De
acordos de cessar-fogo violados a cercos, a invasão russa da Ucrânia
encontra precedentes nas operações militares na Síria e na Chechénia.
O
estilo da invasão russa à Ucrânia tem precedentes históricos. Acordos
de cessar-fogo não respeitados, bombardeamentos indiscriminados e cercos
a cidades também fizeram parte do manual russo na Síria e na Chechénia,
escreve o Público.
O
conflito mais recente entre os chechenos e o Governo russo ocorreu após
a queda da União Soviética, com os separatistas chechenos a declararem a
independência em 1991.
No final de 1994, a Primeira Guerra da
Chechénia eclodiu e, após dois anos de combates, as forças russas
retiraram-se da região. Em 1999, os combates foram retomados e
concluídos no ano seguinte com as forças de segurança russas a
estabelecerem o controlo sobre a Chechénia.
Já a intervenção
russa na Guerra Civil Síria começou no fim de setembro de 2015. Os
russos lançaram uma série de ataques aéreos e navais feitos contra o
autoproclamado Estado Islâmico.
Os bombardeamentos e missões
atingiram outras organizações não-jihadistas que lutavam contra o regime
do ditador sírio Bashar al-Assad.
“Ele [Putin] agora vai fazer à
Ucrânia o mesmo que fez em Alepo, não vai?”, questiona Ahmad al-Khatib,
um sírio refugiado na Turquia, em entrevista à Al-Jazeera.
“Havia
bombas e sangue em todo o lado. Dormíamos e acordávamos com o som de
caças a voar e de ataques aéreos. As casas abanavam, as crianças
choravam e nós estávamos todos à espera da morte”, lembrou al-Khatib os
ataques russos à sua cidade natal de Alepo.
Enquanto o exército
russo cercava a cidade, foram bombardeados hospitais, depósitos de água,
prédios residenciais e até colunas de ajuda humanitária.
Apenas
numa semana morreram mais de 300 civis e foram quebrados vários acordos
de cessar-fogo, recorda o jornal Público. As semelhanças são óbvias com
aquilo que está a acontecer atualmente na Ucrânia.
Kiev está
cercada e, ao longo da última semana, cidades como Kharkiv e Mariupol
sofreram bombardeamentos em larga escala. Os ucranianos também
denunciaram por duas vezes a quebra de cessar-fogo.
“Os
cercos já existiam na Síria antes de a Rússia se envolver, mas a Rússia
instrumentalizou-os. Ajudaram a apertar os cercos e certificaram-se de
que a ajuda e outras coisas importantes não podiam entrar nem sair, só
com negociação”, disse Emma Beals, analista no European Institute of
Peace, à Foreign Policy.
Um
relatório sobre refugiados chechenos dos Médicos Sem Fronteiras, de
1999, revela ataques “contra alvos civis” e contra “grupos de
refugiados”, com a ajuda humanitária impossibilitada de atuar.
O
uso de armas termobáricas é geralmente condenado por organizações de
direitos humanos. Tanto governos ocidentais como a Rússia já foram
acusados anteriormente de recorrer a estas bombas.
Na
segunda-feira, uma explosão destruiu a refinaria de petróleo em
Okhtyrka, na Ucrânia, com as autoridades de Kiev a acusar a Rússia de
usar armas termobáricas — também conhecidas como bombas de vácuo.
Este
tipo de bombas sugam o oxigénio do ar e geram assim uma forte explosão
de alta temperatura e o seu uso é geralmente condenado pelos grupos de
direitos humanos. Frank Gardner, correspondente da BBC, refere-se a
estas bombas como “as mais poderosas” no arsenal russo, além das armas
nucleares.
As bombas de vácuo funcionam em duas etapas — a
primeira é a carga explosiva que dispersa o combustível numa nuvem que
pode então entrar em edifícios ou objetos ao redor e a segunda é a
ascensão da nuvem que causa uma enorme bola de fogo e suga o oxigénio
das áreas circundantes, causando uma onda de choque.
Segundo
Justin Bronk, investigador do Royal United Services Institute, um
explosivo normal tem 30% de combustível e 70% de oxidante em peso, mas
as bombas de vácuo são “todas combustível e usam o oxigénio do ar“,
sendo mais poderosas.
O calor e a pressão que a explosão emite
são tão fortes que uma pessoa que esteja na sua proximidade imediata
seria instantaneamente vaporizada e alguém que esteja na área
circundante ficaria ferida com gravidade.
As bombas matam
principalmente devido à “criação de uma onda de choque extremamente
poderosa que rompe órgãos e estoura os pulmões” e que se propaga em
“espaços confinados”, sendo “particularmente mortal contra pessoas em
locais escavados, como porões ou cavernas” e causando também queimaduras
graves.
Rússia já terá usado estas bombas na Chechénia
A
embaixadora da Ucrânia nos Estados Unidos, Oksana Markarova, acusou a
Rússia de usar este tipo de bombas no conflito entre os dois países,
após uma reunião com membros do Congresso norte-americano.
“A devastação que a Rússia está a tentar infligir à Ucrânia é grande”, acrescentou Markarova.
As
imagens captadas por um repórter da CNN perto da fronteira ucraniana
parecem mostrar lançadores de foguetes múltiplos TOS-1 a serem
transportados perto da cidade russa de Belgorod.
Outros vídeos
cuja veracidade não foi verificada também circulam nas redes sociais que
mostram os lançadores a serem transportados noutras partes da Rússia
perto da fronteira com a Ucrânia.
Já desde 1960 que os russos e
vários exércitos ocidentais usaram estas armas. Os Estados Unidos, por
exemplo, já as utilizaram durante a guerra no Afeganistão, para atacar
complexos de cavernas onde alegadamente estariam escondidos membros da
Al-Qaeda.
A Rússia também terá alegadamente usado bombas de
vácuo em 2000, na Chechénia, e mais recentemente Moscovo foi acusada de
usar estas armas juntamente com o Governo sírio na luta contra os
rebeldes.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky alertou que as forças russas estão-se a preparar para bombardear a cidade de Odessa.
“Rockets contra Odessa? Isto será um crime de guerra”, disse o chefe de Estado num discurso televisivo neste domingo.
O
exército russo continua o avanço para o sul da Ucrânia a partir da
Crimeia. Odessa é o principal porto da Ucrânia situado no Mar Negro,
pelo que é uma das cidades mais estratégicas a nível económico do país. A
cidade foi também local de uma revolta separatista apoiada pela Rússia
em 2014.
No resto do país, os ataques russos continuam. Há
relatos de mísseis que atingiram Jitomir, a oeste de Kiev. Registam-se
ainda confrontos violentos em Mykolayev, no sul, Chernihiv, a norte, e
em Kharkiv, que está cercada por tropas russas.
Ainda na
quarta-feira, o presidente da Câmara recebeu um alerta de que um jato
russo, provavelmente vindo da Crimeia, tinha disparado sobre uma
instalação militar nos arredores da cidade.
Na zona oeste do
país, numa tentativa de preservar o património cultural, a cidade de
Lviv protege estátuas e monumentos de eventuais ataques russos.
A
Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na
Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos
entre a população civil.
Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,5 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.
A
invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade
internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o
reforço de sanções económicas a Moscovo.
A
Rússia pode intensificar os ataques contra alvos civis na Ucrânia, nas
próximas horas, com o objectivo de decapitar o Governo de Kiev. Putin já
terá preparado um “governo fantoche” e teme-se “campanha de terra
queimada”. Enquanto isso, a China está num beco sem saída.
A
campanha militar da Rússia na Ucrânia pode ser intensificada nas
próximas horas, com a aposta numa estratégia de “terra queimada” para
dar o golpe final ao país vizinho.
O antigo Comandante General
das Forças Armadas dos EUA na Europa, Mark Hertling, admite que Putin
pode visar alvos civis devido às baixas que a Rússia tem sofrido e à
evidente dificuldade em tomar a Ucrânia, em particular a capital Kiev.
“O
que me preocupa é o que vai acontecer nas próximas 24 a 48 horas porque
a Rússia está a tentar atingir alvos de longo alcance” que “os
ucranianos não podem alcançar”, salienta o ex-Comandante General em declarações à CNN.
“Infelizmente,
conhecemos o modo de guerra russo, vão começar a atacar,
extensivamente, alvos civis, pois tiveram zero sucesso quando atacaram
os militares ucranianos”, prevê ainda Hertling.
“Portanto, vão fazer uma campanha de terror, uma campanha de terra queimada”, vaticina ainda.
Entretanto, um alto funcionário do Governo dos EUA confirma à ABC News que a Rússia já tem preparado um “governo fantoche” para colocar no poder em Kiev.
“A
inteligência dos EUA acredita que as tropas russas acabarão por esmagar
Kiev e decapitar o seu Governo“, com os “crescentes bombardeamentos
indiscriminados contra alvos civis em toda a Ucrânia”, refere a mesma
fonte.
Também
foram revelados alegados planos russos para tomar a Ucrânia em 15 dias,
ou seja, até este domingo, 6 de Março, com o recurso a execuções
públicas para demover os ucranianos de resistirem.
