segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Credit Suisse aceitou mais de 100 mil milhões em dinheiro sujo !


Uma fuga de informação mostra que o Credit Suisse albergou mais de 100 mil milhões de euros de dinheiro sujo ao longo de várias décadas.

Violação de direitos humanos, tráfico de droga, esquemas de lavagem de dinheiro e suspeitas de corrupção. São estes alguns dos crimes de pessoas que, ao longo de várias décadas, guardaram o dinheiro em contas do Credit Suisse, um dos maiores bancos helvéticos.

As descobertas foram feitas graças ao trabalho de investigação feito por mais de 160 jornalistas, em 39 países, com base numa fuga de informação partilhada pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung.

A fuga inclui mais de 18 mil contas que tinham mais de 100 mil milhões de dólares, avança o Expresso, que pertence ao consórcio de jornalistas responsável pela investigação.

As informações foram fornecidas ao jornal alemão há mais de um ano e não se sabe a identidade do denunciante.

“Acredito que as leis de sigilo bancário suíças são imorais. O pretexto de proteger a privacidade financeira é apenas uma folha de figueira que cobre o vergonhoso papel dos bancos suíços como colaboradores dos evasores fiscais. .Esta situação permite a corrupção e mata à fome os países em desenvolvimento, retirando-lhes receitas fiscais tão necessárias”, explicou o whistleblower.

Não há nada que impeça cidadãos estrangeiros de depositar dinheiro em bancos suíços — um destino muitas vezes escolhido pela forma como as suas leis protegem o sigilo bancário. No entanto, os bancos devem evitar clientes que ganharam dinheiro ilegalmente ou estiveram envolvidos em crimes.

Ora, entre os clientes do Credit Suisse estão indivíduos condenados em tribunal que, já depois disso, conseguiram abrir ou manter contas no banco.

A lista inclui nomes como os do antigo ditador egípcio Hosni Mubarak e do seu chefe dos serviços secretos, Omar Suleiman; ou do general Khaled Nezzar, líder de um junta militar na Argélia que está a ser julgado na Suíça por crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

Há mais de 100 portugueses cujo nome também consta na lista. O ex-presidente do BESA Álvaro Sobrinho e o fundador da Escom, Hélder Bataglia, são dois dos exemplos mais notórios.

Sobrinho e Bataglia tiveram contas conjuntas no Credit Suisse, sendo que uma delas era titulada por uma offshore envolvida no esquema de desvio de dinheiro do BESA em Angola.

Além do inquérito-crime sobre a apropriação de centenas de milhões de euros no Banco Espírito Santo Angola (BESA), os dois são ainda visados num esquema de lavagem de dinheiro da Operação Monte Branco.

Entretanto, o Credit Suisse já reagiu à investigação do Organized Crime and Corruption Reporting Project (OCCRP).

“Credit Suisse rejeita fortemente as alegações e a interferência sobre as supostas práticas de negócio do banco”, referiu a empresa em comunicado.

O banco sugere que os documentos revelados são baseados em “informações seletivas, retiradas de contexto, e que resultam de interpretações tendenciosas da conduta dos negócios do banco”.

O Credit Suisse argumenta que as alegações são, na sua maioria, muito antigas e que “as leis, práticas e expectativas sobre as instituições financeiras eram muito diferentes do que são hoje”.

Embora, de facto, haja contas que foram abertas na década de 40, mais de dois terços delas datam já do século XXI, escreve o The Guardian.

Os jornalistas não conseguiram determinar se as contas tinham sido congeladas pelo banco em algum momento.

De acordo com o Credit Suisse, “mais de 60% [das contas bancárias] foram encerradas antes de 2015”.

Ross Delton, antigo regulador bancário, sublinha que pessoas de alto risco e politicamente influentes não estão proibidas de abrir contas bancárias, mas devem ser sujeitas a um escrutínio reforçado.

Em questões de pessoas condenadas judicialmente por corrupção, a atuação é diferente. “Aí, a questão deve ser a de saber se devem ou não aceitar o cliente”, explica Delton.

O banco volta a ver-se envolvido numa polémica depois de, ainda no mês passado, o seu Presidente, o português António Horta-Osório, ter-se demitido depois de nove meses no cargo, após quebrar medidas de prevenção contra a covid-19 na Suíça e Reino Unido.

O português tinha regressado à Suíça do Reino Unido a 28 de novembro e partido para a península ibérica antes de um período de quarentena obrigatório de 10 dias ter terminado. O próprio confirmou a violação das regras, alegando não ter sido intencional.

Antes, Horta-Osório já teria quebrado as regras em julho de 2021, quando assistiu às finais de ténis de Wimbledon em Londres, contrariando as regras de prevenção no Reino Unido.

https://zap.aeiou.pt/credit-suisse-dinheiro-sujo-463605

 

Nikola Tesla pagou a sua conta de hotel com um “raio da morte” !


Nikola Tesla foi um dos génios e inventores mais impressionantes que o mundo conheceu, mas não estava muito lúcido nos últimos anos da sua vida.

Tesla dizia ter inventado o “raio da morte“, uma arma que, na teoria, poderia enviar um fluxo de energia até distâncias entre 400 e 400 mil quilómetros. Segundo o cientista, a invenção seria capaz de atingir a ionosfera, uma das camadas da atmosfera terrestre.

O inventor foi mais longe e alegou que não só tinha inventado o dispositivo, como tinha também criado um protótipo funcional.

Segundo o IFL Science, Nikola Tesla chegou a viver no Hotel Governor Clinton e tinha uma dívida que ascendia aos 20 mil dólares. A solução passou por oferecer ao hotel uma garantia: um “raio da morte” totalmente funcional.

Se não conseguisse pagar a conta no check-out, o hotel poderia simplesmente vender o dispositivo, assumindo que a indústria dos serviços hoteleiros se deparava com muitos comerciantes de armas.

Nos últimos 10 anos da sua vida, o inventor ficou hospedado no New Yorker Hotel, mesmo não tendo como pagar a estadia. A solução encontrada no caso anterior serviu também neste caso: o hotel ficou satisfeito com o seu inestimável “raio da morte”.

Na altura, Tesla deu-lhes algumas instruções rigorosas sobre como lidar com o dispositivo, até porque não basta entregar uma bomba nuclear e dizer “carregue no botão” – caso contrário, podem suspeitar de que não se trata mesmo de uma bomba nuclear.

A instrução mais clara de todas foi: “não abram a caixa em circunstância alguma“. Parecia suspeito, mas ninguém ousou questionar o homem que inventa, cria e transporta um “raio mortal”.

Nikola Tesla, nascido no Império Austro-Húngaro, morreu a 7 de janeiro de 1943, aos 85 anos, no hotel em Nova Iorque. Para trás ficou uma quantia avultada por saldar.

Após a morte do inventor, engenheiro e matemático a caixa acabou por ser aberta. No interior havia botões e fios, mas nenhum sinal da sua invenção.

Por outras palavras, Tesla atirou alguns componentes elétricos comuns para uma caixa de aspeto elegante e convenceu todos de que se tratava de um “raio da morte” no valor de 10 mil dólares.

https://zap.aeiou.pt/nikola-tesla-hotel-raio-da-morte-463401

 

A influencer mais popular do Paquistão foi assassinada pelo irmão – Que confessou e foi libertado !


Qandeel Baloch, uma influencer muito popular nas redes sociais do Paquistão, foi encontrada morta em casa, depois de ter sido estrangulada até à morte. O irmão, Muhammad Waseem, foi detido depois de ter confessado o crime, mas recentemente perdoado pelos pais e libertado pelo tribunal.

Muhammad Waseem, que foi condenado a prisão perpétua em setembro de 2019, confessou ter drogado e estrangulado a irmã por ter “trazido desonra” à família.

Três anos depois, foi absolvido e libertado após ter sido perdoado pelos pais, desencadeando assim um indulto legal ao abrigo da lei islâmica.

“O tribunal de recurso absolveu o acusado com base num acordo familiar e na sequência da falta de provas”, disse Sardar Mehboob, advogado de Waseem, ao The Washington Post.

O veredito chocou ativistas e advogados de todo o país, que acreditam que o Estado não conseguiu fazer justiça. “Levanta questões sobre onde estavam o Estado e a acusação durante o processo de recurso”, reagiu o advogado Nighat Dad, em declarações à VICE.

O assassinato de Qandeel Baloch, em 2016, na sua casa na periferia da cidade de Multan, provocou uma forte onda de condenação no Paquistão e rapidamente emergiu como um dos casos mais chocantes de homicídio de honra.

Neste país, alguns homens assassinam parentes femininas na sequência de infrações de “honra”. Segundo a Human Rights Watch, cerca de mil mulheres são assassinadas todos os anos em homicídios de honra no Paquistão, ainda que os números possam ser superiores ao relatado.

O assassinato da influencer levou o Governo a emendar leis que anteriormente permitiam às famílias das vítimas perdoar os perpetradores.

Agora, a lei impede as famílias de concederem indultos. No entanto, como a alteração legal só aconteceu depois (e em consequência) do assassinato de Qandeel, a antiga norma ainda se aplicava ao seu caso.

https://zap.aeiou.pt/influencer-assassinada-irmao-libertado-463240

 

Rússia anuncia manobras nucleares - Soldado ucraniano morre em confrontos com separatistas russos !


As violações ao cessar-fogo na região de Donbass estão também a aumentar. O conflito está a ter repercussões noutros contextos, com a candidata ucraniana à Eurovisão a ser afastada por ter visitado a Crimeia tendo alegadamente entrado através da fronteira russa.

Vladimir Putin anunciou a realização de manobras de forças nucleares da Rússia, com o disparo de mísseis balísticos e de cruzeiro, durante este fim de semana, com o apoio da Bielorrússia.

Recorde-se que Alexander Lukashenko, presidente da Bielorrússia, afirmou na quinta-feira que o país está pronto para receber armas nucleares russas para se defender.

As manobras vão envolver efectivos na região militar do sul da Rússia e também forças aeroespaciais, unidades estratégicas e frotas presentes no Mar do Norte e no Mar Negro para testarem a “fiabilidade das armas estratégicas nucleares e não nucleares” de Moscovo.

Este anúncio parece assim vir confirmar as acusações da NATO, que afirmou que o comunicado do Kremlin sobre a retirada de tropas da fronteira com a Ucrânia não era verdadeiro.

Tensão aumenta nas regiões separatistas

Um soldado ucraniano foi hoje morto em confrontos com os separatistas apoiados por Moscovo no leste do país, anunciou o exército da Ucrânia, elevando os temores de uma invasão russa.

“Na sequência de um bombardeamento, um soldado ucraniano foi mortalmente ferido”, afirmou o comando militar para o leste da Ucrânia.

As forças armadas ucranianas afirmam, no entanto, em comunicado, que “controlam a situação” e “continuam a sua missão de repelir a agressão armada russa”.

A Presidência ucraniana anunciou, entretanto, que o Presidente, Volodymyr Zelensky, vai manter a sua deslocação de hoje a Munique, apesar do risco de um ataque russo.

