-feira, 1 de abril de 2021

O "empurrão de Putin" ucraniano de Biden pode levar à Terceira Guerra Mundial !!!

Biden foi responsável por grande parte do "projeto da Ucrânia" durante o mandato de Obama.

Nas últimas semanas, o presidente Biden tem dito algumas coisas bastante mesquinhas sobre o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Agora, fontes estatais russas alegam que Washington, sob a administração Biden, está aumentando a ajuda militar à Ucrânia. Isso aconteceu depois que a mídia observou que o Ocean Glory, um navio de carga dos EUA, começou a entregar 350 toneladas de equipamento militar, incluindo veículos táticos, no porto de Odessa, na Ucrânia. A agência de notícias ucraniana Dumskaya disse que o navio americano transportava pelo menos 35 veículos militares americanos para as forças nacionais ucranianas.
Adicionar a Ucrânia à OTAN e à UE é um sonho antigo de neocons como Victoria Nuland e neoliberais como Biden. Isso também é importante para aqueles que apoiam o desejo do Fórum Econômico Mundial de expandir a UE e cercar a Rússia.
Eles acham que tal ação interromperia quaisquer sonhos de integração eurasiana que poderiam resistir à sua estratégia de remodelar a forma como o mundo é governado. A política externa de Putin, juntamente com os esforços para reconstruir as forças armadas russas, tem sido parte de um esforço do ex-oficial da KGB para aumentar a posição da Rússia no cenário mundial.
Isso ajudou a torná-lo popular com seu povo, embora a OTAN tenha se expandido lentamente em direção à Rússia, mas também o torna um espinho para a gangue da NOM.


OTAN expandiu-se lentamente em direção à Rússia

Curiosamente, esta entrega de equipamento militar ocorreu perto da época em que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, estava assinando o Decreto nº 117/2021. O decreto ativa o Exército da Ucrânia para recapturar e reunir-se com a Ucrânia, a região autônoma da Crimeia e a cidade de Sebastopol. Os militares foram instruídos a usar uma “guerra híbrida” para reconquistar essas antigas partes da Ucrânia. Em suma, isso significa que a Ucrânia declarou guerra à Rússia, algo que certamente nunca consideraria sem um grande apoio. Deve-se observar que suas ações estão em total conflito com sua promessa de encerrar a guerra de quase sete anos no leste da Ucrânia, que desempenhou um papel central em sua eleição em 2019. Isso indica que Zelensky continuou a subordinar as políticas de seu governo à campanha de guerra liderada pelos EUA e pela OTAN contra a Rússia.
Um blogueiro ucraniano afirma que a censura dos três canais da oposição na Ucrânia e a inspeção surpresa das unidades do exército ucraniano no Donbass unem tudo isso e sinalizam uma retomada do conflito no Donbass. Ele escreveu em seu canal no Telegram: “Protegendo sua retaguarda por meio da censura, Zelensky ordenou que se iniciasse uma inspeção das unidades da AFU no Donbass a fim de estabelecer sua prontidão para cumprir as ordens do comando militar”. Ele então continuou: “Não avisamos no ano passado que o regime estava se preparando para uma grande guerra? Tudo o que tínhamos que fazer era esperar o sinal verde das autoridades superiores. ”
É difícil não vincular isso ao polêmico projeto de gasoduto de gás natural Nord Stream 2, que Viktor Zubkov, presidente do conselho de administração da gigante russa do gás Gazprom, afirma, será definitivamente concluído este ano. Ele disse na sexta-feira que o objetivo de Biden é interromper o oleoduto e os EUA agora estão mirando em qualquer pessoa que ajude a conclusão do projeto de alguma forma. Até agora, cerca de 90-92 por cento do trabalho necessário para o projeto foi concluído. No início deste ano, a Gazprom alertou os investidores que o projeto Nord Stream 2 poderia ser suspenso ou totalmente descontinuado devido a circunstâncias extraordinárias, incluindo "pressão política".
O aumento das tensões na área é o fato de a Ponte do Estreito de Kerch, também conhecida como Ponte da Crimeia, ser agora um alvo e certamente veremos movimentos russos para protegê-la. Composto por um par de pontes paralelas construídas pela Rússia, ele atravessa o Estreito de Kerch entre a Península de Taman e a Península de Kerch da Crimeia. O complexo da ponte atende tanto o tráfego rodoviário quanto o ferroviário e tem um comprimento de 19 km. Isso a torna a ponte mais longa que a Rússia já construiu.

 

