Uma Organização Não Governamental (ONG) nicaraguense
denunciou, na segunda-feira, que o Governo da Nicarágua está a cometer
um “genocídio viral”, devido à ausência de medidas para travar a
pandemia da covid-19, e pediu a intervenção da Organização Mundial da
Saúde (OMS).

“Na Nicarágua, o que aconteceu hoje é um genocídio viral.
Nós enquadramo-lo nas fraudes e más intenções do regime Ortega Murillo,
onde todos os atos apontam para o desenvolvimento de um contágio
massivo da população indefesa”, disse Leiva.
O ativista revelou que a ANPDH já apresentou uma queixa à Comissão
Interamericana de Direitos Humanos e também solicitou a intervenção da
OMS ou da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
“Queremos convocar publicamente a OMS e a OPAS para que estas
organizações deem uma explicação satisfatória pela indiferença e
silêncio perante a situação alarmante de falta de proteção do povo
nicaraguense”, disse Leiva.
O defensor dos direitos humanos garantiu que estas organizações devem pressionar o governo de Ortega para fornecer os “dados reais sobre a crise”.
O Observatório do Cidadão, que localiza independentemente os casos da
covid-19 não reconhecidos pelas autoridades da Nicarágua, regista 233
mortes e 1.270 casos suspeitos. O Governo da Nicarágua reconhece apenas
25 contágios e oito mortes, desde que a pandemia entrou oficialmente no
país em meados de março.
O executivo foi criticado por vários setores por promover inúmeros
eventos e aglomerações massivas contra as recomendações atuais da OMS e
por não estabelecer restrições ou suspender aulas no meio da pandemia.
Leiva garantiu que, atualmente, “o nível de contágio do povo da
Nicarágua é o mais elevado” e que é impossível realizar um controlo
preciso dos doentes e mortos. “Lançamos um S.O.S. para a comunidade
internacional e organizações internacionais porem os olhos na Nicarágua
perante a inoperância do regime”, acrescentou.
Leiva afirmou que o Governo de Ortega está a exercer uma “conduta
criminosa de um regime ditatorial que tem consequências muito graves
para os outros países da América Central, especialmente a Costa Rica”.
Na semana passada, o Congresso da Costa Rica enviou uma carta à OPS
para avaliar a situação da pandemia na Nicarágua, um texto que o
Parlamento nicaraguense, dominada pelo sandinismo apoiante de Ortega,
rejeitou com uma série de insultos.
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