terça-feira, 16 de março de 2021

Quase 100 mortos em dois dias - Aumenta repressão em Myanmar !

A junta militar em Myanmar intensificou a repressão contra os manifestantes que rejeitaram o golpe de 01 de fevereiro e as forças de segurança mataram pelo menos 94 civis nos últimos dois dias, segundo uma associação do país.


A Associação para a Assistência aos Presos Políticos (AAPP), citada pela agência Lusa, confirmou esta terça-feira que na segunda-feira as autoridades voltaram a disparar munições contra manifestantes em várias cidades do país, deixando pelo menos 20 mortos e mais de 50 feridos.

No dia anterior, pelo menos 74 pessoas, incluindo uma menina de 15 anos e três outros menores, foram mortos no dia mais sangrento de ação brutal das forças de segurança.

A associação coloca o número total de pessoas mortas desde o golpe em 183 como resultado da violência das autoridades e acusa a polícia e os militares de reprimir brutalmente manifestações pacíficas e de vandalizar e pilhar a propriedade privada.

A junta militar anunciou no dia anterior a imposição da lei marcial em quatro distritos de Rangum, a antiga capital e a cidade mais populosa, para além da medida de emergência anunciada no domingo em dois outros distritos da cidade.

O Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) António Guterres disse na segunda-feira que estava “chocado” com a violenta repressão dos protestos levados a cabo pelo exército e exortou a comunidade internacional a agir para o impedir.

“Os assassinatos de manifestantes, detenções arbitrárias e relatos de tortura de prisioneiros violam os direitos humanos fundamentais e desafiam claramente os apelos do Conselho de Segurança à contenção, ao diálogo e ao regresso a um caminho democrático na Birmânia”, disse Guterres através do seu porta-voz, Stephane Dujarric.

Os protestos em Myanmar rejeitam o poder da Junta Militar e exigem o “regresso da democracia” assim como o respeito pelos resultados das eleições de novembro assim como a libertação de todos os presos pelos militares, entre eles a líder “de facto” do governo, Aung San Suu Kyi.

O tribunal que julga a deposta líder adiou esta terça-feira a audiência, por problemas técnicos relacionados com as ligações de vídeo conferência, e depois dos cortes de internet decretados pela Junta Militar. De acordo com os advogados de Aung San Suu Kyi, a terceira sessão do julgamento foi adiada para o dia 24 de março.

Desde que foi detida no dia 01 de fevereiro durante o golpe de Estado militar, Aung San Suu Kyi, de 75 anos, está praticamente isolada. É acusada de quatro delitos, entre os quais o de suborno por aceitar aparelhos telefónicos e pode ser condenada a 15 anos de prisão.

Indignação após ativista ser torturado até a morte

Segundo noticiou na segunda-feira o Guardian, uma onde de indignação ganhou expressão após os militares alegadamente terem torturado até à morte Zaw Myat Lynn, de 46 anos, professor no Suu Vocational College, em Shwe Pyi Thar, e ativista da Liga Nacional para a Democracia (NLD), o partido de Aung San Suu Kyi.

Zaw Myat Lynn, que esteve na linha de frente dos protestos, partilhou vídeos nos quais os soldados espancavam e atiravam nos manifestantes pacíficos. No Facebook, apelou a que a população lutasse “contra o exército, mesmo que custasse” as suas “vidas”, classificando os militares armados como “terroristas” e “cães”.

Na sua última publicação, a 08 de março, transmitiu em direto uma manifestação pró-democracia perto da escola. “Devemos nos preparar para proteger o nosso povo”, disse, acrescentando que um número desconhecido de soldados havia assumido posição nas proximidades. O professor foi detido no complexo escolar, onde vivia com esposa.

Após vinte e quatro horas, a mulher foi instruída a visitar um hospital militar em Mingarlardon, no norte de Yangon, onde identificou o corpo do marido. No relatório médico, havia a indicação de que Zaw Myat Lynn caiu de uma altura de nove metros enquanto tentava fugir.

Contudo, os ferimentos apoiam as alegações de que o ativista foi torturado. Imagens do seu corpo mostram que água a ferver ou uma solução química foi depositada na sua boca, a língua estava derretida e faltavam os dentes. O corpo foi embrulhado para esconder outros ferimentos, como uma ferida no abdómen, que pode ter sido a causa da morte.

Zaw Myat Lynn foi o segundo assessor do NLD a morrer como resultado de uma suposta tortura. Dias antes, Khin Maung Latt, de 58 anos, um presidente local do NLD em Yangon, também morreu na prisão. Um líder do partido disse que as imagens do seu corpo revelavam um ferimento na nuca e hematomas nas costas.

https://zap.aeiou.pt/100-mortos-aumenta-repressao-myanmar-387926

 

“O Fim do Mundo está próximo” - Tempestade de areia envolve Pequim em espesso manto de poluição !!!

Tempestade de areia em Pequim

Pequim acordou esta segunda-feira envolta numa espessa nuvem de poluição, que reduziu a visibilidade até 300 metros em algumas partes da capital chinesa, devido às maiores tempestades de areia dos últimos dez anos no Norte do país.

As autoridades emitiram o alerta amarelo, o terceiro mais alto, numa escala de quatro níveis, que implica a suspensão de todas as atividades ao ar livre e o uso de máscaras de proteção respiratória.

A concentração de partículas PM2,5 – as mais finas e suscetíveis de se infiltrarem nos pulmões -, ascendeu a 500 microgramas por metro cúbico, bem acima do limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 25 microgramas.

A concentração de partículas PM10 – as segundas mais finas e também suscetíveis de se infiltrarem no sistema respiratório -, chegaram a 10 mil microgramas por metro cúbico em algumas zonas da cidade. Para estas partículas, o limite de concentração recomendado pela OMS é de 50 microgramas.

“O fim do mundo está próximo”, ironizaram vários internautas no Wechat, a rede social mais utilizada na China. Um meme com um cenário apocalíptico, retirado do clássico filme de ficção cientifica “Perigo Iminente”, e a icónica torre da televisão estatal chinesa CCTV ao fundo, tornou-se também viral na Internet chinesa.

Cerca de um quinto dos voos de e para o Aeroporto Internacional de Pequim – Capital e o Aeroporto Internacional de Daxing, no sul de Pequim, foram cancelados.

Segundo o Observatório Meteorológico Central da China, trata-se da maior tempestade de areia no espaço de uma década. A tempestade é resultado dos efeitos combinados do ar frio e dos ciclones na região chinesa da Mongólia Interior e na Mongólia. A desertificação no norte e nordeste da China agravou os seus efeitos.

“A tempestade de areia de hoje deve-se sobretudo a fatores naturais, mas também mostra que o nosso ambiente ecológico ainda é muito frágil”, disse Zhao Yingmin, vice-ministro da Ecologia e Meio Ambiente da China, citado pela imprensa estatal.

A China tem tentando reflorestar e restaurar a ecologia da região para limitar a quantidade de areia que atinge a capital. A capital chinesa plantou uma “grande muralha verde” de árvores para capturar a poeira e tentou criar corredores de ar que canalizam o vento e permitem que a areia e outros poluentes passem mais rapidamente.

As tempestades de areia devem deslocar-se para o sul em direção ao delta do rio Yangtse e desaparecer na quarta ou quinta-feira, previu o ministério do Ambiente da China.

Pequim enfrenta tempestades de areia regulares em março e abril devido à proximidade com o deserto de Gobi.

