A variante do SARS-CoV-2 detetada em dezembro em Manaus, no
Brasil, pode vir a tornar-se dominante em Portugal, disse o presidente
da Sociedade Brasileira de Virologia, Flávio Guimarães da Fonseca,
apesar de no momento ainda ser a variante britânica a dominar os novos
casos.
“Esse cenário é absolutamente possível”, disse o responsável pela sociedade Brasileira de Virologia, na terça-feira à Rádio Observador.
“Atualmente, 80% dos casos de covid-19 na cidade de Manaus são
causados pela variante brasileira P1. Todos os vírus, quando se
multiplicam, geram vários mutantes, e quando estes têm vantagem em
relação às amostras originais, acabam por predominar em pouco tempo.
Isso aconteceu em Manaus, no Reino Unido (em relação à variante
britânica), e infelizmente pode acontecer também em países que acabam
por receber essas novas variantes com este elevado grau de
infeciosidade”, acrescentou.
A possibilidade de que a variante brasileira se espalhe em Portugal é
real, “se não forem tomadas medidas de contenção, como o distanciamento
social e mesmo a vacinação, que possa conter a expansão dessa nova
variante”, continuou o especialista. No domingo, foram confirmados os
primeiros sete casos da variante brasileira em território nacional.
O virologista disse que a variante brasileira contém mutações
detetadas na variante do Reino Unido e outras na variante sul-africana,
particularmente uma “que permite ao vírus escapar da ação de anticorpos gerada por uma infeção prévia” ou “pela vacinação”.
Foi ainda detetada a “P2”, que predomina no Brasil, originalmente
detetada no Rio de Janeiro. Um estudo realizado da Fundação Oswaldo
Cruz, de final de janeiro, mostrou que esta já estava presente em 91%
dos casos analisados do Amazonas, cuja capital é Manaus.
Flávio Guimarães da Fonseca defendeu que a pandemia no Brasil “está
longe de estar controlada”, devido à pouca percentagem de pessoas
vacinadas e ao número escasso de doses adquiridas, “por causa do
fracasso da política do governo brasileiro em adquirir doses suficientes
para realizar uma vacinação em massa”.
“Perante este cenário, o resultado é uma população pouco complacente
em relação às medidas de combate à pandemia, a ausência de vacinas e a
existência de variantes muito infeciosas. Este é um cocktail bastante explosivo,
e, por isso, há muita preocupação entre as autoridades de saúde pública
e a população em geral, relativamente à ampla disseminação das novas
variantes brasileiras”, considerou.
O virologista apontou para “um pico de infeções, mortes e sobrecarga
dos hospitais logo no meio do mês de janeiro, depois das festas de fim
de ano” e para um “descuido muito grande da população de uma forma
geral”, que levou a um “pico nos casos de covid-19”, que entretanto já
começaram a baixar.
Flávio Guimarães da Fonseca sublinhou a fraca adesão da população às medidas de combate à pandemia e o ritmo muito lento de vacinação no país.
Várias cartas até então desconhecidas, escritas por Alois
Hitler, pai de Adolf Hitler, lançam um olhar mais profundo sobre as
origens familiares do ditador alemão. Os manuscritos servem como base
para um livro que foi lançado na última segunda-feira, na Áustria.
O livro, publicado apenas em língua alemã, chama-se “Hitlers Vater – Wie der Sohn zum Diktaror wurde”, que significa “Pai de Hitler: Como o filho se tornou um ditador”, na tradução em português.
O autor e historiador austríaco Roman Sandgruber
argumenta que Alois Hitler desempenhou um papel-chave na formação
psicológica do filho e, consequentemente, na sua personalidade.
O livro baseia-se em 31 cartas que o pai de Adolf
Hitler escreveu ao construtor de estradas Josef Radlegger após comprar a
sua quinta em Hafeld, no norte da Áustria. Embora Alois Hitler não
tivesse nenhuma experiência na agricultura, afirma o livro, “sempre quis
ser um agricultor profissional (…) melhor do que os outros”.
O autor descreve Alois Hitler, que morreu em 1903 e era guarda na
alfândega austríaca – o seu trabalho exigia mudanças constantes de
residência e, por isso, a família teve de mudar de casa pelo menos 18
vezes – como um misto de autodidata, presunçoso e uma pessoa que se super estimava excessivamente.
O trabalho de Sandgruber usa como base correspondências inéditas,
perdidas durante décadas num sótão, entregues a ele próprio pela neta de
Radlegger, há cinco anos.
O autor do livro refere que as cartas revelam que Alois usava a mesma caligrafia que o filho: a Kurrentschrift, antiga forma manuscrita da língua alemã, com ângulos afiados e mudanças de direção.
A obra revela ainda que o antissemita e genocida Adolf Hitler tentou, provavelmente, esconder o facto de a sua família ter vivido numa propriedade judaica em Urfahr, perto da cidade de Linz, às margens do rio Danúbio.
Além disso, as cartas mostram que a mãe de Hitler, Klara, foi tratada
por um médico judeu que mais tarde fugiu para os Estados Unidos.
É ainda referido pelo autor que Hitler já era antissemita na
juventude. Ainda jovem, mudou-se para a cidade por volta de 1908 com o
objetivo de se tornar num artista, mas acabou por ser recusado na escola
que pretendia frequentar.
As últimas descobertas vão ao encontro dos relatos de August Kubizek, amigo de Hitler durante a adolescência, que é frequentemente citado por outros historiadores.
Como líder do partido nazi, Hitler emergiu como chanceler alemão em 1933, desencadeou a Segunda Guerra Mundial e promoveu o assassinato em massa de judeus e outras minorias.
A única revolta significativa de Adolf Hitler contra o seu pai,
observa Sandgruber, foi o facto deste rejeitar o desejo de Alois de que o
filho também seguisse uma carreira no serviço público, porém “Hitler
queria ser um artista livre e não seguir os passos do seu pai”, escreve
Sandgruber.
Ainda assim, afirma o autor, tanto o pai como o filho partilhavam o
desprezo pela autoridade e eram anticlericais, ainda que Hitler não
tenha abandonado a Igreja Católica.
Alexandra Föderl-Schmid, numa crítica que escreveu para o jornal alemão Süddeutsche Zeitung, realça que o livro é importante porque até agora não havia “quase nenhuma fonte” sobre Alois.
Na segunda feira, um deslizamento de terra num cemitério da
costa italiana, perto de Génova, arrastou cerca de 200 caixões para o
mar.
O cemitério de Camogli, construído há mais de 100 anos, está situado
ao longo de uma área de falésias rochosas à beira-mar. Francesco
Olivari, presidente da Câmara de Camogli, classificou o sucedido como
uma “catástrofe inimaginável”.
Estima-se que 200 caixões tenham caído ao mar, mas apenas 10 foram recuperados,
segundo Giacomo Giampedrone, assessor regional de proteção civil. A
recuperação dos restantes “irá depender do estado do mar nos próximos
dias”, explicou. Pelo menos 190 continuavam desaparecidos ontem.
Na terça-feira, após uma análise ao local, as autoridades informaram
que vão continuar a trabalhar na recuperação não só dos caixões, como
dos cadáveres.
O responsável da Proteção Civil esclareceu ainda que a zona costeira
perto do cemitério foi bloqueada de modo a evitar que qualquer caixão se
desloque para alto mar.
No passado sábado, os funcionários do cemitério de Camogli notaram
uma fissura na parede do cemitério durante trabalhos de manutenção de
rotina, referiu o autarca local.
“Observamos alguns sinais de fissuras, por isso decidimos encerrar o cemitério”, referiu Olivari à CNN.
“Este tipo de colapso é muito difícil de detetar ou prever”, disse ainda, acrescentando que “a região é bastante suscetível a este tipo de colapso – é muito frágil”.
O departamento da Proteção Civil de Ligúria foi chamado para perceber
se podem ocorrer mais deslizamentos de terra, bem como avaliar a
verdadeira extensão dos danos.
Uma equipa de geólogos do departamento está também a usar drones para
visualizar melhor os estragos e determinar se há perigo de outro
deslizamento.
Nos primeiros meses do surto, as autoridades chinesas “pouco”
fizeram para descobrir as origens do novo coronavírus, que teve origem
em Wuhan.