A guerra na Ucrânia é sobre dinheiro, energia e poder! Quanto ao que realmente motiva o desejo de transformar a Ucrânia em um campo de matança de gigantes, existem várias possibilidades, mas dinheiro e lucro não devem ser descartados. A política externa tem sido freqüentemente usada como uma ferramenta para promover o interesse nacional, muitas vezes ditado pela economia. Quando se trata de economia, a energia é frequentemente considerada o sangue de onde flui toda a força e, no caso da Europa, o gasoduto Nord Stream 2 (NS2) que, após a conclusão, transportará gás natural da Rússia para a Alemanha, é um pomo de discórdia. Anos atrás, líderes da Polônia, Letônia e Lituânia assinaram uma carta aberta aos parlamentos da UE alertando-os contra a construção do NS2 e advertindo-os de que não é um projeto comercial, mas projetado para aumentar sua dependência energética de Moscou. Naquela época, a russa Gazprom fornecia à União Europeia e à Turquia um recorde de 162 bilhões de metros cúbicos de gás. Desse gás, 86 bilhões de metros cúbicos fluíram pela Ucrânia. Os que se opõem ao novo gasoduto argumentam fortemente que a “Gazprom” não é apenas uma empresa de gás, mas uma plataforma para a coerção russa e outra ferramenta para a Rússia pressionar os países europeus. O Departamento de Estado dos EUA chegou a ameaçar as empresas europeias de que provavelmente enfrentarão penalidades se participarem da construção do gasoduto Nord Stream 2 da Rússia, sob o argumento de que "o projeto mina a segurança energética na Europa". Voltando ao conflito, há anos escrevi um artigo que exortava a América a ficar fora da guerra na Ucrânia. Ele alertava sobre a grande vantagem de Putin por ter um enorme exército bem armado do outro lado da fronteira ucraniana e que qualquer exército reunido para enfrentá-lo provavelmente ficaria sem entusiasmo e, na melhor das hipóteses, politicamente perturbado. Na época, o presidente Obama havia feito de tudo para pintar Putin com um pincel mergulhado em todas as cores ruins. Todos os domingos, em entrevista após entrevista, especialistas de Washington desfilavam nas telas dos programas de entrevistas que contam aos americanos o que está acontecendo na capital de nossa nação e cada um deles denunciou Putin como um "bandido e valentão". Soldados ucranianos mortos em uma guerra impossível de vencer Naquela peça havia relatos de relatórios do front na Ucrânia, muitas vezes enterrados ou escondidos da vista do público, mas eles pareciam confirmar que as tropas ucranianas estavam sendo enviadas para um moedor de carne. Os convocados incluem homens de até 60 anos com apenas um mês de treinamento antes de, relutantemente, irem para o campo de batalha no leste da Ucrânia. Colocar mais armas nas mãos daqueles desmotivados para lutar por seu estado corrupto é apenas adicionar lenha a esse fogo e fazer mais mal do que bem. Mais uma vez, lembre-se que a Ucrânia é um Estado financeiramente falido e embora possamos apontar seu potencial, suas enormes reservas de petróleo e gás devem pertencer ao povo e para seu benefício. O FMI, no entanto, aponta que Kiev precisa de bilhões em empréstimos e doações apenas para estabilizar sua economia após mais de vinte anos de níveis massivos de corrupção. Essa dívida e o buraco profundo em que os ucranianos se meteram em fluxos de uma série de governos ruins depois que Kiev se tornou independente da União Soviética. Naquela época, a zona do euro enfrentou muitos problemas sem entrar em uma guerra por procuração contra os rebeldes na Ucrânia. Eu uso o termo procuração porque sem o dinheiro e o apoio de estranhos as coisas provavelmente ficariam quietas. O país falido e falido da Ucrânia provavelmente se dividiria em duas partes, com a metade oriental e seu povo, que compartilha fortes laços com a Rússia, alinhando-se com aquele país e Kiev, e a parte ocidental do país se voltando para laços mais fortes com o zona do euro. Qual é o grande problema dessa solução? Aparentemente, muito para pessoas como Biden em Washington, que pressionam por uma intervenção na Ucrânia. Para confundir a questão e turvar as águas, grandes esforços têm sido feitos em alto nível por aqueles que defendem uma ação militar para pintar a Rússia como um agressor. Essas forças, auxiliadas pela mídia, continuam a vincular o movimento da Rússia à região da Crimeia, de maioria étnica russa, como uma violação da fronteira soberana da Ucrânia. Neste caso, devemos lembrar, todo o conceito de fronteiras soberanas é uma pequena joia promovida pelos detentores do poder, essas fronteiras são uma criação do homem e não são visíveis aos pássaros que voam acima. Este é um argumento de conveniência que mascara questões mais profundas e a diferença entre "terrorista" e "lutadores pela liberdade" muitas vezes depende do ponto de vista de uma pessoa. Nesse caso, é claramente o novo governo apoiado pelos Estados Unidos em Kiev que está pressionando para trazer de volta a parte oriental da Ucrânia.
O que isso significa é que as empresas americanas querem vender e fornecer à Europa Gás Natural Liquefeito (GNL) e parecem dispostas a iniciar uma guerra para que isso aconteça. Seja para obter lucro ou para minimizar a ameaça de embarques de gás natural para a Europa serem cortados e usados ​​como uma arma fundamental no arsenal político da Rússia, não podemos ignorar a ideia que está em jogo aqui mais do que apenas fazer a "coisa certa". Muitas pessoas da comunidade "Tin Foil Hat" chegaram ao ponto de indicar que sentem que a América e elementos da CIA estiveram envolvidos ou participaram da derrubada do antigo governo corrupto da Ucrânia e sua substituição por outro corrupto, mas mais pró Regime da Europa. Na época, até o vice-presidente da América, Joe Biden, viu seu filho ingressar no conselho de uma empresa privada ucraniana de petróleo e gás natural. Uma coisa é certa: não só os que estão envolvidos na venda de energia à Europa vão lucrar com isso, mas também o complexo militar-industrial tem a ganhar. As chances de o LNG dos EUA deslocar significativamente o gás natural russo enviado por gasoduto são mínimas. O gás canalizado é vendido com grande desconto para o GNL, que deve ser resfriado até a forma líquida, enviado para o exterior e devolvido à sua forma gasosa. A Polônia recebeu recentemente sua primeira remessa de LNG dos EUA no mês passado, do que é atualmente a única instalação de exportação nos 48 estados mais baixos. Embora o comércio de GNL entre os Estados Unidos e a Europa ajudasse Trump em sua tentativa de reduzir o déficit comercial dos EUA, ele também aumentaria a segurança energética entre os países europeus, dando-lhes uma alternativa ao gás russo. Todos devem admitir que não é uma panaceia, a Rússia pode facilmente cortar preços e ajustar os termos para manter sua posição dominante no mercado europeu de gás e os países europeus provavelmente continuarão comprando a maior parte de seu gás do fornecedor de menor custo. Resumindo, a Rússia tem sido tradicionalmente o principal fornecedor de gás europeu. Mas cobra preços altos, muitas vezes na forma de contratos de longo prazo vinculados ao preço do petróleo. A enorme dependência do gás russo deixa os países europeus, do ponto de vista da segurança nacional, vulneráveis ​​a um corte no fornecimento de gás natural crucial. Isso seria devastador para suas economias a qualquer momento, mas ainda mais no auge do inverno. Por essas razões, faz sentido para a Europa considerar suprimentos alternativos e abrir suas portas para o US LNG, mas devido à história de corrupção da Ucrânia, inundando o país com armas e usando o povo da Ucrânia como peões neste jogo de alto risco, viola todos os padrões humanos decência. Os americanos também devem estar cientes de que nossa política atual leva a Rússia para o leste e para os braços abertos da China. Isso cria ainda mais problemas a longo prazo do que resolve a curto prazo e beira a insanidade. A guerra na Ucrânia não se desenvolveu organicamente, mas parece ser produto de intromissão. Mercenários e dinheiro da América parecem estar apoiando e sustentando Kiev com a América agindo como o “campeão” deste país falido. A melhor maneira de o Ocidente e Kiev provarem que estão no caminho certo é deixando a parte oriental do país se separar e, então, fazer de Kiev um centro de sucesso econômico e democrático.