Amizade entre Xi e Putin “não tem mesmo limites”?
No
meio de todos estes receios quanto à escalada da violência e do terror,
perante a aparente política de “vale tudo” de Putin, é preciso olhar
para a posição da China como pivot que pode ser fundamental neste
conflito.
Xi chegou a dizer que a amizade com a Rússia, e com
Putin, “não tem limites”. Mas, agora, receia as consequências que essa
amizade pode trazer para a China, sobretudo numa altura em que o mundo
está a isolar a Rússia.
“O custo é muito real para a China e
está a expor os limites da política de Xi”, analisa a especialista Jude
Blanchette, do Centro para os Estudos Internacionais Estratégicos dos
EUA, em declarações ao The Wall Street Journal (WSJ).
A
própria China pode ter sido apanhada de surpresa pela invasão da
Ucrânia e vê-se, agora, numa espécie de beco sem saída. Por um lado,
pode acabar muito prejudicada por esta guerra, tanto a nível económico
como geoestratégico.
Mas, por outro lado, precisa de manter a
sua “parceria com Putin” porque vê poucas “possibilidades de melhoria
dos seus laços com os EUA”, analisa o WSJ. Portanto, tem de “manter a
Rússia por perto como a sua mais importante colaboradora estratégica”,
constata ainda o jornal.
“É inegável que, nesta altura, a China
ocupa um nexo estranho onde está a tentar sustentar o seu relacionamento
profundo e fundamental com a Rússia”, refere Kurt Campbell, o
coordenador sénior do presidente dos EUA, Joe Biden, para a Política
Indo-Pacífico no Conselho de Segurança Nacional, em declarações
divulgadas pelo WSJ.
Kurt Campbell revela que os EUA esperam que
a China acabe por ter “um papel decisivo encorajando Putin a
reconsiderar” esta guerra contra a Ucrânia. “Acreditamos que [os
chineses] optaram por não pesar [as consequências] antecipadamente”,
acrescenta o coordenador. O peso do óleo de girassol
Os
fortes laços económicos com a Rússia estarão, assim, a manter os
chineses ao lado dos russos. Mas Xi Jinping anseia que esta guerra
termine o quanto antes, para minimizar as perdas.
“A Ucrânia
vendeu à China o casco do que se tornou no seu primeiro porta-aviões e
fornece 70% do óleo de girassol importado pelo país”, nota o WSJ,
realçando que no mercado chinês, já se nota a falta deste ingrediente
tão fundamental como o arroz. A consequência imediata será o aumento dos
preços para os consumidores.
Mas a Ucrânia também exporta milho
para a China, bem como minério de ferro e motores de aeronaves que são
“essenciais para a defesa chinesa”, aponta o mesmo jornal económico.
Por outro lado, as exportações de bens tecnológicos da China para a Ucrânia estão a ser fortemente afectadas pela guerra.
Além
disso, a China teme vir a ser apanhada por sanções directas do mundo
ocidental, caso se mantenha firme ao lado da Rússia, numa altura em que
as sanções contra o país de Putin vão, sucessivamente, endurecendo. O problema Taiwan
Com todas estas variáveis económicas e geopolíticas em cima da mesa, há ainda a questão de Taiwan.
A CBC News canadiana avança
que os serviços secretos de vários países temiam que a China pudesse
aproveitar a invasão da Ucrânia para fazer o mesmo a Taiwan.
Este
cenário foi assumido pelo chefe do ramo de inteligência militar do
Canadá, o major-general Mike Wright, conforme refere aquela estação
televisiva, notando que a reacção do mundo ocidental em peso, condenando
e impondo sanções sem precedentes à Rússia, terá levado a China a
pensar duas vezes antes de entrar em Taiwan.
“Espero que com a
reacção da comunidade internacional, e especificamente da NATO e do
Ocidente, a China faça uma pausa em qualquer um dos seus planos
autoritários no futuro”, nota ainda o major-general citado pela CBS New.
A China também se opõe à expansão da NATO, tal como a Rússia
que se precipitou para esta guerra para impedir a entrada da Ucrânia
nesta organização.
A Ucrânia tem apelado à imposição de uma zona
de “não voo” sobre os céus do país, mas este é um tema controverso,
pois pode fazer descambar o conflito, levando as forças da NATO a
intervir. Um cenário que é preciso evitar a todo o custo, como defendem
vários líderes internacionais, nomeadamente o primeiro-ministro do
Canadá, Justin Trudeau.
Um
britânico morreu, recentemente, depois de ter ingerido uma enorme
quantidade de cafeína em pó, o equivalente a cerca de 200 chávenas de
café.
Tom Mansfield, um personal trainer de 29 anos, tomava
cafeína em pó para intensificar o seu desempenho corporal. Apesar de
supostamente aumentar a queima de gordura, a cafeína deve ser tomada com
alguma cautela e nas doses recomendadas.
O britânico cometeu um
erro trágico ao utilizar uma balança que media em gramas, e não
miligramas, tendo falecido na sequência de uma overdose.
Segundo a BBC, que cita o relatório médico, depois de ter calculado mal a quantidade de cafeína em pó, Mansfield sentiu-se indisposto.
Com
o ritmo cardíaco bastante rápido e intensas dores no peito, o britânico
começou a espumar da boca, tendo sido levado para o Hospital Glan
Clwyd, no País de Gales, onde os paramédicos tentaram reanimá-lo durante
45 minutos antes de declararem o óbito.
O pó específico de
cafeína utilizado por Mansfield foi produzido pela Blackburn
Distributions: tem uma dose recomendada de 200mg e uma dose máxima
diária de 400mg. O inquérito apurou que a balança tinha uma faixa de
pesagem de 2 a 5.000 gramas e que o personal trainer tentava pesar uma
dose recomendada de 60-300mg.
A autópsia mostrou que Mansfield
tinha níveis de cafeína de 392mg por litro de sangue, enquanto os níveis
normais variam de 2 a 4 miligramas por litro depois de uma pessoa beber
um café.
Em comunicado, Ben Blackburn, diretor da empresa,
disse que o pó deveria ser pesado com duas casas decimais em miligramas.
Depois do trágico acidente, o responsável disse que a empresa vai
passar a incluir colheres medidoras na embalagem do suplemento.
A
Rússia anunciou hoje um cessar-fogo temporário a partir das 10:00 em
Moscovo. No entanto, os ataques terão continuado e os corredores
humanitários foram suspensos.
“Hoje, 5 de março, é anunciado um
cessar-fogo a partir das 10:00, hora de Moscovo, e a abertura de
corredores humanitários para a saída de civis de Mariupol e Volnovaja”,
no leste da Ucrânia, disse o Ministério da Defesa russo.
Antes, o
autarca de Mariupol tinha afirmado que o porto estratégico de Mariupol
se encontrava “sob bloqueio” e era alvo de “ataques impiedosos” do
exército russo.
Mariupol, cidade com cerca de 450 mil habitantes
junto ao mar de Azov, está “sob bloqueio” e é, há cinco dias, alvo de
“ataques impiedosos”, escreveu Vadim Boitchenko na plataforma Telegram.
“A
nossa prioridade é conseguir um cessar-fogo para que possamos
restabelecer as infraestruturas vitais e criar um corredor humanitário
para fazer chegar alimentos e medicamentos à cidade”, acrescentou.
O
controlo de Mariupol é estratégico para a Rússia, uma vez que
permitiria garantir uma continuidade territorial entre as forças vindas
da Crimeia e as que chegam dos territórios separatistas pró-russos da
região de Donbass.
“A retirada da população civil vai começar às
11:00 (09:00 em Lisboa)”, disse a câmara municipal de Mariupol. Segundo
a NEXTA, é esperada a evacuação de mais de 200 mil pessoas da cidade.
A
Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à
Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de
2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a ONU, os ataques já
provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.
A invasão russa
foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que
respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções
económicas para isolar ainda mais Moscovo. Cessar-fogo não estará a ser respeitado
A Ucrânia argumenta que o cessar-fogo não está a ser respeitado em todo o corredor humanitário.
“A
partir das 10h55, o cessar-fogo foi confirmado apenas no território da
região de Donetsk. Mais adiante, na região de Zaporozhye, há batalhas.
Estamos a negociar com o lado russo para confirmar o regime de
cessar-fogo ao longo de toda a rota de evacuação da população civil de
Mariupol”, disse Pavel Kirilenko, líder da Administração Estatal
Regional de Donetsk, através do Telegram.
O
Batalhão de Azov informou que a decisão de evacuar os moradores de
Mariupol ainda não foi tomada, porque o regime de “cessar-fogo” não foi
introduzido.
Entretanto, o autarca de Mariupol anunciou que a evacuação da cidade foi suspensa após a violação do cessar-fogo pela Rússia.
Análise crítica de uma revista, no dia anterior a palavras duras de António Vitorino: “Isto é inaceitável”.
Há
relatos credíveis e confirmados de discriminação, violência e
xenofobia, no tratamento a pessoas que tentam fugir da guerra na
Ucrânia.