A informação é dada a conhecer através de um documento interno da
Organização Mundial da Saúde (OMS) citado pelo jornal britânico The Guardian.
A primeira equipa da OMS que visitou a China, em agosto do ano passado, recebeu pouca informação e não lhe foram fornecidos documentos durante as longas discussões com as autoridades chinesas.
“No seguimento de longas conversas e da apresentação dos homólogos
chineses, parece que pouco foi feito em termos de investigação
epidemiológica nas redondezas de Wuhan desde Janeiro de 2020. Os dados
apresentados oralmente deram mais alguns detalhes do que aqueles que
foram apresentados nas reuniões de emergência de Janeiro de 2020. Não foram feitas apresentações PowerPoint e não foram partilhados documentos”, lê-se no relatório interno da OMS.
Na altura em que o documento foi redigido, o mundo registava cerca de
20 milhões de casos de covid-19. Atualmente, o mundo já contabilizou
mais de 112 milhões de infeções pelo novo coronavírus.
Segundo o The Guardian, o documento descreve uma situação que sugere que os investigadores da OMS foram impedidos de estudar a origem da pandemia na China.
O conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, urgiu a todos os países, incluindo a China, que disponibilizassem os dados recolhidos
durante os primeiros dias em que foram registados contágios de forma a
que a investigação sobre o vírus seja “transparente e robusta”.
Saffron Walden, em Essex, é uma cidade mercantil medieval que, devido à sua herança quaker,
é há muito tempo associada à paz e ao pacifismo. Agora, a cidade
planeia investir 35 milhões de libras de dinheiro público no
desenvolvimento de uma nova base de manufatura para uma empresa global
de armas.
De acordo com o jornal britânico The Independent,
o conselho distrital de Uttlesford vai investir 35 milhões de libras
dos contribuintes numa instalação de 56 mil quilómetros quadrados, como
parte de um novo portfólio de propriedades com o objetivo de gerar
receitas futuras.
A autoridade de Essex vai financiar a construção do complexo, localizado em Tewkesbury, Gloucestershire, e alugá-lo-á durante mais de 35 anos a uma empresa de defesa, que se recusou a identificar publicamente.
Os opositores do projeto apontam que a empresa será a fabricante
norte-americana Moog, que recentemente aclamou a sua nova base de
Tewkesbury “de última geração”, com inauguração prevista para 2023.
Moradores de Uttlesford expressaram horror sobre o acordo que efetivamente levará o seu imposto municipal a financiar uma empresa que vende armas de guerra em todo o mundo e que, no seu site, se orgulha de desenvolver tecnologia de “um tiro, uma morte”.
Segundo o jornal britânico, há quem aponte que a Moog, especializada em mísseis e caças, já vendeu produtos para países como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos – duas autocracias do Médio Oriente acusadas de massacrar civis na guerra no Iémen.
O projeto, chamado de “Oportunidade de Investimento 12”, fará com que
a autoridade use o seu estatuto de classificação soberana para
emprestar 35 milhões de libras a taxas extremamente baixas oferecidas apenas a órgãos públicos.
Em seguida, fará uma parceria com a Barberry Industrial e investirá
esse dinheiro no desenvolvimento das instalações de Tewkesbury. Depois
de concluído, Moog mudar-se-á para o local e pagará o aluguer ao
município sob um contrato de arrendamento de 35 anos.
A nova instalação – descrita como “uma fábrica aeroespacial de última
geração e instalação de design” – já tem permissão de planeamento do Tewkesbury Borough Council. A construção está prevista para começar nos próximos meses.
Os opositores lançaram uma petição, exigindo que o conselho – administrado pelo grupo local Residents For Uttlesford – cancele estes planos.
“Há tantas propriedades e negócios em que poderíamos investir, de
modo que formar uma parceria eficaz com uma empresa de armas que lida
com alguns dos regimes mais abomináveis do mundo é nada menos do que escandaloso”, disse Daniel Brett, conselheiro paroquial e responsável pela petição.
“O conselho tem feito o possível para manter isto em sigilo, porque
sabe muito bem que as pessoas ficariam enojadas se o dinheiro estivesse a
ser usado dessa forma. Como um distrito, isso colocaria sangue nas
nossas mãos – é tão simples quanto isso”, disse.
Num lugar com ligações tão específicas aos movimentos quakers
– grupos religiosos conhecidos pela defesa do pacifismo e da
simplicidade -, a mudança “era especialmente insensível”, acrescentou
Brett.
Paul Fairhurst, líder do Partido Verde no Conselho Distrital de Uttlesford, está entre os que pedem que a decisão seja reconsiderada.
“É totalmente inapropriado”, disse. “Órgãos públicos que lidam com o
dinheiro das pessoas precisam de obedecer a um padrão ético muito alto e
não acho que alguém possa argumentar que investir neste tipo de
indústria faz isso.”
Os Verdes e o partido Lib Dem local já tinham apresentado uma moção
para o conselho implementar imediatamente uma nova política de
investimento ético.
A empresa é descrita pela Campanha Contra o Comércio de Armas como a
“93.ª maior empresa de armas e serviços militares fora da China”.
Em resposta aos planos do conselho, a Campanha Contra o Comércio de
Armas disse estar preocupada. “O CAAT acredita que a pressão financeira,
incluindo o desinvestimento, pode ser uma ferramenta valiosa para se opor às atividades prejudiciais da indústria de armas”, disse um porta-voz.
“Instamos qualquer autoridade local que decidir a sua política de
investimento a considerar o impacto prejudicial do comércio de armas, do
qual a Moog participa, sobre a paz global e os direitos humanos, e
evitar investir nisso e desfazer-se de participações existentes na
indústria de armas”, concluiu.
Mais de 100 chilenas acreditam ter engravidado depois de
tomarem pílulas que são fornecidas pelo Governo. Contudo, nem o Estado
nem a farmacêutica que fabricou os comprimidos oferecem qualquer ajuda
às mulheres. O facto do aborto ser ilegal no país dificulta ainda mais a
situação.
Quando Melanie Riffo descobriu que estava grávida,
em setembro do ano passado, a jovem desconfiou que algo não estava bem.
Com apenas 20 anos, a chilena garante que sempre foi cuidadosa no que
diz respeito às práticas sexuais e garante que tomou as pílulas
anticoncecionais que lhe foram prescritas e dadas pelo centro de saúde
público, mas mesmo assim engravidou.
“Nunca pensei em ser mãe com esta idade. Eu queria ir para a universidade,
mas agora será ainda mais difícil para mim”, disse Riffo, cuja gravidez
inesperada pode ter sido culpa de pílulas anticoncecionais Anulette.
De acordo com a VICE, pílulas de placebo foram trocadas, por engano, por ativas – um erro que é responsável por mais de 100 gestações indesejadas.
O laboratório que fabrica o Anulette – Silesia
– emitiu um alerta sobre o lote defeitusoso, mas não se desculpou pelo
incidentes, nem ofereceu ajuda às mulheres que estão agora a passar por
uma gravidez indesejada.
Em entrevista a uma televisão nacional, o laboratório explicou apenas
12 dos produtos tinham problemas, mas que não foi possível inspecionar
todas as caixas.
Além disso, insistiu que o estado deveria ter verificado os comprimidos antes de os distribuir nos centros de saúde públicos.
“As mulheres confiavam nas pílulas que recebiam das clínicas estatais. A culpa não é só do laboratório, mas também do governo. Ambos são responsáveis ”, afirma Anita Peña Saavedra, diretora da organização chilena de direitos reprodutivos Corporacion Miles.
Atualmente, o grupo entrou com uma ação judicial em nome de todas as mulheres que engravidaram enquanto tomavam Anulette quando os comprimidos com defeito estavam em circulação.
Estima-se que cerca de 267 mil caixas de pílulas com defeito foram distribuídas
em 26 centros de saúde do país, antes do comunicado da farmacêutica ter
sido emitido e, pelo menos, 112 mulheres acreditam estar grávidas por
causa dos comprimidos.