A Agência Nacional de Gestão de Emergências da Mongólia revelou que as fortes tempestades de areia no país resultaram em seis mortes e 81 pessoas desaparecidas.

As tempestades de areia afetaram um total de 12 áreas no norte e noroeste da China, incluindo a região de Xinjiang e as províncias de Shanxi, Gansu e Ningxia.

https://zap.aeiou.pt/tempestade-areia-pequim-387584

 

Homicídio de Sarah Everard abala Reino Unido - Vigília acaba em confrontos e detenções !

Mais de mil pessoas juntaram-se no sábado para homenagear Sarah Everard, que foi assassinada. A Polícia Metropolitana de Londres está a ser fortemente criticada pela sua intervenção na vigília.


Sarah Everard, de 33 anos, tinha ido visitar alguns amigos a Clapham, no sul de Londres, e resolveu voltar para casa em Brixton, a cerca de 50 minutos a pé. Mas não voltou a ser vista com vida.

A londrina desapareceu por volta das 21h30 do dia 3 de março e, depois de várias buscas policiais, o corpo acabou por ser encontrado num bosque a meio do seu caminho. Na terça-feira, foi detido um agente policial membro da unidade responsável pela segurança de representações diplomáticas e políticos.

Inicialmente suspeito de rapto, Wayne Couzens, de 48 anos, foi também acusado de homicídio.

O caso tem abalado fortemente o Reino Unido. No sábado à noite, realizou-se uma vigília em memória de Sarah Everard, em Clapham Common. Segundo o Público, a Polícia Metropolitana de Londres está a ser criticada pela sua intervenção na manifestação que juntou mais de mil pessoas, sobretudo mulheres, no sudoeste da capital britânica.

A vigília acabou em confrontos e pelo menos quatro pessoas foram detidas por violação das restrições impostas pelo Governo britânico no âmbito do combate à covid-19.

De acordo com o diário, os manifestantes denunciaram a intervenção lenta das autoridades no caso e a falta de segurança que muitas mulheres sentem quando caminham sozinhas pelas ruas da cidade ao final do dia.

Os ânimos acabaram por se exaltar, com a vigília a terminar em confrontos e detenções. Uma imagem de uma mulher algemada no chão foi divulgada nas redes sociais por vários dirigentes políticos e civis, acompanhada por denúncias sobre a utilização de força excessiva por parte das autoridades.

“É óbvio que não nos queríamos ter posto numa posição em que seria necessária a nossa intervenção. Mas fomos colocados nessa posição por causa da necessidade predominante de proteger a segurança das pessoas”, disse Helen Ball, comissária-adjunta da Polícia Metropolitana de Londres, em comunicado.

Priti Patel, ministra do Interior britânica, pediu uma investigação independente à forma como a Polícia Metropolitana de Londres lidou com a vigília do último sábado. Sadiq Khan, presidente da Câmara de Londres, exigiu ainda uma “explicação urgente” da chefe daquela força policial, Cressida Dick.

A BBC avança que a chefe da Polícia, Cressida Dick, já anunciou que não tenciona renunciar ao cargo. Tanto Priti Patel como o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, mantêm a confiança na comissária.

“Com razão, segundo o que posso ver, a minha equipa sentiu que a vigília se tinha transformado numa reunião ilegal de risco considerável para a saúde das pessoas”, disse Cressida Dick. “Não me parece que alguém que não esteve na operação possa realmente comentar o que é certo ou errado.”

https://zap.aeiou.pt/sarah-everard-vigilia-detencoes-387510

 

“Quero viver em qualquer país menos na Síria” - Dez anos de guerra fizeram mais de 388 mil mortos !

A guerra na Síria, que entra no seu 11.º ano esta segunda-feira, causou pelo menos 388.652 mortos, indicou no domingo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) num novo balanço do conflito.


Segundo a organização não-governamental sediada no Reino Unido, perto de 117.388 civis, incluindo mais de 22 mil crianças, morreram desde o início do conflito em 2011. A ONG precisa ainda que os ataques do regime sírio e aliados são responsáveis pela maioria das mortes de civis.

O anterior balanço do OSDH, divulgado em dezembro de 2020, dava conta de mais de 387 mil mortos desde o início da guerra.

Os combates diminuíram em 2020 devido a um cessar-fogo no noroeste da Síria e à pandemia do novo coronavírus e, segundo o diretor da ONG, Rami Abdel Rahmane, registou-se o menor aumento anual no número de mortes desde o início do conflito.

Desencadeada em março de 2011 com a repressão por Damasco de manifestações pró-democracia, a guerra na Síria envolve atualmente uma multitude de beligerantes e potências estrangeiras.

O observatório inclui naquele total pelo menos 16 mil mortes nas prisões governamentais e centros de detenção que estão documentadas, embora estime que o total de mortos sob custódia tenha ascendido a cerca de 88 mil.

De acordo com o balanço, as tropas sírias registaram 68.308 baixas e os grupos e milícias leais a Damasco perderam 52.568 dos seus elementos, enquanto os rebeldes e islamitas que se lhes opõem contam 54.779 mortos.

Ao nível dos jihadistas, o OSDH precisa que o grupo extremista Estado Islâmico, que entre 2014 e 2019 geriu um “califado” na Síria e no Iraque, perdeu 40.515 dos seus combatentes e que o Hayat Tahrir al-Sham, ex-ramo sírio da Al-Qaida, registou 27.744 baixas.

Damasco controla atualmente mais de 60% do território sírio após uma série de vitórias desde 2015 graças ao apoio do aliado russo.

Entre as zonas que continuam a escapar ao controlo do regime de Bashar al-Assad encontram-se o último grande bastião rebelde na província de Idlib, no noroeste da Síria e sobretudo nas mãos do Hayat Tahrir al-Sham, setores controlados pela Turquia ao longo da fronteira norte e partes do nordeste a cargo de forças curdas.

Em relação a estas, o OSDH indica que perderam 12.878 pessoas desde o início da guerra.

O observatório lembra ainda que o conflito obrigou mais de metade da população que existia na Síria antes da guerra a fugir — 6,2 milhões de pessoas estão deslocadas no país e 5,6 milhões refugiadas no estrangeiro -, bem como que cerca de 200 mil desaparecidas.

“Quero viver em qualquer país menos na Síria”

Segundo a UNICEF, citada pelo jornal Público, quase 90% das crianças na Síria precisam de assistência humanitária, mais 20% do que há um ano. Dentro da Síria, 2,45 milhões não vão à escola, enquanto nos países vizinhos são 750 mil crianças as que não conseguem estudar.

Na Síria, “o número de relatos de crianças vítimas de sofrimento psicológico duplicou em 2020”.

A organização não-governamental Save the Children falou com 1.900 crianças sírias na Síria, Turquia, Líbano, Jordânia e nos Países Baixos para o relatório “Em qualquer lugar menos na Síria – Como dez anos de conflito deixaram as crianças sírias sem se sentir em casa”.

Nas entrevistas, as crianças, falam “das suas lutas diárias para se sentirem seguras e em casa onde estão”, “de tentar reclamar as suas infâncias e os seus futuros enquanto encontram inúmeros obstáculos, incluindo discriminação generalizada, perda de influência nas suas próprias vidas e medo de um regresso forçado”, resumiu Inger Ashing, presidente executiva da ONG.

Uma delas é Lara (nome fictício), de sete anos, cuja família fugiu de casa, em Maarat al-Numan, Idlib, há três anos. “Quero viver em qualquer país menos na Síria, onde for seguro e haja escolas e brinquedos”, disse. “Aqui, o som dos cães assusta-me e a tenda não é segura”.