A situação no leste do país “está plenamente sob controlo“, disse a Presidência, sem fazer referência a declarações do Presidente norte-americano, Joe Biden, que na sexta-feira questionou a oportunidade de o chefe de Estado ucraniano sair do país nas circunstâncias atuais.

Os separatistas da região de Donetsk, que acusam Kiev de querer retomar o controlo da região, qualificam de “crítica” a situação e anunciaram uma mobilização geral.

Os observadores internacionais da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) informaram também na sexta-feira que as violações do cessar-fogo na região oriental ucraniana de Donbas registaram um “aumento significativo”.

A OSCE registou 222 violações de cessar-fogo na área de Donetsk, das quais 135 foram explosões. Já em Luhansk foram verificadas 648 violações, das quais 519 foram explosões, disse a OSCE num relatório.

Estes números refletem um aumento significativo da violência armada na Ucrânia oriental, concluiu a organização, reiterando “a necessidade” de se abster do uso da força e de desescalar uma situação “já tensa”.

“A retórica cada vez mais hostil e inflamatória que temos ouvido recentemente mina os esforços de promoção da paz, estabilidade e segurança e aumenta o risco de novos confrontos e escalada. Tem de parar”, sustentou na mesma nota.

Entretanto, milhares de pessoas foram deslocadas das regiões de Lugansk e Donetsk para a região russa de Rostov, no leste do país.

Esta escala de tensão nas regiões separatistas surge na mesma altura em que Joe Biden voltou a dizer que está “convencido” de que o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, decidiu avançar com um ataque à Ucrânia “nos próximos dias”, incluindo à capital Kiev.

“Estou convencido de que [Putin] tomou a decisão. Temos motivos para acreditar que sim”, referiu o chefe de Estado norte-americano durante uma declaração na Casa Branca, acrescentando que o ataque russo à vizinha Ucrânia poderá ocorrer “nos próximos dias”.

Joe Biden salientou, no entanto, que enquanto não ocorrer uma invasão “a diplomacia é sempre uma possibilidade” e revelou que o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, vai encontrar-se quinta-feira, na Europa, com o homólogo russo, Sergey Lavrov.
Sanções da UE incluem controlos às exportações

O pacote de sanções que a União Europeia está a preparar contra a Rússia caso Moscovo invada a Ucrânia prevê um mecanismo de controlo às exportações. Esta sanção é frequentemente utilizada pelos Estados Unidos, mas a UE nunca a usou devido à dificuldade de consenso entre os estados-membros sobre os produtos ou sectores que devem ser incluídos, escreve o Público.

Uma fonte europeia garante ao jornal que os 27 já concordaram com a proposta e que estão dispostos a “ir tão longe quanto possível” para travar a Rússia. Estão ainda em cima da mesa sanções contra a Bielorrússia, caso Minsk apoie uma eventual invasão. O pacote foi feito em acordo com os EUA, Canadá, Reino Unido, Japão, Coreia do Sul e Suíça e já define que indivíduos e entidades estão em causa.

Ainda não são conhecidos muitos detalhes porque o pacote final ainda não foi aprovado, mas sabe-se que as sanções vão abranger os sectores económico, financeiro e energético. Os 27 também não adiantam mais informações porque isso eliminaria o factor surpresa e daria tempo a Moscovo para mitigar os efeitos.

A UE está ainda a tentar antecipar possíveis retaliações da Rússia e a preparar medidas compensatórias para os estados-membros que dependem mais do comércio com o país.

Moscovo estará a estudar as maiores fragilidades do bloco europeu, nomeadamente a cibersegurança, as campanhas de desinformação e aquela que é a mais óbvia — a dependência no fornecimento de gás natural.

Recorde-se que a construção do gasoduto Nord Stream 2, que liga a Alemanha à Rússia, tem sido um dos pontos de contenção neste conflito e a recusa alemã de enviar armamento para Kiev devido aos acordos energéticos com Moscovo valeu-lhe muitas críticas. Após a reunião com o chanceler alemão Olaf Scholz, Joe Biden já veio dizer que a obra não vai avançar caso haja uma invasão.
Representante ucraniana na Eurovisão afastada por ter visitado a Crimeia

Entretanto, o conflito russo-ucraniano está também a ter repercussões fora da política. A artista ucraniana Alina Pash venceu a competição Vidbir, que é o equivalente ao Festival da Canção em Portugal, e tinha sido escolhida para representar o país no palco da Eurovisão, que vai ter lugar em Turim, em Maio.

No entanto, a cantora foi afastada porque em 2015, já depois da anexação russa do território, Alina foi à península da Crimeia, alegadamente entrando através da Rússia. A lei proíbe estas deslocações, permitindo apenas que os cidadãos ucranianos e estrangeiros só entrem na Crimeia através da sua própria fronteira e quem entrar através da Rússia fica impedido de entrar na Ucrânia.

Alina Pash confirmou que esteve na Crimeia, mas garantiu que não entrou pela fronteira russa e terá mostrado documentos para o provar. Contudo, as autoridades não confirmaram a legalidade dos documentos e a especulação continuou.

Perante este cenário, a artista anunciou que vai sair da competição, sublinhando que é uma artista e “não um político”.

Esta não é a primeira vez que o conflito na Crimeia chega ao palco da Eurovisão, apesar da competição se afirmar como apolítica. Em 2016, a Ucrânia venceu o concurso com a canção 1944, interpretada por Jamala, que relatava a história da deportação dos Tártaros da região durante a governação de Estaline.

A entrada foi polémica, com muitos russos a questionarem a sua legalidade por ter uma mensagem política, especialmente no contexto da reignição do conflito na península em 2014. A tensão entre os dois países foi ainda mais óbvia porque nesse ano a Rússia venceu o televoto, com a música “You Are The Only One” interpretada por Sergey Lazarev, tendo o país ficado no terceiro lugar.

Por ter vencido em 2016, a Ucrânia organizou o concurso em 2017 e a representante russa, Yulia Samoylova, foi também impedida de entrar no país pelas mesmas razões de Alina — ter desrepeitado a lei ucraniana ao entrar da Crimeia através da Rússia. Moscovo acabou por decidir não participar no festival nesse ano.

Em 2019, a vencedora do Vidbid também abandonou a representação ucraniana no palco europeu por questões políticas. Anna Korsun, cujo nome de palco é Maruv, depois do seu patriotismo ter sido questionado.

Jamala, a vencedora de 2016, estava no painel de jurados e decidiu fazer questões aos candidatos fingindo ser uma jornalista em Tel Aviv, onde a Eurovisão foi organizada em 2019 e perguntou a Maruv se “a Crimeia é da Ucrânia?“. A cantora respondeu que sim, mas o tom da sua resposta foi posto em causa, levando ao seu afastamento. O país acabou assim por não participar no festival em 2019.

https://zap.aeiou.pt/soldado-ucraniano-separistas-russos-463505

 

Em janeiro, foram abatidas cinco vezes mais árvores na Amazónia do que no mesmo período do ano passado !


Desflorestação tem aumentado de ritmo e grau após a chegada de Bolsonaro à presidência, apontam ambientalistas.

Apesar de a preocupação em torno da preservação da Amazónia ter acalmado face a 2019, quando a cobertura mediática internacional dava diariamente atenção aos fogos e à desflorestação do território, a floresta continua a sofrer quebras face ao sucessivo abate de árvores que ali se regista. De facto, e de acordo com as últimas imagens de satélite disponibilizadas, o número de árvores cortadas na parte brasileira da Amazónia em janeiro deste ano é cinco vezes maior que o do ano passado.

Como seria de esperar, esta estimativa já motivou críticas por parte das associações ambientalistas e partidos políticos que representam a oposição de Jair Bolsonaro.

“O governo, na realidade, criou uma oportunidade de ouro para os que querem destruir as florestas ilegalmente ou apropriar-se de propriedades públicas. Há uma deliberada falta de inspeções ambientais e muitos por trás desta onda de desflorestação ilegal também estão à espera que o congresso brasileiro aprove uma lei que recompensará a exploração das terras, uma prática que está relacionada com pelo menos um terço da desflorestação da Amazónia”, explicou Cristiane Mazzetti, porta-voz da Greenpeace Brasil.

Tal como é fácil de antecipar, a destruição da Amazónia tem consequências graves na vida e preservação de muitas espécies, que têm naquele ecossistema único a sua casa. Outra das consequências apontadas à desflorestação tem que ver com as emissões de carbono, quando, outrora, o chamado pulmão do mundo funcionava precisamente como sequestradora.

Tal como lembra o site Gizmodo, há anos que a floresta Amazónica está em perigo, seja por ações dos madeireiros, de fogos florestais ou pela criação de gado, entre outras ameaças. Desde 2015 que grandes porções da território foram destruídos, ainda que a velocidade e o nível dessa destruição tenha aumentado desde 2019, quando Jair Bolsonaro assumiu a presidência do Brasil, de acordo com dados divulgados pela Green Peace.

Só no ano de 2020, a Amazónia perdeu três milhões de hectares de área. Em 2021, os ambientalistas respiraram de alívio com os sinais de que Jair Bolsonaro iria implementar medidas para evitar a desflorestação após anunciar a dobro das verbas destinadas a este objetivo e com especial destaque para a Amazónia. No entanto, o governante mudou de ideias e reduziu em 20% o orçamento, após o anúncio. É, por isso, pouco provável que em 2022 a bordagem seja diferente e que se assista a uma inversão na tendência de desflorestação.

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Hong Kong a braços com a pior vaga de covid-19 - Hospitais estão no limite e há doentes na rua !


Hong Kong está a atravessar a pior vaga desde o início da pandemia de covid-19. A política de “tolerância zero” está a pressionar os hospitais, que já atingiram 90% da capacidade, tendo alguns começado a tratar os pacientes no exterior.

Os hospitais de Hong Kong atingiram 90% da capacidade e as instalações de quarentena estão no limite. Para aliviar a pressão sobre o sistema de saúde, as autoridades indicaram que iam adotar uma abordagem diferente das políticas de hospitalização e isolamento e permitir que alguns pacientes tivessem alta mais cedo.

A mudança surge depois de relatos de pacientes a serem tratados em camas no exterior de um hospital no bairro da classe trabalhadora da cidade de Sham Shui Po.

Hong Kong relatou, esta quinta-feira, 6.116 novos casos de covid-19, sendo que qualquer pessoa infetada na cidade deve ser internada num hospital ou admitida numa instalação de isolamento comunitário, à semelhança da política de “tolerância zero” da China.

De acordo com a nova abordagem, os contagiados que apresentem sintomas ligeiros nos hospitais e instalações geridas pelo Governo serão autorizados a sair após sete dias se apresentarem um teste negativo no último dia e não partilharem casa com pessoas de grupos de risco – idosos, grávidas ou pessoas imunodeprimidas.

Os que não preencherem estes critérios devem completar o período total de isolamento de 14 dias ou esperar até que apresentem um teste negativo, segundo os funcionários de saúde.

As autoridades comunicaram ainda 24 mortes durante a última semana.

“Nos últimos dias, houve muitos casos de emergência em que tivemos de acomodar doentes em tendas”, disse Chuang Shuk-kwan, a chefe da Secção de Doenças Transmissíveis de Hong Kong, durante uma conferência de imprensa.