Vários ativistas defendem que a situação destaca a necessidade de
serem revistos e estabelecidos mais direitos reprodutivos no Chile, onde
o aborto é ilegal, exceto em casos de violação, se a
vida da mãe estiver em risco, ou se o feto não tiver possibilidades de
sobreviver após o parto.
“Este é um caso que mostra por que razão ter três exceções legais não é o suficiente. É sempre importante ter acesso ao aborto gratuito e legal”,
frisa Paula Avila, advogada de direitos humanos, acrescentando que
estas mulheres “não têm outro caminho a não ser dirigir-se a um serviço
clandestino e colocar as suas vidas em risco”.
Também Melanie Riffo planeou interromper a gravidez através de um
aborto clandestino. “Eu não queria ter o bebé”, disse a jovem,
explicando que, por não querer correr o risco, considerou ser melhor
“seguir em frente e ver o que acontece”, mas que neste momento está a
passar por uma depressão.
Perante os acontecimentos, o ministro da Saúde do Chile, Enrique Paris,
culpabilizou o laboratório pelo erro durante uma entrevista ao
noticiário nacional, afirmando que as gravidezes comprovadamente
causadas pelos comprimidos devem ser compensadas e que o Ministério
ofereceu atendimento psicológico apenas a algumas mulheres afetadas.
Anita Peña Saavedra, da Corporation Miles, sublinha que a
culpa é de uma “cadeia de erros” que começa no laboratório e termina no
controlo de qualidade do governo. O objetivo da luta jurídica que a
instituição está a travar é requerer indemnizações e respostas adequadas
para estas mulheres.
O governo chileno garante à equipa jurídica da Corporation Miles que lançou uma investigação após receber a primeira reclamação sobre o lote B20034A em agosto de 2020.
Os exercícios de treino militar em que os soldados bebem
sangue de cobra e comem animais vivos podem desencadear uma nova
pandemia. O alerta é do grupo Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais
(PETA).
De acordo com o Russia Today, são milhares os soldados de diferentes países que participam, todos os anos, nos exercícios conjuntos Cobra Gold, na Tailândia.
Estes exercícios militares incluem um curso de sobrevivência, onde os
instrutores ensinam os soldados a alimentar-se em condições extremas:
extraem veneno de escorpiões e tarântulas para consumir os animais e
bebem o sangue de cobras.
Na semana passada, a PETA enviou uma carta
ao Secretário de Estado da Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, na qual
solicita que o responsável passe a exigir que os organizadores destas
práticas “substituam permanentemente” o uso de animais vivos por outros métodos “mais eficazes e éticos”.
“O uso de animais vivos durante o Cobra Gold representa um risco de propagação de doenças zoonóticas semelhantes à covid-19, colocando em risco as tropas e o público em geral”, explica a organização.
A PETA lembra, na mesma missiva, que 75% das doenças infecciosas emergentes começaram como doenças em animais.
A organização condena os massacres “ritualísticos” e “bárbaros” e sublinha que a prática contribui para a extinção de espécies.
“O massacre brutal de animais durante este exercício anual não só põe
em perigo a saúde pública e espécies vulneráveis à extinção,
incluindo a cobra-real, mas também desonra as nossas tropas”, afirmou a
diretora de política científica da PETA, Julia Baines.
Citado pelo Independent, um porta-voz do Ministério da
Defesa britânico garantiu que apenas “um pequeno número de responsáveis
pelo planeamento militar” participou nos exercícios Cobra Gold e que nenhum soldado esteve envolvido neste tipo de treino.
Uma norte-americana do Michigan morreu após receber um
transplante de pulmões infetados com o SARS-CoV-2, sendo este o primeiro
caso de transmissão comprovada de doador para recetor.
Segundo avançou na segunda-feira o IFL Science, um relatório sobre caso – divulgado pelo American Journal of Transplantation
– mostrou que apesar dos exames negativos aos órgãos, a mulher testou
positivo para a covid-19 três dias após o transplante. Um dos cirurgiões
que participou na intervenção foi também infetado, tendo entretanto
recuperado.
Esses incidentes, lê-se no artigo, são extremamente raros, com a transmissão de infeções de doador para recetor a ocorrer em menos de 1% de todos os transplantes.
A norte-americana, que tinha doença pulmonar obstrutiva crónica e
estava em ventilação assistida, foi medicada com metilprednisolona, para
prevenir a rejeição dos órgãos. Recebeu os pulmões de outra mulher, que
morreu num acidente de carro. Um teste à covid-19 não mostrou sinais de
infeção, nem esta tinha relatado sintomas antes da morte.
Dois dias após o transplante, os médicos notaram que a paciente
estava com o índice cardíaco baixo (medida do desempenho do coração em
relação ao tamanho do corpo), desenvolvendo febre no terceiro dia.
Depois de as amostras serem enviadas para teste, a mulher testou
positivo para a covid-19.
Apesar das tentativas para combater o vírus, a mulher continuou a piorar e, 61 dias após o transplante, morreu por falência múltipla de órgãos e dificuldade respiratória.
Embora este seja o primeiro caso do género, os autores afirmam que um
teste pode não ser suficiente para garantir que os órgãos estão
totalmente livres do SARS-CoV-2, sendo necessário um segundo, obtido
após 24 a 48 horas.
O
perigoso asteroide Apophis estará na distância mais próxima de nosso
planeta no próximo mês. Isso é comprovado por uma fotografia recente
tirada de telescópios europeus baseados em solo.
A
imagem foi capturada pelo telescópio robótico Elena operado pelo
European's Virtual Telescope Project - em uma tomada do céu cuja
exposição durou 300 segundos.
O
asteroide chamou a atenção do mundo depois que astrônomos o viram em
2004 e calcularam na época, que havia quase 3% de chance de que
colidisse com a Terra em abril de 2029. Isso foi posteriormente
descartado quando Novas medições avançaram no ano de o risco de impacto
foi maior até 2068 . Atualmente o risco - embora existente - é inferior a
1% por cento.
Seu
nome Apophis, refere-se ao antigo deus egípcio do mal, escuridão e
destruição, coisas que impactariam nosso mundo com seus estimados 340
metros de largura. Na foto abaixo pode ser visto como um pequeno ponto
branco marcado com uma seta à direita.
Fechar etapa
Em
6 de março, o Apophis será mais brilhante para os telescópios pois
estará na distância mais próxima da Terra. Estima-se que passará cerca
de 15 milhões de quilômetros de nosso planeta, distância suficiente para
não ter que se preocupar.
Posteriormente
as atenções se voltarão para 13 de abril de 2029 quando o Deus do Caos
passará tão perto da Terra que as pessoas deverão ser capazes de
detectá-lo a olho nu. Os observadores do céu verão isso como uma mancha
de luz se movendo de leste a oeste sobre a Austrália.
Nesta ocasião cientistas de todo o mundo estudarão o tamanho a forma a composição do asteroide e até mesmo seu interior.
Apophis
ou Apep, representava na mitologia egípcia as forças do mal que habitam
o Duat e as trevas. Apophis foi a personificação do caos e também da
insurreição armada. Nepai era depreciativamente chamado de "Aquele que é
como um intestino" ou "intestino delgado". Crédito: John Rocco.
'A
abordagem de Apophis em 2029 será uma oportunidade incrível para a
ciência. Vamos observar o asteroide com telescópios ópticos e de radar.
Com as observações do radar pudemos ver detalhes da superfície " disse
Marina Brozović, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA.
Em
2029, a distância à Terra será de aproximadamente 31.000 quilômetros
acima da superfície da Terra, uma distância menor do que a de algumas
espaçonaves que orbitam a Terra. Ainda assim, os cientistas insistem que
essa distância será segura.
A data de maior perigo
Olhando
para 2068 quando outro passo próximo é esperado os cientistas previram
que a probabilidade de um impacto naquela época era extremamente baixa -
apenas uma em 380.000 chances. Dito de outra forma uma chance de
99,99974% de que o asteroide não atinja a Terra.
Além
disso em novembro de 2020 os cientistas descobriram que o Apophis
estava se movendo de uma maneira que eles não haviam considerado em seu
modelo anterior de sua trajetória orbital.