Reitero a posição assumida em abril de 2018, a guerra da Ucrânia é sobre dinheiro, energia e poder! Desde que o último acordo de cessar-fogo na guerra em Donbass foi implementado em julho de 2020, parece que poucos, se é que alguém está sendo morto. Isso indica que balançar o barco é uma má ideia. Só podemos esperar que aqueles que divulgam os recentes acontecimentos na Ucrânia, dizendo que um dia o decreto assinado por Zelensky será relembrado no início da Terceira Guerra Mundial, sejam excessivamente pessimistas, afinal, quando você coloca duas grandes potências militares frente a frente o que pode acontecer errado?

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Mercados próximos de um CRASH ?


Trade for Life com Leonardo Nunes

 

Tiroteio na Califórnia faz quatro mortos, incluindo uma criança !

Quatro pessoas, incluindo uma criança, morreram na noite de quarta-feira num tiroteio num complexo de escritórios em Orange, no estado norte-americano da Califórnia.


De acordo com a NBC News, a polícia foi chamada ao local por volta das 17h30 locais. “Os nossos agentes envolveram-se num tiroteio”, explicou a porta-voz do departamento de polícia local Jennifer Amat.

O edifício da empresa, cujo não foi divulgado, parecia ter vários escritórios. Amat explicou que há um andar de cima, um andar de baixo e uma área de pátio. “É uma situação que estava a mudar de áreas, então, no meu entendimento, foi em toda essa área”, disse.

Segundo o Los Angeles Times, no complexo de escritórios existem cerca de uma dúzia de negócios, incluindo uma seguradora, um terapeuta de casal, uma loja de reparação de telemóveis, um terapeuta da fala e várias imobiliárias.

Quatro pessoas, incluindo uma criança, morreram no incidente.

Uma quinta pessoa foi atingida e levada para o hospital, tal como o suspeito do crime. Ambos estavam em estado crítico. O suspeito ficou ferido por uma arma de fogo, mas ainda não se sabe se foi autoinfligido.

Nenhum agente da polícia ficou ferido.

A polícia recuperou a arma usada no tiroteio e está a trabalhar para determinar um motivo do incidente. A investigação vai incluir várias agências, informou Amat.

O governador Gavin Newsom, que considerou os eventos “horríveis e comoventes”, disse, em comunicado, que “os nossos corações estão com as famílias afetadas por esta terrível tragédia esta noite”.

“Estou profundamente triste com os relatos de um tiroteio em massa no Condado de Orange e continuo a manter as vítimas e os seus entes queridos nos meus pensamentos à medida que continuamos a aprender mais”, disse a polícia Katie Porter, no Twitter. “A minha equipa e eu continuaremos a monitorizar a situação de perto.”

Este é o terceiro tiroteio em massa registado nos Estados Unidos nas últimas três semanas. Dez pessoas morreram na semana passada quando um atirador abriu fogo num supermercado de Boulder, Colorado. Uma semana antes, oito pessoas, incluindo seis mulheres de ascendência asiática, foram mortas em três spas da área de Atlanta.

