Um painel judicial norte-americano anuiu na sexta-feira, dia 27 de agosto, à liberdade condicional do assassino do senador Robert F. Kennedy, após os dois filhos da vítima se terem manifestado a favor da sua libertação. Contudo, os restantes descendentes do político não estão satisfeitos com a decisão.
Embora esta decisão não garanta de imediato a liberdade, foi uma vitória para o prisioneiro Sirhan Sirhan, de 77 anos, após os procuradores se terem abstido de argumentar pela manutenção da pena de prisão.
A deliberação de liberdade condicional de Sirhan Sirhan, pelo painel de duas pessoas, será revista nos próximos 90 dias pelo Conselho de Liberdade Condicional da Califórnia.
Douglas Kennedy, que era ainda uma criança quando o seu pai foi morto a tiro em 1968, confessou que ficou comovido pelo remorso demonstrado por Sirhan e que este deve ser libertado se não for uma ameaça para outras pessoas.
Já Robert F. Kennedy Jr., que tinha prestado declarações no passado a favor da libertação de Sirhan, voltou a defender a libertação, por escrito.
“Embora ninguém possa falar em nome de meu pai, acredito firmemente que, com base no seu próprio compromisso com a equidade e a justiça, que incentivaria fortemente este conselho a libertar Sirhan devido ao seu histórico”, referiu numa carta enviada antes da audiência de sexta-feira.
Numa entrevista ao The Times, Kennedy Jr. disse que estava “muito feliz” por Sirhan estar agora em liberdade condicional e reiterou as preocupações de que o homem errado foi condenado.
Com uma postura totalmente oposta à dos irmãos, os restantes seis filhos de Kennedy – Joseph P. Kennedy II, Courtney Kennedy, Kerry Kennedy, Christopher G. Kennedy, Maxwell T. Kennedy e Rory Kennedy – fizeram uma declaração conjunta onde revelaram estar “arrasados” pelo facto do homem que matou o seu pai ter sido libertado.
Ao contrário dos outros dois irmãos, esta parte do clã Kennedy sublinhou que se opôs à liberdade condicional de Sirhan e disseram ter ficado “chocados com uma decisão” que acreditam ignorar os padrões de liberdade condicional já que se trata de “um assassino de primeiro grau”, cita o Los Angeles Times.
Os irmãos acrescentaram ainda que a decisão do conselho “infligiu uma enorme dor”, informando que vão recorrer da decisão.
Senador por Nova Iorque e irmão do presidente John F. Kennedy, RFK era candidato democrata à presidência quando foi morto a tiro em 6 de junho de 1968, no Ambassador Hotel em Los Angeles, momentos depois do seu discurso de vitória nas primárias da Califórnia.
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