Esse
movimento foi posteriormente atribuído a um fenômeno conhecido como
radiação Yarkovsky no qual parte do asteroide é aquecida pelo Sol. O
calor produzido dá ao asteroide um pequeno empurrão em uma certa direção
que com o tempo pode mudar sua trajetória para o espaço.
David
Tholen, astrônomo da Universidade do Havaí em Manoa, disse que os
cientistas não levaram esse movimento em consideração quando antes
rastrearam e previram os movimentos de Apophis.
O
cenário de impacto de 2068 ainda está em jogo. Precisamos rastrear esse
asteroide com muito cuidado ”, concluiu Tholen em uma conferência
virtual no ano passado.
O vulcão Etna continua muito ativo e mais uma violenta erupção foi
registrada na última noite, dia 22, sendo a quinta explosão no período
de uma semana. A nova fase de erupções do Etna começou no dia 16 de
fevereiro quando fumaça e cinzas alcançaram cidades ao redor do monte na
Sicília, na Itália.
Grande
erupção do Etna no céu noturno fotografada a partir da ilha de Lipari, a
70 quilômetros ao norte do vulcão no dia 20. Crédito: Foto Gabriele
Costanzo/INGV.
Sequência de erupções
A
erupção de ontem aconteceu após às 22 horas e terminou nas primeiras
horas desta madrugada sendo descrita como espetacular pelo Observatório
do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) de Catânia, na
Itália.
A atividade vulcânica ocorreu novamente na cratera
Sudeste como vem sendo recorrente nos últimos dias. O INGV identificou o
início de uma atividade fraca que foi aumentando gradualmente e
resultou em novas explosões frequentes com lançamento de pedras, ao
mesmo tempo em que ocorria a intensificação do tremor vulcânico.
O
INGV relatou que os jatos de lava atingiram primeiramente 300 metros de
altura da borda da cratera e um novo transbordamento de lava escorreu
em direção ao Valle Del Bove.
Depois da meia noite, a atividade
explosiva foi intensa envolvendo várias bocas da cratera Sudeste, com
fontes de lava sendo lançada a cerca de um quilômetro de altura,
juntamente com uma coluna eruptiva de gás e cinzas que alcançou cerca de
dez quilômetros acima do cume do vulcão e se expandiu para
oeste-noroeste. A atividade mais forte durou em torno de meia hora,
segundo o relato do INGV.
Ainda durante a madrugada ocorreram
algumas atividades do vulcão menos intensas. Houve a formação de mais
dois pequenos fluxos de lava na direção do Valle Del Bove e outro em
direção ao sudoeste da cratera. Nuvens densas de cinzas também foram
empurradas pelo vento em direção ao noroeste.
Observação
do Etna a partir da extremidade sul do Valle del Bove, feita por
estudantes que acompanhavam a atividade eruptiva no dia 20. Crédito:
Foto Giuseppe Tonzuso/INGV.
O Instituto Nacional
de Geofísica e Vulcanologia informou que às 10h38 UTC desta
terça-feira, toda a atividade eruptiva da cratera Sudeste foi encerrada.
Outros eventos eruptivos do Etna vinham sendo registrados nos dias
16,18,19 e 20 de fevereiro.
As Nações Unidas alertaram que a supremacia branca e os movimentos neonazistas são uma ameaça crescente ao mundo em que vivemos.
E acrescentou que as pessoas em posições de responsabilidade os encorajam de uma forma anteriormente impensável.
“A supremacia branca e os movimentos neonazistas são mais do que ameaças de terrorismo doméstico. Eles estão se tornando uma ameaça transnacional ”, disse o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, ao Conselho de Direitos Humanos da organização na segunda-feira.
“Hoje, esses movimentos extremistas representam a ameaça número um à segurança interna em vários países”, afirmou Guterres, acrescentando que estamos cada vez mais vendo pessoas no poder torcerem por esses grupos “de maneiras que eram consideradas inimagináveis há pouco tempo”.
O secretário-geral da ONU pediu que pessoas de todo o mundo ajudem a realizar uma “ação coordenada” para superar esta ameaça que Guterres afirma estar “crescendo a cada dia”.
Guterres afirmou que a ONU precisa desempenhar um papel central para derrotar este “perigo crescente” e prevenir “terrorismo de motivação étnica”.
Guterres afirmou que esses grupos usaram a pandemia a seu favor, por meio de “polarização social e manipulação política e cultural”, acrescentando que se envolveram em um “frenesi alimentador de ódio – arrecadação de fundos, recrutamento e comunicação online tanto em casa quanto no exterior”.
Os comentários do secretário-geral vêm seis semanas depois que o prédio do Capitólio dos EUA foi tomado por manifestantes furiosos, impulsionados pelo presidente Donald Trump. O presidente Joe Biden disse que o ataque foi realizado por “bandidos, rebeldes, extremistas políticos e supremacistas brancos”.
Trump nega que tenha agido de forma inadequada, acrescentando que “essas são as coisas e eventos que acontecem quando uma vitória eleitoral sagrada e esmagadora é eliminada de forma tão sem cerimônia e cruelmente”.
O secretário-geral da ONU alertou que a pandemia da covid-19
está a agravar as desigualdades, dando como exemplo a vacinação a nível
mundial.
Num artigo de opinião publicado esta segunda-feira no jornal britânico The Guardian, António Guterres alerta que “o mundo está a enfrentar uma pandemia de abusos dos direitos humanos”.
“A covid-19 aprofundou divisões, vulnerabilidades e
desigualdades preexistentes, e abriu novas fraturas, incluindo falhas
nos direitos humanos. A pandemia revelou a interconexão da nossa família
humana – e de todo o espectro dos direitos humanos: civis, culturais,
económicos, políticos e sociais. Quando qualquer um destes direitos está
sob ataque, outros estão em risco”, escreve o secretário-geral da ONU.
“Profissionais da linha da frente, pessoas com deficiências, idosos,
mulheres, meninas e minorias foram especialmente atingidos. Numa questão
de meses, o progresso feito na igualdade de género retrocedeu décadas”,
continua Guterres, acrescentando também que a “pobreza extrema está a
aumentar pela primeira vez em décadas”.
Para o secretário-geral português, o “mais recente ultraje moral”
é o fracasso em assegurar a equidade na vacinação contra a covid-19.
“Apenas dez países administraram mais de 75% de todas as vacinas.
Enquanto isso, mais de 130 países ainda não receberam uma única dose”,
destaca.
“O vírus está também a infetar os direitos civis e políticos, e a
reduzir ainda mais o espaço cívico. Usando a pandemia como pretexto, as
autoridades de alguns países implementaram respostas de segurança
severas e medidas de emergência para esmagar os dissidentes, criminalizar liberdades básicas, silenciar o jornalismo independente e restringir as atividades de organizações não governamentais”, diz ainda.
“Defensores dos direitos humanos, jornalistas, advogados, ativistas
políticos – até mesmo profissionais de saúde – foram detidos,
processados e submetidos a intimidação e vigilância por criticarem as
respostas dos seus Governos à pandemia”, lembra Guterres, acrescentando
que as restrições relacionadas com a covid-19 também “têm sido usadas
para subverter os processos eleitorais e enfraquecer as vozes da
oposição”.
Guterres escreve ainda que a “desinformação mortal tem sido amplificada – até por aqueles que estão no poder” – e, ao mesmo tempo, há extremistas,
“incluindo supremacistas brancos e neonazis, que têm instrumentalizado a
pandemia para crescerem, através da polarização social e da manipulação
política e cultural”.
“A pandemia também tornou os esforços de paz mais difíceis,
restringindo a capacidade de conduzir negociações, exacerbando as
necessidades humanitárias e minando o progresso noutros desafios
relacionados com direitos humanos e ligados aos conflitos”.
Por todas estas coisas, o ex-primeiro-ministro português apela: “Este
não é um momento para negligenciar os direitos humanos. Este é o
momento em que, mais do que nunca, os direitos humanos são necessários
para navegar nesta crise de uma forma que nos permita atingir o objetivo
de alcançar um desenvolvimento inclusivo e sustentável e uma paz
duradoura”.
O embaixador italiano em Kinshasa, Luca Attanasio, foi morto a
tiro num ataque armado a um comboio do Programa Alimentar Mundial
(PAM), durante uma visita perto de Goma, no leste da República
Democrática do Congo, avançaram esta terça-feira fontes diplomáticas.