“Com estas situações, o nosso pessoal médico está muito descontente. Estamos preocupados com os cuidados dos nossos pacientes”, apontou.

A Autoridade Hospitalar da cidade apelou à assistência dos profissionais de saúde, pedindo aos médicos dos hospitais privados para ajudarem a tratar dos pacientes nas instalações de quarentena.

Os hospitais públicos estão numa “situação de crise”, segundo Sara Ho, da Autoridade Hospitalar. “Se um grande número de pacientes está à espera ao ar livre e se isto continuar, por muito que os nossos médicos trabalhem 24 horas por dia, não há maneira de resolver este problema contando com os nossos esforços”, prosseguiu.

As autoridades apelaram também às pessoas que se abstenham de sair ou participar em reuniões privadas, dizendo que todos os esforços ajudam à medida que a cidade procura aliviar a pressão nos hospitais.

Recentemente, alguns meios de comunicação, que citaram fontes não identificadas, avançaram os planos do Governo de testar até um milhão de pessoas por dia a partir de março. Mas Dong-Yan Jin, virologista da Universidade de Hong Kong, disse que seria “ridículo” realizar testes em massa.

“Testes universais ou para encerrar uma parte particular de Hong Kong, toda a Hong Kong – todo este disparate ridículo”, comentou, em declarações à Sky News. “Não é válido nesta altura. É apenas um completo desperdício de recursos.”

De acordo com o especialista, os hospitais estão sobrecarregados porque até os doentes assintomáticos procuram tratamento. Além disso, os rigorosos critérios de alta médica exigem que os pacientes sejam mantidos nas instalações durante demasiado tempo.

O Presidente chinês, Xi Jinping, ordenou o Governo central a fornecer recursos a Hong Kong para estabilizar o surto, incluindo testes rápidos de antigénios, conhecimentos médicos e mantimentos.

A China tem evitado grandes surtos do vírus através da sua política rigorosa de “tolerância zero”, que envolve a quarentena de viajantes, confinamentos totais, rastreio extenso de contactos e testes em massa a milhões de pessoas.

A líder de Hong Kong, Carrie Lam, manteve a mesma estratégia apesar da maior densidade populacional da cidade, rendimentos mais elevados e a economia, que está mais virada para os serviços do que a China continental.

Na semana passada, todo o bairro na baía Discovery foi ordenado a fazer testes depois de as autoridades terem encontrado vestígios do vírus nos esgotos.

https://zap.aeiou.pt/hong-kong-a-bracos-com-pior-vaga-covid-463328

 

“Cena de guerra”: Chuvas matam 117 pessoas em Petrópolis (e há novas ameaças de temporal !

Exemplo dos danos causados em Petrópolis.

O rasto de destruição deixado pelas chuvas torrenciais em Petrópolis pode agravar, prevendo-se novas ameaças de temporal para os próximos dias.

Pelo menos 117 pessoas morreram nas inundações e deslizamentos de terra na cidade brasileira de Petrópolis, anunciou hoje a Proteção Civil, dois dias após se terem registado naquela localidade turística do Brasil as piores chuvas dos últimos 90 anos.

As autoridades locais avisaram que o número de mortes ainda pode aumentar acentuadamente, visto que há mais 116 pessoas desaparecidas. Há ainda milhares de pessoas desalojadas.

O número de mortos é ainda provisório e tem vindo a aumentar consecutivamente desde as chuvas torrenciais que transformaram as pitorescas ruas do centro da cidade em rios de lama, inundaram casas e arrastaram dezenas de carros.

O governador do estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, disse, numa conferência de imprensa, que foi “a pior chuva desde 1932”.

Os bombeiros trabalharam toda a noite na cidade, de 300.000 habitantes, que foi atingida pelas fortes chuvas, mas tiveram de parar durante algumas horas por causa da instabilidade do solo, que está alagado.

“A Prefeitura de Petrópolis está com todas as equipas mobilizadas para o atendimento às ocorrências. As pessoas estão acolhidas nos pontos de apoio que funcionam em escolas da cidade”, informou o governo municipal, citado pela BBC Brasil.

“As imagens são muito fortes e, provavelmente, vamos amanhecer com imagens tão ou mais fortes. É realmente uma tragédia grande. […] O que nós vimos é uma cena muito triste, cena praticamente de guerra”, disse o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, na noite de terça-feira à Globonews.

Só na terça-feira, em apenas três horas, choveu um volume maior do que o esperado para todo o mês de fevereiro.

“Foram 240 milímetros em coisa de duas horas, foi uma chuva altamente extraordinária”, disse Cláudio Castro. “Mas uniu-se uma tragédia histórica com um défice que realmente existe e causou este estrago todo, que sirva de lição para que, desta vez, ajamos de forma diferente, não se resolvem 40, 30, 20 anos num ano”.

As autoridades temem que a chuva não dê tréguas à região. A previsão meteorológica indica mais chuva para Petrópolis nesta sexta-feira e, possivelmente, nos próximos dias.

O portal UOL escreve que Petrópolis sabia de 15 mil imóveis em risco na área da tragédia desde 2017, mas que pouco foi feito na cidade para corrigir a situação.

O levantamento encomendado pelo município identificou 15.240 casas com risco alto ou muito alto de destruição por consequência de chuvas no distrito da cidade mais castigado pelo temporal.

O plano tem um alto nível de detalhe, especificando os recursos que teriam de ser investidos em cada área, em ações como relocalização de moradores, saneamento básico e infraestrutura, escreve o portal brasileiro.

“Até é possível fazer obras de contenção ali naquela região, mas teria que ser algo monumental para evitar o que aconteceu. A cidade precisa de mudanças estruturais de habitação e controle urbano”, sentencia o engenheiro Luís Carlos Dias de Oliveira, da Theopratique, a empresa que realizou o levantamento.

https://zap.aeiou.pt/chuvas-matam-petropolis-temporal-463331

 

De contratos fraudulentos a acusações de espionagem - PP espanhol trava guerra interna !

Isabel Díaz Ayuso
De contratos fraudulentos a acusações de espionagem, o PP está a implodir na luta pela presidência do partido na região da capital espanhola.

A guerra aberta entre a liderança do Partido Popular (PP) e a presidente da Comunidade de Madrid, do mesmo partido, desviou hoje atenções das negociações sobre o próximo governo regional em Castela e Leão.

O confronto entre a direção nacional do partido e Isabel Díaz Ayuso colocou em segundo plano a busca pelo candidato do PP em Castela e Leão dos votos necessários para continuar como chefe do executivo na comunidade autonómica, se possível sem a ajuda da extrema-direita.

Díaz Ayuso acusou hoje o seu partido de tentar destruí-la de forma “cruel”, uma declaração que deverá ter consequências, ainda imprevisíveis, e que foi comentada todas as formações políticas espanholas.

A presidente da Comunidade de Madrid sustentou que o seu partido, o PP, e o seu líder, Pablo Casado, estão a fazer manobras para a desacreditar “pessoal e politicamente” e a tentar ligá-la à corrupção a partir do “anonimato”, “sem provas” e envolvendo a sua família.

Uma quase desconhecida até há um ano, Díaz Ayuso ganhou grande protagonismo ao vencer de forma contundente, quase com maioria absoluta, as eleições regionais em maio de 2021 na região em que se encontra a capital de Espanha.

“Nunca poderia imaginar que a liderança nacional do meu partido agiria de forma tão cruel e injusta contra mim”, disse hoje Ayuso aos meios de comunicação social numa declaração sem direito a perguntas, acrescentando que nunca poderia imaginar que “alguém dentro do partido” faria acusações contra ela e que tentariam espiá-la.

A imprensa espanhola escreve que responsáveis do PP próximos da direção nacional “contactaram várias agências de detetives para sondar a possibilidade de as contratarem para localizar os documentos fiscais e bancários do irmão de Ayuso”.

O secretário-geral do PP desmentiu “de forma taxativa e sem reservas” as acusações.

No entanto, em declarações à ABC, o detetive Julio Gutiez disse ter sido contactado por “pessoas ligadas a uma empresa do Partido Popular ou na qual o PP governa” para encomendarem uma investigação à presidente da Comunidade de Madrid.

Além disso, esta quinta-feira, o jornal El Mundo divulgou um áudio em que se ouve o presidente da Empresa Municipal de la Vivienda (EMV), Álvaro González, a contactar pessoalmente os detetives, para tentar encomendar os serviços espionagem.

A liderança nacional do PP estaria a investigar desde outubro passado um contrato de 1,5 milhões de euros relacionado com o irmão da presidente de Madrid, tendo-lhe pedido explicações sobre as possíveis irregularidades.

A investigação teria sido feita sobre o irmão da líder de Madrid, Tomás Díaz Ayuso, e pretendia, entre outras coisas, obter uma declaração da sua conta bancária pessoal, bem como a lista dos fornecedores da empresa Priviet Sportive, à qual a Comunidade de Madrid adjudicou em abril de 2020 um contrato direto de 1,5 milhões de euros para a compra de máscaras FFP2 e FFP3.

O objetivo deste serviço de investigação, de acordo com as informações citadas pela imprensa espanhola, era esclarecer se o irmão de Díaz Ayuso recebeu comissões pela sua alegada intermediação no referido concurso público.

“Não há nada de ilegal”, garantiu Isabel Díaz Ayuso, salientando que este contrato foi feito quando todas as comunidades e instituições estavam à procura de material de saúde.

Por seu lado, o presidente da câmara municipal de Madrid, José Luis Martínez-Almeida, confirmou que ordenou uma investigação sobre a alegada contratação de um detetive para espiar Isabel Díaz Ayuso e as investigações concluíram que não havia “nenhum contrato” nesse sentido.

“Nem o meu governo nem eu intervimos para adjudicar este ou qualquer outro contrato a alguém da minha família”, afirmou Ayuso, que insistiu: o meu irmão “trabalha como vendedor no setor da saúde há 26 anos, muito antes de eu entrar para a política, mas nunca o ajudei a conseguir nada na sua vida profissional”.

Ayuso pediu que fossem apresentadas provas em como agiu em benefício do seu irmão, porque “ninguém terá uma única prova de corrupção da minha parte”, sublinhou ela.

O secretário-geral do PP, Teodoro García Egea, anunciou esta tarde que o partido abriu um expediente informativo contra a presidente da Comunidade de Madrid pelas graves acusações que lançou contra o líder do PP que ele considera ter sido “quase criminoso”.

A situação de guerra interna no PP levou todos os outros partidos a exigirem que o caso fosse esclarecido, mas o primeiro-ministro socialista espanhol, Pedro Sánchez, que está a participar numa cimeira em Bruxelas entre a União Europeia e a União Africana, preferiu não falar hoje sobre o tema.

Citado pelo Público, o porta-voz da Esquerda Republicana da Catalunha no Congresso, Gabriel Rufián, considera que estas práticas do PP são próprias de “clãs mafiosos”.