Amat disse que não havia uma situação como este em Orange desde 1997, quando um atirador matou quatro pessoas num pátio de manutenção do Departamento de Transportes da Califórnia. O atirador naquele tiroteio, que tinha sido despedido pelo departamento por roubo, matou quatro trabalhadores e feriu outros antes de ser morto pela polícia.

https://zap.aeiou.pt/tiroteio-eua-california-crinaca-391883

 

 

O racismo anti-asiático foi esquecido durante muito tempo - Mas atingiu um ponto de ebulição !

No ano passado, a onda de incidentes de ódio e os tiroteios na Geórgia tornaram o racismo anti-asiático muito mais difícil de ignorar. A temática, que parecia esquecida, veio à tona abrir um debate necessário nos Estados Unidos.

No ano passado, os ásio-americanos fizeram soar os alarmes sobre a crescente discriminação de que eram alvo, alimentada, em parte, pela linguagem racista e falsas alegações sobre a origem do novo coronavírus do ex-Presidente Donald Trump.

Em declarações ao The New York Times, Angela Hsu, advogada de Atlanta, explicou que há “uma tendência para não acreditar que a violência contra ásio-americanos seja real”. “É quase como se precisássemos de algo muito chocante para fazer com que as pessoas acreditem que existe este tipo de descriminação.”

Apesar de o racismo anti-asiático poder ter sido evidenciado durante a pandemia de covid-19, não é uma novidade. Acontece há já vários anos e é alimentado pela ideia de que os asiático-americanos são como “estrangeiros perpétuos” ou pessoas que não são percebidas como totalmente americanas.

Esta discriminação assumiu a forma de pequenas agressões, como perguntar às pessoas “de onde elas realmente são” ou fazer piadas racistas sobre o sotaque e o formato dos olhos.

Estes atos tornaram-se tão normalizados que o próprio comediante Jay Leno pediu publicamente desculpas por décadas de piadas racistas, feitas contra a comunidade asiática nos Estados Unidos.

De acordo com a Blitz, o pedido de desculpas surge após uma batalha de 15 anos da organização Media Action Network for Asian Americans (MANAA), que lutou para que Leno parasse com as piadas e se desculpasse pelas mesmas.

O comediante afirmou ter pensado, “genuinamente”, que as suas piadas eram “inofensivas” e disse que o seu pedido de desculpas nada tem a ver com a chamada “cancel culture”: “Não creio que seja exemplo disso. Foi um erro legítimo da minha parte.”

A Vox escreve que a discriminação anti-asiática não é reconhecida, em parte, por causa do privilégio que alguns asiáticos têm em comparação com outros grupos minoritários – como negros e latino-americanos – e pela diferença do grau de racismo que enfrentam.

Este enquadramento enganoso obscurece o racismo que várias pessoas enfrentam dentro das comunidades asiático-americanas.

No entanto, os eventos do ano passado – incluindo os recentes ataques a idosos e o tiroteio que matou oito pessoas em Atlanta – foram um ponto de rutura para muitos ásio-americanos.

“A nossa comunidade sentiu-se invisível durante muito tempo”, revelou Cynthia Choi, co-fundadora da Stop AAPI Hate, uma organização que investiga e denuncia incidentes de ódio. “Essa é a razão pela qual começamos a Stop AAPI Hate. Não queríamos que isso fosse minimizado, queríamos ter os números. Não queríamos que houvesse negação.”

Desde março do ano passado, forma relatados 3.795 incidentes anti-asiáticos à Stop AAPI Hate, desde abuso verbal e rejeição a agressão física e danos materiais.

https://zap.aeiou.pt/racismo-anti-asiatico-ponto-ebulicao-391501

 

Myanmar - Militares “estão a cometer crimes de guerra há muito tempo”, diz ex-jornalista da Reuters !

A ex-jornalista da Reuters Aye Min Thant, premiada em 2019 com o Pulitzer por histórias que envolviam militares birmaneses e assassinatos da minoria rohingya, afirmou que “os militares estão a cometer crimes de guerra há muito tempo”.


Aye Min Thant nasceu em Rangum, em Myanmar, e mudou-se aos com a família para os Estados Unidos (EUA) em 2000. De volta ao país, voltou a sair – pela terceira vez – depois do golpe, a 01 de fevereiro. “Fiquei preocupada com a minha segurança”, referiu ao Expresso. “Os miúdos que estão nas ruas estão a lutar para manterem o futuro deles, para manterem a esperança e o otimismo que têm vindo a construir nos últimos 10 anos”.

Ao semanário, contou que o golpe começou por volta das 03:00, com os camiões dos militares a entrarem em Naypyidaw e a deter pessoas. “Não foi uma completa surpresa. Houve tensões em janeiro, que culminaram no 01 de fevereiro, quando os militares disseram que tinham preocupações com a fraude eleitoral [eleições de novembro]”, disse.

“A razão porque saí [do país] prende-se com a quantidade de pessoas que conheço, incluindo membros da minha família, que foram detidas ou perseguidas por forças de segurança. E isto inclui jornalistas, ativistas, pessoas que trabalharam na sociedade civil. E tendo trabalhado na comunicação social anteriormente, cobrindo especialmente temas como a crise dos rohingya e histórias sobre os militares, fiquei preocupada com a minha segurança desde que o golpe começou”, relatou.