Quando lhe disseram que iam fugir, Lara pôs os brinquedos numa mala que decidiu não voltar abrir. Para já, não quer voltar a casa, mas acredita que isso mudará. “Não vou desistir e vou sonhar em ir para casa para poder abrir o meu saco de brinquedos e brincar com Jasmim, o meu urso de peluche”.

Entre as crianças refugiadas, 86% não quer regressar à Síria. Entre as que vivem na Síria, uma em cada três quer estar noutro lugar.

https://zap.aeiou.pt/qualquer-pais-menos-siria-guerra-387585

 

Cientistas alertam que a difteria pode tornar-se uma “ameaça global à saúde” novamente !

Uma equipa internacional de investigadores do Reino Unido e da Índia alertou que a difteria – uma infeção de prevenção relativamente fácil – está a evoluir para se tornar resistente a uma série de classes de antibióticos e, no futuro, pode conseguir escapar à vacina. 


A equipa de cientistas, liderada por investigadores da Universidade de Cambridge, defende que o impacto da covid-19 nos esquemas de vacinação contra a difteria, juntamente com um aumento no número de infeções, está a colocar a doença em risco de se tornar novamente uma grande ameaça global.

A difteria é uma infeção altamente contagiosa que pode afetar o nariz e a garganta e, às vezes, a pele. Se não for tratada, pode ser fatal.

Causada principalmente pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, é transmitida principalmente por tosse e espirros ou pelo contacto próximo com alguém infetado.

Na maioria dos casos, a bactéria causa infeções agudas, impulsionadas pela toxina da difteria – o principal alvo da vacina. No entanto, a C. diphtheria não toxigénica também pode causar doenças, geralmente na forma de infeções sistémicas.

Os sintomas começam a manifestar-se de forma gradual, começando com inflamação da garganta e febre. Em casos graves, desenvolve-se na garganta uma membrana característica branca ou cinzenta, que está na origem da tosse e que pode impedir a passagem de ar. O pescoço também pode ficar inchado devido ao aumento de volume dos gânglios linfáticos.

No Reino Unido e noutros países com altos rendimentos, os bebés são vacinados contra a infeção. No entanto, em países mais pobres, a doença ainda pode causar infeções esporádicas ou surtos em comunidades não vacinadas ou parcialmente vacinadas.

O número de casos de difteria notificados globalmente tem aumentado gradualmente. Em 2018, havia 16.651 casos notificados, mais do dobro da média anual para 1996-2017 (8.105 casos).

A equipa internacional de cientistas usou o genoma para mapear infeções, incluindo um subconjunto da Índia, onde ocorreram mais da metade dos casos relatados em 2018.

Ao analisar os genomas de 61 bactérias isoladas de pacientes e ao combiná-los com 441 genomas disponíveis publicamente, os investigadores construiram uma árvore filogenética – uma “árvore genealógica” genética – para ver como as infeções estão relacionadas e entender como se espalham.

Além disso, usaram as informações para avaliar a presença de genes de resistência antimicrobiana (AMR) e avaliar a variação da toxina. 

Os cientistas encontraram, então, aglomerados de bactérias geneticamente semelhantes isoladas de vários continentes, geralmente na Ásia e na Europa. Isso indica que C. diphtheriae foi estabelecido na população humana durante, pelo menos, mais de um século, espalhando-se por todo o mundo à medida que as populações migraram.

O principal componente causador de doenças de C. diphtheriae é a toxina da difteria, que é codificada pelo gene TOX. É esse componente o alvo das vacinas. No total, os investigadores encontraram 18 variantes diferentes do gene TOX, das quais várias tinham o potencial de alterar a estrutura da toxina

“A vacina contra a difteria é projetada para neutralizar a toxina, portanto, quaisquer variantes genéticas que alterem a estrutura da toxina podem ter um impacto sobre a eficácia da vacina. Embora os nossos dados não sugiram que a vacina usada atualmente será ineficaz, o facto de estarmos a ver uma diversidade cada vez maior de variantes de toxidade sugere que a vacina e os tratamentos que visam a toxina precisam de ser avaliados regularmente”, alertou Gordon Dougan, do Instituto de Imunologia Terapêutica e Doenças Infeciosas de Cambridge (CITIID), em comunicado.

As infeções por difteria podem ser tratadas com várias classes de antibióticos, embora já tenha sido relatada C. diphtheriae resistente a antibióticos. A extensão dessa resistência permanece amplamente desconhecida.

Quando a equipa procurou genes que pudessem conferir algum grau de resistência aos antibióticos, descobriu que o número médio de genes AMR (resistência antibiótica) por genoma aumentava a cada década.

Os genomas de bactérias isoladas de infeções na década mais recente (2010-19) mostraram o maior número médio de genes AMR por genoma, quase quatro vezes mais em média do que na década anterior (1990).

“O genoma de C. diphtheriae é complexo e incrivelmente diverso. Está a adquirir resistência a antibióticos que nem são usados ​​clinicamente no tratamento da difteria. Deve haver outros fatores em jogo, como infeção assintomática e exposição a uma infinidade de antibióticos destinados ao tratamento de outras doenças”, explicou Robert Will, estudante de doutoramento no CITIID.

Eritromicina e penicilina são os antibióticos tradicionalmente recomendados para o tratamento de casos confirmados de difteria em estágio inicial, embora existam várias classes diferentes de antibióticos disponíveis para tratar a infeção.

A equipa identificou variantes resistentes a seis dessas classes na década de 2010, maior do que em qualquer outra década.

Os cientistas consideram que a covid-19 teve um impacto negativo nos calendários de vacinação infantil em todo o mundo e chegou num momento em que o número de casos relatados está a aumentar, sendo 2018 o ano que apresentou a maior incidência nos últimos 22 anos.

“É mais importante do que nunca que entendamos como a difteria está a evoluir e a espalhar-se. O sequenciamento do genoma dá-nos uma ferramenta poderosa para observar isto em tempo real, permitindo que as agências de saúde pública ajam antes que seja tarde demais”, disse Ankur Mutreja, do CITIID.

“Corremos o risco de [a difteria] se tornar uma grande ameaça global novamente, potencialmente numa forma modificada e melhor adaptada”, acrescentou.

https://zap.aeiou.pt/cientistas-difteria-ameaca-global-387715

Variante britânica poderá aumentar risco de morte em 61% !

A variante do coronavírus detetada pela primeira vez em setembro no Reino Unido, conhecida tecnicamente por B.1.1.7, “poderá estar associada” a um aumento de 61% do risco de morte em adultos, indica um estudo publicado hoje.


Uma equipa de cientistas dirigida por Nicholas Davies, da Escola de Higiene e Medicina Tropical, em Londres, chegou a esta conclusão, publicada na revista científica Nature, depois de analisar 2.245.263 casos positivos de infeção com o coronavírus SARS-CoV-2 e 17.452 mortes por covid-19 no Reino Unido entre 1 de setembro de 2020 e 14 de fevereiro de 2021.

Até agora, estava comprovado que a B.1.1.7, como outras variantes de risco, era mais transmissível, mas esta informação sobre o seu efeito na taxa de mortalidade, que requer ainda mais estudos, pode ter consequências na gestão da pandemia, referem os investigadores num artigo sobre o estudo publicado na Nature.

Dado que outras variantes do SARS-CoV-2 podem apresentar características parecidas com a britânica, os autores fizeram um modelo para corrigir a possível identificação errónea da B.1.1.7 nos testes de diagnóstico e a partir desse modelo, concluíram que a variante detetada no Reino Unido, que atualmente está presente em muitos países do mundo, pode ser associada a um risco de morte acrescido em 61%.