O “alarme” foi dado por António Vitorino, director-geral da Organização Internacional para as Migrações, numa mensagem publicada nesta quinta-feira, na qual é claro: “Discriminação é inaceitável“.
“Deploro
esses actos e peço aos Estados que investiguem esta questão e que a
resolvam imediatamente”, pediu o português, que tem recebido relatos que
originam ainda maior risco e maior sofrimento para os refugiados.
No dia anterior, um artigo na revista Fast Company considerou que a guerra na Ucrânia tem mostrado que a Europa, no geral, não trata todos os refugiados “da mesma forma”.
“A
cor da pele tem definido a experiência de algumas pessoas que têm
tentado fugir da Ucrânia”, escreve Adele Peters, centrando-se nos
estudantes africanos e asiáticos que estudavam na Ucrânia, que se têm
queixado de discriminação – sendo até empurrados para o fim da fila para
os ucranianos poderem passar primeiro.
De acordo com o relato
de uma estudante nascida no Gana, os responsáveis ucranianos pela
fronteira gritam constantemente para os africanos voltarem para onde
estavam, para não deixaram a Ucrânia. A própria estudante esteve quase
dois dias à espera para sair do país, sem comer.
Há também
imagens que mostram militares ucranianos a colocar africanos fora de
autocarros e de comboios que levaram refugiados para outros países.
“Nenhum negro aqui dentro”, terá dito um ucraniano.
No início desta semana o Governo da Nigéria já apelou ao tratamento “com dignidade e sem favores” a todos os refugiados.
Polónia
e Hungria apresentam igualmente relatos de alegada discriminação, com
refugiados que não são ucranianos a ficarem retidos, na sua tentativa de
mudança de país. O Governo polaco não quer imigrantes do Médio-Oriente
na Polónia.
Autoridades
ucranianas confirmam tomada russa da central de Zaporizhzhia. Regulador
diz que, apesar dos ataques e de um incêndio, não foram registadas
fugas ou alterações nos níveis de radiação da infraestrutura.
Militares
e civis ucranianos montaram um cerco em redor da central nuclear de
Zaporizhzhia, perto da cidade de Energodar, nas margens do rio Dniepre, e
resistiram como puderam, segundo noticia o Público.
Mas,
ao fim de vários dias de combates e já depois de um ataque do invasor
ter causado um incêndio na infraestrutura, a maior central nuclear da
Europa caiu nesta sexta feira de manhã para as mãos das tropas russas.
A
confirmação foi dada pelas autoridades regionais ucranianas, através de
uma mensagem publicada no Facebook, citada pela Reuters: “[A central]
foi capturada por forças militares da Federação Russa. O pessoal
operacional está a monitorizar o estado dos reatores nucleares“.
A central nuclear de Zaporizhzhia é responsável por cerca de um quarto da produção energética da Ucrânia.
Apesar
dos bombardeamentos russos e do enorme incêndio que deflagrou nas
últimas horas num dos edifícios da central, o SINR, autoridade
reguladora da energia nuclear da Ucrânia, informou que, por enquanto,
não foram identificadas fugas ou alterações nos níveis de radiação em
Zaporizhzhia.
O incêndio deflagrou na central nuclear de
Zaporizhzhia, durante a madrugada de sexta feira, e depois da
aproximação de tropas russas.
O fogo fez temer um desastre, mas a
Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), o órgão de vigilância
das Nações Unidas, disse que o regulador ucraniano não reportou qualquer
alteração nos níveis de radioatividade na central.
O fogo “não
afetou equipamentos essenciais” e o pessoal da central está a tomar
medidas de mitigação, divulgou a AIEA, no Twitter, às 2h25, depois de
receber informações do regulador ucraniano.
A informação foi confirmada por Andriy Tuz, porta-voz da central que dizia que não havia perigo de fugas de radiação.
“Exigimos
que parem os disparos com armas pesadas. Há uma ameaça real de perigo
nuclear na maior central da Europa“, apelou, notando que os bombeiros
estavam a ter dificuldades em chegar ao incêndio, por causa dos
combates.
Horas antes, o diretor da AIEA, Rafael Grossi, tinha pedido às tropas
russas junto da central um cessar-fogo e para se absterem de violência.
Mas a situação parece ter-se deteriorado e por volta da meia-noite
chegou um alerta do presidente da câmara de Enerhodar, a cidade vizinha
da central nuclear, dando conta de que havia um incêndio na central, numa publicação no serviço de mensagens encriptadas Telegram.
“Como resultado do contínuo bombardeamento de edifícios e unidades da
maior central nuclear da Europa, a central nuclear de Zaporizhzhia está
a arder”, escreveu Orlov no seu canal Telegram descrevendo a situação
como uma “ameaça à segurança global”.
O Serviço Estatal de Emergências da Ucrânia informou, mais tarde, que
o fogo atingiu um edifício de formação e um laboratório, “fora da
central nuclear”.
Numa mensagem colocada na plataforma Telegram, o serviço acrescentou
que o sistema de energia da uma das unidades da central foi desligado como prevenção.
“Alertamos
todo o mundo para o facto de que nenhum outro país além da Rússia
alguma vez disparou contra centrais nucleares. Esta é a primeira vez na
nossa história, a primeira vez na história da Humanidade. Este Estado
terrorista recorreu agora ao terror nuclear”, afirmou Volodimir
Zelensky, num vídeo difundido pela presidência ucraniana.
Zelensky falou também com o Presidente norte-americano, Joe Biden, que apelou também a que a Rússia pare toda a atividade militar na área, para que os serviços de emergência possam aceder ao local.
“Os sistemas e os elementos, importantes para a segurança da central de energia nuclear, estão a funcionar em condições. Até ao momento, não foram registadas mudanças no estado de radiação”, informou o SINR, citado pela Sky News.
Durante o ataque e antes da captura russa, Volodimir Zelensky,
Presidente da Ucrânia, tinha apelado aos países europeus para ajudarem o
Exército ucraniano na defesa da central de Zaporizhzhia e acusado a
Rússia de recorrer ao “terror nuclear” e de “querer repetir” a catástrofe de Chernobyl.
Ucranianos estavam a fabricar bomba atómica
De acordo com a LUSA, o chefe do Serviço de Informações Externas da
Rússia afirmou que o Ocidente quer impor um bloqueio económico,
informativo e humanitário à Rússia, com o objetivo de destruir o país.
O chefe do Serviço de Informações Externas (FSB, que sucedeu ao KGB)
da Rússia, Sergey Naryshkin, denunciou esta quinta-feira que a Ucrânia
estava a trabalhar no fabrico de uma bomba atómica.
“De acordo com os dados do Ministério da Defesa da Rússia, a Ucrânia
conservou (desde a União Soviética) o potencial técnico para criar armas
nucleares e é mais capaz de o fazer do que o Irão ou a Coreia do Norte.
Além disso, de acordo com os dados do FSB, a Ucrânia estava a trabalhar
nessa direção”, afirmou em comunicado.
Segundo Naryshkin, não era só a Rússia que estava ciente disso, mas também os Estados Unidos.
“Contudo,
não só não colocaram quaisquer obstáculos a estes planos, como estavam
prontos a dar um impulso aos ucranianos, esperando que os mísseis
ucranianos com ogivas nucleares fossem apontados não para o Ocidente,
mas para o Oriente”, denunciou ainda Naryshkin.
“A máscara foi removida. O Ocidente está só a cercar a Rússia com uma nova ‘cortina de ferro’. Trata-se de tentar destruir o nosso Estado,
um ‘cancelamento’ [do Estado], como estão agora habituados a dizer os
meios de comunicação liberais-fascistas tolerantes”, acrescentou.
Naryshkin apontou que “uma vez que nem os Estados Unidos, nem os seus
aliados têm a coragem de tentar fazê-lo abertamente e num confronto
político-militar honesto, estão a tentar impor de forma vil um bloqueio
económico, informativo e humanitário”.
“O mais repulsivo é que tudo isto está a ser feito sob ‘slogans’ enganadores sobre a necessidade de proteger a soberania da Ucrânia e a segurança europeia”, alerta.
Algo que os políticos e especialistas ocidentais definem como “uma nova Guerra Fria”, mas que, na opinião da Rússia, “já é uma guerra bastante quente“, concluiu Sergey Naryshkin.
Forças
militares da Bielorrússia receberam ordens para cruzar a fronteira rumo
à Ucrânia e vão receber indicação para atacar o país vizinho, que
enfrenta uma invasão russa, revelou o Comando Geral das Forças Armadas
ucranianas.
Perto da região de Volhynia, no oeste da Ucrânia e
na fronteira com a Bielorrússia ao norte e com a Polónia a oeste, “38
brigadas de assalto aerotransportadas estão numa área arborizada”,
referiu a fonte das Forças Armadas da Ucrânia através da rede social
Facebook.
“De acordo com as informações disponíveis, o comando
da unidade militar foi ordenado a cruzar a fronteira com a Ucrânia“,
salientou.
De acordo com o Comando Geral das Forças Armadas da Ucrânia, “a ordem de combate será dada depois de cruzarem a fronteira”.