Entretanto, em Castela e Leão o Vox (extrema-direita) já está a pedir a presidência do parlamento regional como parte do seu possível apoio ao candidato do PP, de acordo com fontes próximas do partido citadas pela agência Efe, insistindo que pretendem estar no governo regional da mesma forma como o Cidadãos (direita liberal) esteva na legislatura anterior.

O candidato do PP para continuar a assegurar a presidência da comunidade autonómica, Alfonso Fernández Mañueco, exclui de forma contundente a repetição das eleições realizadas no domingo passado e defendeu, mais uma vez, por um acordo parlamentar que lhe permitiria “um governo [regional] forte, sólido e solitário durante quatro anos”.

https://zap.aeiou.pt/pp-espanhol-trava-guerra-interna-463314

 

10 milhões de brasileiros têm dinheiro “esquecido” em bancos mas não reclamam !


Banco Central do Brasil avisou que há 1.36 mil milhões de euros parados. Mais de um terço da lista não consultou o portal.

E aquelas contas que nem nos lembrávamos que tínhamos, mas ainda temos dinheiro lá?

Acontece com 28 milhões de brasileiros (em nome pessoal ou empresas), avisou o Banco Central local, que voltou a disponibilizar um portal que permite consultar – se houver – o valor a receber por parte de bancos ou de outras instituições financeiras.

Os interessados podem introduzir os seus dados e verificar se têm montante a receber. Em caso afirmativo, podem pedir a transferência do dinheiro no próximo mês, Março.

Ainda de acordo com o Banco Central, no total há cerca de 1.36 mil milhões de euros parados, “esquecidos”, em bancos e instituições financeiras no Brasil.

A plataforma Sistema Valores a Receber está disponível desde a meia-noite da segunda-feira passada.

Ao todo, quase 87 milhões de pessoas visitaram o site. Desse total, cerca de 17.5 milhões de pessoas e 241 mil empresas verificaram que têm realmente dinheiro “esquecido”.

Estes números significam que, até agora, entre os 28 milhões de nomes que constam na lista oficial de montante a receber, mais de 10 milhões ainda não foram ver se têm “dinheiro esquecido”. Mais de um terço do total da lista ainda não consultou o sistema.

E também significam que a grande maioria (quase 70 milhões) das pessoas que espreitaram o portal não tem qualquer valor a receber.

O Brasil tem 214 milhões de habitantes.

https://zap.aeiou.pt/10-milhoes-de-brasileiros-tem-dinheiro-esquecido-em-bancos-mas-nao-reclamam-463276

 

Tempestades no norte da Europa causam ‘apagão’ e deixam mortos em vários países !


Mortes aconteceram na Polónia, apesar de o mau tempo se ter feito sentir na República Checa, Holanda, Alemanha e Reino Unido.

Pelo menos três pessoas morreram devido às fortes tempestades que estão a atingir o norte da Europa, que também provocaram o corte de energia em milhares de casas e perturbações no trânsito rodoviário e ferroviário, informaram hoje as autoridades.

Na Polónia, ventos de até 125 quilómetros por hora danificaram seriamente cerca de 500 casas, arrancaram telhados, derrubaram centenas de árvores e deixaram 324 mil casas sem eletricidade. Dois trabalhadores morreram e outros dois ficaram feridos quando a tempestade derrubou um guindaste num estaleiro de obras em Cracóvia, no sul da Polónia. Outro homem morreu quando uma árvore caiu sobre o seu carro no oeste do país.

A República Checa também foi afetada pelas tempestades e cerca de 300.000 casas ficaram sem energia. A queda de árvores provocou bloqueios em ferrovias e estradas, causando grandes transtornos ao trânsito. Três crianças foram hospitalizadas após sofrerem ferimentos num acidente rodoviário no sudoeste do país. Os ventos mais fortes, com rajadas de 181 quilómetros por hora, foram registados em Snezka, a mais alta montanha checa, ao norte do país.

Na Holanda, atingida por rajadas de 100 quilómetros por hora, um polícia ficou ferido após o telhado de um edifício comercial desprender-se em Duiven, perto de Arnhem, informou a televisão pública holandesa NOS. Os bombeiros socorreram duas pessoas que ficaram feridas após o carro em que viajavam ser atingido por uma árvore na cidade de Maasluis, no sul do país. O aeroporto Schiphol, em Amesterdão, relatou atrasos de até 45 minutos em voos, enquanto alguns serviços de comboio foram cancelados.  

Na Alemanha, as escolas foram encerradas em vários Estados federais e a polícia alertou as pessoas para não permanecerem em parques e florestas, nomeadamente em Berlim e Hamburgo. Nenhum comboio de longa distância circulou na manhã de hoje na parte norte da Alemanha, incluindo Hamburgo e Berlim, disse a operadora ferroviária Deutsche Bahn. A companhia aérea Lufthansa cancelou 20 voos, afetando as ligações para Berlim, Hamburgo e Munique a partir de Frankfurt am Main, o maior aeroporto alemão.

No Reino Unido, a tempestade Dudley causou interrupções nos transportes na quarta-feira, embora os danos não tenham sido generalizados. Hoje, o serviço de meteorologia do Reino Unido (Met Service) emitiu um raro alerta meteorológico “vermelho” devido à tempestade Eunice, cujas rajadas de vento chegam a 160 quilómetros por hora e podem colocar vidas em risco.

A tempestade está atualmente a cruzar o Atlântico e deve causar “interrupção significativa e condições perigosas devido a ventos extremamente fortes” quando atingir o continente na sexta-feira, de acordo com o Met Office.

https://zap.aeiou.pt/tempestades-no-norte-da-europa-causam-apagao-e-deixam-mortos-em-varios-paises-463246

 

Borrachas “Orelha de Van Gogh” e kits de emergência psicológica - Galeria acusada de explorar saúde mental !


Galeria de arte já retirou de venda alguns artigos de venda, tanto na loja física como online.

Uma galeria de arte londrina decidiu tirar de venda alguns dos artigos alusivos com Vicent Van Gogh da sua loja de lembranças, depois de estes terem sido considerados insensíveis e pouco úteis na valorização da causa da saúde mental.

O espaço em causa é a Caurtauld Gallery, que pode ser visitada na Somerset House, e tem atualmente em exibição a exposição “Van Gogh. Self-portraits”.

A polémica começou há alguns dias e tem como foco alguns dos artigos na loja física da galeria, mas também na loja online, nomeadamente uma borracha com a forma de uma orelha, o que parece ser uma referência aos relatos de que o pintor cortou a sua durante um dos seus surtos.

Depois deste acontecimento, o pintor holandês passou um ano no hospital de Saint-Paul de Mausole, em França.

Apesar de não haver certezas, são muitas as biografias que abordam os problemas mentais de Van Gogh, que em 1890, com 37 anos, acabou por pôr termo à sua vida.

Na segunda-feira, num comunicado, a galeria abordou algumas das acusações que lhe são dirigidas, reconhecendo as “preocupações levantadas em relação a um pequeno número de artigos disponíveis nas lojas físicas e online”.

“A The Courtauld encara com a saúde mental com extrema seriedade. Nunca foi nossa intenção apresentar uma atitude insensível ou desvalorizadora em relação à saúde mental ao comercializar estes produtos”, pode ler-se no documento.

“Os artigos em questão formam uma pequena fração dos disponíveis como parte da exibição. Como resposta às preocupações demonstradas, os artigos deixarão de ser vendidos nas nossas lojas.”

A galeria não detalhou que artigos iriam ser retirados, mas, de acordo com a CNN, a referida borracha já não se encontra disponível na loja online.

De acordo com o Mail on Sunday, outro dos artigos vendidos na exposição consistia numa barra de sabão descrita como ideal para “o artista torturado que gosta de bolhas fofas”, assim como um “kit de primeiros socorros emocionais” para “20 situações psicológicas chave” – que ainda se encontra disponível.

“Este caso parece ser um pequeno mas claro exemplo do cinismo e comercialismo que tem vindo a afetar o cenário da arte moderna, já que a saúde e as doenças mentais são tratadas como uma piada ou uma novidade, o que não são”, descreveu Charles Thomson, cofundador do movimento de arte Stuckist.

Investigador revela a verdadeira razão pela qual Van Gogh cortou uma orelha

O artista afirmou ainda que a escala de “insensibilidade” dos artigos é um reflexo da atitude dos círculos artísticos, onde as “pessoas querem ser espertas e modernas à custa de ter dignidade na arte”.

Charles Thomson entende ainda que o incidente “diz muito” sobre a atitude atual da sociedade em relação à saúde mental e às suas consequências. “Ainda não levamos o assunto a sério.”

Já David Lee, crítico de arte e editor da revista Jackdaw, afirmou ao Mail On Sunday não conseguir acreditar que o incidente “não se trata de uma tentativa falhada de alguém do departamento do marketing desprovido de qualquer tipo de gosto”.

https://zap.aeiou.pt/borrachas-em-forma-de-orelha-e-kits-de-emergencia-psicologica-galeria-de-arte-com-exposicao-de-van-gogh-acusada-de-usar-saude-mental-para-ganhar-dinheiro-463066

 

Cena “de filme” mostra morte misteriosa de dezenas de melros !


Vídeo retrata a queda repentina de centenas de melros. Muitos não sobreviveram mas não se consegue perceber porquê.

O vídeo, que partilhamos mais abaixo, poderia ter sido incluído num filme ou numa série de ficção. Mas não foi.

O vídeo é real e mostra um momento invulgar que decorreu no México, na semana passada, no dia 7 de Fevereiro.

As imagens, retiradas de uma câmara de vigilância colocada numa rua da cidade Cuauhtémoc, retratam a queda repentina de centenas de melros, junto a uma casa, ou mesmo para a parte superior da casa.

A maioria, aparentemente, sobreviveu. Muitos recuperaram de imediato e voaram. Mas algumas dezenas nunca mais se levantaram – uma filmagem posterior confirma a morte de muitos melros.

Mas o vídeo não mostra porque isto aconteceu. Uma electrocussão, talvez, num fio eléctrico onde os melros estavam.

Especialistas apontam para a poluição – aquecedores a lenha e agroquímicos – que levou a que as aves inalassem fumo tóxico.

Outras causas prováveis: baixas temperaturas, ave de rapina, ou um predador que originasse um choque forte com uma infraestrutura.

https://zap.aeiou.pt/imagens-de-filme-mostram-morte-misteriosa-de-dezenas-de-melros-462856

 

Banido para sempre de apps de encontros, “Impostor do Tinder” aposta numa nova carreira !

O documentário “O Impostor do Tinder”, lançado pela Netflix, tem sido um sucesso e expôs, a nível mundial, o israelita Simon Leviev que enganou várias mulheres com ilusões de amor. Agora, e após ter sido banido da app de encontros, Leviev quer aproveitar a fama para triunfar em Hollywood.

Fontes próximas de Leviev garantem ao site TMZ que ele já está a trabalhar com um gestor de talentos para iniciar uma carreira em Hollywood.

O “Impostor do Tinder” planeia escrever um livro e ter um programa de encontros, onde várias mulheres disputem o seu amor, avança ainda o site de celebridades.

Além disso, gostaria de liderar um podcast dedicado a esta área, onde poderia partilhar dicas do que fazer ou não fazer num encontro, por exemplo, de acordo com a mesma fonte.