“O nosso estudo sugere que a B.1.1.7 não só é mais transmissível dos que as outras variantes preexistentes de SARS-CoV-2, como também pode causar uma doença mais grave”, apontaram.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.654.089 mortos no mundo, resultantes de mais de 119,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.694 pessoas dos 814.513 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

https://zap.aeiou.pt/variante-britanica-aumentar-risco-morte-387771

 

segunda-feira, 15 de março de 2021

Alunos polacos estão a receber pontos extra por fazer trabalhos anti-aborto !

Numa altura em que as polacas lutam contra a proibição quase total do aborto no país, vários alunos estão a ser recompensados por fazerem trabalhos artísticos pró-vida.

De acordo com a Vice Media, a competição nacional, chamada “Ajuda a Salvar a Vida dos Indefesos” em Português, tem sido conduzida por uma organização pró-vida nas últimas duas décadas, mas este ano, pela primeira vez, os alunos estão a receber pontos extra nos boletins escolares pela sua participação.

O concurso convida os jovens, com idades entre os 10 e os 18 anos, a explorar a sua criatividade literária, artística e musical na produção de trabalhos que abordem “questões bioéticas”, incluindo “a contraceção, o aborto, a fertilização in vitro e a eutanásia”.

No site da Associação Polaca dos Defensores da Vida Humana, que organiza a competição, é possível ver alguns dos vários trabalhos recebidos, como desenhos com as frases “por favor, não me deixes morrer” e “aborto é assassinato”.

Nem todas as regiões da Polónia aderiram ao concurso. Segundo esta empresa de media, a iniciativa está a ter mais força no sul do país. O Conselho Educativo da Pequena Polónia, região onde está localizada a cidade de Cracóvia, foi a primeira a reconhecer o concurso como uma atividade extra-curricular para os alunos conseguirem mais pontos. Depois, outras estruturas educativas de cidades como Lublin, Katowice e Białystok seguiram-lhe o exemplo.

Ativistas consideram que este é um sinal muito claro e preocupante de quão extremo se está a tornar o debate sobre o aborto na Polónia.

“As crianças devem aprender factos científicos, não uma ideologia religiosa assente na lavagem cerebral. É uma campanha ofensiva, dirigida pela Igreja polaca e apoiada pelo Governo”, disse Kacper Holda, vice-presidente da Esquerda Jovem, citado pela Vice.

Recorde-se que, em janeiro, entrou em vigor no país uma lei que torna praticamente impossível interromper voluntariamente a gravidez. Com a nova legislação, o aborto só é permitido em casos de violação, incesto ou quando a vida da mãe estiver em perigo, o que afasta este país extremamente católico da generalidade da Europa nesta matéria.

Malgorzata Nogalska, diretora de uma escola secundária, foi uma das polacas que participou nos protestos contra a nova lei, tendo também partilhado mensagens de apoio ao movimento nas redes sociais.

A polaca acabou por ser denunciada ao conselho educativo, controlado por apoiantes do partido no poder, por supostamente instigar a violência entre os seus alunos e está agora a ser investigada por uma comissão disciplinar de professores.

“Podem punir-me com uma repreensão, podem demitir-me e, em último caso, podem até impedir-me de ser novamente professora. Sim, é uma situação muito stressante e que está a ter impacto na minha saúde e na minha vida”, lamentou.

E, segundo a Vice, o caso de Nogalska não é exceção. Iwona Ochaka, diretora de uma escola primária e professora de Polaco, foi fotografada e filmada num dos protestos e também acabou por ser denunciada ao conselho educativo. Mas esta polaca está pronta para ir à luta.

“A repressão das autoridades só reforçou a minha convicção de que minhas ações pelos direitos das mulheres foram as corretas”, afirmou ao mesmo site, acrescentando que, nas escolas polacas, “há censura sobre tudo o que é físico ou relacionado com a sexualidade”.

E não são só os professores que são alvo desta repressão. Em algumas escolas, os alunos foram proibidos de usar o símbolo dos protestos nos seus perfis online e, como resultado, alguns foram mesmo afastados das aulas à distância.

Maciej Rauhut, de 14 anos, partilhou um post no Facebook sobre uma manifestação que iria acontecer na sua cidade. Horas depois, dois polícias apareceram à porta de sua casa e acusaram-no de organizar um protesto ilegal.

O jovem foi ameaçado com uma pena de quatro anos num centro de detenção de menores e outros quatro numa prisão, mas o caso foi amplamente divulgado pelos meios de comunicação social e as acusações acabaram por ser retiradas.

“Para a minha mãe, toda esta situação com a polícia foi muito complicada. Ela chegou mesmo a pensar que eu ia ser privado da minha liberdade. (…) O meu único pensamento foi que estamos a viver num regime totalitário.”

https://zap.aeiou.pt/alunos-polacos-trabalhos-anti-aborto-386993

 

Previsões Chocantes - Médium libanesa faz previsões para 2021 !

Cada época tinha seus próprios clarividentes que podiam ver o futuro. Os mais famosos deles são Nostradamus, Wolf Messing e Vanga. No entanto em nossa época existem adivinhos que também podem olhar para o futuro. 

Entre elas está a cartomante Laila Abdel Latif do Líbano que nasceu em 1958 e recebeu seu o presente de seu pai que poderia curar com a ajuda do Alcorão.

Laila recebeu o dom da clarividência de seu pai que era conhecido em todo o país. Ela estudou muitas práticas esotéricas em sua juventude entre elas astrologia e cartas de tarô mas depois de um tempo ela percebeu que vê o futuro sem quaisquer ferramentas.

Atualmente ela nega as cartas de tarô não acredita em astrologia e xamanismo. Ela apenas vê os próximos eventos e eles se tornam realidade. Um dia ela disse à mãe que o avô faria uma peregrinação e não voltaria e assim aconteceu.

Laila vive uma vida muito ativa tem um segundo casamento e filhos. Em 2016 o Fundo Mundial para os Refugiados no Líbano a nomeou embaixadora.

Laila está confiante de que o mundo será turbulento este ano. Para ela a situação da infecção pelo coronavírus vai melhorar até o final do verão graças ao medicamento inventado que vai acabar com esse flagelo para sempre. Além disso toda a verdade sobre esta doença virá à tona. De onde veio e por quem.

No entanto não devemos relaxar porque um vírus de computador substituirá o coronavírus. Isso prejudicará bancos de dados digitais em todo o mundo.

Uma nova moeda aparecerá mais forte do que o dólar.

A Rússia vai brigar com o Irã. Israel fará a paz com muitos países árabes incluindo o Líbano.

Alguns “acontecimentos muito tristes” são esperados na França possivelmente outro ataque terrorista. O mundo vai estremecer com a repetição de “11 de setembro”.

Além disso a tensão social e a deterioração da qualidade de vida das pessoas são esperadas no planeta. Em alguns países a agitação continuará o que pode se manifestar de forma mais intensa nos Estados Unidos e na China. A libanesa também está muito preocupada com um possível conflito entre os EUA e a China.

Como ela mora no Líbano ela olha mais para esta região. Ela prevê que a situação ficará ainda mais tensa uma guerra iminente no Oriente Médio está se formando e ela implora a todos os políticos que caiam em si e evitem que isso aconteça.

