A Rússia voltou esta quarta-feira a registar mais de 10.000
casos de infetados por coronavírus, um dia depois de ter começado o
levantamento das restrições e confinamento no país para lutar contra a
pandemia da covid-19.

Na terça-feira, várias regiões russas, menos afetadas pela pandemia do que a capital, autorizaram algumas empresas a reabrir,
assim como fábricas e estaleiros de obras, inclusive em Moscovo. No
entanto, a maioria dos locais públicos continuar fechada, incluindo
restaurantes, enquanto as reuniões com várias pessoas se mantêm
proibidas.
A capital russa, principal foco da pandemia no país, permanece
sujeita a confinamento quase geral, embora nem sempre as proibições
sejam respeitadas, e o uso de máscaras e luvas protetoras tornou-se
obrigatório nos transportes públicos e nos supermercados.
Embora a Rússia continue muito atrás dos Estados Unidos em número de infetados, regista, desde o início de maio, mais de 10.000 novos casos todos os dias.
O porta-voz do Presidente, Dmitri Peskov, anunciou na terça-feira que
está doente, assim como o primeiro-ministro, Mikhail Michoustin, dois
ministros e vários deputados.
A Rússia garante que a sua baixa mortalidade se deve
sobretudo às medidas preventivas aplicadas, como a realização de testes
em massa para isolar os casos suspeitos. O país ordenou, em março, o
confinamento de viajantes dos países afetados, bem como das populações
em risco, e reorganizou o seu sistema hospitalar.
América é o novo foco mundial da doença
O continente americano ultrapassou a Europa no número de infetados
com a covid-19 ao registar cerca de 1,74 milhões de casos, tornando-se
no novo foco mundial da pandemia.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que a América regista agora 1,74 milhões de casos confirmados
de coronavírus e superou a Europa, que totalizava 1,73 milhões nas
últimas horas e era, desde meados de fevereiro, o ‘epicentro’ da
pandemia.
Contudo, as mortes por covid-19 no continente americano, que na
segunda-feira ultrapassou a barreira dos 100 mil óbitos, são
significativamente inferiores aos quase 160 mil registados na Europa,
segundo dados divulgados pela OMS.
Os dados que a Universidade Johns Hopkins atualiza todos os dias
ajudam a ter uma ideia sobre a evolução da doença e seu impacto sobre os
índices de mortalidade nos países.
A instituição estimou que a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes devido à covid-19 é de 24,66 nos Estados Unidos; 13,80 no Canadá; 12,56 no Equador;
6,13 no Peru; 5,96 no Panamá; 5,56 no Brasil; 2,83 no México; 1,72 no
Chile; 1,21 em Honduras; 1,07 na Bolívia, 0,96 na Colômbia e 0,71 na
Argentina.
OPAS “muito preocupada” com propagação
Dada a magnitude dos números, a Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS) declarou-se “muito preocupada” com a velocidade com que a
covid-19 está a propagar-se no continente americano, onde na última
semana foram contabilizados mais 266.269 casos.
“Estamos muito preocupados com a rapidez com que a pandemia está a
propagar-se. A nossa região levou três meses para atingir um milhão de
casos, mas menos de três semanas para quase duplicar esse número”, disse
a diretora da OPAS, Carissa Etienne.
A diretora da OPAS alertou que, devido a esse crescimento na mortalidade e transmissão do vírus na América do Sul, os sistemas de saúde em grandes centros urbanos como Lima [Peru] ou Rio de Janeiro [Brasil] “estão rapidamente a ficar sobrecarregados”.
De resto, os Estados Unidos registaram quase 1.900 mortes nas últimas
24 horas, um novo aumento no número diário de óbitos causados pela
covid-19, após dois dias de declínio acentuado, de acordo com a contagem
da Universidade Johns Hopkins.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a
pandemia de covid-19 já provocou mais de 290 mil mortos e infetou mais
de 4,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.
https://zap.aeiou.pt/russia-volta-registar-10-mil-mortes-diarias-324174
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