A
mesma fonte referiu que o estado moral e psicológico das forças
bielorrussas é “muito baixo” e que “os oficiais e militares não querem
desempenhar o papel de mercenários russos“.
“Um número significativo manifestou-se a favor da rescisão dos contratos, que expiram principalmente em maio”, acrescentou.
O
Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, reiterou em várias
ocasiões, nos últimos dias, que não tem planos para atacar a Ucrânia.
O
secretário-geral da NATO disse hoje temer que “os dias vindouros sejam
piores” na Ucrânia, devido à guerra causada pela invasão russa, e que a
Rússia avance para outros países da Aliança, como a Geórgia ou a
Bósnia-Herzegovina.
“É provável que os dias vindouros sejam
piores, com mais mortes, mais sofrimento e mais destruição, à medida que
as Forças Armadas russas trazem armamento mais pesado e continuam os
seus ataques por todo o país”, disse Jens Stoltenberg.
O
responsável falava em conferência de imprensa na sede da NATO, em
Bruxelas, após uma reunião extraordinária do Conselho do Atlântico
Norte, o principal organismo de decisão política da organização e no
qual cada país membro tem assento ao nível dos chefes de diplomacia.
“Esta
é a pior agressão militar da Europa em décadas, com cerco a cidades e a
escolas, hospitais e edifícios residenciais e ações imprudentes de
bombardeamento em torno de uma central nuclear ontem [quinta-feira] à
noite e muitos civis mortos ou feridos”, assinalou.
“A ambição
do Kremlin é recriar uma esfera de influência e negar a outros países o
direito de escolherem o seu próprio caminho e, por isso, os ministros
[da NATO] discutiram a necessidade de apoiar os parceiros que possam
estar em risco, incluindo a Geórgia e a Bósnia-Herzegovina”, referiu
Jens Stoltenberg.
De acordo com o secretário-geral da Aliança Atlântica, “a agressão da Rússia criou um novo normal para a segurança”. NATO protegerá “cada centímetro” da Aliança
A
NATO sublinhou esta sexta-feira que é uma organização defensiva, que
não procura o conflito armado com a Rússia, mesmo à luz da agressão à
Ucrânia, mas advertiu que, se o conflito chegar à Aliança, protegerá
“cada centímetro” do seu território.
“Somos uma aliança
defensiva, não procuramos conflitos, mas se o conflito chegar a nós,
estamos prontos e vamos defender cada centímetro do território da NATO”,
advertiu o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, à
chegada ao quartel-general da Aliança, em Bruxelas, para uma reunião do
Conselho do Atlântico Norte ao nível de chefes de diplomacia.
A
seu lado, Jens Stoltenberg realçou igualmente que “a NATO não faz parte
do conflito, a NATO é uma aliança de defesa”, que “não procura o
conflito bélico com a Rússia”, mas advertiu também para a intransigência
da organização na defesa de todos os seus membros.
“Ao mesmo
tempo, temos que assegurar que não há quaisquer mal-entendidos sobre o
nosso compromisso em defender e proteger todo os aliados, e daí termos
aumentado a presença de forças da NATO na zona leste da Aliança”,
declarou.
Também Blinken disse que os Aliados estão igualmente a
preparar “o futuro da NATO”, comentando que “os acontecimentos das
últimas semanas forjarão ainda mais esse futuro”, a ser desenhado com o
novo conceito estratégico da organização e a próxima cimeira da NATO,
“dentro de alguns meses”, em junho, em Madrid.
O chefe da
diplomacia norte-americana saudou a forma como, “face à agressão
premeditada da Rússia contra a Ucrânia, a Aliança juntou-se com
velocidade, unidade e determinação“, apontando que, “cada aliado, de uma
forma ou outra, está a assistir a Ucrânia e o reforço da NATO”.
Relativamente
aos mais recentes acontecimentos no terreno, o secretário-geral da
organização apontou que o ataque russo à central nuclear ucraniana de
Zaporizhzhia, a maior da Europa, “demonstra bem a imprudência desta
guerra, a importância de lhe por fim, e a importância de a Rússia
retirar todas as tropas e comprometer-se de boa fé com os esforços
diplomáticos”.
Há poucas dúvidas de que o nível do
mar está a subir, e há cidades que correm o risco de ficar submersas.
Lisboa está em 17º lugar na lista das primeiras cidades submersas nas
próximas décadas.
Já não se trata de uma questão de se, mas de quando. No entanto, ninguém pode prever exatamente a altura em que vai acontecer.
Mas de acordo com o The Swiftest,
com base em simples mapas de elevação do Coastal Risk Screening Tool,
podemos prever quais as principais cidades do mundo com maior
probabilidade de ficarem debaixo de água primeiro.
Os mapas interativos da Coastal Risk Screening Tool,
criados pela Climate Central, comunidade de cientistas e jornalistas
independentes, permitem aos utilizadores visualizar mapas de diversas
partes do mundo, filtrados por área de risco.
Algumas previsões
colocam o nível do mar a taxas muito mais elevadas à medida que nos
aproximamos do ano 2100, mesmo até 2,5 metros, se nada for feito para
abrandar as emissões de gases com efeito de estufa.
1,5 metros é
uma estimativa realista que muito provavelmente ocorrerá dentro dos
próximos 80 anos. Este cenário é possível dadas as atuais projeções, o
aumento da temperatura global, e a inação dos principais líderes
políticos e industriais mundiais.
O Euromonitor
permitiu dentificar as 36 maiores das cidades mais visitadas do mundo,
que serão afetadas pela subida do nível do mar. Estas serão as primeiras
cidades submersas nos próximos 80 anos.
Utilizando os mapas
gerados para estas cidades, é possível observar as principais atrações
turísticas em risco, por estarem total ou parcialmente submersas dentro
das zonas identificadas que serão afetadas pela subida do nível do mar.
O
The Swiftest classificou estas 36 cidades por população, para destacar
os destinos de maior risco, que terão a maior deslocação de vida tal
como a conhecemos.
Tóquio, a capital do Japão e a cidade mais
populosa do mundo, encabeça a lista. A sua população aumenta em 2,4
milhões ao longo do dia, devido aos estudantes e trabalhadores de
distritos vizinhos, que se mudam para Tóquio.
Mumbai, na Índia,
com mais de 20 milhões de habitantes, e Nova Iorque, nos Estados Unidos,
com uma população semelhante, completam o Top 3 das cidades.
Em 7º encontra-se a cidade de Banguecoque, na Tailândia, com cerca de 10 milhões e 700 mil habitantes.
O
governo tailandês não conseguiu implementar qualquer ação no sentido de
evitar a situação precária da gestão costeira e está a receber críticas
de cientistas climáticos. Algumas previsões colocam Banguecoque debaixo
de água até 2050.
Em 8º lugar na lista está Jacarta. A cidade da indonésia, que já se está a afundar, vai ser brevemente transferida para o Bornéu, onde os indonésios estão a construir a sua nova capital, Nusantara.
Com
uma população de 10 milhões de habitantes, Jacarta é considerada por
alguns como “a cidade que mais rapidamente se vai afundar no mundo”,
estimando-se que estará “inteiramente submersa até 2050“.
Em dezembro de 2021, Jarcarta foi novamente submersa, tendo partes da capital ficado 2,7m debaixo de água.
Lisboa entre as grandes cidades submersas
Lisboa é a 17ª cidade na lista. A capital portuguesa, que já foi atingida por um megatsunami em 1755 e está “em cima de um barril de pólvora”, pode afinal ficar submersa apenas pela subida do nível das águas do mar.
Lisboa é uma das 36 cidades em risco de ficar submersas
Em 22º na lista está Nova Orleães. A cidade norte
americana, que em 2005 foi já devastada pelo furacão Katrina, corre o
risco de enfrentar novamente a água do mar.
Amesterdão, situado nos Países Baixos, um país já de
si conquistado ao mar pela sua população através de diques e barragens,
é a 25ª na lista. Será também uma das primeiras cidades submersas.
Veneza, que há anos sofre com o problema da sua baixa altitude — está apenas a 1 metro acima do nível das águas do mar — sofre prejuízos todos os anos com as cheias, e encontra-se em 27º na lista.
Pela primeira em 1.200 anos, em outubro do ano passado, a cidade italiana foi capaz de travar a subida do nível da água, recorrendo a barreiras móveis recentemente instaladas no mar.
O sistema de defesa MOSE, nome italiano para para Moisés, derivado do Modulo Sperimentale Elettromeccanico (Módulo Eletromecânico Experimental), visa reter a subida das águas e a consequente inundação das cidades.
Macau, cidade chinesa, encontra-se em 28º na lista.
Com 661 mil habitantes, pode ver submersos o seu aeroporto e a AJ
Hackett Macau Tower.
Destinos turísticos em risco
Algumas destas cidades submersas nos próximos anos são também
destinos turísticos populares, que já estão a lutar contra o aumento do
nível das águas e os danos causados pelas inundações frequentes.
Veneza é um exemplo fácil de um destino turístico que sofre uma tensão significativa e crescente devido a inundações frequentes.