Ela está confiante de que suas previsões ajudarão a evitar provações que podem causar sérios danos ao Mundo inteiro.

 http://ufosonline.blogspot.com/

 

E-mails revelam que FBI procurou ouro da Guerra Civil mas enganou quem o encontrou primeiro !

Os caçadores de tesouros Dennis e Kem Parada alertaram o FBI sobre o que acreditavam ser uma horda de ouro roubado de 1863. Depois, alegaram, o FBI expulsou-os da busca.

E-mails recém-descobertos revelaram que o FBI está envolvido numa misteriosa escavação de anos em busca de ouro da época da Guerra Civil na Pensilvânia. Além disso, segundo a Associated Press, a agência pode ter enganado as pessoas que o encontraram primeiro.

Reza a lenda que ouro foi supostamente escondido em Dent’s Run, que era uma comunidade não incorporada a 217 quilómetros a nordeste de Pittsburgh. Segundo a história, em 1863, um carregamento de ouro foi roubado e enterrado ali enquanto era transportado para a Casa da Moeda dos Estados Unidos, em Filadélfia.

Como coproprietários do equipamento local de caça ao tesouro Finders Keepers, Dennis e Kem Parada passaram anos à procura desse tesouro, que hoje vale centenas de milhões de dólares. Em janeiro de 2018, pensaram ter encontrado ouro quando o seu detetor de metais disparou em Dent’s Run. Imediatamente, levaram as suas evidências ao FBI.

O que se seguiu foi, segundo o All That’s Interesting, uma montanha-russa de supostas fraudes, meias-verdades e escavações sombrias na calada da noite. De acordo com a Time, ambos acreditam que há uma conspiração do Governo para ficar com o ouro.

Dennis e Kem afirmam que, primeiro, conduziram o FBI ao local em Dent’s Run onde acreditavam ter encontrado ouro em 13 de março de 2018. Depois, a agência contratou uma empresa de consultoria geofísica, a Enviroscan, para analisar o topo de uma colina em particular com um gravímetro.

Esse dispositivo não só indicava que havia, de facto, uma grande massa de metal enterrada, mas também que esse pedaço metálico tinha exatamente a mesma densidade do ouro.

Warren Getler, um autor cujo trabalho trata especificamente da lenda do ouro enterrado da era da Guerra Civil, trabalhou ao lado dos caçadores de tesouro e do FBI para confirmar a descoberta. Quanto questionou um agente sobre o tamanho da massa, este respondeu simplesmente: “sete a nove toneladas” – o que poderia equivaler a centenas de milhões de dólares

Segundo Dennis e Kem, foi a partir daí que uma série de incidentes se começou a desenrolar. Os caçadores alegaram que fizeram um acordo com o FBI e Getler para supervisionar a escavação, mas que a agência rapidamente os confinou no seu carro enquanto a maior parte do projeto era concluída.

O FBI permitiu que vissem o local ao final do último dia de escavação, mas tudo o que viram foi um buraco no chão. O FBI alegou que não encontraram nada, mas Dennis e Kem pensam de forma diferente. Os caçadores de tesouros ficaram desconfiados depois de souberam que os locais ouviram uma retroescavadora em Dent’s Run na calada da noite após o término da escavação de 2018.

Outros relataram ter visto uma fila intimidante de carros do FBI e vários camiões blindados na área. No entanto, quando os residentes pressionaram aagência por informações sobre as suas atividades, não obtiveram respostas.

Durante três anos, o FBI afirmou publicamente que estava simplesmente envolvido numa escavação autorizada pelo tribunal de “um local de património cultural. Porém, agora, e-mails sugerem que podem estar a esconder informações.

O que dizem os e-mails?

No ano passado, Dennis e Kem processaram o FBI para obter acesso aos seus e-mails sobre a escavação. Num deles, marcado como “Confidencial”, um advogado assistente  escreveu: “Acreditamos que (…) tem cerca de três por cinco por oito [pés] a cinco por cinco por oito [pés].”

Como a escavação foi realizada em terras do estado, o FBI foi legalmente obrigado a obter uma ordem do tribunal federal para escavar o local. Esse processo burocrático resultou numa série de e-mails entre o advogado assistente e o advogado-chefe do Departamento de Conservação e Recursos Naturais da Pensilvânia.

Num e-mail de 13 de março, o dia em que os agentes do FBI seguiram os caçadores de tesouros até ao local, o advogado-chefe perguntou: “Pode fornecer a base sobre a qual o Gabinete do Procurador dos Estados Unidos afirma que o ouro, se encontrado, pertence ao governo federal?”. A procuradora-geral assistente respondeu que preferia “discutir isso com você ao telefone”.

Em 16 de março, o advogado assistente sugeriu que algo foi, de facto, recuperado.

“Estamos todos desapontados e a coçar a cabeça com os vários resultados de testes científicos”, escreveu. Não é claro o que quis dizer, mas o Gabinete do Procurador dos Estados Unidos na Filadélfia disse que considera o assunto encerrado.

“Apenas para o seu conhecimento… não temos nenhuma outra evidência científica, além daquilo em que a escavação foi baseada, de que algum ouro está escondido naquela área”, escreveu a assistente.

“Suponho que não possa vir e afirmar que não há ouro para ser encontrado em Dent’s Run?”, respondeu o advogado-chefe. “Infelizmente, não podemos”, rematou.

Quando os caçadores pressionaram o Tribunal da Commonwealth para obter mais informações, o juiz Kevin Brobson negou o pedido, afirmando que o caso estava encerrado. No entanto, na sua resposta, revelou o nome suspeito dos arquivos ultrassecretos: “Em matéria de: apreensão de uma ou mais toneladas de ouro dos Estados Unidos.”

Dennis, Kem e Getler acreditam que as quase 2.400 páginas e vídeos mantidos pelo FBI contêm evidências contundentes de um encobrimento. “Tenho de descobrir o que aconteceu com todo aquele ouro”, concluiu Dennis Parada.

https://zap.aeiou.pt/e-mails-revelam-que-fbi-procurou-ouro-da-guerra-civ-386625

 

 

Brasil é “um celeiro de novas estirpes” capazes de criar outro vírus ainda mais letal !

O médico brasileiro Miguel Nicolelis avisou este domingo que o Brasil constitui um celeiro de novas estirpes do vírus SARS-CoV-2, causador da covid-19, e poderá produzir um novo vírus se a doença não for controlada, um ‘SARS-CoV-3’.


“O Brasil virou o foco, o epicentro da pandemia neste momento uma vez que nos Estados Unidos houve uma queda de mais de um terço dos óbitos (..) O Brasil é o foco [da doença] no mundo”, afirmou à agência Lusa o neurocientista, que liderou por onze meses um grupo de especialistas responsáveis por orientar um consórcio de governadores no nordeste do país para o combate à pandemia.

Médico e neurocientista, Miguel Nicolelis é também professor da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, e já esteve numa lista dos maiores cientistas do mundo, realizada pela revista Scientific American.

À Lusa, Nicolelis afirmou que a nova estirpe registada no país, conhecida como variante brasileira ou amazónica, é mais transmissível e, embora ainda não existam dados confiáveis sobre sua letalidade, ou seja, não há certeza se ela é ou não mais mortal do que outras variantes do SARS-CoV-2 em circulação no país, é um sinal de alerta já que uma transmissão pode provocar o surgimento de um novo tipo de coronavírus.

“O perigo é que nós estamos dando chance para o coronavírus, aqui no Brasil, se replicar e [infetar] entre 70 mil e 80 mil pessoas por dia e, isto, gera um número incrível de mutações no vírus. Isto pode dar origem a novas variantes e inclusive, no limite, a mistura do material genético de diferentes variantes pode gerar um novo vírus, um SARS-Cov-3”.