O embaixador “morreu em consequência dos ferimentos”, disse à agência AFP , citada pela agência Lusa,
uma fonte diplomática em Kinshasa. No ataque foram também mortas outras
duas pessoas, de acordo com o porta-voz do exército na região do Kivu
Norte, major Guillaume Djike, que não revelou a identidade das vítimas.
O Presidente italiano Sergio Mattarella denunciou o “ataque cobarde”
que custou a vida ao embaixador, ao soldado italiano Vittorio Iacovacci e
ao seu motorista. “A república italiana está de luto por estes
servidores do Estado que perderam a vida no exercício das suas funções”,
apontou, lamentando o “ato de violência” perpetrado contra um comboio
do PAM.
Attanasio, que desempenhava as funções de embaixador na República
Democrática do Congo desde início de 2018, foi “baleado no abdómen” e
transportado “em estado crítico” para um hospital em Goma, segundo disse
à agência AFP uma fonte diplomática.
O exército congolês disse, entretanto, que “as Forças Armadas Congolesas estão a tentar descobrir quem são os agressores”.
A União Europeia (UE) já reagiu e está a seguir “de perto”, ao nível
de chefes de diplomacia, as “terríveis notícias” do ataque que resultou
na morte do embaixador italiano.
Durante a conferência de imprensa diária do executivo comunitário, o
porta-voz da Comissão, Eric Mamer, referiu que tinha acabado de tomar
conhecimento das “terríveis notícias” e adiantou que o assunto está já a
ser debatido pelos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, que se
encontram reunidos presencialmente em Bruxelas.
De acordo com uma porta-voz do Serviço Europeu de Ação Externa, o
Alto-Representante da UE, Josep Borrell, deu conta do sucedido no
Conselho de Negócios Estrangeiros que decorre neste momento em Bruxelas,
e “apresenta as suas condolências à Itália, às Nações Unidas e às
vítimas da violência no Congo”.
Também o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, mostrou-se
“chocado” com o ataque. “Chocado pelo ataque a um comboio do PAM na
República Democrática do Congo e pelas vidas perdidas, entre as quais a
do embaixador de Itália e de um militar”, reagiu, através da sua conta
oficial no Twitter.
O ataque ao comboio do PAM teve lugar a norte de Goma, a capital da província do Kivu Norte, que tem sido flagelada pela violência de grupos armados há mais de 25 anos.
Esta região, que acolhe o Parque Nacional da Virunga, é também o
cenário de conflito no Kivu Norte, onde dezenas de grupos armados lutam
pelo controlo da riqueza do solo e subsolo. Criado em 1925, o parque é
Património Mundial da UNESCO. Estende-se por 7.769 km2, desde Goma até
ao território de Beni, entre montanhas e florestas.
Quase 56 anos depois de Malcolm X ter sido assassinado em
Nova Iorque, advogados e membros da família do líder nacionalista negro e
defensor dos direitos civis divulgaram novas provas que, afirmam,
mostram que a polícia de Nova Iorque (NYPD) e o FBI terão estado
envolvidos na sua morte.
De acordo com o jornal britânico The Guardian,
numa carta revelada postumamente, um ex-agente infiltrado da Polícia de
Nova Iorque alega ter sido pressionado por superiores a aliciar dois dos seguranças de Malcolm X a cometer crimes, alguns dias antes do seu assassinato, em 21 de fevereiro de 1965.
As detenções terão impedido os dois homens de gerir a segurança das portas do Audubon Ballroom, em Washington Heights, no dia do tiroteio que matou Malcolm X.
O antigo polícia, que queria que o seu depoimento se tornasse público apenas após a sua morte, afirma que a NYPD e o FBI mantiveram certos aspetos do caso em segredo.
A carta, escrita por Raymond Wood, foi autorizada para libertação
póstuma por um primo e foi lida no sábado numa conferência de imprensa
com a presença de três filhas de Malcolm X e membros da família de Wood.
Não foram fornecidos detalhes sobre as circunstâncias e o momento da
morte de Wood.
“Os meus supervisores disseram-me para encorajar líderes e membros de grupos de direitos civis a cometer atos criminosos”, lê-se na carta.
No ano passado, o assassinato foi o tema de um documentário de seis
partes da Netflix, “Who Killed Malcolm X?”, que reviu questões antigas
sobre se dois dos três homens condenados pelo crime eram inocentes. Em
2011, um detetive da NYPD envolvido no caso escreveu que “a investigação foi malfeita”.
O documentário levou o procurador distrital de Manhattan, Cyrus Vance
Jr, a rever as condenações no caso. Após a conferência de imprensa de
sábado, o gabinete de Vance disse que a revisão foi “ativa e contínua”.
Numa declaração separada, o NYPD disse que “forneceu todos os
registos disponíveis relevantes para o caso” a Vance e “continua
empenhado em ajudar com esta revisão de qualquer forma”. O FBI não fez
comentários.
Malcolm X foi baleado segundos depois de chegar a um púlpito para
discursar. Dias antes, tinha dito numa entrevista que acreditava que
membros da Nação do Islão estavam a tentar matá-lo. A sua casa em Queens
foi atacada uma semana antes de ser morto.
Malcolm X estava a ser vigiado pelo FBI na época.
Uma das suas filhas, Ilyasah Shabazz, disse na conferência de imprensa de sábado que viveu com décadas de incerteza. “Qualquer
evidência que forneça uma maior compreensão da verdade por trás desta
terrível tragédia deve ser investigada exaustivamente”, disse.
A extinção dos neandertais pode estar relacionada com o
colapso temporário dos polos magnéticos da Terra há 42 mil anos, sugere
um estudo da Universidade australiana de Nova Gales do Sul e do Museu da
Austrália Meridional.
Em comunicado,
a equipa explica que o colapso temporário do campo magnético da Terra
há 42 mil anos desencadeou uma série de mudanças climáticas que, por sua
vez, levaram a mudanças ambientais e extinções em massa.
Este ponto de viragem na história do nosso planeta, que produziu
tempestades elétricas, auroras generalizadas e radiação cósmica, foi
desencadeado pela reversão dos polos magnéticos da Terra e mudança nos ventos solares.
No estudo, cujos resultados foram esta semana publicados na Science,
os cientistas batizam este período como “Evento Adams” e sugerem que
poderá explicar mistérios evolutivos, como a extinção dos neandertais ou
o repentino surgimento de arte figurativa em todo o mundo, considerando
que os humanos tiveram de procurar novos refúgios.
“Pela primeira vez, fomos capazes de datar com precisão
o tempo e os impactos ambientais da última chave magnética do polo”,
explicou Chris Turney, professor da Universidade de Nova Gales do Sul e
coautor do estudo, citado em comunicado.
“As descobertas foram possíveis graças às antigas árvores Kauri da
Nova Zelândia, que foram preservadas em sedimentos por mais de 40 mil
anos (…) Usando as árvores antigas, pudemos medir e datar o pico nos
níveis de radiocarbono atmosférico causado pelo colapso do campo
magnético da Terra”, acrescentou.
Os investigadores compararam essa escala do tempo com registos de lugares de todo o Pacífico e elaboraram modelos climáticos globais
para descobrirem que o crescimento das camadas de gelo e dos glaciares
da América do Norte e as grandes alterações nos ventos e sistemas de
tempestades tropicais podem remontar ao Evento Adams.
Uma das primeiras pistas foi a que indica que a megafauna da
Austrália continental e da Tasmânia sofreu uma extinção simultânea há 42
mil anos.
“É a descoberta mais surpreendente e importante em que já estive envolvido”, remata o professor Cooper do Museu da Austrália Meridional.
O campo magnético da Terra, recorde-se, funciona como um “escudo”,
protegendo o planeta dos raios solares e cósmicos. Quando os polos
invertem, este “escudo protetor” pode diminuir até um décimo a sua
capacidade protetora.
Apesar de poder demorar séculos, as radiações acabariam por atingir a superfície terrestre, tornando as regiões inabitáveis e causando a extinçãodeespécies.