Aye Min Thant abandonou Myanmar por três vezes. Em 2000, fugiu com a família – etnicamente chinesa – devido a uma discriminação generalizada na sociedade e em termos legais. Após ter publicado os artigos com a equipa da Reuters, foi barrada do país por seis meses. A terceira vez foi a 24 de março, após o golpe.

Para a jornalista, este foi um “golpe desleixado”. “O golpe aconteceu a 01 de fevereiro, que era quando o novo Governo ia tomar posse depois das eleições de novembro. Foi inteligente, estava toda a gente reunida na capital, Naypyidaw, para formar o Governo. Detiveram os membros do parlamento numa área residencial. Não os levaram para lado nenhum, cercaram-nos basicamente”, indicou.

O golpe “foi praticamente uma reação à reação popular, em oposição do que pensarias quando militares fazem um golpe, disciplinados, organizados e tudo planeado”, continuou, apontando que esse desleixo viu-se também nos media. “Revogaram a licença de cinco grupos de media, mas não de todos. Detiveram alguns jornalistas, outros não. Foram a casa de alguns jornalistas buscá-los, outros ainda andavam na rua, com câmaras muito grandes. Não era difícil apanhá-los, se quisessem”.

“Serve o mesmo para a sociedade civil e ativistas: as detenções pareceram aleatórias, assim como o quando e porquê, ao contrário de algo muito sistematizado. Viu-se isso nas fronteiras também. Algumas pessoas foram para o aeroporto, umas foram detidas, outras não. Isso foi o mais surpreendente”, acrescentou.

A ex-jornalista da Reuters indicou que “os militares estão a cometer crimes de guerra há muito tempo. Uma das piores coisas é terem matado 35 crianças, que saibamos, desde o início do golpe. Estamos com cerca de 500 mortos. Uma grande percentagem das mortes são crianças, especialmente se considerarmos o facto de que a maioria das pessoas nas ruas são jovens mas não são miúdos. Um bebé de um ano foi atingido a tiro. O mais novo a morrer tinha cinco anos. Houve um homem a quem pegaram fogo”.

E continuou: “Testemunhas no local disseram que ele era um vigilante do bairro, que foi agredido pela polícia ou militares. Ele foi agredido e depois levaram-no para uma barricada de um bairro, feita de pneus, e queimaram-no vivo. Eles também começaram a usar granadas em áreas residenciais. Recentemente, começaram a largar bombas em zonas rurais. Estão deslocadas entre 3000 e 10 mil pessoas do estado de Karen, onde largaram as bombas”.

“Já estamos a ver que os militares estão a atacar civis no estado de Karen, não há razões para não acreditar que continuarão a matar e a cometer crimes contra a Humanidade contra quem quiserem na verdade, mas especialmente contra grupos minoritários, para consolidarem o poder e para voltarem a focar-se nestas áreas onde estão minorias”, apontou igualmente.

Quanto aos presos políticos, indicou que nem todos estão detidos nas mesmas condições. “Aung Suu Kyi e outros membros da elite política estão detidos em prisão domiciliária, mas não é claro onde estão. No início, muitos deles foram detidos nas suas habitações, na capital. Muitos já foram libertados, mas os que não o foram estão em parte incerta. Muitos deles não tiveram possibilidades de contactar com as suas famílias ou com os advogados”.

Embora não tenha previsto os próximos dias, afirmou que o seu maior receio é que a situação evolua para uma guerra civil. “Não há como dar um passo atrás para os militares. Se estão a massacrar pessoas, se usam granadas e lançadores de granadas para dispersar manifestantes, não podem voltar aos canhões de água. Não vemos nenhum movimento em direção a um diálogo ou negociação”, concluiu.

Aung San Suu Kyi está bem de saúde, diz advogado

Min Min Soe, o advogado da líder deposta de Myanmar, Aung San Suu Kyi, de 75 anos e cujo paradeiro é desconhecido, disse à Reuters que esta está de boa saúde, depois de uma vídeo-chamada durante a qual discutiram o seu caso em tribunal. A sua próxima audiência em tribunal está marcada para quinta-feira, noticiou o Público.

Suu Kyi é acusada de violar uma lei de importação e exportação por ter seis walkie-talkies em casa, de violar as normas sanitárias de controlo da pandemia e incitamento a protestos públicos. Pode ser ainda ser acusada de corrupção. A defesa diz que todas as acusações são falsas e forjadas pelo exército.

Raras são as vezes em que Suu Kyi apareceu em público, com as audiências a ocorreram por vídeo-chamada. Dois membros do seu partido, que venceram as eleições de novembro de 2020, morreram depois de terem sido detidos.

Alemanha pede aos cidadãos que saiam de Myanmar

O Governo alemão pediu aos seus cidadãos que deixem Myanmar o mais rápido possível, devido ao agravamento da situação e aumento da violência, no mesmo dia em que a empresa francesa Voltalia anunciou que abandona o país, avançou esta quarta-feira a agência Lusa.

“Uma nova escalada de violência pelas forças de segurança não pode ser descartada e é imprevisível como a situação irá evoluir”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão num comunicado.

Os cidadãos alemães são, portanto, convidados a “deixar o país o mais rápido possível” e enquanto os voos comerciais estiverem disponíveis. Também é altamente recomendável evitar todas as concentrações e manifestações.