A ideia de Simon Leviev é aproveitar a fama que conseguiu com o documentário da Netflix, onde mulheres que conheceu no Tinder contam como ele as enganou, levando-as a emprestarem-lhe dinheiro e até a fazerem empréstimos avultados para o ajudar.
Milionário, mas só a fingir…

Leviev fingia que era um milionário ligado ao negócio dos diamantes.

Assim, conquistava as mulheres, levando-as a crer que estava apaixonado por elas, para depois lhes revelar que estaria a ser ameaçado pelos seus “inimigos”, no âmbito dos diamantes, e que, por questões de segurança, não podia usar nem os cartões de crédito, nem as contas bancárias.

Começava, então, a pedir-lhes dinheiro emprestado, para depois desaparecer sem lhes pagar um cêntimo.

O israelita colocou em marcha uma espécie de esquema Ponzi, ou seja, em pirâmide, que passava por enganar mulheres umas atrás das outras, usando o dinheiro que lhe era emprestado por umas para conquistar as outras e ter uma vida de luxo.

Leviev terá levado as suas vítimas a darem-lhe cerca de 10 milhões de dólares, enganando mulheres em vários países do mundo.

Nunca foi acusado, nem condenado pelas alegadas fraudes contra estas mulheres que, deliberadamente, lhe emprestaram dinheiro, caindo na sua “cantiga do bandido”.

Foi detido em 2019, em Israel, por estar a usar um passaporte falso e acabou condenado a 15 meses de prisão. Mas só passou cinco meses preso, beneficiando de uma amnistia, durante a pandemia, no âmbito de um programa que visou reduzir a população prisional para controlar a propagação da covid-19.

Banido do Tinder e de outras apps de encontros

Entretanto, foi banido do Tinder por ter violado os termos de utilização da app de encontros, nomeadamente devido à “falsificação de identidade” e ao facto de ter “solicitado dinheiro”.

A sua conta foi eliminada e se tentar voltar a criar algum perfil, os responsáveis do Tinder asseguram que voltarão a bani-lo, caso o detectem, como já anunciaram. A medida foi tomada em 2019 depois de a sua história ter sido divulgada por um jornal norueguês.

“Fizemos investigações internas e podemos confirmar que Simon Leviev não está mais activo no Tinder sob nenhum dos seus pseudónimos conhecidos”, garantem fontes oficiais do Tinder. Leviev usou vários nomes para enganar as suas vítimas e as autoridades.

Entretanto, a empresa que detém o Tinder, a Match Group, anunciou que Leviev foi banido das diversas apps de que é proprietária, incluindo Match.com, Meetic, OkCupid, Hinge, PlentyOfFish e OurTime. Este grupo detém o que é definido como “o maior portefólio do mundo” de produtos de namoro.

https://zap.aeiou.pt/impostor-do-tinder-carreira-hollywood-462983
 

Grupo de hackers está a incriminar pessoas por crimes que não cometeram !


Um estudo recente mostra as táticas de um grupo de cibercrime conhecido por plantar provas incriminatórias nos dispositivos de ativistas na Índia.

Durante pelo menos uma década, um grupo de hackers tem atingido pessoas na Índia, usando os seus poderes digitais para colocar provas fabricadas de atividade criminosa nos seus dispositivos.

De acordo com o Gizmodo, essas provas falsas, em determinadas situações, fornecem um pretexto para a detenção das vítimas.

Um estudo publicado esta semana pela empresa de segurança cibernética Sentinel One revela detalhes sobre o grupo, mostrando a forma como os seus truques digitais têm sido utilizados para vigiar e atingir “ativistas dos direitos humanos, defensores dos direitos humanos, académicos, e advogados” em toda a Índia.

O grupo, a que os investigadores chamaram “ModifiedElephant”, está focado em espionagem, mas por vezes intervém para, aparentemente, incriminar os seus alvos de crimes.

O objetivo do ModifiedElephant é a vigilância a longo prazo que, por vezes, termina com a entrega de provas — ficheiros que incriminam o alvo em crimes específicos — dando prioridade a detenções convenientemente coordenadas.

Um dos casos está relacionado com o ativista Rona Wilson e seus associados, que em 2018, foram presos pelos serviços de segurança da Índia e acusados de conspiração para derrubar o governo.

As provas da suposta conspiração — incluindo um documento que detalha os planos de assassinato do primeiro-ministro do país, Narendra Modi — foram encontradas no portátil de Wilson.

Contudo, uma análise forense posterior do dispositivo mostrou que os documentos eram na realidade falsos e tinham sido plantados utilizando malware. Segundo os investigadores do Sentinel, foi o grupo de hackers que os colocou lá.

O caso, que ganhou maior relevo após ter sido coberto pelo The Washington Post, foi reaberto depois de o referido portátil ter sido analisado por uma empresa forense digital, a Arsenal Consulting, sediada em Boston.

A empresa forense concluiu que Wilson e os alegados co-conspiradores, assim como muitos outros ativistas, tinham sido alvo de manipulação digital.

“Conseguimos ligar o mesmo atacante a uma infraestrutura de malware que foi implantada ao longo de aproximadamente quatro anos, não só para atacar e comprometer o computador de Wilson durante 22 meses, mas também para atacar os seus co-arguidos no caso Bhima Koregaon e os arguidos noutros casos indianos de grande visibilidade”, explicou a empresa, num relatório.

De acordo com o relatório da Sentinel One, os ModifiedElephant utilizam ferramentas e técnicas comuns de hacking para ganhar controlo dos computadores das vítimas.

Os e-mails de phishing, normalmente adaptados aos interesses da vítima, são carregados com documentos maliciosos que contêm ferramentas de acesso remoto (RATs) comercialmente disponíveis — programas fáceis de usar disponíveis na dar web e que podem “sequestrar” computadores.

Mais especificamente, foi demonstrado que o grupo usa DarkComet e Netwire, dois conhecidos malwares.

Quando um utilizador é vítima de phishing com sucesso e o malware dos hackers é descarregado, o RAT permite aos hackers controlo sobre o dispositivo da vítima.

Os hackers podem então espiar as vítimas sem que elas se apercebam disso, ou, como no caso de Wilson, descarregar documentos falsos e incriminatórios para o dispositivo.

Como em tudo no mundo dos hackers, é difícil saber ao certo quem são realmente os ModifiedElephant.

No entanto, as provas reveladas sugerem que o grupo tem em mente os “interesses” do governo indiano, segundo a equipa de investigação.

“Observamos que a atividade da ModifiedElephant se alinha fortemente com os interesses do estado indiano e que existe uma correlação observável entre os ataques da ModifiedElephant e as detenções de indivíduos em casos controversos e políticos”, escrevem os investigadores. Mas os ModifiedElephant não são o único grupo que tem feito este tipo de coisas.

Pensa-se que um grupo completamente diferente conduziu operações semelhantes contra Baris Pehlivan, um jornalista na Turquia que foi preso durante 19 meses em 2016, depois do governo turco o ter acusado de terrorismo.

A investigação forense digital revelou mais tarde que os documentos utilizados para justificar as acusações de Pehlivan tinham sido plantados, tal como os que se encontram no portátil de Wilson.

“Muitas perguntas sobre este grupo de hackers e as suas operações permanecem”, escrevem os investigadores da Sentinel One, relativamente aos ModifiedElephant.

“Contudo, uma coisa é clara: os críticos dos governos autoritários de todo o mundo devem compreender cuidadosamente as capacidades técnicas daqueles que procurariam silenciá-los”, concluem.

https://zap.aeiou.pt/hackers-incriminam-pessoas-por-crimes-que-nao-cometeram-462580

 

“Ameaça séria à liberdade nos EUA”. Programa da CIA recolhe dados dos cidadãos em massa !


A carta é datada de Abril de 2021, mas só foi conhecida agora. Os Senadores Democratas Ron Wyden e Martin Heinrich falam num programa ilegal da CIA que recolhe os dados privados dos norte-americanos em massa.

A CIA tem continuado um programa secreto de recolha de dados privados dos norte-americanos em massa, de acordo com novos documentos confidenciais revelados por dois Senadores Democratas que pertencem ao Comité de Inteligência.

Ron Wyden, Senador do Oregon, e Martin Heinrich, Senador do Novo México, acusam a CIA de esconder o programa do Congresso e da população numa carta que enviaram aos responsáveis pela inteligência onde afirmam que este opera “fora da estrutura legal que o Congresso e o público acreditam que regula esta recolha”.

“É crítico que o Congresso não legisle sem ter conhecimento de um programa da CIA e que a população americana não seja enganada de forma a acreditar que as reformas em qualquer legislação de reautorização cobrem completamente a recolha dos registos da comunidade de inteligência”, criticam os Senadores.

Os dois Senadores, que são críticos frequentes da CIA, afirmam ainda que não podem adiantar informações mais específicas sobre os tipos de dados que foram violados e apelam a que sejam revelados mais detalhes sobre o programa.

A carta em questão foi enviada em Abril de 2021, mas só agora foi tornada pública e os documentos da CIA foram censurados. Tanto a CIA como a NSA estão geralmente impedidas de investigar cidadãos ou negócios americanos, mas recolhem comunicações estrangeiras que frequentemente incluem dados de norte-americanos.

As agências são obrigadas a ter protocolos de protecção dos dados dos americanos que incluem a censura de nomes de todos os cidadãos nos relatórios, a não ser que estes sejam relevantes para uma investigação.

“A CIA reconhece e leva muito a sério a nossa obrigação de respeitar a privacidade e as liberdades civis das pessoas nos Estados Unidos na conduta da nossa missão vital de segurança nacional. A CIA compromete-se com a transparência consistente com a nossa obrigação de proteger as fontes e os métodos de inteligência”, respondeu Kristi Scott, responsável pela privacidade e direitos civis da agência.

O painel de Supervisão da Privacidade e Liberdades Civis da CIA emitiu também uma série de recomendações rasuradas onde mostram que os analistas são avisados de que os cidadãos estão protegidos pelas leis e que a recolha dos seus dados tem de ter um propósito, no entanto, os analistas não são obrigados a lembrarem-se da justificação caso decidam avançar com a recolha da informação privada.

A revelação já foi condenada publicamente por Patrick Toomer, advogado da União Americana pelas Liberdades Civis, que considera que levanta “questões sérias sobre os tipos de informação que a CIA está a aspirar em massa e como a agência explora essa informação para espiar os americanos”.

Já Edward Snowden, ex-funcionário da NSA que denunciou a vigilância em massa aos norte-americanos e vive agora exilado, comentou o caso no Twitter. “Estão prestes a testemunhar um enorme debate político em que as agências de espionagem e os seus apologistas na TV vos vão dizer que isto é normal e ok que a CIA não sabe quantos americanos estão na base de dados ou como sequer ficaram lá. Mas isso não é ok”, escreveu.

O antigo congressista Republicano Justin Amash acusou ainda “agências trapaceiras como a NSA, o FBI e a CIA” de ser uma “ameaça mais séria à liberdade na América” do que “os inimigos de quem dizem que nos protegem”.