Nicolelis salientou que o aparecimento de um novo vírus ainda é uma possibilidade teórica, mas há uma probabilidade biológica de que este cenário se concretize. Dados divulgados pelo Imperial College de Londres em 5 de março indicam que a taxa de transmissão da covid-19 no Brasil estava em 1,1.

“Estamos criando um reservatório gigantesco de pessoas infetadas gravemente. Estamos criando [novas estirpes], como esta variante amazónica. É muito provável que nós tenhamos outras variantes surgindo no Brasil, como esta ocorrendo nos Estados Unidos”, afirmou. “Quando você tem um reservatório humano muito grande de um vírus e o vírus se multiplica demais é inevitável que ocorram mutações por acidente na replicação do vírus. Nós estamos dando para a biologia [o vírus] o que ela necessita para gerar mutações e variantes”, acrescentou.

O Brasil registou uma média acima de 60 mil nos últimos 14 dias, segundo dados do Ministério da Saúde. Mais de 11,2 milhões de pessoas já foram diagnosticadas com a doença desde que houve a confirmação do primeiro caso em território brasileiro, em 26 de fevereiro de 2020. Também foram registadas oficialmente mais de 275 mil mortes provocadas pela doença.

Nicolelis também explicou que a taxa de crescimento e replicação do vírus muda constantemente, mas usando os valores médios dos últimos 14 dias para fazer uma estimativa, uma curva de crescimento de casos e óbitos, é possível prever que o Brasil vá superar a marca de 500 mil mortes por covid-19 em julho.

“No caso [do Brasil] o valor está tão alto, há um crescimento ainda exponencial, que é possível fazer uma aritmética simples. Estamos com mais de 270 mil óbitos, se fizer [um cálculo] com 2 mil óbitos em média por dia, nos próximos 90 dias, haverá 180 mil óbitos. Em três meses batemos 450 mil óbitos. Se houver um colapso completo vai morrer gente e [muitos] nem vão chegar ao hospital”, explicou.

“Se usar uma média de 2 mil a 3 mil [mortes diárias] chega nos quinhentos mil óbitos em 90 dias a partir do final de março. Três meses, entre abril até julho, não tem muito segredo, é aritmética”, avisou.

https://zap.aeiou.pt/brasil-um-celeiro-novas-estirpes-capazes-criar-virus-387459

 

sábado, 13 de março de 2021

Caso Maníaco do Parque - O serial killer que aterrorizou São Paulo

Uma série de estupros e assassinatos passou a aterrorizar os moradores da Zona Sul de São Paulo durante 1998. Apelidado de "maníaco do parque", o motoboy Francisco de Assis Pereira foi responsável pela morte de pelo menos 10 mulheres no Parque do Estado, uma área verde e 550 hectares que ele possuía muito conhecimento.

Para a realização dos crimes, Francisco costumava abordar jovens de classe baixa se passando por um agente de modelos. Com promessas de dinheiro e fama, ele as convidava para realizar um "ensaio fotográfico" na natureza. Já no meio da mata, as vítimas eram estupradas e então estranguladas.

A criação do maníaco do parque

(Fonte: O Globo/Reprodução)

(Fonte: O Globo/Reprodução)

Francisco de Assis Pereira viveu uma infância tortuosa até virar o maníaco do parque. Molestado por sua tia materna quando criança, ele passou a desenvolver uma fixação por seios. Além disso, por ter seu órgão sexual mordido durante sua juventude, o rapaz sempre teve problemas para ter relações com outra pessoa.

No laudo oficial feito após sua prisão, o psiquiatra Paulo Argarate Vasques ainda destacou que Francisco cresceu traumatizado após ter sido criado próximo a um matadouro de bois. "Uma das coisas que Francisco via na infância era um matadouro. E ele ficava lá sentado. Para uma pessoa nova, é um trauma terrível ver bois sendo mortos", dizia o relatório.

Aos 30 anos, ele passou a trabalhar como motoboy próximo à estação Jabaquara do metrô de São Paulo. Utilizando sua moto, Francisco estacionava ao lado das estações e abordava suas vítimas em potencial, identificando-se como um caça-talento. As mulheres eram convencidas por sua personalidade extrovertida e capacidade de persuasão.

As investigações no Parque do Estado

(Fonte: Wikimedia Commons) 

(Fonte: Wikimedia Commons)

Após algumas denúncias de que um homem estaria aterrorizando pessoas no Parque do Estado, a polícia de São Paulo cruzou com três mulheres que haviam registrado tentativas de estupro na região. Os depoimentos serviram para traçar um retrato falado do suspeito, que posteriormente foi entregue por uma denúncia por telefone.

Após o telefonema anônimo, as autoridades foram levadas até uma empresa de transporte no Brás, bairro paulistano. Ao chegarem no local no dia 15 de julho de 1998, os policiais descobriram que o maníaco do parque trabalhava lá como motoboy e havia desaparecido três dias antes.

No local, foi descoberto fragmentos da carteira de identidade de uma das vítimas, um jornal estampando o retrato falado do criminoso e um bilhete com os seguintes dizeres: "Infelizmente tem de ser assim, preciso ir embora. Deus abençoe a todos". Ele foi encontrado em Itaqui, no Rio Grande do Sul, após passar 23 dias foragido.

As vítimas do maníaco do parque

(Fonte: Record/Reprodução) 

(Fonte: Record/Reprodução)

Oficialmente, 16 pessoas foram confirmadas como vítimas do maníaco do parque: sendo nove casos de estupro e sete assassinatos. Em suas declarações, o serial killer mudou várias vezes o número de pessoas que teria matado. Na última vez que se pronunciou, em 2001, disse ter assassinado 15 mulheres.

Entre janeiro e agosto de 1998, os corpos das vítimas do maníaco do parque foram sendo encontrados aos poucos espalhados pelo Parque do Estado. Todos estavam de joelhos — o que seria uma representação dos bois que Francisco viu serem mortos quando criança — e com sinais de violência sexual.

Em entrevista para à Folha de S. Paulo, o assassino em série descreveu seus crimes. “Me aproximava das meninas como um leão se aproxima da presa. Eu era um canibal. Jogava tudo o que eu podia para conquistá-la e levá-la para o parque, onde eu acabava matando e quase comendo a carne. Eu tinha uma necessidade louca de mulher, de comê-la, de fazê-la sentir dor. Eu pensava em mulher 24 horas por dia".

O que aconteceu com o maníaco do parque

(Fonte: O Globo/Reprodução) 

(Fonte: O Globo/Reprodução)

Mesmo tendo sido condenado a cumprir 280 anos de cadeia pelos crimes de homicídio, estupro, atentado violento ao pudor e ocultação de cadáver, a Legislação Brasileira prevê tempo de reclusão máximo de 30 anos para um detento. Portanto, Francisco deve ser liberado da prisão em 2028 caso nada mude.

Com culpa comprovada e em reclusão, o assassino não deixou de dissuadir dezenas de mulheres espalhadas pelo país. Em um mês de detenção, o homem já colecionava mais de mil cartas e pedidos de casamentos, tanto que chegou a casar com uma das remetentes em 2002.

Hoje, o maníaco do parque está preso na Penitenciária de Iaras, no interior de São Paulo, onde passa as tardes sozinho pelo pátio do Pavilhão 3 bordando tapetes e toalhas para banheiros. Segundo os psiquiatras que cuidaram do caso, irreversivelmente Francisco tentará cometer novos crimes assim que for solto em razão do seu estado mental.