Por outro lado, a produtora francesa de energias renováveis Voltalia vai “pôr fim às suas atividades” em Myanmar, segundo um comunicado divulgado esta quarta-feira pela companhia. “Devido à crise política e humanitária em Myanmar, a Voltalia decidiu retirar-se do país e tomou medidas para encerrar as suas atividades” no local, anunciou a empresa.

A Voltalia está presente em Myanmar desde 2018, fornecendo eletricidade a “156 torres de telecomunicações” em áreas rurais das regiões de Bago de Irrawaddy. Emprega “43 pessoas” e “está a fazer todo o possível” para garantir “a sua segurança”, com as suas atividades no país representarem “menos de 1% da produção da empresa”.

No domingo, o grupo francês EDF anunciou que tinha suspendido um projeto de barragem hidroelétrica em Myanmar. Várias organizações não-governamentais (ONG) também pediram à Total, ativa no setor de gás em Myanmar, que “pare de financiar a junta” militar.

O grupo petrolífero francês referiu-se domingo a um comunicado divulgado dois dias antes, no qual garante conduzir “as suas atividades de forma responsável, no respeito das leis e dos direitos humanos universais”.

Mais de 500 civis morreram, pelo menos uma centena deles no último fim de semana, devido à repressão aos protestos pró-democracia pela polícia e militares desde o golpe militar ocorrido a 01 de fevereiro, segundo dados da Associação de Assistência a Presos Políticos (AAPP).

O exército birmanês bombardeou civis em áreas controladas pelos guerrilheiros Karen ao longo da fronteira com a Tailândia, causando milhares de deslocados, enquanto o conflito com guerrilheiros da minoria a Kachin também aumentou.

https://zap.aeiou.pt/myanmar-militares-crimes-guerra-tempo-391619

 

Quase um ano depois de Floyd, morte de Victoria Salazar está a chocar o México e o mundo !

Quase um ano depois de o mundo ter assistido às imagens da morte de George Floyd, uma migrante oriunda de El Salvador foi morta durante uma detenção policial no México, de forma muito semelhante à do afro-americano.


A morte de Victoria Esperanza Salazar, uma migrante oriunda de El Salvador que faleceu no México depois de um agente da polícia da Direção Municipal de Segurança Pública de Tulum ter colocado o joelho em cima das suas costas durante vários minutos, está a indignar o país.

A AFP avança que a vítima mortal foi presa no sábado após uma discussão com o gerente de uma mercearia no balneário de Tulum, em Quintana Roo, e não estava armada quando foi detida.

Segundo a TSF, a autópsia concluiu que Victoria Salazar ficou com o pescoço partido devido à violência policial. Um dos agentes colocou o joelho em cima das costas da mulher, enquanto outros três agentes observavam, sem nada fazerem para o parar.

As imagens mostram que a migrante, de 36 anos, acaba por perder os sentidos. Depois, o corpo já imobilizado ainda algemado e colocado nas traseiras de uma carrinha da polícia.

De acordo com o Al Jazeera, as autoridades disseram que os quatro polícias – três homens e uma mulher – já foram demitidos, detidos e acusados ​​de feminicídio na justiça mexicana, por “uso de força excessiva e desproporcional”.

O diretor de Segurança Pública e Trânsito de Tulum, Nesguer Ignacio Vicencio Méndez, foi destituído do cargo e os agentes envolvidos transferidos para centros de detenção.

“Não haverá impunidade para aqueles que participaram na morte da vítima, e todas as forças da justiça serão chamadas a trazer os responsáveis a julgamento”, afirmou o gabinete do procurador-geral estatal.

Victoria Salazar, mãe solteira de duas filhas, estava a viver no México desde 2018, ao abrigo de um visto humanitário. Imigrou em busca de melhores oportunidades e condições de vida.

O feminicídio foi captado e divulgado nas redes sociais e está a gerar revolta no México e na comunidade internacional, um ano depois de o mundo ter assistido às imagens da morte de George Floyd.

Esta segunda-feira, a mãe de Victoria Salazar, Rosibel Arriaza, confessou sentir-se “indignada, impotente, frustrada“. “Devia ter estado lá como mãe.”

“Ela não merecia esta morte. As autoridades estão aí para proteger o ser humano, com todas as técnicas que têm para tentar dominar alguém. Mas isto foi um abuso de autoridade, por isso peço justiça”, acrescentou, em declarações aos jornalistas.

Andrés Manuel López Obrador, Presidente mexicano, já reagiu ao sucedido, descrevendo o incidente como um “assassinato brutal“.

“Ela foi tratada com brutalidade e morta: é um facto que nos enche de tristeza, dor e vergonha”, disse o governante, durante uma conferência de imprensa. “Aos familiares dela, às mulheres salvadorenhas e mexicanas, às mulheres do mundo, a todos, homens e mulheres, quero dizer que os responsáveis ​​serão punidos.”

O presidente de El Savador, Nayib Bukele, também reagiu, dizendo, no Twitter, estar confiante de que “o Governo mexicano aplicará todo o peso da lei aos responsáveis”. Além disso, deu a garantia de que o Governo do país irá ajudar as duas filhas que a mulher deixa.

O governante ressalvou, no entanto, que a população mexicana não deve ser responsabilizada pela situação.