Já há décadas que a espionagem aos cidadãos nos Estados Unidos é um tema polémico e as preocupações intensificaram-se ainda mais com a aprovação do Patriot Act, em Outubro de 2001, na sequência dos ataques do 11 de Setembro.

Wyden e Heinrich já têm um historial de serem grandes críticos da espionagem em massa. Em 2013, Wyden questionou James Clapper, na altura o director da inteligência nacional, se a NSA recolhia dados de milhões de americanos, algo que Clapper negou.

Poucos meses depois, Edward Snowden revelou que as autoridades norte-americanas têm acesso aos dados privados dos cidadãos através de empresas tecnológicas e que mantém registos de emails, chamadas e outras informações pessoais. O caso agitou os EUA e o mundo e levou à alteração da legislação.

https://zap.aeiou.pt/ameaca-liberdade-eua-cia-dados-massa-462710

 

A busca pelo amor levou a que os norte-americanos perdessem quase 900 milhões em burlas “românticas” em 2021!


Nos últimos anos, as burlas românticas têm recorrido mais a esquemas com criptomoedas. O maior aumento de casos de fraude foi entre os mais jovens.

Na proximidade do Dia dos Namorados, com o comércio e a sociedade a celebrarem o amor, é natural que muitos solteiros se sintam solitários. Mas esta busca pelo amor pode deixá-los vulneráveis a burlas, fraudes e esquemas.

O FBI estima que cerca de 24 mil norte-americanos foram burlados em mil milhões de dólares (cerca de 877 milhões de euros) em 2021, mas o número concreto só vai ser conhecido após a divulgação do relatório anual do Centro de Queixas Crime da Internet.

A Comissão Federal do Comércio (FTC) considera que o ano passado foi o mais lucrativo para estes burlões, com muitos a aproveitarem o anonimato ao pedirem transferências de dinheiro em criptomoedas.

De acordo com a Forbes, a FTC só reporta as fraudes que são denunciadas à Rede Sentinela do Consumidor (uma base de dados para esquemas e crimes como o roubo de identidade).

Os dados revelam que as perdas com as burlas românticas subiram para os 547 milhões de dólares em 2021 (480 milhões de euros), uma subida em relação aos 307 milhões registados em 2020 e aos 202 milhões perdidos em 2019.

Cerca de 25% das perdas denunciadas à FTC foram pagas com criptomoedas e registou-se um aumento do número de burlões que enganaram as vítimas ao aconselharem-nas a fazer investimentos fraudulentos.

O maior aumento de casos notou-se nas faixas etárias entre os 18 e os 29 anos, mas os mais jovens tiveram uma perda média de apenas 750 dólares, enquanto que as vítimas acima dos 70 anos registaram perdas, em média de 9000 dólares.

Em 2021, os cartões de presente foram o método de pagamento mais usado (28%), seguindo-se as criptomoedas (18%), as aplicações de pagamentos (14%), as transferências bancárias (13%) e as transferências eletrónicas (12%).

Mais de um terço das vítimas foi inicialmente contactada através do Facebook ou do Instagram, apesar de muitas também terem conhecido os burlões em aplicações de namoro.

https://zap.aeiou.pt/americanos-milhoes-burlas-romanticas-462342

 

“Morte a Joe Biden”. Afegãos protestam após os EUA apreenderem as reservas do país — E talibãs ameaçam retaliar !


Biden assinou uma ordem executiva que define que parte das reservas do Banco Central do Afeganistão que estão congeladas desde Agosto seja dada às famílias das vítimas do 11 de Setembro. A decisão está a motivar protestos em massa no Afeganistão e os talibãs ameaçam retaliar.

A decisão foi conhecida na sexta-feira e foi rapidamente criticada. Joe Biden assinou uma ordem executiva que permite que sete dos nove mil milhões de dólares em bens congelados do Banco Central do Afeganistão sejam agora libertados e que metade seja dada às famílias das vítimas dos ataques do 11 de Setembro.

Os fundos em questão foram depositados nos Estados Unidos e congelados após a tomada do poder pelos talibãs em Agosto para serem depois eventualmente usados para ajudar a população do país, onde a população está a passar fome.

Biden quer agora que metade deste dinheiro — 3.5 mil milhões de dólares — sejam dados às vítimas do 11 de Setembro, permitindo aos EUA tomar posse dos activos de outro país ao serem depositados na Reserva Federal de Nova Iorque.

As famílias das vítimas dos ataques já exigem uma compensação financeira aos talibãs há anos e os apelos subiram de tom depois do grupo voltar ao poder no Afeganistão, regresso esse que levou ao congelamento dos bens.  

Estes pedidos ainda vão ser litigados em tribunal e os representantes da Casa Branca lembram que o descongelamento do dinheiro é preciso para que o processo avance e que este é apenas o primeiro passo. Já há vários meses que a administração Biden estava a ponderar sobre o que fazer com o dinheiro perante os pedidos das vítimas.

Os EUA vão ainda colocar as restantes reservas num fundo “separado e distinto” da ajuda humanitária norte-americana que está a chegar ao Afeganistão. “Planeamos ter muitas consultas nos próximos meses, incluindo com a comunidade afegã, sobre a gestão e o uso dos fundos que queremos libertar”, afirma a Casa Branca.

“As pessoas do Afeganistão estão a enfrentar muitos desafios com a dependência na ajuda económica, secas severas, a covid-19 e a corrupção interna. As reservas do Banco Central Afegão não têm sido acedidas há meses por causa da incerteza sobre quem pode autorizar as transações na conta, mas também por causa das litigações pendentes das vítimas do 11 de Setembro e de outras vítimas de terrorismo”, revela Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado.

Price acrescenta ainda que a Casa Branca não sabe quanto tempo é que o processo em tribunal vai demorar, mas lembra que a “situação humanitária e económica no Afeganistão continua a deteriorar-se” para justificar a decisão de Biden.

A escolha do chefe de Estado de dividir o dinheiro está a ser criticada por vários ângulos. Por um lado, um grupo que representa as famílias do 11 de Setembro argumenta que os familiares de todas as vítimas — e não só daquelas que abriram os processos — devem ser compensadas e tratadas de forma igual.

Por outro, alguns imigrantes e refugiados afegãos nos EUA concentraram-se ainda em frente à Casa Branca, acusando Biden de os trair e de estar abertamente a roubar um outro país.
“O dinheiro é do povo do Afeganistão”

Mas as críticas mais duras partem dos activistas no Afeganistão que afirmam que a divisão do dinheiro vai prejudicar a população afegã, que já está numa situação precária e nada teve a ver com o 11 de Setembro.

Os talibãs já reclamaram o direito aos fundos, mas os EUA recusam reconhecer a legitimidade do Governo do grupo radical. “O roubo dos fundos bloqueados à nação afegã pelos Estados Unidos mostra o baixo nível da humanidade do país“, criticou Mohammad Naeem, porta-voz dos talibãs, no Twitter.

Já esta segunda-feira, o Governo talibã ameaçou “reconsiderar a sua política” relativamente aos Estados Unidos se Washington não recuar. “Os ataques de 11 de setembro não têm nada a ver com o Afeganistão”, disse o vice-porta-voz, Inamullah Samangani, em comunicado, qualificando a apreensão dos activos como “um roubo”.

O Banco Central do Afeganistão também já pediu a Biden que reverta a ordem executiva e liberte a totalidade dos fundos, alegando, que as verbas pertencem ao povo afegão e não a um Governo ou partido.

A decisão motivou protestos por todo o país desde sábado, com os cidadãos a saírem à rua e a exigirem uma indemnização a Washington pela morte e destruição causada pela guerra de 20 anos que chegou ao fim em Agosto de 2021.

“E o nosso povo afegão que fez muitos sacrifícios com milhares de perdas de vidas?”, questionou o organizador da manifestação, Abdul Rahman, citado pela Associated Press. Rahman acrescenta ainda que há mais manifestações planeadas e sublinha que o “dinheiro pertence ao povo do Afeganistão, não aos Estados Unidos”.

As manifestações tiveram como palavras de ordem “Morte a Joe Biden” e “Morte à América”. “Se alguém merece compensação, deve ser os afegãos”, defendeu hoje o presidente da Associação de Corretores da Bolsa do Afeganistão, Mir Afghan Safi, que participou do protesto desta manhã em Cabul.

“As duas torres [do World Trade Centre, em Nova Iorque] foram destruídas [a 11 de setembro de 2001], mas, no nosso caso, foram todos os distritos e todo o país que foram destruídos”, acrescentou.

Torek Farhadi, consultor financeiro do ex-governo do Afeganistão apoiado pelos EUA, também questionou se a ordem de Biden é legal a nível internacional. “A decisão de Biden é unilateral e não condiz com a lei internacional”, refere, sublinhando que “nenhum outro país toma tais decisões de confisco sobre as reservas de outro país”.

Já esta segunda-feira, o Governo talibã ameaçou “reconsiderar a sua política” relativamente aos Estados Unidos se a medida não for revertida. “Os ataques de 11 de Setembro não têm nada a ver com o Afeganistão”, disse o vice-porta-voz Inamullah Samangani, qualificando a apreensão dos activos como “um roubo”.

O antigo Presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, também condenou a decisão “injusta” de Biden e apelou a que o chefe de Estado norte-americano recue, lembrando que os afegãos também foram vítimas da Al-Qaeda.

“O povo do Afeganistão partilha da dor do povo americano, partilha a dor das famílias daquelas que morreram na tragédia do 11 de Setembro. Apreender o dinheiro do povo do Afeganistão em seu nome é injusto e é uma atrocidade“, critica.

Recorde-se que o Afeganistão esteve mergulhado em guerras quase 40 anos, o que o tornou um dos países mais pobres do mundo. O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico anunciou hoje que irá organizar no próximo mês, em conjunto com a ONU, uma cimeira para responder às necessidades crescentes do Afeganistão.

A ONU espera arrecadar 3,8 mil milhões de euros para ajudar os mais de 24,4 milhões de cidadãos afegãos que precisam de ajuda humanitária urgente para sobreviver, num momento em que mais de metade do país enfrenta fome severa.

https://zap.aeiou.pt/morte-joe-biden-afegaos-protestam-462732

 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Ingrid foi levada por nazis para criar “raça superior”, mas só descobriu meio século depois !

Ingrid von Oelhafen

Ingrid von Oelhafen tinha já 58 anos quando descobriu que tinha sido levada por nazis no âmbito de um projeto que tinha como objetivo cuidar de mulheres racial e geneticamente valiosas.

Quando Ingrid von Oelhafen tinha apenas três anos, a Alemanha estava ainda em ressaca da Segunda Guerra Mundial. Durante a guerra, o casal que a criava separou-se e Ingrid foi parar a um orfanato.

Mais tarde, já com 11 anos de idade, o seu pai reapareceu. Certo dia, o seu pai levou-a a uma consulta médica, na qual foi chamada de Erika Matko.

“Eu não sabia quem era a Erika, mas não perguntei”, lembrou Ingrid à BBC. Este era o nome que aparecia em todos os seus documentos oficiais, reparou depois.