A Basílica de St. Mark em Veneza já sofreu graves inundações e danos causados pela água.
Apesar dos esforços para introduzir um sistema de barreira de
inundação, a Praça de St. Mark foi danificada em 2020 quando a barreira
de inundação não foi utilizada, demonstrando que mesmo quando existem
infraestruturas para prevenir os efeitos da crise climática, estas só
resolverão alguns dos problemas.
O
destino turístico popular Waikiki Beach no Havai já está a lutar com a
subida do nível do mar e requer maior proteção contra a crescente erosão
costeira.
Já desapareceram 13 milhas da praia havaiana no século passado. As
suas atuais tentativas de reabastecer as praias com areia importada são
medidas dispendiosas e temporárias.
O estado da Florida está a investir 4 mil milhões de
dólares na prevenção de mais danos, em particular em Miami Beach, um
destino turístico popular com quase 1.200 casas atualmente em risco de
inundação. Na verdade, as inundações estão a tornar-se uma ocorrência
anual nesta região.
Segundo a UNESCO, a famosa Ilha de Páscoa e as suas
icónicas estátuas estão gravemente em risco devido à subida do nível do
mar e às chuvas. A ilha está já a sofrer uma erosão significativa e as
ondas aproximam-se todos os anos do local.
A famosa Ilha de Páscoa está em risco
Mais de 90 ilhas nas Maldivas sofrem inundações todos os anos e prevê-se que percam 80% ou mais das suas ilhas nas próximas três décadas.
Já estão a ser feitos planos pelo governo local para adquirir terras
noutros países como um seguro para deslocalizar a população das
Maldivas, se necessário.
O Wadden Sea faz parte do património europeu da UNESCO e é visitado por milhões de pessoas todos os anos.
A miríade de espécies vegetais e animais está em risco devido à
subida do nível do mar e à erosão, o que causará danos significativos.
Estão a ser feitos esforços para evitar que isto aconteça.
Embora a região deEifel não se encontre na costa, os rios estão também sujeitos a grandes catástrofes de alterações climáticas.
Como exemplo, Eifel, localizada no epicentro das adegas e festivais
de vinho na Alemanha, foi atingida por inundações maciças em 2021 que
nivelaram edifícios e arruinaram empresas. Mais de 220 pessoas morreram
na Alemanha e na Bélgica durante estas inundações.
Key West, na Flórida, já investiu em infraestruturas e projetos de relocalização antes de se verificarem danos incalculáveis.
Os peritos estimam que partes da Key West estarão submersas em 2040, e
o dinheiro que custaria para se preparar para isso está nos milhares de
milhões.
A cidade de Nova Iorque está a experimentar uma
frequência e gravidade crescentes das cheias, recebendo a primeira
emergência de inundação instantânea da cidade na história registada em
novembro de 2021.
Este é um problema para o qual Nova Iorque não está estruturalmente preparada.
Entre as suas atrações turísticas mais emblemáticas, a Estátua da Liberdade foi danificada durante o furacão Sandy e corre o risco de sofrer danos imediatos devido à subida do nível do mar.
Porque é que a subida do nível do mar é importante?
De acordo com as Nações Unidas, aproximadamente 10% da população
mundial (ou 790 milhões de pessoas) vive na linha costeira. Muitas das
maiores cidades do mundo têm evoluído ao longo das costas do mundo.
Historicamente, estas cidades costeiras têm prosperado devido à facilidade do comércio e das trocas comerciais.
Estes polos económicos são também algumas das cidades mais povoadas,
o que coloca milhões de habitantes em risco. Estima-se que dois terços
das cidades com mais de 5 milhões de habitantes se situam em regiões
costeiras ameaçadas.
A erosão costeira é uma grande ameaça sem sequer ter em conta o aumento do impacto de catástrofes naturais, como furacões ou tsunamis.
Isto significa que as cidades irão enfrentar grandes cataclismos, antes de ficarem completamente submersas de forma permanente.
2/3 das cidades com mais de 5 milhões de habitantes estão em regiões costeiras
A perda de terreno não é a única preocupação
A subida do nível do mar é um tema de grande preocupação, mas a isto acresce o aumento das catástrofes naturais que acompanha o aumento da temperatura. Prevê-se que secas, incêndios, furacões e tempestades tropicais aumentem.
Os animais estão também a ser afetados pelo aumento das temperaturas
globais, à medida que os locais naturais de vida são perturbados ou já
não são habitáveis, o que tem um impacto enorme na biodiversidade e na capacidade de sobrevivência nos seus habitats naturais.
A extinção de espécies animais está na realidade a
prejudicar ainda mais o desembolso de sementes de plantas, o que por sua
vez prejudica a adaptação ao clima natural.
O impacto da subida do nível do mar varia, em grande medida, em
função da capacidade dos governos locais de reconhecer o problema
suficientemente cedo e de dispor dos recursos necessários para mitigar
os danos graves.
Por exemplo, Jacarta está em vias de construir um muro marítimo
de 40 mil milhões de dólares para travar a maré. Além disso, o governo
aprovou uma lei que permite que a capital seja transferida de Jacarta
para uma zona de selva não desenvolvida na ilha vizinha de Bornéu.
O United States Geological Survey está atualmente a trabalhar num
estudo de avaliação de risco da paisagem costeira da região nordeste dos
Estados Unidos para (eventualmente) fazer recomendações sobre como enfrentar a crise climática.
Tal como a nação insular de Kiribati, algumas nações literalmente não têm para onde ir e já estão a preparar o seu povo para a migração em massa.
Não há dinheiro ou terras suficientes para opções alternativas, e o
governo está a comprar propriedades noutros países para deslocar o seu
povo quando o inevitável acontecer. Tuvalu deve desaparecer dentro das próximas duas décadas.
Não é demasiado tarde
Mas mesmo os países mais pro-ativos não podem evitar completamente os
efeitos da subida do nível do mar sobre as suas populações.
Medidas preventivas não evitarão unilateralmente os efeitos
devastadores de um aumento global da temperatura do mar, especialmente
quando alguns políticos ainda hesitam em chamar às mudanças climáticas
extremas “mudanças climáticas”.
De facto, já foram gastos biliões de dólares em
resposta a eventos de catástrofes naturais e isto só irá aumentar à
medida que as calamidades crescerem em frequência e gravidade.
Mesmo quando se discute a erosão das linhas costeiras, a destruição
das cidades, a perda de vidas, e a incalculável pressão financeira da
crise climática, ainda pode ser muito difícil para muitos conceptualizar
exatamente a gravidade do problema.
De acordo com a NASA, a NOAA, e outros grupos de defesa da ciência, não é demasiado tarde para abrandar ou prevenir muitos dos efeitos devastadores das alterações climáticas.
Entretanto, podemos aprender muito com a forma como os holandeses têm vindo a lidar com este problema há décadas.
A Dutch Delta Works é uma das sete maravilhas do mundo moderno e tem mantido a Holanda acima do nível do mar com a sua rede de barragens, diques, e outros sistemas de prevenção de cheias, desde os anos 50.
Bruxelas
está nervosa. Há um medo real de que a Europa possa estar a caminhar em
espiral para a sua pior crise de segurança, em décadas.
Mas a angústia dos belgas não está totalmente centrada no atual conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
A
preocupação dominante no Ocidente — Washington, NATO, Reino Unido e UE —
está mais relacionada com Moscovo procurar dividir e desestabilizar a
Europa, abalando o equilíbrio do poder continental a favor do Kremlin.
O
primeiro-ministro polaco Mateusz Morawiecki, no final do ano passado,
sublinhou que o Ocidente precisava de “acordar do seu sono geopolítico”
em relação às intenções da Rússia, de acordo com a BBC News.
As
consequências da invasão da Ucrânia pelo Presidente russo Vladimir
Putin e o anúncio de que colocou o sistema de dissuasão nuclear russo em
“alerta máximo” continuam a ecoar em toda a Europa Central.
Segundo a Raw Story,
as pessoas que vivem nos antigos Estados da era soviética têm ido a
correr para as farmácias para comprar iodo, na crença de que este as
protegerá de envenenamento por radiação.
Para além de levantarem
dinheiro dos bancos e encherem os seus depósitos de gás, dezenas de
pessoas tentam armazenar iodo para o caso de Putin se virar para o
ataque nuclear.
Hugo, um português que mora na Bélgica, explicou
ao ZAP que, “por causa das centrais nucleares, é habitual haver pessoas
a procurar essas pastilhas”.
“Mas, agora, claro que com as notícias de possível guerra nuclear”, acrescenta, as pessoas andam “paranoicas”.
“Nos
últimos seis dias, as farmácias belgas venderam tanto [iodo] como
durante um ano”, disse Nikolay Kostov, presidente do Sindicato das
Farmácias, à Reuters.
“Algumas farmácias já nem têm em stock. Encomendámos mais quantidades, mas receio que não durem muito tempo”, acrescenta.
Segundo relata o La Voix du Nord,
os mísseis russos com alcance de até 2500 km, que podem ser carregados
com ogivas convencionais ou nucleares, preocuparam imediatamente o
público.