As variantes britânica e californiana do SARS-CoV-2, o vírus
causador da covid-19, aparentam ter-se fundido num híbrido altamente
mutante.
A combinação dos dois genomas foi encontrada na Califórnia, nos
Estados Unidos, por Bette Korber, do Laboratório Nacional de Los Alamos.
Segundo a New Scientist, o híbrido é resultado da variante B.1.1.7, descoberta no Reino Unido, e da variante B.1.429,
descoberta precisamente na Califórnia. A confirmar-se, esta será a
primeira fusão de duas variantes a ser detetada nesta pandemia. Os
investigadores não se mostram surpreendidos, já que isto é comum nos
coronavírus.
A recombinação pode ser de grande importância evolutiva, de acordo com François Balloux, da University College London. É considerada por muitos como a origem do SARS-CoV-2. No pior dos casos, pode levar ao surgimento de novas e ainda mais perigosas variantes.
Korber apenas encontrou um caso desta recombinação e não sabe se o
vírus está a ser transmitido de humano para humano. “Este tipo de evento
pode permitir que o coronavírus tenha acoplado um vírus mais infeccioso a um vírus mais resistente”, disse a cientista.
O recente surgimento de múltiplas variantes do novo coronavírus pode
ter criado a matéria-prima para a recombinação, porque as pessoas podem
ser infetadas com duas variantes diferentes ao mesmo tempo.
“Podemos estar a chegar ao ponto em que isto está a acontecer a um
ritmo considerável”, diz Sergei Pond, da Temple University, na
Pensilvânia, em declarações à New Scientist. “Todos os coronavírus se
recombinam, por isso é uma questão de quando, não se”.
Dezenas de roubos meticulosamente planeados numa ilha remota
estão a intrigar as autoridades. Num mistério semelhantes aos romances
policiais de Agatha Christie, todos os habitantes são suspeitos.
De acordo com o jornal britânico The Guardian,
os três polícias de Capraia, uma ilha remota em Toscana, Itália, tem um
mistério por resolver em mãos e precisam de encontrar os culpados entre
a população de cerca de 400 habitantes.
A maior parte dos roubos, de casas e lojas, ocorre durante o inverno,
quando os visitantes se ausentam da ilha, que fica mais perto da
Córsega do que da Itália continental e só é acessível por barco, se o
tempo permitir.
No incidente mais recente, os ladrões desativaram a câmaras de vigilância de uma tabacaria antes de retirar 60 mil euros do cofre.
Os ladrões também invadiram a casa do vice-presidente da câmara, Fábio Mazzei, em novembro, e fugiram com um cofre com dinheiro e jóias
que estavam escondidos em alguns móveis. A maioria dos habitantes
guarda o seu dinheiro em casa porque o único banco da ilha fechou no ano
passado.
“Isto é muito triste, porque parece que apareceu um ladrão na família. Atacaram no dia certo, pois sabiam que eu ia visitar Pisa. Conheciam muito bem a casa”, disse Mazzei.
A presidente da câmara da ilha, Marida Bessi, disse, em declarações ao jornal italiano Corriere della Sera, que começam a surgir fendas numa comunidade que costumava serunida, com amigos e vizinhos a olhar-se com desconfiança.
Até agora, a investigação rendeu muitas teorias, mas nenhuma pista.
“Os três polícias da ilha são muito bons, estão a fazer tudo o que
podem”, disse Bessi. “Mas deveriam ter mais ferramentas de investigação,
caso contrário, é realmente uma história de crime insolúvel.”
O facto de a câmara de vigilância da praça estar estragada também está a provar ser outro obstáculo na investigação.
Dois terços dos 19 quilómetros quadrados da ilha foram ocupados por
uma colónia penal até 1986 e os habitantes viviam em paz até aos
recentes roubos. A população aumenta para cerca de 4.000 durante o
verão.
“O risco agora é que o senso de comunidade que sempre tivemos seja prejudicado”, rematou Bessi.
Após o terremoto que atingiu a região no fim de semana
passado, os níveis de água caíram em dois dos reatores da central
nuclear de Fukushima, o que pode indicar problemas adicionais.
A situação podem complicar ainda mais o difícil processo de desativação da central, que se espera que demore várias décadas.
O porta-voz da Tokyo Electric Power Co., Keisuke Matsuo, disse que a queda nos níveis de água nos reatores 1 e 3 indica que os estragos existentes nas suas câmaras de contenção foram agravados pelo terremoto de magnitude 7,3 que ocorreu no sábado, e tem permitido uma maior libertação da água.
Matsuo estima que a água que está a ser libertada tenha permanecido dentro do edíficio do reator e não há sinal de impacto externo, acrescentando que a TEPCO irá monitorizar a água e as temperaturas no fundo dos vasos de contenção.
Desde o acidente de 2011 que a água usada para resfriar o local
tem-se vindo a libertar. Para compensar as perdas, tem sido adicionada
água adicional para arrefecer o combustível derretido que permanece
dentro dos reatores.
A TEPCO revelou inicialmente que não havia nenhuma anomalia na planta do edíficio devido ao terremoto de sábado.
Porém, Matsuo revelou que o nível da água caiu até 70 centímetros na câmara de contenção primária do reator 1 e cerca de 30 centímetros no 3.
O aumento da libertação pode exigir que seja adicionada mais água aos reatores, o que resultaria em mais água contaminada, que posteriormente é tratada e armazenada em enormes tanques.
De recordar que na passada sexta-feira, o Supremo Tribunal de Tóquio
responsabilizou o governo e a TEPCO pelo acidente nuclear de 2011, sendo
que agora ambos têm de pagar cerca 2,6 milhões de dólares em recompensas por danos causados.
A decisão reverte uma anterior do tribunal distrital de Chiba que excluía o Executivo nipónico de responsabilidades, diz o TechXplore.
A Rússia anunciou este sábado detetado o primeiro caso de
transmissão a humanos da estirpe H5N8 do vírus da gripe das aves, tendo
informado a Organização Mundial de Saúde desta “importante descoberta”.
“O laboratório confirmou o primeiro caso de infeção de uma pessoa pelo vírus do grupo A, a gripe aviária AH5N8”, disse Anna Popova, diretora da agência sanitária russa Rospotrebnadzor.
O vírus foi detetado em sete pessoas infetadas num
aviário localizado no sul da Rússia, onde uma epidemia de gripe das aves
afetou os animais em dezembro de 2020, adiantou Anna Popova,
acrescentando que os doentes “se sentem bem” e não têm complicações.
“Foram tomadas medidas rapidamente para controlar a situação” neste foco de infeção, garantiu a responsável, citada pela agência France-Presse.
Apesar de esta estirpe do H5N8 ter cruzado “a barreira intraespécies” e transmitir-se também a pessoas, “esta variante do vírus não é transmitida de pessoa para pessoa atualmente”, declarou Anna Popova, adiantando que a informação já foi remetida à OMS.
Segundo a responsável da agência sanitária, esta descoberta “dá ao mundo tempo
para se preparar”, criando testes e uma vacina, “no caso de este vírus
se tornar mais patogénico e mais perigoso para o homem, e adquira a
capacidade de ser transmitido de pessoa para pessoa”.
“Estaríamos, então, totalmente armados e totalmente preparados”, acrescentou.
O vírus da gripe das aves está a espalhar-se em vários países
europeus, incluindo França, onde milhões de animais foram abatidos para
impedir a progressão da doença.
No passado dia 5 de janeiro, o Ministério da Agricultura francês informou que mais de 200 mil patos tinham sido abatidos no país,
para travar a progressão de vários surtos de gripe aviária, tendo ainda
avançado que outras 400 mil aves também seriam abatidas
preventivamente.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, declarou este sábado
o estado de catástrofe no estado do Texas, e deu indicações às agências
federais para identificarem recursos que possam fazer face às
necessidades mais urgentes e ao sofrimento da população.
Joe Biden afirmou, na sexta-feira, que pretende viajar para aquele
estado na próxima semana, mas sublinhou não desejar que a sua presença
no Texas possa de alguma forma prejudicar os esforços que estão a ser
feitos para atender as necessidades da população.
“Eles estão a trabalhar imenso para tomar conta da população”, disse o Presidente norte-americano, referindo-se às autoridades estaduais texanas.