Ingrid acabaria por falar com a empregada de limpeza da casa, que lhe confidenciou que o casal com quem a jovem estava não eram os seus pais biológicos.

Aos 13 anos, Ingrid foi para Hamburgo para morar com a mãe. Um ano depois encontrou algo que a deixou perplexa.

“Lembro-me de estar numa esquina e havia muitos pósteres da organização da Cruz Vermelha com fotos de crianças… e vi a minha própria cara. Fiquei atordoada. O meu corpo ficou dormente. As fotos eram de crianças deslocadas pela guerra ou tiradas das suas casas e a Cruz Vermelha estava a realizar uma campanha para reuni-las com as suas famílias”, contou Ingrid à BBC.

A jovem não teve coragem de confrontar a sua mãe e prosseguiu com a vida, também ignorando a identidade de Erika Matko.

“O meu diploma de fisioterapeuta tinha esse nome. Eu não podia mudar os nomes que estavam nos documentos”, salientou Ingrid.

Em 1999, quando já tinha 58 anos, Ingrid recebeu uma chamada da Cruz Vermelha a perguntar se desejava saber mais sobre os seus pais biológicos.

“Disse imediatamente que sim e eles colocaram-me em contacto com um historiador para me ajudar a descobrir um pouco sobre a minha história”, contou a jovem.

Enquanto isso, Ingrid encontrou algo estranho nos seus documentos: “Eu tinha uma ficha de vacinação contra a varicela. O documento foi assinado por um nazi, Dr. Hesch, e tinha o meu nome, data e local de nascimento. Dizia que eu era cidadã alemã. Mas também tinha a palavra Lebensborn”.

Ingrid nunca tinha ouvido falar da palavra e, por isso, decidiu fazer uma breve pesquisa na internet.

“O objetivo do Lebensborn é acomodar e cuidar de mulheres grávidas racial e geneticamente valiosas, que, após cuidadosa investigação das suas famílias e dos pais das crianças, podem dar à luz crianças igualmente valiosas”, lia-se no resultado da pesquisa.

Com o objetivo de criar uma “raça superior”, os nazis não só mataram milhões de pessoas, como também lançaram projetos para trazer novos “arianos” ao mundo.

“Lebensborn era um programa da SS e estabeleceu lares para as chamadas mães arianas. Além disso, também traziam crianças roubadas da Polónia, Noruega e Jugoslávia, para fins de germanização”, conta a fisioterapeuta. “Escolhiam bebés loiros com olhos azuis”.

O historiador concluiu que Ingrid vinha de uma região daquilo que é hoje a Eslovénia. Após contactarem as autoridades eslovenos descobriram a sua verdadeira identidade. A mãe chamava-se Helena e o pai chamava-se Johan Matko. Os dois tiveram uma filha chamada Erika. “Fiquei tão feliz. Foi uma sensação incrível!”, confessou Ingrid à BBC.

Posteriormente, recebeu uma carta a dizer que a filha do casal em questão ainda estava viva. Assim sendo, Ingrid não era Erika. Eram duas pessoas distintas.

Ingrid acabaria por conseguir localizar Erika, mas esta recusou conversar consigo — ao contrário de outras membros da família Matko, que até aceitaram fazer um teste de ADN. Os resultados revelaram que Ingrid “tinha mais de 90% de parentesco com essa família”.

Alguns anos mais tarde, Ingrid descobriu que o seu pai, Johan Matko, tinha sido um combatente da resistência que lutou contra a ocupação nazi da Jugoslávia. Johan foi capturado, enviado para um campo de concentração e a sua filha, Ingrid, foi afastada dos pais e levada para a Alemanha.

A pele branca, os cabelos loiros e os olhos azuis chamaram a atenção dos soldados nazis, que aproveitaram a criança para o programa Lebensborn.

O mesmo arquivo de documentos nazis que revelou a identidade do pai de Ingrid, também adensou ainda mais o mistério.

“Os documentos mostram que Erika Matko foi levada como parte do programa Lebensborn, mas também dizem que minha mãe veio com três filhos e saiu com três filhos”, conta Ingrid.

Assim, a outra menina era filha de uma outra família. A criança foi criada pelos pais biológicos de Ingrid, que não só lhe deram o nome de Erika Matko, como também nunca procuraram a sua filha biológica.

https://zap.aeiou.pt/ingrid-levada-nazis-raca-superior-461897

 

Rússia pode atacar em 48 horas, avisa Boris - Kiev reitera intenção de aderir à NATO !


A Rússia tem repetidamente exigido que a Ucrânia nunca entre na NATO para aliviar as tensões, mas o país reiterou hoje a intenção de integrar a aliança atlântica. Zelensky convidou ontem Biden a visitar Kiev.

O embaixador ucraniano no Reino Unido, Vadym Prystaiko, afirmou hoje à BBC que o país seria “flexível” na sua intenção de integrar a NATO, referindo que a Ucrânia é um país “responsável”, cita o The Guardian.

Recorde-se que a Rússia tem repetidamente afirmado que a integração da Ucrânia na NATO é um acto de agressão por parte do Ocidente e tem exigido garantias de que este cenário nunca se colocará em troca do alívio das tensões e da retirada das tropas da fronteira.

Actualmente, a Ucrânia não é um membro da aliança atlântica, mas foi-lhe prometida em 2008 uma oportunidade futura de entrar. Em 2019, foi feita uma revisão constitucional no país que definiu a integração na NATO como um objectivo.

Caso se concretize, esta decisão levaria a aliança militar liderada pelos Estados Unidos até à fronteira russa, algo que o Kremlin considera uma linha vermelha.  

“Podemos (não aderir), especialmente a ser ameaçados assim, intimidados assim”, afirmou Prystaiko, questionado se Kiev mudaria a sua posição de integrar a NATO.

Os comentários do embaixador foram rapidamente clarificados por um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Kiev, que afirmou que as declarações foram descontextualizadas.

“O embaixador Prystaiko afirmou correctamente na sua entrevista que a prospeção da integração na NATO está estabelecida na Constituição da Ucrânia, apesar da Ucrânia não ser de momento um membro da NATO ou de qualquer outra aliança de segurança”, escreveu Oleg Nikolenko no Facebook.

O responsável reforça que o essencial são as “garantias de segurança” e que as “ameaças à Ucrânia existem aqui e agora”, mas reforça que não pode ser tomada nenhuma posição que vá contra a Constituição.

Prystaiko também esclareceu a sua posição, afirmando que nunca disse que a Ucrânia está a ponderar abandonar a intenção de se juntar à NATO. “Não somos um membro da NATO agora e para evitar a guerra, estamos prontos para várias concessões e é isso que estamos a fazer nas conversas com os russos”, afirma.

“Não é um adiamento das nossas ambições, mas não estamos na família agora por isso temos de olhar para outras opções, como os acordos bilaterais com o Reino Unido ou com os Estados Unidos. Além da NATO, estamos a olhar para outros acordos que nos permitam sobreviver a este problema em particular agora”, remata.

Esta manhã, Boris Johnson avançou ainda que um ataque russo pode avançar já nas próximas 48 horas, uma situação que considera “extremamente preocupante” e “muito, muito perigosa”. O primeiro-ministro britânico apelou ainda a que o Ocidente se una e que não troque o direito da adesão da Ucrânia à NATO.

Johnson deixou ainda um aviso a Vladimir Putin. “Estamos à beira do precipício mas ainda há tempo para o Presidente Putin voltar atrás”, alerta Boris, acrescentando que uma invasão seria “um erro desastroso” para Moscovo.
Zelensky convida Biden a ir a Kiev

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, estendeu ainda ontem um convite a Joe Biden para que o chefe de Estado norte-americano visite Kiev nos próximos dias, algo que descreve como um “sinal poderoso” de união entre os dois países. Esta segunda-feira, o chanceler alemão Olaf Scholz também tem encontros marcados na Ucrânia e na Rússia.

“Estou convencido de que sua chegada a Kiev nos próximos dias, que são cruciais para estabilizar a situação, será um sinal poderoso e contribuirá para a desescalada” da tensão, referiu o líder da Ucrânia numa conversa telefónica com Joe Biden.

De acordo com a Presidência ucraniana, os líderes ucranianos e norte-americano reafirmaram a unidade de posições sobre a “importância de continuar os esforços políticos e diplomáticos para desbloquear o processo de paz” para o leste da Ucrânia e restaurar a estabilidade na zona.

Segundo a Casa Branca, Joe Biden reiterou o seu compromisso com a soberania e a integridade territorial da Ucrânia face a um eventual ataque da Rússia e garantiu que os Estados Unidos responderão de forma “rápida e decisiva”, em conjunto com os seus aliados, a uma eventual agressão militar.

Esta conversa decorreu no mesmo dia em que Kiev exigiu uma reunião com Moscovo nos próximos dois dias depois das autoridades russas terem ignorado o ultimato para justificarem o envio de militares para a fronteira entre os países.

A Ucrânia invocou na sexta-feira o Documento de Viena sobre Redução de Riscos, exigindo que a Rússia forneça explicações detalhadas sobre as actividades militares perto da fronteira ucraniana. O documento é vinculativo e aplicável a todos os membros da OSCE.

“A Rússia não respondeu ao nosso pedido sobre o Documento de Viena” acerca de medidas destinadas a construir confiança e segurança, referiu o chefe da diplomacia ucraniana, Dmitro Kuleba, no Twitter.

“Exigimos uma reunião com a Rússia e todos os Estados participantes no prazo de 48 horas para discutir o reforço e a redistribuição ao longo de nossa fronteira e da Crimeia temporariamente ocupada”, acrescentou.

Kuleba lembrou ainda que a Rússia deve honrar os seus compromissos com a transparência militar para diminuir a tensão e melhorar a segurança de todos se quiser falar seriamente sobre segurança indivisível no seio da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
“Não podemos cometer o erro que cometemos com Hitler e com Estaline”

O antigo ministro ucraniano dos Transportes, apelou ainda à União Europeia que se una para travar as intenções imperialistas de Vladimir Putin. Em entrevista à TSF, Volodymyr Omelhan pediu que os países “não cometam o erro que cometemos com Hitler e com Estaline há 70 anos” porque “teria sido fácil travá-los no início“.

Para isto, o ex-Ministro recomenda a imposição de sanções económicas a Moscovo e a suspensão da construção do gasoduto Nord Stream 2 que liga a Rússia à Alemanha e o corte dos fluxos financeiros do exterior para os bancos russos. “Sairá muito mais caro concertar os efeitos da invasão do que preveni-la”, avisa.

Omelhan alerta ainda que a Ucrânia não é o único alvo de Putin. “Na cabeça deles não é apenas a Ucrânia, estão prontos a chegar ao canal da mancha, França, a Portugal e expandirem-se por toda a Ásia Central. Por isso, devemos levá-los a sério porque se amanhã invadirem a Ucrânia, no dia seguinte estarão na Polónia e vão tentar continuar”, sublinha.

Algumas companhias aéreas já começaram a cancelar voos com destino à Ucrânia ou a desviar as rotas, sendo que um voo com origem no Funchal e com destino a Kiev foi desviado para a Moldávia no sábado.