Desinteressado por exercícios e muito sedentário, o serial killer acabou ficando obeso durante sua estadia na cadeia. Medindo 1,70 m, o maníaco do parque está pesando mais de 100 kg. Atualmente, seu maior medo é acabar sendo infectado pela covid-19.

https://www.megacurioso.com.br/misterios/117964-caso-maniaco-do-parque-o-serial-killer-que-aterrorizou-sao-paulo.htm

 

Identificada no Brasil nova variante do novo coronavírus - É mais contagiosa !

Investigadores brasileiros identificaram uma nova mutação do coronavírus SARS-CoV-2 que circula em diferentes regiões do país há semanas e que, assim como a estirpe P.1 detetada no Amazonas, também é mais contagiosa.


A nova estirpe foi identificada após investigadores de cinco diferentes centros científicos e universitários do país terem realizado a sequência genética de 195 amostras do vírus recolhidas em 39 municípios do Brasil.

As análises genéticas identificaram em três das amostras uma nova variante da covid-19, com uma mutação que já foi associada a um maior contágio, informou em comunicado o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, que coordenou o estudo.

Segundo o centro científico, os resultados das análises foram depositados na quinta-feira em diferentes bases de dados públicas internacionais e submetidos, no mesmo dia, à aprovação de uma revista científica internacional para a publicação do respetivo artigo de identificação da nova estirpe, assinado por 22 investigadores brasileiros.

De acordo com o estudo, a nova variante do vírus SARS-CoV-2 possui a mutação E484K, presente em outras estirpes e que já foi associada a uma maior capacidade de transmissão. Trata-se da mesma mutação identificada nas variantes detetadas no Brasil e no Reino Unido.

Os investigadores concluíram que a nova variante circula no Brasil, pelo menos, desde Agosto do ano passado e que já se propagou por quatro das cinco regiões do país.

Essa estirpe tem uma linhagem diferente da P.1 (variante detetada no Amazonas), que tem gerado preocupação mundial e à qual tem sido atribuído o agravamento da pandemia no Brasil e que tem levado vários países a suspenderem voos provenientes de território brasileiro.

Até agora, os cientistas não estabeleceram se a nova variante é capaz de resistir a anticorpos já gerados por pessoas que contraíram o novo coronavírus ou que já foram vacinadas.

As amostras utilizadas no estudo foram recolhidas de pessoas que têm teste positivo para a covid-19 entre 1 de Dezembro de 2020 e 15 de Fevereiro de 2021, e que tinham entre 11 e 90 anos.

A análise dos genomas permitiu reconstruir as rotas de transmissão das diferentes variantes no país, identificar desde quando a P.1 está em circulação e descobrir que outra variante inicialmente identificada no Rio de Janeiro (P.2) foi apresentando algumas diversificações à medida que se espalhou por outras regiões.

“A sequência genética de três das amostras permitiu-nos identificar uma possível nova variante do SARS-CoV-2, proveniente da linhagem B.1.1.33 que circula no Brasil desde o início de 2020. Essa nova linhagem contém a mutação E484K na proteína S, que já foi associada à evasão imunológica e que, portanto, pode ter implicações para o planeamento de novas estratégias de controlo da pandemia”, aponta o comunicado.

O laboratório acrescentou que decidiu antecipar os resultados do estudo antes da sua publicação em revista especializada, e da sua revisão por outros cientistas, devido à propagação de novas variantes da covid-19 que torna necessária a formulação de outras estratégias de combate à pandemia.

“Além disso, é clara a necessidade crescente de uma vigilância genética eficaz para identificar, antecipadamente, potenciais mutações virais e, assim, auxiliar no aprimoramento das vacinas atuais”, acrescenta a nota.

As autoridades sanitárias brasileiras atribuem à circulação de novas variantes o agravamento da pandemia no país, num momento em que em grande parte do mundo a situação tende a estabilizar-se.

O Brasil, com 212 milhões de habitantes, concentra 272.889 mortes e 11.277.717 casos de infeção, sendo um dos três países mais afetados pelo novo coronavírus em todo o mundo.

A média de mortes subiu na quinta-feira para 1703 diárias e a de infeções para 69.141, valores recordes desde o início da pandemia.

https://zap.aeiou.pt/identificada-brasil-nova-variante-387367

 

Observada com binóculos e um telescópio - Assassino revela plano completo para matar jornalista maltesa !

Vincent Muscat, que confessou ter matado Daphne Caruana Galizia, deu em tribunal o relato mais completo até agora do plano para assassinar a jornalista maltesa.


De acordo com o jornal britânico The Guardian, Vincent Muscat disse, perante jornalistas e familiares de Daphne Caruana Galizia, que usou, juntamente com outros dois homens, binóculos e um telescópio para acompanhar os movimentos da jornalista durante vários dias antes de plantar e disparar o carro-bomba que a matou em 2017.

A morte de Daphne Caruana Galizia foi recebida com indignação em toda a Europa e envolveu o partido do governo de Malta num escândalo político que levou à renúncia do primeiro-ministro em 2019.

Sete homens admitiram ou foram acusados ​​de cumplicidade no crime, incluindo o magnata Yorgen Fenech, que se declarou inocente de ser o mentor, e Melvin Theuma, um motorista de táxi que confessou ser o intermediário no assassinato.

Antes da audiência, Muscat pediu desculpas à família de Caruana Galizia.

Muscat, que como Theuma se tornou testemunha oficial, disse que conheceu dois outros homens acusados ​​de envolvimento direto no assassinato, George e Alfred Degiorgio, antes das eleições gerais de Malta em junho de 2017.

“Alfred Degiorgio chegou-se a mim e disse-me que havia um bom trabalho para mim”, disse Muscat ao tribunal esta quinta-feira. Segundo a testemunha, Degiorgio disse que o trabalho era matar Caruana Galizia e que tinha sido acordado um preço de 150 mil euros.

“O plano era seguir os seus passos e disparar quando chegasse a hora certa. Após a eleição, Theuma deu-nos sinal verde. Deu-nos um adiantamento de 30 mil euros numa bolsa de couro castanha. A quantia foi paga em notas de 50. Ficámos com 10 mil cada e começámos o trabalho. Alfred e eu seguimo-la até Bidnija”, a vida onde morava a maltesa.

Segundo Muscat, os três homens usavam binóculos e um telescópio para observar de perto os movimentos de Caruana Galizia e passaram dias inteiros a observá-la.

“Estaríamos sentados lá em dois tijolos”, disse. “Era desconfortável e ficavámos dolorido. Eu comprava três maços [de cigarros] de Rothmans Red por dia. Colocávamos as pontas numa garrafa de água para não deixar rastros. Vimos Daphne no seu sofá com um portátil até as duas da manhã. ”

Muscat disse que o plano original era disparar contra Caruana Galizia na sua casa: “O plano era fazer com que Alfred disparasse debaixo da árvore. Eu ia tirá-lo de cena num carro roubado. George começou a inventar desculpas [de como] a arma era muito barulhenta”.

Então, os homens optaram por usar uma bomba. “George Degiorgio sempre quis uma bomba… uma bomba coloca-se à noite e vai-se embora. Mais silencioso, menos pânico”.

Os homens começaram a discutir a obtenção de uma bomba de Jamie Vella, que se declarou inocente no mês passado de cumplicidade no assassinato. Muscat disse que a bomba tinha uma face de aço inoxidável e um aparelho no qual o cartão SIM seria inserido. “Envia-se uma mensagem específica para o cartão SIM da bomba”, disse. “Explodiria segundos depois.”