“Vejo milhares de mexicanos escandalizados, a exigir justiça pela nossa compatriota. Não nos esqueçamos de que não foi o povo mexicano quem cometeu este crime, foram alguns criminosos na polícia de Tulum”, afirmou.

O assassinato de Victoria Salazar tem motivado vários protestos no Estado mexicano de Quintana Roo. Na segunda-feira, alguns manifestantes colocaram um vaso de plantas e algumas velas no local onde Victoria foi morta e escreveram no chão: “Foi aqui que mataram Victoria“.

https://zap.aeiou.pt/quase-um-ano-depois-de-floyd-morte-de-victoria-salazar-esta-a-chocar-o-mexico-e-o-mundo-391742

 

 

“Horror absoluto” - Activista acusa Governo moçambicano de saber do ataque a Palma e nada fez !

O ataque à vila de Palma, na província moçambicana de Cabo Delgado, que provocou centenas de mortes e de deslocados poderia ter sido evitado. Quem o afirma é uma activista que trabalha na região há três anos e que garante que o Governo de Moçambique foi avisado e que nada fez para evitar o “massacre”.

Deslocados dos ataques a Palma, Moçambique

“É uma tragédia, é um massacre”, e “podia ter sido evitado”. É desta forma que a activista Jasmine Opperman, investigadora do Observatório Cabo Ligado, se refere, em declarações à TSF, ao ataque à vila de Palma que provocou três mil deslocados e 800 desaparecidos, além de dezenas de mortos.

Contudo, os números das organizações não-governamentais são “conservadores”, aponta Jasmine Opperman, notando que haverá, “pelo menos, 40 mil” pessoas afectadas pela violência.

“O ataque podia ter sido prevenido”, diz ainda, notando que “os serviços de informação avisaram o Governo moçambicano e as embaixadas estrangeiras três dias antes do ataque”.

Porque é que não se fez nada? Não há indicação de que [o aviso] tenha sido levado a sério”, lamenta ainda a activista na TSF.

Jasmine Opperman sublinha também que “o Governo moçambicano precisa de ajuda“. “Precisamos de segurança em Cabo Delgado agora”, apela, apontando ainda que “não podemos descartar a hipótese de um ataque como este voltar a acontecer noutro sítio”.

Assim, a activista pede ajuda internacional, considerando que os terroristas estão a receber ajuda de outros países.

“O aperfeiçoamento, a sofisticação, os planos de longo prazo, o acesso a munições e armas enquanto o ataque estava a decorrer” mostram que “eles receberam treino por parte de estrangeiros”, destaca.

“Ligações significativas ao Estado Islâmico”

O ataque foi levado a cabo por um grupo local conhecido por Shabaab ou Juventude em Português, que tem sido responsável por vários episódios de violência na região de Cabo Delgado.

Em 2019, o Shabaab foi admitido no grupo Província da África Central do Estado Islâmico (ISCAP na sigla em Inglês) e passou a chamar-se Ahl al-Sunnah wa al Jamma’ah.

Desde então, assumiu o controlo do porto estratégico de Mocimboa da Praia e ocupou agora Palma.

O ISCAP assumiu os louros pelo ataque à vila de Cabo Delgado e a agência de notícias do Daesh celebrou o episódio, referindo as “mortes de 55 forças moçambicanas e Cristãos, incluindo trabalhadores de fora do país”.

O que é certo é que o grupo de terroristas que atacou a vila moçambicana estava altamente organizado, surgindo de “três direcções numa operação bem planeada”, como reporta a CNN.

“Alguns dos atacantes usavam uniformes militares“, mostrando “comando, controle e disciplina aprimorados”, e conseguiram “confundir o pequeno número de tropas” que estavam no local, acrescenta a estação internacional.

Moçambique tem tentado controlar o grupo terrorista, contando com a ajuda de militares russos e sul-africanos contratados, mas sem sucesso.

Um elemento do Departamento de Estado dos EUA revela à CNN que o país está “convencido dos ligações substanciais e significativas [do grupo terrorista] ao Estado Islâmico”.

“As tácticas e as manobras dos extremistas durante estes últimos meses, bem como a sua efetividade no combate, além de outros indicadores, convenceram-nos que há apoio significativo do Isis”, aponta este elemento referindo-se ao grupo terrorista também conhecido por Daesh.

Analistas contactados pela CNN acreditam que o Shabaab integra combatentes da Tanzânia que partilham a mesma “origem linguística e étnica”.

“O que aconteceu em Palma é um horror absoluto”

A Organização Internacional para as Migrações (OIM) registou 3.361 deslocados internos em Moçambique causados pelos ataques em Palma. É o equivalente a “672 famílias”, segundo o porta-voz da OIM, Paul Dillon.

O porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA), Jens Laerke, considera que a situação em Palma é “um horror absoluto”, que causará a deslocação de outras “milhares de pessoas” pelo país inteiro, “em direcção à fronteira com a Tanzânia”.

“O que aconteceu em Palma é um horror absoluto”, frisa Jens Laerke, apontando que “fizeram coisas horríveis e continuam a fazê-las”.

O porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Andrej Mahecic, refere que “as pessoas foram mortas ou mutiladas, as casas foram saqueadas e queimadas e os campos foram destruídos”.

