Militantes do Estado Islâmico (EI) colocaram minas terrestres em torno da cidade antiga de Palmira (Síria), revelou o Observatório Sírio de Direitos Humanos, ONG síria que conta com fontes em diferentes pontos do país.
Palmira fica a cerca de 200 km de distância da capital Damasco e é considerada um patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Tecnologia (Unesco) desde 1980.
De acordo com o órgão, a cidade antiga de Palmira é “um oásis no deserto sírio” e sua arquitetura, datada dos séculos I e II, mostra o encontro entre as culturas greco-romanas e persas com as tradições locais. Seu valor, considerou a Unesco, é inestimável e sua destruição seria uma enorme perda.
Em maio, depois de intensos combates entre tropas sírias e militantes do EI, extremistas tomaram o controle da cidade. Na época, cresceram os temores de que o grupo pudesse destruir este importante sítio arqueológico, como já fizeram em outros lugares sob seu domínio.
Na visão da ONG, contudo, ainda não está claro se a estratégia dos terroristas é a de explodir as antiguidades, uma vez que consideram que obras em homenagem a qualquer coisa que não seja Deus devem ser destruídas, ou se querem conter avanços das forças sírias. De todo o modo, ela não é a única a ter informações de que há explosivos em locais históricos.
Em entrevista ao jornal The Guardian, o responsável pela proteção de antiguidades no país Maamoun Abdulkari relatou ter recebido mensagens similares de residentes da região, mas ainda não há constatações oficiais. “Estou muito pessimista e triste”, lamentou.
Ainda de acordo com o The Guardian, o EI parece ainda não ter conseguido destruir os sítios em Palmira, mas sabe-se que os jihadistas conseguiram invadir um museu local. A sorte foi que, dias antes, o local havia sido esvaziado pelas autoridades para que os itens do acervo pudessem ser preservados.
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