Um documento interno da Nestlé revelou que a maioria dos seus alimentos e bebidas não cumprem os requisitos necessários para serem considerados saudáveis.
A Nestlé, considerada a maior empresa de alimentos do mundo, reconheceu que mais de 60% dos seus alimentos e bebidas convencionais não atendem a uma “definição reconhecida de saúde” e que “algumas das nossas categorias e produtos nunca serão ‘saudáveis’, não importa o quanto renovemos”.
A conclusão está presente numa apresentação que circulou este ano entre os principais gestores, à qual o Financial Times teve acesso.
De acordo com os dados da empresa, apenas 37% dos seus produtos alcançam uma cotação acima de 3,5 no sistema de classificação de saúde por estrelas da Austrália. Esta métrica é usada em estudos por grupos internacionais e a meta de 3,5 é vista pela multinacional suíça como um produto “saudável”.
Apenas 37% dos alimentos e bebidas do portfólio da Nestlé têm a pontuação mínima para serem considerados saudáveis. Nas bebidas, 96% não tem condições para integrar o grupo dos produtos saudáveis, assim como 99% dos gelados e doces.
“Fizemos melhorias significativas nos nossos produtos… [mas] o nosso portfólio ainda apresenta desempenho inferior em relação às definições externas de saúde num cenário onde a pressão regulatória e as exigências dos consumidores estão a disparar”, lia-se na apresentação.
Mark Schneider, CEO da Nestlé, reconheceu que os consumidores querem uma dieta mais saudável, mas rejeitou as alegações de que alimentos “processados”, incluindo os produzidos pela Nestlé e outras multinacionais, tendem a não ser saudáveis.
Num comunicado divulgado pela Nestlé após a notícia do Financial Times, a empresa revelou que estava a trabalhar para atualizar a sua estratégia de nutrição e saúde e que estava a analisar toda a sua carteira de produtos para garantir que satisfazem as necessidades nutricionais das pessoas.
https://zap.aeiou.pt/documento-nestle-produtos-nao-saudavel-406570
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