Este é o terceiro estado de catástrofe declarado por Biden,
depois de Oklahoma e Louisiana, devido a tempestades de inverno, que
mergulharam a região num estado de congelamento profundo invulgar, que
deixou milhões de pessoas a tremer, em casas desprovidas de energia e
calor, e muitas mesmo sem água.
Pelo menos 69 mortes em todo país foram atribuídas às intempéries fora de época. A vaga de frio que assola os EUA deixou milhões sem eletricidade, depois de as redes de energia terem colapsado por sobrecarga, perante as baixas temperaturas.
As concessionárias elétricas dos estados de Minnesota, Texas e
Mississippi, entre outras, provocaram apagões repetidos para aliviar a carga sobre as redes de energia que se esforçavam para atender à extrema procura de calor e eletricidade.
Quase três milhões de clientes ficaram sem energia no Texas, Louisiana e Mississippi e mais de 200 mil pessoas foram afetadas pelos cortes
de eletricidade em quatro estados da região do oeste, assim como outras
tantas no noroeste do Pacífico, de acordo com as autoridades que
rastreiam relatórios de interrupções de serviços públicos.
A Agência Federal de Gestão de Emergências enviou dezenas de
geradores e abastecimentos, incluindo combustível, água, cobertores e
refeições prontas a consumir, para as áreas afetadas.
Desde o final da Segunda Guerra Mundial que existem muitas
teorias de que Adolf Hitler é descendente de judeus. A questão tem sido
alvo de um intenso debate entre vários historiadores, mas não há nenhuma
justificação suficientemente palpável para a corroborar.
Adolf Hitler liderou um regime que massacrou milhões de pessoas em
toda a Europa, onde as principais vítimas foram os judeus. Como tal, foi
um choque quando o advogado do líder nazi, Hans Frank, afirmou, antes da sua execução em 1946, que o ditador tinha uma costela judaica.
Como advogado pessoal do Fuhrer, e governador-geral da
Polónia durante a Segunda Guerra, Hans Frank acabou por ser executado
durante os julgamentos de Nuremberga em 1946. Em 1953, sete anos depois,
as suas memórias e declarações foram publicadas no livro Im Angesicht des Galgens.
O que não se esperava é que este pudesse conter uma revelação bombástica: Frank sugeriu que Adolf Hitler era descendente de judeus.
O braço direito dos nazis afirmou que realizou uma investigação sobre
a árvore genealógica de Hitler a pedido do próprio em 1930. De acordo
com Frank, o meio-sobrinho do ditador havia encontrado evidências da sua ascendência judaica e estava a usar essas informações para o ameaçar.
No livro é descrito que a avó paterna de Hitler, Maria Anna Schicklgruber,
teria sido cozinheira de uma família judia em Graz, na Áustria. Durante
este período, supostamente, Schicklgruber engravidou de um homem
desconhecido e deu à luz o pai de Hitler, Alois Schicklgruber, em 1837. O bebé foi registado como uma “criança ilegítima” quando nasceu, uma vez que o paradeiro do seu pai era desconhecido.
Ao longo da sua vida, o Fuhrer sempre disse que Johann Georg Hiedler – o homem que se casou com Maria Anna Schicklgruber em 1842 – era o seu avô paterno e todos acreditavam nessa versão.
No entanto, contra todos os argumentos, Frank sugere que o pai de
Alois era o filho do patrão de Maria Anna Schicklgruber, Frankenberger
Sr.
Hans Frank garantiu que as cartas entre Schicklgruber e Frankenberger
corroboravam essa teoria, já que este havia enviado dinheiro à jovem
para pagar uma pensão de alimentos. O advogado sugeriu isso como uma evidência de que o avô paterno de Hitler era realmente judeu.
Contudo, e como realça o Ati, de acordo com a lei tradicional judaica, o status
de judeu é apenas transmitido pela mãe. Uma vez que a suposta
descendência de Hitler teria sido transmitida apenas através do seu pai,
isso significaria que um ritual de conversão seria necessário para que
este fosse considerado judeu.
Várias teorias sem fundamento
Durante a década de 1950, o autor alemão Nikolaus von Preradovich
encontrou uma falha nos argumentos de Frank. Preradovich disse ter
descoberto que “não havia judeus em Graz antes de 1856”, mas isso não
impediu que a história sobre a herança genética de Hitler se difundisse.
A teoria da ascendência judaica de Hitler ressurgiu em 2019 quando o psicólogo Leonard Sax
divulgou um artigo onde analisou a alegação. No estudo, publicado no
Journal of European Studies, Sax revelou ter encontrado evidências nos
arquivos austríacos de que havia de facto uma comunidade judaica em Graz
antes de 1850, ao contrário do que tinha dito Preradovich.
De acordo com de Sax, Emanuel Mendel Baumgarten, um
dos primeiros indivíduos judeus eleitos para o conselho municipal de
Viena em 1861, havia pedido ao governador da Estíria – a província
austríaca onde Graz está localizada – para levantar as restrições aos
judeus que viviam na região.
Ainda assim, estas justificações não foram suficientes para provar
que o avô paterno do ditador era judeu. Desta forma, a teoria da
conspiração foi rejeitada por muitos historiadores.
O historiador Richard Evans, autor da Trilogia do Terceiro Reich,
foi um dos especialistas que contestou o estudo de Sax. “Mesmo que
houvesse judeus a viver em Graz na década de 1830, na época em que o pai
de Adolf Hitler, Alois, nasceu, isso não prova nada”, explicou.
Evans recorda ainda que Frank teve um desentendimento com Hitler
e estava a enfrentar uma sentença de morte, razões que o fazem
acreditar que o advogado já não tinha nada a perder ao publicar um livro
que, provavelmente, estava carregado de mentiras.
Além disso, Evans diz não haver nenhuma evidência de que a avó de
Hitler esteve em Graz, nem qualquer prova de que uma família com o
apelido “Frankenberger” estava a morar na zona durante esse período.
Também o historiador Ian Kershaw apontou, no livro Hitler 1889-1936: Hubris, lançado em 1998, que o homem que supostamente seria o avô de Hitler teria apenas 10 anos quando Alois nasceu.
Ao contrário de Hitler, Eva Braun, a sua companheira, tinha antepassados judeus.
Em 2014, um documentário do canal britânico Channel 4 teve por base um
cabelo que alegadamente pertenceu a Braun, no qual foi encontrado um
fragmento de ADN transmitido pela linha maternal – o haplogrupo N1b1 –
associado aos judeus asquenazim, de origem europeia.
Entre os séculos XVI e XVII, a morte de mais de 650 camponesas aterrorizou a Hungria. Em tempos incertos, mulheres eram sequestradas e nunca mais retornavam para seus lares ou eram vistas por alguém.
Além disso, o sistema feudal priorizava os monarcas e dava mais atenção para a guerra entre católicos e protestantes, sem se importar com o desaparecimento de centenas, causado apor apenas uma nobre conhecida como a maior serial killer da história, Elizabeth Bathory.
Torturas, espancamentos e banhos em sangue
Elizabeth nasceu em 1560, na cidade de Byrbathor, na Transilvânia
(atual Hungria). Sua família era protestante e tinha muita influência na
sociedade. Aos 15 anos de idade, ela casou com seu primo, príncipe
Ferenc Nádasdy, que muitos historiades acreditam ter sido aquele que
introduziu a mulher aos hábitos violentos.
Seu marido passava muito tempo fora de casa em batalhas, então coube à
jovem assumir o controle de suas propriedades. Não demorou muito para
que os primeiros rumores de sua crueldade surgissem, com servos sendo
punidos severamente por seus erros.
Porém, o ápice dos crimes de Bathory teriam começado aos 40 anos de
idade, quando ela passou a atrair jovens camponesas virgens para seu
castelo com a promessa de emprego. Porém, cenas verdadeiramente
horrorosas aconteciam por trás dos muros.
Segundo documentos históricos, as sessões de tortura cometidas por
ela incluíam dedos cortados, espancamentos, mãos queimadas e banhos
extremamente gelados em dias ainda mais frios. Quando as jovens morriam –
de fome, dor ou congeladas – a Elizabeth então se banhava em seu
sangue, acreditando que o ato retardaria o envelhecimento, ato
responsável pelo seu apelido de Condessa Sangrenta.
