Agora que o talibãs supostamente assumiram o controlo total
do Afeganistão e começaram a formar um governo, um desafio iminente
aguarda-os: como é que manterão o seu país e economia à tona?
Nos últimos 20 anos, o governo dos EUA e outros países financiaram a
grande maioria do orçamento não militar do governo afegão — e cada
centavo da força de combate que se transformou nos talibãs em agosto de
2021.
Agora, com a provável ajuda americana fora de questão e mil milhões de euros em reservas estrangeiras do banco central congeladas, os talibãs terão que encontrar outros meios.
Compreender como é que os talibãs vão pagar pelo seu governo começa
com a última vez em que estiveram no poder, há mais de 20 anos.
Afeganistão mudou muito
Na década de 1990, o Afeganistão era um país muito diferente.
A população era inferior a 20 milhões e dependia de grupos de ajuda
internacional para os poucos serviços que podiam fornecer. Em 1997, por
exemplo, o governo talibã tinha um orçamento de apenas 100 mil dólares,
que mal dava para os salários dos funcionários do governo, muito menos
para as necessidades administrativas e de desenvolvimento de todo o
país.
Hoje, o Afeganistão mudou significativamente. A
população cresceu e os seus cidadãos passaram a esperar cada vez mais
serviços como saúde e educação. Em 2020, por exemplo, o Afeganistão
tinha um orçamento não-militar de 5,6 mil milhões de dólares.
Como resultado, Cabul transformou-se, de uma cidade devastada pela
guerra, numa capital moderna, com um número crescente de prédios altos, cyber cafés, restaurantes e universidades.
A maior parte dos gastos com desenvolvimento e infraestrutura que
ocorreram desde 2001 veio de outros países. Os EUA e outros doadores
internacionais cobriram cerca de 75% dos gastos não-militares do governo
durante esses anos. Além disso, os EUA gastaram 5,8 mil milhões desde
2001 em desenvolvimento económico e de infraestrutura.
Ainda assim, a receita do governo estava a começar a cobrir uma
parcela crescente dos gastos domésticos nos últimos anos. As fontes
incluíram direitos alfandegários, impostos, receitas de taxas sobre
serviços como passaportes, telecomunicações e estradas, bem como
receitas da sua vasta, mas principalmente inexplorada, riqueza mineral.
A receita teria sido muito maior se não fosse a corrupção endémica do governo,
que alguns especialistas citam como uma das principais razões para a
sua queda. Um relatório de maio de 2021 sugeria que 8 milhões de dólares
estavam a ser desviados do país todos os dias, o equivalente a cerca de
3 mil milhões por ano.
Onde os talibãs vão buscar o dinheiro
Enquanto isso, os talibãs tinham os seus próprios fluxos de receita
significativos para financiar a sua insurgência à medida que ganhavam o
controlo do país.
Apenas no ano fiscal de 2019-2020, os talibãs arrecadaram 1,6 mil milhões de dólares de uma ampla variedade de fontes.
Mais notavelmente, ganharam 416 milhões naquele ano com a venda de
ópio, mais de 400 milhões com a mineração de minerais como ferro,
mármore e ouro, e 240 milhões com doações.
Agências de inteligência dos EUA e outras acreditam que vários países, incluindo Rússia, Irão, Paquistão e China, ajudaram a financiar os talibãs.
Com esses recursos, os talibãs foram capazes de comprar muitas armas e
aumentar as suas fileiras militares enquanto aproveitavam a retirada
dos EUA e conquistavam o Afeganistão numa questão de semanas.
Os desafios do Afeganistão
Mas vencer a guerra pode ser mais fácil do que gerir o condado, que enfrenta muitos problemas.
O Afeganistão enfrenta atualmente uma seca severa que ameaça mais de 12 milhões de pessoas — um terço da população — com níveis de “crise” ou “emergência” de insegurança alimentar.
Os preços dos alimentos e outros bens essenciais dispararam, enquanto a
maioria dos bancos começou a reabrir com disponibilidade limitada de
dinheiro.
E, como muitos países, a sua economia foi prejudicada pela covid-19
— e alguns temem um ressurgimento de casos conforme as taxas de
vacinação estagnam. Muitas instalações de saúde pública enfrentam uma
grave escassez de financiamento.