Mulheres e meninas foram “sequestradas, forçadas a casar, em alguns casos violadas e submetidas a outras formas de violência sexual“, relata ainda Andrej Mahecic.

“Também há relatos de recrutamento de crianças à força para os grupos armados insurgentes”, acrescenta.

Segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, a população moçambicana precisa da ajuda urgente de cerca de 254 milhões de dólares (cerca de 217 milhões de euros) “para enfrentar a tripla crise resultante da violência, das crises climáticas e da pandemia de covid-19”.

A ONU indicou que apenas 1% do valor necessitado foi angariado até agora.

Presidente de Moçambique desvaloriza ataque

Apesar dos números trágicos e dos apelos de ajuda para a província de Cabo Delgado, o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, considera que o ataque a Palma “não foi maior que tantos outros” que o país já sofreu.

Em declarações divulgadas pela Rádio Moçambique e citadas pela Rádio Renascença, Filipe Nyusi diz que o ataque só está a receber mais atenção mediática por causa do projecto da petrolífera Total na província.

Não percamos o foco, não fiquemos atrapalhados. Vamos abordar o inimigo como temos estado a abordar, porque a falta de concentração é o que os nossos inimigos – internos e externos – querem”, apela Nyusi.

A descoberta de gás natural naquela região motivou grandes investimentos de multinacionais, mas também poderá estar associada ao aumento dos ataques, segundo alguns analistas.

A violência em Cabo Delgado tem levado milhares de pessoas a fugirem para o mato ou a deslocarem-se para outras áreas do país. Haverá quase 700 mil deslocados, segundo números das Nações Unidas.

Em declarações à TSF, o pároco de Palma diz que “não sabe da maioria das pessoas da sua paróquia”. “As pessoas não sabem se os seus familiares estão vivos, se não estão vivos, se foram raptados. As pessoas que fugiram estão a passar fome. É tudo dramático”, lamenta o padre.

Entretanto, o secretário-geral da União das Cidades Capitais da Língua Portuguesa (UCCLA), Vítor Ramalho, revela na TSF que vai ser realizada uma reunião por videoconferência para estudar medidas para acabar com a violência na província moçambicana.

Até porque o que aconteceu em Palma, “pode acontecer amanhã em qualquer cidade”, avisa Vítor Ramalho.

https://zap.aeiou.pt/governo-mocambicano-ataque-palma-391627

 

Os humanos podem tornar-se venenosos no futuro !

Um novo estudo revelou que os ratos – e até os humanos – têm o “kit de ferramentas para produzir veneno” e podem vir a tornar-se venenosos, como as cobras e os ornitorrincos.


Uma equipa de cientistas descobriu a base genética necessária para a evolução do veneno oral que existe tanto em répteis como em mamíferos, por isso, embora nem humanos nem ratos sejam venenosos atualmente, os seus genomas têm o potencial se o ser sob certas condições ecológicas.

Segundo os cientistas, esta investigação é a primeira evidência concreta de uma ligação entre as glândulas de veneno em cobras e as glândulas salivares em mamíferos.

De acordo com o jornal britânico The Independent, o autor do estudo Agneesh Barua descreveu o veneno como “um cocktail de proteínas” usado por animais para imobilizar e matar presas, bem como para autodefesa.

Para a investigação, em vez de se concentrarem em genes que codificam proteínas que compõem a mistura tóxica, os cientistas do Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade de Pós-Graduação de Okinawa (OIST) e da Universidade Nacional da Austrália procuraram genes que trabalham lado a lado e interagem com os genes de veneno.

Os investigadores usaram glândulas de veneno da cobra habu de Taiwan – uma víbora encontrada na Ásia – e identificaram cerca de três mil desses genes “cooperativos”, observando que desempenhavam papéis importantes na proteção das células do stresse causado pela produção de muitas proteínas.

Os cientistas também analisaram os genomas de outras criaturas, incluindo mamíferos como cães, chimpanzés e humanos, e descobriram que continham as suas próprias versões destes genes.

Tendo investigado os tecidos das glândulas salivares nos mamíferos, os investigadores viram que os genes tinham um padrão de atividade semelhante ao observado nas glândulas de veneno de cobra – ou seja, as glândulas salivares nos mamíferos e as glândulas de veneno nas cobras partilham um núcleo funcional antigo.

“Muitos cientistas acreditavam intuitivamente que isto é verdade, mas esta é a primeira evidência sólida real para a teoria de que as glândulas de veneno evoluíram das primeiras glândulas salivares”, disse Barua.

“Enquanto as cobras enlouqueciam, incorporando muitas toxinas diferentes no seu veneno e aumentando o número de genes envolvidos na produção do veneno, mamíferos produzem veneno mais simples que tem uma alta semelhança com a saliva”, continuou.

Barua disse que as experiências na década de 1980 mostraram que ratos machos “produzem compostos na sua saliva que são altamente tóxicos quando injetados em ratos”.

“Se, sob certas condições ecológicas, os ratos que produzem proteínas mais tóxicas na sua saliva tiverem melhor sucesso reprodutivo, por isso, em alguns milhares de anos, poderemos encontrar ratos venenosos”, acrescentou.

Embora seja improvável, se as condições ecológicas certas existissem, os humanos também têm o potencial de se tornarem venenosos.

https://zap.aeiou.pt/humanos-podem-venenosos-no-futuro-391392

 

 

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