O ex-Ministro considera que esta resposta é exagerada. “Há muitos voos para Israel, África e outros países onde há guerra e ninguém acha que haja um grande risco. Na Ucrânia não há registo de bombardeamentos ou coisas do género”, conclui.

https://zap.aeiou.pt/kiev-nato-embaixador-flexivel-462509

 

Os media também são um palco das novas Guerras Frias — E os EUA já destinaram 500 milhões para a propaganda anti-China !


Em competição económica e tecnológica com a China, os Estados Unidos estão a ampliar os investimentos em meios de comunicação que façam uma cobertura mediática negativa de iniciativas chinesas como a Nova Rota da Seda.

A Câmara dos Representantes aprovou recentemente o America COMPETES Act, um lei que pretende estimular a produção industrial e tecnológica nos Estados Unidos.

Mas para além dos apoios de milhares de milhões de dólares destinados a estimular a investigação de semicondutores e de outro ramos científicos, a lei deixa ainda bem claro um outro objectivo — esmagar a competição chinesa.

Para isso, os EUA vão destinar 500 milhões de dólares para incentivar a cobertura mediática negativa da China. A Presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, referiu no discurso após a aprovação que objectivo é “responsabilizar” a China pelos seus abusos comerciais que “prejudicam os trabalhadores norte-americanos”.

“As pessoas têm de entender a ligação entre as violações dos direitos humanos a justiça para com os trabalhadores americanos. O que se passa na China com os uyghurs vai além dos direitos humanos, é um genocídio. Este uso de trabalho forçado é imoral e horrível e prejudica os trabalhadores americanos que têm de competir com trabalho escravo”, declarou Pelosi.

A versão desta legislação que foi agora aprovada na Câmara dos Representantes segue nos passos da lei USICA, que também procura aumentar a competitividade americana no sector tecnológico perante a concorrência chinesa, que passou no Senado em Junho do ano passado.

O plano será criar um comité conjunto entre o Senado e a Câmara dos Representantes para a fusão das duas leis nas próximas semanas, apesar de já se anteciparem algumas dificuldades porque os Republicanos não aprovam algumas das medidas incluídas no pacote destinadas ao combate às alterações climáticas, à imigração e às leis laborais.

Mais consensuais parecem ser as secções chamadas “apoio aos media independentes e combate à desinformação” presentes nos dois documentos, nota o The American Prospect.

As duas propostas de lei estipulam que a cobertura mediática financiada pelo Estado deve ser “independente”, mas impõem alguns requerimentos que podem pôr essa independência em questão.

Por exemplo, a lei do Senado encoraja a cobertura negativa dos investimentos chineses em países em desenvolvimento e do projecto da Nova Rota da Seda e quer ainda produzir conteúdos anti-China especialmente nas regiões onde o Partido Comunista Chinês está a promover “mercados mediáticos manipulados”.

A Nova Rota da Seda é um projecto chinês de financiamento de obras e renovação das infraestruturas de vários países em desenvolvimento, que pretende estreitar os laços económicos e comerciais entre os Estados e já foi comparado ao Plano Marshall que os Estados Unidos adoptaram para apoiar a reconstrução da Europa após a Segunda Guerra Mundial.

Os EUA têm sido grandes opositores do projecto e uma das medidas aprovadas na USICA prevê a criação de um “Fundo Contra a Influência Chinesa” que receberá mais de 1.5 mil milhões de dólares ao longo de cinco anos. Mais de um terço deste dinheiro tem como destino os meios de comunicação.

O passado polémico da USAGM

As preocupações com a isenção desta cobertura mediática são ainda mais acentuadas porque a maior parte do financiamento desta lei vai para a Agência para os Media Global (USAGM), que tem um passado controverso.

A USAGM é uma agência com financiamento federal que é responsável por órgãos como o Voice of America, Radio Free Europe, Radio Free Asia (RFA), e o Office of Cuba Broadcasting (OCB) e já foi várias vezes acusada de fazer propaganda partidária e em nome dos interesses norte-americanos.

Os órgãos da agência trabalham para fazer chegar uma perspectiva pró-Ocidente à população de países inimigos de Washington, como a China, Cuba ou a Rússia.

O uso da cobertura mediática da agência como arma política não é de agora — e há quem acredite que ainda não é suficiente e que os EUA vivem uma crise no “soft power” mediático que consideram fundamental para a imagem externa do país.

Em 2020, Robert Gates, antigo Secretário da Defesa, sugeriu que os Estados Unidos fizessem uma “revisão da sua mensagem pública” com uma nova “organização de topo nível que faça uma comunicação consistente e estratégia usando todos os meios disponíveis”.

“Ao contrário da China e da Rússia, os Estados Unidos agora não têm uma estratégica efetiva na comunicação da sua mensagem e no combate aos seus competidores”, alertou Gates, citado pela Foreign Affairs.

Na década de 70, depois de ser conhecido que a Radio Free Europe e a Radio Liberty eram financiadas pela CIA, o Senador J. William Fulbright, que era um crítico fervoroso da política externa norte-americana, argumentou que as rádios deviam ficar de fora da propaganda da Guerra Fria.

Fullbright foi também o principal promotor de uma reforma que restringiu a distribuição de materiais de propaganda no exterior a cidadãos americanos. Esta lei foi depois alargada pelo Representante Edward Zorinsky, que considerou que os Estados Unidos se distinguem da União Soviética por serem uma “sociedade livre” que não utiliza a propaganda domesticamente.

Mas esta reforma foi revertida em 2012, com um porta-voz da USAGM a afirmar que o fim da proibição da disseminação de propaganda a públicos internos ajudaria a agência a chegar aos grupos de imigrantes que vivem nos Estados Unidos, como os imgrantes somalis que se mudaram para o Minnesota.

A instrumentalização mediática interna

A administração de Donald Trump, que era notoriamente crítica dos media, procurou fazer uma reforma na USAGM para usar a agência a seu favor, tanto no planointerno como externo.

Em 2018, por exemplo, o OCB esteve envolvido numa polémica depois de emitir um segmento onde descrevia o milionário George Soros — que financia grupos de activistas e órgãos de comunicação progressistas através da Open Society Foundations e é um nome frequentemente referido em teorias da conspiração — como um “judeu não crente com morais flexíveis“.

Trump nomeou também Stephen J. Yates, antigo conselheiro de Dick Cheney que já tinha feito lobbying em nome do Governo de Taiwan, para ser o Presidente da Radio Free Asia — uma escolha que foi criticada pelos jornalistas que acreditam que esta manchava a credibilidade do órgão.

Os trabalhadores do Voice of America escreveram uma carta onde revelaram que foram ordenados a cobrir um discurso do então Secretário de Estado, Mike Pompeo, e acusaram o Governo de os querer obrigar a dar palco a um “evento de propaganda”.

A nomeação do cineasta conservador Michael Pack, um aliado de Steve Bannon, para a chefia da USAGM foi também controversa. Os Democratas no Senado recusaram nomear Pack durante anos, mas em 2020 os Republicanos usaram a maioria para forçar a promoção do realizador.

Em pouco tempo, Pack despediu o líder de um grupo tecnológico e substituiu os painéis bipartidários que aconselhavam os cinco órgãos que a agência gere.

Estas decisões, naturalmente, suscitaram muita contestação entre os Democratas, que acusaram Trump de querer usar uma agência federal para fazer propaganda partidária. A frustração no partido era tanta que meras horas após ser inaugurado como Presidente, Joe Biden demitiu Michael Pack.

Mas se a mensagem dos media sobre a política interna dos EUA pode variar dependendo de qual o partido que está no poder, quando o assunto é a política externa, os métodos de instrumentalização e as mensagens que se pretendem passar tendem a reunir o apoio dos dois partidos.

Tão recentemente como em Dezembro do ano passado, perante a escalada da tensão com a Rússia, o Voice of America apontou a sua primeira editora chefe na Europa de Leste e prometeu expandir a cobertura da região, citando a “postura agressiva do Kremlin” e o “impacto da influência da Rússia e da China” como razões que motivaram a aposta.

Com a subida da tensão entre os EUA e a China e a Rússia a não dar sinais de abrandar — seja com a ameaça de invasão à Ucrânia ou com os conflitos diplomáticos que vieram à tona nos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim — a guerra na propaganda também não dá sinais de abrandar.

https://zap.aeiou.pt/guerras-frias-eua-500-milhoes-china-462124

 

Human Rights Watch pede a UE que reconheça “epidemia de torturas” no Egito !


A organização não-governamental exige aos líderes europeus que abordem a “brutal repressão” no país e as denúncias de “tortura, desaparecimentos e execuções”.

A Human Rights Watch (HRW) lançou nesta segunda-feira um apelo aos líderes europeus para que abordem a “crise de direitos humanos” que está em curso no Egito, durante a cimeira entre União Europeia e a União Africana que se realiza nesta semana em Bruxelas, e na qual participará o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi.

Segundo o Público, a organização não-governamental sublinha que “o Governo de Sissi adora os momentos de branqueamento para encobrir os seus abusos e desviar as críticas internacionais”.

Na sequência da preocupação demonstrada por 32 países no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre a situação no Egito, em março do ano passado, o Presidente egípcio apresentou a sua “Estratégia Nacional de Direitos Humanos“.

A HRW diz, no entanto, que o documento em causa “nem sequer reconhecer, e muito menos aborda, a epidemia de torturas e desaparecimentos ocorridos durante o mandato” de Sissi.

Desde que chegou ao poder, em 2013, que o Presidente tem liderado “uma brutal repressão que pode ter alcançado o nível de crimes contra a humanidade, com incontáveis detenções arbitrárias, desaparecimentos forçados, execuções extrajudiciais e tortura generalizada”, denuncia Claudio Francavilla, da HRW.

A ONG alerta ainda que a sociedade civil independente egípcia tem sido ameaçada com “violentas intimidações” e com “legislação draconiana – inexplicavelmente elogiada pela UE como sendo um passo positivo – que impõem restrições severas ao trabalho dos grupos de direitos humanos independentes”.

A galardoada Rede Árabe de Informação sobre Direitos Humanos fechou recentemente as portas, ao fim de 18 anos de funcionamento, devido, em grande medida, aos requisitos impossíveis que foram estabelecidos pela lei do Egito que regula as organizações não-governamentais.

Por outro lado, a HRW lamenta que “apesar da avassaladora evidência de graves abusos”, os líderes europeus aclamam o Egito como um sócio importante na gestão das migrações e da luta contra o terrorismo, e fornecem apoio incondicional militar, político e de outro tipo ao Governo de Sissi.

A ONG pede, assim, à UE para “aproveitar a oportunidade da visita de Sissi” a Bruxelas para “expor as suas preocupações, em público e em privado”, para “elaborar exigências concretas de melhoramento” da situação e para “articular graves consequências para o Governo do Egito se este persiste em estar em incumprimento”.

“Para fazer frente à impiedosa repressão do Governo egípcio é imprescindível uma mudança radical na abordagem da Europa para o Egípcio“, conclui a HRW.

https://zap.aeiou.pt/epidemia-de-torturas-egipto-462514

 

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