As mortes de 650 camponesas foram atribuídas em seu nome, sendo o
maior número creditado a uma mulher na história. O horror acabou apenas
quando o rei Matias II designou o Palatino da Hungria para comandar a
investigação, que reuniu 300 testemunhos de nobres, servos, padres e
possíveis cúmplices do crime.
Por mais que o rei Matias tenha sugerido a pena de morte, a linhagem
nobre de Elizabeth garantiu apenas a sentença de prisão perpétua em seu
próprio castelo, enquanto seus cúmplices foram queimados na fogueira.
Porém, Elizabeth morreu em 1614, devido aos problemas de seu
confinamento, que não era mais do que um buraco na parede com apenas
espaço para ventilação e passagem de alimentos. Até hoje, não se sabe
onde seu corpo foi sepultado.
“Viva rápido, morra jovem e tenha um cadáver bonito. Eu vou ser tão bonito que eles vão ter que me cimentar no caixão”, disse James Dean
para seus amigos certa vez quando perguntaram a ele sobre o que
escreveria na sua lápide. Em 2016, John Gilmore, jornalista e amigo
íntimo do astro, revelou essa informação em uma entrevista à revista Life, como parte da biografia James Dean: A Rebel’s Life in Pictures.
A emblemática frase é uma paráfrase de uma das falas do ator John Derek no filme O Crime Não Compensa (Knock On Any Door),
lançado em 1949, e um dos preferidos de Dean. Por incrível que pareça,
“Viva rápido e morra jovem” se transformaria na personificação da
história de vida dele.
Afinal de contas, velocidade e juventude foram duas palavras que
definiram a carreira astronômica de James Byron Dean. Após a sua 1ª
aparição na televisão aos 20 anos, em um comercial da Pepsi em 1951,
logo depois de largar a Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA)
para seguir seu sonho de ser ator, ele começou a se tornar o símbolo
adolescente que marcaria gerações para sempre. Por meio de sua beleza
incomum e olhar marcante, ele ganhou o estrelato de vez quando
protagonizou o famoso filme East of Eden, em1955, seguido por Rebelde Sem Causa, que o colocou na lista de Melhores Atores da Era de Ouro de Hollywood.
O amor pela velocidade
Em 1954, para fugir do estresse das câmeras dentro e fora dos sets de
gravação, dos estúdios fotográficos e também da histeria de uma legião
de jovens que queriam ter contato com um galã em plena ascensão, Dean
desenvolveu uma paixão por automobilismo.
Entre 26 e 27 de março de 1955, um pouco antes do início das filmagens de Rebelde Sem Causa,
depois de já ter comprado vários carros, incluindo um Porsche 356, ele
competiu em seu 1º evento profissional, em Palm Springs, na Califórnia.
Dean chegou em 1º lugar na classe de novatos e em 2º na corrida
principal. No mês seguinte, em Bakersfield, ele chegou na 1ª posição em
sua classe e na 3ª no evento principal, ele estava esperançoso para
disputar as 500 milhas de Indianápolis.
No entanto, um contrato com a Warner Bros. para estrelar o filme Giant o
proibiu de participar das competições ou de correr durante as
gravações, por isso ele teve que colocar sua paixão de lado por um
tempo. Nesse ínterim, Dean trocou seu Porsche 356 pelo deslumbrante
Porsche 550 Spyder 1955, um modelo muito mais rápido e considerado um
dos “queridinhos” da época.
Ele o apelidou de “Little Bastard” e decidiu personalizá-lo para
ficar mais parecido com o seu estilo, portanto chamou George Barris para
acrescentar assentos tartan, duas listras vermelhas nas rodas traseiras
e o número 130 nas portas, no capô e na tampa do motor. O mecânico Rolf
Wütherich também foi convocado pelo astro para otimizar e preparar o
carro para as corridas que ele estava prestes a disputar, uma vez que o
filme já estava em pós-produção e ele já estava liberado a voltar a
correr.
Os primeiros sinais
Até que em 23 de setembro de 1955, algo de esquisito aconteceu. Dean
se encontrou com o notório ator Sir Alec Guinness e o levou para ver seu
Little Bastard. Guinness se sentiu mal e disse que o carro tinha uma
“aura sinistra” e ainda acrescentou: “Se você entrar nesse carro, você
será encontrado morto a esta hora na semana que vem”. Dean apenas riu da
situação.
Na sexta-feira de 30 de setembro daquele ano, o plano inicial era
levar o Porsche até o local da corrida, na cidade de Salinas, na
Califórnia, porém Wütherich aconselhou o astro a ir dirigindo para que
ele se acostumasse com o motor do carro novo. Com Dean ao volante e o
mecânico ao seu lado, eles seguiram com Bill Hickman, dublê contratado
pelo ator para ajudá-los, em um trailer logo atrás.
Perto de Bakersfield, a polícia chegou a parar o comboio por excesso
de velocidade e a multá-los, porém isso não foi o suficiente para fazer o
famoso James Dean parar. Às 17h45, Dean acelerava pela Rota 46, em uma
velocidade de aproximadamente 130 km/h, quando foi de encontro ao Ford
Tudor do jovem estudante Donald Turnupseed, que decidiu fazer uma curva
repentina para a Rota 41.
Incapaz de parar a tempo, Dean colidiu com a lateral do automóvel,
bem do lado do passageiro. Wütherich foi lançado do Porsche, enquanto
Dean quebrou o pescoço e sofreu vários ferimentos fatais pelo corpo. Ele
chegou às 18h20 no War Memorial Hospital, mas foi declarado morto antes
que pudesse ser retirado da ambulância.
O “carro assassino”
A seguradora declarou perda total do Little Bastard, mas vendeu seus
destroços por US$ 2,5 mil para o Dr. William Eschrich, que já havia
competido contra Dean várias vezes. Ele despiu o carro de suas partes
mecânicas, instalou o motor em seu carro de corrida Lotus IX e emprestou
outras peças ao seu amigo Troy McHenry.
Em 1956, em um evento de carros esportivos em Pomona (Califórnia),
Eschrich quase morreu em uma colisão, enquanto McHenry não teve tanta
sorte e acabou encontrando a morte naquela mesma corrida ao bater em uma
árvore.
A bizarra coincidência dos dois acidentes espalhou pela comunidade
automobilística e mídia a teoria de que as peças do Little Bastard eram amaldiçoadas.
George Barris, que havia customizado o carro para o ator, adquiriu os
destroços completos de Eschrich. Ele vendeu dois pneus do Porsche, que
explodiram no meio da estrada, causando um acidente quase fatal ao seu
novo proprietário. Devido à notícia da má fama do Little Bastard ter
ganhado força, a garagem de Barris foi invadida por dois ladrões que
tentaram levar o automóvel. Contudo, um deles teve o braço rasgado
tentando arrancar o volante, e o outro se feriu quando foi remover o
assento ainda manchado pelo sangue de Dean.
O sumiço
Diante desses eventos, Barris decidiu esconder o veículo, porém foi
convencido pela Patrulha Rodoviária da Califórnia a alugá-lo para uma
exibição de conscientização sobre segurança nas estradas. No mesmo dia
em que o Little Bastard foi transportado para outra garagem para ser
preparado, o local pegou fogo e foi totalmente destruído. Ironicamente, o
carro permaneceu intacto.
Uma escola secundária na cidade de Sacramento, na Califórnia, alugou a
carcaça para um evento em homenagem ao ator, porém a exposição terminou
em desgraça quando o carro despencou da armação e atingiu um aluno que
estava próximo.
Então, em 1960, depois que Barris voltava de um evento de exibição do
carro em Miami, o carro simplesmente desapareceu do caminhão que o
transportava. No entanto, como o homem havia-se transformado em uma
espécie de showman que gostava de se promover por meio da
imagem do “carro assassino”, muitos acreditam que ele tenha inventado
essa história para que o mistério ao redor do Little Bastard
permanecesse, visto que a própria mídia já havia perdido interesse nele.
Até hoje ninguém sabe qual é o paradeiro do Little Bastard.