As farmácias belgas foram tomadas de surpresa, segundo
Le Soir. Cerca de 1.500 caixas de 10 comprimidos de iodeto de potássio
foram entregues na quinta feira passada, e quase 4.000 por dia na sexta
feira e no sábado. Na segunda feira, o número aproximava-se das 30.000
caixas.
De acordo com o Courrier International,
na Bélgica, os comprimidos de iodo são distribuídos gratuitamente nas
farmácias, há quatro anos, devido ao mau estado das instalações
nucleares do país.
As pessoas que viviam num raio de 20
quilómetros à volta das centrais nucleares em atividade no país em 2018 –
Tihange, no leste, e Doel, no norte – receberam, na altura, cápsulas.
Em setembro do mesmo ano, também as autoridades alemãs tinham distribuído pastilhas
de iodo aos habitantes da cidade de Aachem, a 70 km da central nuclear
belga. As autoridades alegaram que a central estava tão próxima que, em
caso de emergência, não haveria tempo para distribuir os comprimidos.
Miroslava
Stenkova, representante das farmácias Dr. Max na República Checa, onde
algumas lojas tinham ficado sem iodo depois de a procura ter disparado,
admitiu que “tem sido uma loucura“.
O iodo — tomado em
comprimidos ou xarope — é considerado uma forma de proteger o corpo
contra condições como o cancro da tiroide em caso de exposição
radioativa. As autoridades japonesas recomendaram em 2011 que as pessoas
em redor da central nuclear de Fukushima tomassem iodo.
Mas
alguns funcionários da região advertiram que o iodo não iria ajudar em
caso de guerra nuclear. Dana Drabova, chefe do escritório estatal checo
de Segurança Nuclear, escreveu no Twitter: “Pergunta-se muito sobre as
pastilhas de iodo como proteção contra a radiação, mas quando (Deus nos
livre) as armas nucleares são utilizadas, são basicamente inúteis“.
No entanto, na Polónia, o número de farmácias que vendem iodo mais do que duplicou, segundo o Gdzie po lek, um site polaco que ajuda os doentes a encontrar a farmácia mais próxima com o medicamento que procuram.
“Dados
internos no nosso site mostram que o interesse pelo iodo aumentou cerca
de 50 vezes desde quinta-feira passada”, disse Bartlomiej Owczarek,
co-fundador da plataforma.
A Agência Federal Belga de Controlo
Nuclear escreveu no Twitter, na segunda-feira, que “a situação atual na
Ucrânia não requer pastilhas de iodo. Ainda estão livremente disponíveis
nas farmácias, mas não são necessárias neste caso específico. Tomar
apenas iodo por recomendação das autoridades”.
A
Rússia planeia tomar a Ucrânia em 15 dias, ou seja, até ao próximo
domingo, 6 de Março, de acordo com alegados documentos secretos
revelados pelas Forças Armadas da Ucrânia. Putin planeia controlar as
principais cidades ucranianas e demover a resistência com execuções
públicas.
Numa altura em que a Rússia ganha terreno a sul da
Ucrânia, são divulgados os alegados planos russos para a ofensiva que
preveem a conquista do país em 15 dias, ou seja, de 20 de Fevereiro a 6
de Março.
Estes documentos são publicados no Facebook pelo
Comando de Operações das Forças Armadas Conjuntas da Ucrânia (COFACU)
que garante que os planos foram aprovados a 18 de Janeiro passado.
“Graças
às acções bem-sucedidas de uma das unidades das Forças Armadas da
Ucrânia, os ocupantes russos perdem não apenas equipamento e força
viva”, mas, “em pânico, também deixam documentos secretos”, aponta o
COFACU na publicação na rede social.
O COFACU publica o que
serão os “documentos de planeamento de uma das unidades do grupo táctico
do batalhão 810.a”, da “brigada marinha da Frota do Mar Negro da
Federação Russa”, incluindo “um mapa de trabalho, tarefas de combate,
mesa de chamadas, mesas de sinais de controlo, mesas de gestão ocultas,
lista de armazém de pessoal”, entre outros elementos.
Derrotar os ucranianos com execuções públicas
Entretanto, a jornalista da Bloomberg News
Kitty Donaldson assegura que os serviços secretos da Rússia também têm
planos para realizar “execuções públicas” logo que o exército russo
passe a controlar as principais cidades ucranianas.
Uma estratégia para “desencorajar os ucranianos de lutarem” contra a ocupação, como refere.
A
jornalista cita uma fonte da Inteligência Europeia e nota que os planos
passam ainda pelo “controle violento das multidões” e por “detenções
repressivas de organizadores de protestos” de forma a “quebrar a moral
ucraniana”.
Contudo,
os soldados de Putin têm enfrentado algumas dificuldades, sobretudo
devido à resistência ucraniana, cujas forças armadas têm sido reforçadas
por muitos civis voluntários.
Mas há também algum espanto pelo facto de a Rússia não ter conseguido afirmar a sua superioridade aérea.
Pelo
meio, começa a ser evidente alguma desmoralização das tropas russas e
há rumores de que alguns soldados acreditavam que iam, apenas, fazer
exercícios militares.
Mas no sul da Ucrânia, os russos estão a
fazer valer a sua superioridade naval no Mar Negro. Ao mesmo tempo,
mantêm a pressão sobre a capital Kiev e sobre a segunda maior cidade
ucraniana, Kharkiv.
Nesta altura, Putin está a isolar a Ucrânia
nas suas fronteiras a sul, a oeste e a norte, na confluência com os
territórios russo e bielorrusso.
O país tem apenas a parte
ocidental livre de tropas russas, nas fronteiras com Moldávia, Roménia,
Hungria, Eslováquia e Polónia. Mas o plano russo também pode passar por
entrar na Moldávia.
Preocupação
séria com a decisão muito séria e irresponsável do presidente russo,
Vladimir Putin, de colocar toda a sua força nuclear em alerta máximo.
Você está pronto para lançar uma bomba atômica na Ucrânia por sua feroz
resistência?
No
jargão norte-americano o termo DEFCON ( DEFense CONdition, Condição de
Defesa ) é o termo utilizado para medir o nível de prontidão e defesa
das Forças Armadas.
Jargão DEFCON
Estas
condições de defesa descrevem estados progressivos de Alerta e
prontidão que são ativados pelo Estado- Maior Conjunto e pelos
comandantes das forças armadas. Os níveis de DEFCON são ajustados com
base na gravidade da situação militar. Em tempos de paz o DEFCON 5 é
ativado que diminui à medida que a situação se torna mais crítica.
DEFCON 1 representa a previsão de um ataque iminente e Nunca foi Alcançado.
Durante
o estado de emergência, podem ser ativados sete níveis de alerta
chamados LERTCON . Os sete LERTCONs correspondem a cinco condições de
defesa , denominadas DEFCONs e duas outras situações de emergência,
denominadas EMERGCONs . Neste domingo, Vladimir Puton ativou o alerta
equivalente ao DEFCON nível 1 .
- DEFCON 5 . Considere a situação normal em tempos de paz.
-
DEFCON 4 . Refere-se a uma situação em que a atividade dos serviços de
inteligência é ligeiramente aumentada e as medidas de Segurança Nacional
são reforçadas. Este nível foi mantido durante a maior parte da Guerra
Fria e durante a Crise da Crimeia .
-
DEFCON 3. Implica um aumento da disponibilidade de forças acima do
normal. Os militares dos EUA atingiram este nível de alerta em 1962
durante a crise dos mísseis cubanos .
Todo o exército dos Estados Unidos foi para o DEFCON 3 pela segunda vez durante a Guerra do Yom Kippur em 1973.
Este nível foi alcançado pela terceira vez durante os ataques de 11 de setembro de 2001 ao World Trade Center em Nova York.
-
DEFCON 2. É atribuído quando se atinge o nível imediatamente abaixo do
máximo. Só foi declarado duas vezes quando a Crise dos Mísseis de Cuba
foi tributada e na fase inicial da Operação Tempestade no Deserto
durante a Guerra do Golfo . Este seria o passo anterior para uma Guerra
Nuclear.
- DEFCON 1 . É o nível de Alerta mais Alto. Nunca foi usado pelos Estados Unidos.
Rússia Ativa Sua Força Nuclear
Surpreendentemente
o presidente russo Vladimir Putin ordenou que as forças de dissuasão de
seu país que incluem armas nucleares fossem colocadas em alerta máximo.
"Os
altos funcionários dos principais países da OTAN se entregaram a
comentários agressivos sobre nosso país portanto ordeno ao ministro da
Defesa e ao chefe do Estado-Maior que coloquem a Força de Dissuasão do
Exército Russo em Alerta de combate."
Ele
anunciou isso em uma reunião televisionada com o ministro da Defesa
Sergei Shoigu e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas Russas,
Valery Gerasimov .
"Sim,
senhor", respondeu Shoigu . Notícias da RIA Novosti citando o
Ministério da Defesa , as forças estratégicas “são projetadas para deter
a agressão contra a Rússia e seus aliados, bem como para derrotar o
agressor, mesmo em uma guerra com o uso de armas Nucleares.A
ordem de Vladimir Putin de colocar as forças de dissuasão de seu país
incluindo armas nucleares em alerta máximo é parte de "retórica
perigosa", disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg , a Dana
Bash , da CNN .