Muscat disse ainda que tinha dito aos supostos cúmplices que estava preocupado que um carro-bomba pudesse acabar por matar outras pessoas, ao que lhe responderam: “Vamos em frente, mesmo que outros estejam com ela no carro”.

Enquanto vigiavam a casa de Caruana Galizia, notaram na noite de 15 de outubro de 2017 que tinha estacionado o carro do lado de fora do portão da sua casa. Muscat pegou na bomba, que estava escondida numa caixa de sapatos, e, com os outros cúmplices, colocou-a debaixo do banco do motorista.

Às 5h da manhã seguinte, Muscat e Alfred Degiorgio voltaram a um ponto privilegiado com vista para a casa. No início da tarde, viram Caruana Galizia partir e informaram George Degiorgio, que estava num barco, pronto para disparar a bomba à distância.

George detonou a bomba antes que o irmão lhe desse permissão. O carro de Caruana Galizia estava fora de vista e Muscat disse que não ouviu a explosão, mas olhou para trás e viu uma nuvem de fumo.

Muscat reiterou as alegações que fez anteriormente à polícia de que levou Alfred Degiorgio para se encontrar com o ex-ministro da Economia Chris Cardona na preparação para o assassinato e que Cardona terá dado uma dica aos homens antes de serem presos em dezembro de 2017.

Ao jornal Malta Independent, Cardona disse que as alegações eram “loucura e mentiras flagrantes”. “Nunca soube de nenhum projeto para matar alguém”, disse Cardona. “Isso é pura ficção maligna.

https://zap.aeiou.pt/observada-com-binoculos-e-um-telescopio-assassino-revela-387176

 

Discurso de Trump motivou a invasão ao Capitólio, admite ex-secretário da Defesa !

Christopher Miller, antigo secretário interino de Defesa da administração de Donald Trump, acredita que discurso do ex-Presidente terá motivado a invasão ao Capitólio.


O ex-secretário de Defesa Christopher Miller acredita que o discurso do ex-Presidente Donald Trump, na manhã do dia 6 de janeiro, incitou os manifestantes que invadiram o Capitólio dos Estados Unidos.

“A questão é se alguém teria marchado até ao Capitólio e invadido o Capitólio sem o discurso do Presidente. Eu acho que é praticamente definitivo que isso não teria acontecido“, disse Miller à Vice no Showtime. “A questão é se ele sabia que estava a enfurecer a multidão. Isso eu não sei.”

De acordo com a CNN, Miller disse acreditar que o discurso de Trump no início desse dia teve um impacto de “causa e efeito” sobre aqueles que o ouviram e depois invadiram o Capitólio. Questionado sobre se acha que Trump é o responsável pelo tumulto, respondeu apenas: “Não sei, mas parece causa e efeito, sim.”

As declarações de Miller foram feitas durante uma entrevista exclusiva à Vice no Showtime, que será transmitida no próximo domingo, dia 14 de março. Para já, foi lançado um pequeno teaser da entrevista.

Depois de ouvir Donald Trump discursar, a multidão desceu até ao edifício do Capitólio para impedir a certificação da vitória de Joe Biden, o atual Presidente dos Estados Unidos. Na sequência do ataque à sede do Congresso norte-americano morreram cinco pessoas.

Donald Trump foi alvo de um processo de destituição por causa do ataque, mas acabou por ser absolvido pelo Senado da acusação de “incitamento à insurreição”.

https://zap.aeiou.pt/discurso-trump-motivou-invasao-387317

 

Peste suína na China pode ter levado à disseminação do SARS-CoV-2 !

A peste suína africana levou ao abate em massa de porcos na China e fez com que as pessoas começassem a consumir uma maior quantidade de outras carnes. Isto, segundo sustenta um novo estudo, pode ter aumentado o contacto com outros vírus e, consequentemente, levado à transmissão do coronavírus dos animais para os humanos.


De acordo com o novo artigo, a peste suína africana (PSA), que atingiu a China pela primeira vez em 2018, perturbou o fornecimento de carne suína em 2019, aumentando o potencial de contacto entre vírus e seres humanos, à medida que as pessoas procuravam carnes alternativas.

A carne suína é a principal fonte de proteína na dieta chinesa e o país produz metade dos porcos de todo o mundo – o que equivale a cerca de 55 milhões de toneladas de carne suína por ano, sendo que esta indústria na China vale mais de 128 mil milhões de dólares (cerca de 108 mil milhões de euros).

A PSA é uma doença suína intratável e incurável, e disseminou-se pela maior parte da China durante o quarto trimestre de 2019, fazendo com que todos os animais infetados fossem abatidos.

A queda gigantesca na disponibilidade de carne suína e, mais tarde, o aumento do preço de comercialização, aumentaram a demanda por fontes alternativas de carne, que foram transportadas para todo o país.

Fontes essas que incluíam animais selvagens, o que aumentou o potencial contacto entre os humanos e o vírus responsável pela covid-19, sugere uma equipa de investigadores da China e do Reino Unido numa análise que ainda vai ser revista por pares.

“Se entrar mais vida selvagem na cadeia alimentar humana, seja através da caça ou da ida ao mercado para comprar diferentes fontes de carne… Se isso aumentar, pode aumentar a oportunidade de contacto [com vírus prejudiciais à saúde humana]”, disse David Robertson, autor do estudo e professor de genómica viral e bioinformática da Universidade de Glasgow, no Reino Unido, citado pelo jornal britânico The Guardian.

A chave para evitar outra futura pandemia zoonótica é descobrir como é que a pandemia de covid-19 surgiu. Uma equipa de investigadores da Organização Mundial de Saúde ainda está a analisar a situação e a tentar descobrir a origem do SARS-CoV-2, mas muitos suspeitam que este terá sido transmitido dos morcegos para os humanos.

Os primeiros casos de covid-19 foram detetados em Wuhan, na China, mas é possível que a doença se tenha originado noutro lugar. Em janeiro de 2020 foi divulgada a sequência genética do vírus e, desde então, cientistas mostraram que a sua ancestralidade poderá estar ligada aos morcegos-ferradura da província chinesa de Yunnan.

De uma amostra de 41 casos confirmados de covid-19, 70% dos infetados eram donos de barracas, funcionários ou clientes regulares do mercado de Huanan, que vendia não só frutos do mar, mas também animais vivos, muitas vezes capturados ilegalmente na natureza e abatidos à frente dos clientes. No entanto, o primeiro caso confirmado não tinha conexão aparente com o mercado.

O estudo em pré-publicação, que sugere que a PSA foi a causa de transmissão do Sars-CoV-2 para os humanos, apresenta uma explicação provável para o que aconteceu, disse Robertson, observando que a PSA poderia ter causado uma escassez de cerca de 40 a 60% da população total de suínos, afetando a indústria de carne do país.

“E isso poderá explicar o porquê de não haver conexão direta [com o mercado], e o porquê de ser difícil encontrá-la”, disse ainda, explicando que “pode demorar muitos anos para desvendar as rotas”.

“[Embora] seja improvável que algum dia se descubra exatamente o que aconteceu, parece provável que encontraremos um vírus próximo ao Sars-CoV-2 num morcego, ou talvez noutra espécie”, acrescentou.

O estudo, que ainda não foi revisto por pares, está disponível desde 24 de fevereiro na plataforma de pré-publicação Preprints.

https://zap.aeiou.pt/doenca-suinos-disseminacao-sars-cov-2-386634

 

 

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