"Se
você combinar essa retórica com o que eles estão fazendo na Ucrânia,
travando uma guerra contra uma nação soberana independente, realizando
uma invasão completa da Ucrânia isso aumenta a gravidade da situação",
acrescentou. A
secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki afirmou que isso faz
parte de um padrão maior de escalada não provocada e "ameaças
fabricadas" pelo Kremlin . "Este é realmente um padrão que vimos do
presidente Putin ao longo deste conflito que ele está fabricando ameaças
que não existem para justificar mais agressão e a comunidade global e o
povo americano devem dar uma olhada nisso através disso. prisma", disse
Psaki a George Stephanopoulos , da ABC , em This Week .
"Isso
tudo é um padrão do presidente Putin e temos a capacidade de nos
defender, mas também devemos denunciar o que estamos vendo aqui do
presidente Putin.
Questionado
sobre mais ajuda militar ou sanções, Psaki disse que o Os Estados
Unidos estão preparados para enviar mais suprimentos militares
humanitários, econômicos e defensivos observando os mais recentes
anúncios de ajuda do governo desde o início do conflito de um sistema bancário com a comunidade global", disse Psaki .
Psaki
acrescentou que os Estados UnidosEle permanece em contato próximo com o
presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e o elogiou por sua liderança
ao longo dos primeiros dias da atual guerra. "Ele se opõe corajosamente à
invasão do presidente Putin e da liderança russa", disse Psaki .
"Permaneceremos em contato próximo com ele", disse.
O
Mar Vermelho esconde poderosas forças geológicas que poderiam colocar
em risco as comunidades na costa do Egito e da Arábia Saudita.
Um
deslizamento de terra aquático, que aconteceu há cerca de 500 anos no
Mar Vermelho, produziu ondas de até 10 metros que atingiram a costa
egípcia.
Agora, escreve o Science Alert,
um estudo levado a cabo pela Universidade de Miami, nos Estados Unidos,
prevê que a instabilidade geológica da região possa produzir eventos
ainda mais intensos no futuro e até mesmo tsunamis.
O
investigador Sam Purkis olhou pela janela de um submarino a 900 metros
de profundidade no Estreito de Tiran e, à luz da lanterna do veículo,
observou um fosso de três metros de largura e oito metros de altura.
“Percebi
imediatamente que o que estávamos a ver era o resultado de alguma força
geológica, que tinha partido o fundo do mar“, contou Purkis, um
geocientista marinho da Universidade de Miami.
Investigações
posteriores acabaram por revelar que a formação íngreme era o resultado
de um deslizamento de 30 metros de terra no fundo do mar, que terá
desencadeado ondas de 10 metros de altura que atingiram a costa do Egito
há 500 anos – tudo isto em apenas alguns minutos.
A porção de
terra que “sobrou” no fundo do mar pode desabar, provocando um tsunami
duas vezes maior do que o de há meio século. Este evento ameaça a costa
povoada do Egito e da Arábia Saudita.
Segundo o portal, se a
porção de terra no fundo do mar deslizar 50 metros, a cidade egípcia de
Sharm El Sheikh seria atingida por ondas com até 21 metros de altura em
apenas um minuto e meio. Com um deslizamento de 100 metros, as ondas
alcançariam os 45 metros de altura.
O artigo científico com as mais recentes descobertas foi recentemente publicado na Geophysical Research Letters.
Alexander
Lukashenko, Presidente da Bielorrússia, pode ter partilhado,
acidentalmente e em direto na televisão, os planos de invasão russa na
Ucrânia.
O jornalista bielorrusso Tadeusz Giczan partilhou, no
Twitter, um pequeno vídeo no qual é possível ver Alexander Lukashenko a
apontar para um mapa da Ucrânia segmentado em quatro partes, noticia o Business Insider.
“Parece
ser um verdadeiro mapa de invasão“, escreveu Giczan. O Presidente da
Bielorrússia apresentou o mapa durante uma reunião do conselho de
segurança do país.
Segundo alguns meios de comunicação social,
os alvos militares e a ordem pela qual as cidades ucranianas estão a ser
atacadas parecem coincidir com o mapa, que mostra as instalações
militares ucranianas destruídas por mísseis lançados a partir da
Bielorrússia, assim como o sentido e a direção dos ataques russos.
O
mapa reflete também a incursão da Rússia no norte da Ucrânia em direção
a Kiev e desde a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, à cidade de
Kherson, que terá sido capturada pela Rússia esta quarta-feira.
O
que se mantém incerto, e ao mesmo tempo perturbador, é se a informação
contida no mapa que ainda não se materializou é real ou não.
O
vídeo de Lukashenko revela um ataque na cidade portuária ucraniana de
Odessa em direção à Moldávia, um antigo país soviético no radar do
Kremlin. Lá existe um pequeno enclave, a Transnístria, apoiado pelo
Kremlin e onde a Rússia tem destacado tropas permanentemente.
Se
for verdade, as revelações do mapa sugerem que Moscovo planeia enviar
militares para este pequeno país de três milhões de pessoas nos próximos
dias.
O Parlamento ucraniano anunciou, na terça-feira, que as
tropas bielorrussas tinham entrado na região de Chernihiv, no norte da
Ucrânia, perto da fronteira com a Bielorrússia. A informação foi
confirmada por Vitaliy Kyrylov, porta-voz das Forças de Defesa do
Território Norte da Ucrânia.
Lukashenko, conhecido como “o último ditador da Europa”, está no poder desde 1994.
A
Bielorrússia desempenha um papel importante nesta guerra, uma vez que
foi a partir do seu território que o Ministério da Defesa da Rússia
lançou parte das suas tropas para invadir a Ucrânia.
Autoridades
ucranianas confirmaram hoje a tomada da cidade portuária de Kherson, no
sul do país, por parte de tropas russas, uma captura que a Rússia tinha
anunciado na manhã de quarta-feira.
Kherson, com cerca de 290
mil habitantes, é o maior centro urbano capturado pelas forças russas
desde que a invasão começou, a 24 de fevereiro, segundo a LUSA.
O
chefe da administração regional de Kherson, Gennadi Lakhouta, pediu aos
moradores, através da plataforma Telegram, que fiquem em casa,
indicando que “os ocupantes estão em todas as partes da cidade e são
muito perigosos“.
O presidente da câmara municipal da cidade,
Igor Kolykhaiev, anunciou que se havia reunido com tropas russas num
prédio da administração de Kherson.
“Não tínhamos armas e não
fomos agressivos. Mostramos que estamos a trabalhar para proteger a
cidade e a tentar lidar com as consequências da invasão”, disse, numa
publicação na rede social Facebook.
“Estamos a ter enormes
dificuldades com recolha de corpos e enterros, entrega de alimentos e
remédios, recolha de lixo, gestão de acidentes, etc.”, acrescentou
Kolykhaiev.
O responsável assegurou que “não fez promessas” aos russos e “simplesmente pediu para não disparar. Mais de um milhão de pessoas já saíram da Ucrânia
De
acordo com as Nações Unidas, mais de um milhão de pessoas já terão
saído da Ucrânia desde o início do conflito armado com a Rússia.
Filippo
Grandi, responsável pela pasta dos refugiados na ONU, disse, no
Twitter, nesta quinta-feira, que para milhões de pessoas, na Ucrânia, “é
hora de as armas se silenciarem, para que a assistência humanitária,
que salva vidas, possa ser fornecida”. Três escolas e catedral Kharkiv atingidas
Os
ataques aéreos russos atingiram várias infra-estruturas na cidade
ucraniana de Kharkiv, incluindo três escolas e a catedral, noticiou esta
quinta-feira a cadeia de televisão CNN.
Pelo menos três escolas
na segunda maior cidade da Ucrânia foram atingidas por ataques aéreos
russos nos últimos dias, de acordo com vídeos e fotografias publicadas
nas redes sociais, verificadas pela cadeia de televisão norte-americana.
Na quarta-feira, as autoridades ucranianas informaram que o bombardeamento russo tinha resultado na morte de pelo menos 21 pessoas, destruindo diversos prédios.
“Kharkiv
é hoje a Estalinegrado do século XXI“, disse Oleksiy Arestovich,
conselheiro da Presidência ucraniana, fazendo a comparação com um
episódio histórico, quando, durante cinco meses, o Exército soviético
defendeu a cidade russa das forças nazis, durante a Segunda Guerra
Mundial.
Os ataques russos, muitos com mísseis, fizeram explodir
o telhado do prédio da sede da polícia regional em Kharkiv e também
atingiram a sede dos serviços de informações e um prédio da
universidade, além de edifícios residenciais, detalharam.
Quatro
caças russos violaram hoje o espaço aéreo sueco a leste da ilha de
Gotland, no mar Báltico, adiantou o Exército, numa altura em que crescem
as tensões entre a Rússia e o Ocidente devido à invasão da Ucrânia.
“Dois Sukhoi Su-27 e dois Sukhoi Su-24 violaram o espaço aéreo sueco”, disse o Exército da Suécia em comunicado.
A invasão russa da Ucrânia reacendeu o debate sobre a adesão da Suécia à NATO.
Em
janeiro, a Suécia enviou tanques e dezenas de militares armados para as
ruas de Visby, uma cidade portuária na ilha de Gotland, no mar Báltico,
numa ação incomum tomada em resposta ao aumento da “atividade russa” na
região.
“As Forças Armadas estão a tomar as medidas necessárias
para proteger a integridade da Suécia e demonstrar a nossa capacidade
de proteger a Suécia e os interesses dos suecos”, adiantou à agência de
notícias AFP o ministro da Defesa, Peter Hultqvist, através de ‘e-mail’,
na ocasião.
A medida surgiu depois de três navios russos terem
navegado no mar Báltico, cruzando o estreito do Grande Cinturão na
Dinamarca.
Em comunicado, os militares disseram que as tropas
seriam enviadas para “reforçar as operações em muitos locais”, devido ao
“aumento da atividade russa no mar Báltico”.
Hutqvist disse
também à agência de notícias TT que as patrulhas na ilha de Gotland
mostravam que a Suécia estava a levar a situação a sério e que não seria
“apanhada de surpresa”.
As Forças Armadas da Suécia disseram
ter detetado uma crescente atividade russa no mar Báltico, ao indicarem a
existência de “elementos que se desviam no quadro normal” e decidiram
reforçar a preparação militar no país escandinavo.
A Defesa sueca considerava, no entanto, que o risco de ataque ao país escandinavo era “baixo”.
A
tensão entre a Suécia e a Rússia acentuou-se nos últimos anos,
coincidindo com o início do conflito russo-ucraniano, com denúncias
mútuas de violações do espaço aéreo, em particular pela parte sueca.
O
Ministério da Defesa russo admitiu hoje a morte de 498 soldados russos
na guerra que iniciou há sete dias contra a Ucrânia, além de 1.597
militares feridos.
A informação, a primeira que a Rússia divulga
desde que a guerra começou, a 24 de fevereiro, foi fornecida pelo
porta-voz da Defesa russo, Igor Konashenkov, num comunicado.
“Lamentavelmente,
entre os nossos camaradas que participam na operação militar especial,
há perdas: 498 militares russos morreram no cumprimento do seu dever.
Oferecemos toda a ajuda possível às famílias dos mortos”, declarou.
A
vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Malyar, disse hoje que,
segundo dados preliminares de Kiev, são 5.840 os soldados russos mortos
até agora na guerra.
O major-general russo sublinhou que na
ofensiva não participam nem recrutas do serviço militar geral, nem
cadetes dos centros de estudos militares da Rússia.
“As
informações difundidas por muitos meios de comunicação ocidentais e
alguns russos sobre as supostas ‘incontáveis’ baixas russas são
desinformação deliberada”, afirmou.
De acordo com Konashenkov,
as baixas entre as forças ucranianas são consideravelmente maiores e
ascendem a 2.870 mortos e cerca de 3.700 feridos.
“Segundo dados confirmados, o número de militares ucranianos prisioneiros é de 572 pessoas”, acrescentou.
Por
sua vez, a ONU disse na terça-feira que já morreram, pelo menos, 136
pessoas — um número que poderá ser muito superior, alertou a
organização.
O militar russo afirmou que, no âmbito da ofensiva,
as Forças Armadas russas destruíram 47 aviões ucranianos em terra e 13
no ar, 484 tanques e blindados, 63 lançadores múltiplos, 217 peças de
artilharia, 336 equipamentos especiais de combate e 47 ‘drones’
(aparelhos aéreos não-tripulados).
No total, indicou, a Rússia
destruiu 1.533 alvos militares, entre os quais 54 centros de controlo e
comunicações, 39 sistemas de mísseis antiaéreos e 52 radares.
“Os
militares russos, o Exército russo, estão a cumprir dignamente a sua
missão, estão a erradicar a ameaça real à Rússia proveniente do
território ucraniano – um território no qual, contra a vontade do povo
ucraniano, iriam futuramente surgir bases da NATO e armas nucleares”,
concluiu.
Desde que começou a invasão à Ucrânia, a Rússia já
terá feito “mais de 450 lançamentos de mísseis, contabilizou um oficial
da Defesa dos Estados Unidos.
As autoridades de Kiev
contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo
crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil
deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e
Roménia.
O
chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, disse hoje que o Presidente
norte-americano, Joe Biden, sabe que a única alternativa às sanções
contra Moscovo é uma terceira guerra mundial, que seria “uma guerra
nuclear devastadora”.
Biden “tem experiência e sabe que não há
alternativa às sanções, senão a guerra mundial”, disse Lavrov à
televisão do Qatar Al Jazeera, citado pela agência espanhola EFE.
“A terceira guerra mundial seria uma guerra nuclear devastadora”, disse o diplomata veterano, de 71 anos.
Na
sequência da invasão da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro, a Rússia
enfrenta sanções da União Europeia (UE) e de diversas entidades e
países, incluindo a tradicionalmente neutra Suíça, que estão a atingir
setores como a banca, aviação, energia ou o desporto.
Lavrov
disse que a Rússia estava pronta para enfrentar as sanções, mas admitiu
que não esperava que visassem atletas, intelectuais, artistas e
jornalistas.
Mas “a Rússia tem muitos amigos e não pode ser isolada”, disse, de acordo com a Al Jazeera.
Lavrov
reiterou a disponibilidade de Moscovo para realizar uma segunda ronda
de negociações com o Governo ucraniano, que acusou de estar a atrasar
estas conversações “sob ordens norte-americanas”.
Sobre as
razões do atual conflito com a Ucrânia, Lavrov disse que os países
ocidentais se recusaram a atender às exigências da Rússia para a
formulação de uma nova arquitetura de segurança europeia.
A
operação militar russa, que vai no sétimo dia, visa desarmar a Ucrânia e
impedi-la de adquirir uma arma nuclear, disse Lavrov, citado pela Al
Jazeera.
“Não podemos permitir a presença de armas ofensivas na Ucrânia que ameacem a nossa segurança”, acrescentou.
O
opositor russo Alexei Navalny, atualmente preso na Rússia, convocou
hoje os seus compatriotas a saírem às ruas contra a invasão da Ucrânia
ordenada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, a quem descreveu como um
“czar louco”.
“A Rússia quer ser uma nação de paz.
Infelizmente, poucas pessoas nos chamariam assim agora. Mas, pelo menos,
não nos tornemos num país de pessoas assustadas e silenciosas, de
cobardes que fingem não notar a guerra contra a Ucrânia desencadeada
pelo nosso, obviamente, czar louco”, escreveu Navalny na rede social
Twitter.
“Putin não é a Rússia. E se há algo agora na Rússia do
qual nos podemos orgulhar são essas 6.824 pessoas que foram detidas
porque – espontaneamente – saíram às ruas com cartazes a dizer: ‘Não à
guerra'”, declarou o opositor.
Navalny estava a referir-se aos
milhares de pessoas que foram detidas nos últimos dias em várias cidades
russas por se manifestarem contra a guerra.
“Não posso, não
quero e não vou ficar em silêncio a ver absurdos pseudo-históricos sobre
eventos de há 100 anos tornarem-se uma desculpa para os russos matarem
os ucranianos e os ucranianos matarem os russos para se defenderem”,
afirmou Alexei Navalny, o principal opositor do regime de Putin.
“É
a terceira década do século 21 e estamos a ver notícias sobre pessoas a
serem queimadas e casas a serem bombardeadas. Estamos a ver ameaças
reais do início de uma guerra nuclear em nossas televisões”,
acrescentou.
O opositor lembrou que está preso e não pode
comparecer aos protestos, mas reiterou o seu apelo aos cidadãos para que
se manifestem diariamente contra a invasão da Ucrânia.
“Não
podemos esperar mais. Onde quer que esteja, na Rússia, Bielorrússia e
mesmo do outro lado do planeta, vá à praça principal da sua cidade todos
os dias”, declarou.
“Devemos cerrar os dentes e vencer o medo,
sair e exigir o fim da guerra. Cada detido [nas manifestações] deve ser
substituído por dois recém-chegados” aos protestos, declarou.
Navalny
foi envenenado em agosto de 2020 com um agente químico de fabricação
russa (Novichok) e acusa os serviços secretos russos de tentativa de
assassínio.
Depois de retornar à Rússia em janeiro de 2021, após
ter passado vários meses a convalescer na Alemanha, Navalny foi detido e
condenado a dois anos e meio de prisão. Desde então, o Ocidente exige
insistentemente pela sua libertação.
O opositor russo está a ser
julgado novamente por novas acusações de corrupção, que o Ocidente e
algumas organizações não-governamentais (ONG) consideram meramente
políticas.
A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma
ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de
alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo
crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de milhares de deslocados e
refugiados ucranianos na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O
Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar
especial” na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a
única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a
ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela
generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados
Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a
Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.