Os talibãs também enfrentam desafios financeiros assustadores. Aproximadamente 9,4 mil milhões de dólares em reservas internacionais do Afeganistão foram congelados
imediatamente depois de os talibãs conquistarem Cabul. O Fundo
Monetário Internacional suspendeu mais de 400 milhões em reservas de
emergência e a União Europeia suspendeu os planos de dispersar 1,4 mil
milhões em ajuda ao Afeganistão até 2025.
Fontes potenciais de financiamento para o novo governo
Alfândegaetributação.
Agora que os talibãs têm controlo total sobre as passagens de fronteira
e escritórios do governo do Afeganistão, podem começar a recolher todos
os impostos de importação e outros.
Drogas. Os talibãs disseram que não vão permitir
que agricultores afegãos cultivem papoilas do ópio enquanto procuram
reconhecimento internacional para o seu governo. Mas podem mudar de
ideias se esse reconhecimento não ocorrer e, nesse caso, podem continuar
a gerar uma fonte significativa de receita com o contrabando de drogas.
Diz-se que o Afeganistão é responsável por cerca de 80% do fornecimento
mundial de ópio e heroína.
Mineração. Estima-se que o Afeganistão tenha 1
bilião de dólares em minerais na suas montanhas e em outras partes do
país. A China, em particular, está ansiosa por extrair esses metais, que
incluem aqueles que são essenciais para a cadeia de fornecimento
moderna, como lítio, ferro, cobre e cobalto. No entanto, isto pode não
ser possível a curto prazo.
Países não ocidentais. Vários governos têm ajudado
financeiramente os talibãs, incluindo Rússia, Qatar, Irão e Paquistão, e
esses países podem continuar a fazê-lo. Depois de o anterior governo
afegão cair em agosto, o Qatar terá injetado milhões de dólares para
apoiar a economia afegã. A China,
em particular, destaca-se pelos seus laços potenciais com o novo
governo, já que os talibãs declararam recentemente o país como o seu
“principal parceiro”. A 8 de setembro de 2021, a China deu ao governo 31
milhões de dólares em ajuda de emergência. Além da mineração, a China
também está interessada em alargar a sua Nova Rota da Seda — um projeto
de desenvolvimento de infraestrutura global — ao Afeganistão.
Ajuda ocidental. Mesmo com estas outras fontes de
rendimento, os talibãs ainda estarão ansiosos para restaurar a ajuda dos
EUA e de outros países ocidentais e livrar-se das sanções das Nações
Unidas que estão em vigor desde 1999. Os talibãs disseram que pretendem
comportar-se de forma diferente do que na década de 1990, inclusive
respeitando os direitos das mulheres e não permitindo que terroristas
operassem a partir do Afeganistão. E a UE, os EUA e outros governos
podem querer usar a ajuda e as reservas congeladas como alavanca para
que os talibãs mantenham estas promessas.
Piratas informáticos não identificados violaram os sistemas
de computação da Organização das Nações Unidas (ONU) em abril deste ano,
revelou um porta-voz da instituição. Medidas de seguranças adicionais
tiveram de ser impostas nos meses seguintes.
A revelação surge depois de vários especialistas em cibersegurança
privada alertarem que alguns fóruns criminosos tinham vendido, ao longo
dos últimos meses, senhas de acesso a um software que a ONU usa para
monitorizar projetos internos.
De acordo com a CNN, este software pode ser uma mais valia para invasores que têm o objetivo de roubar dados da ONU.
“Podemos confirmar que hackers desconhecidos violaram partes da
infraestrutura das Nações Unidas em abril de 2021”, referiu o porta-voz
da ONU Stéphane Dujarric em comunicado.
O responsável referiu ainda que “que outros ataques foram detetados e estão a ser alvo de uma resposta rápida por estarem ligados à invasão anterior”.
A Resecurity, uma empresa de segurança cibernética com sede na Califórnia, referiu à CNN
que entrou em contacto com funcionários da instituição no início deste
ano, após perceber que as senhas de acesso ao software estavam a ser
vendidas no mercado negro online.
Já em janeiro de 2020, a ONU confirmou que hackers não identificados
tinham invadido o seu sistema de computação nos escritórios de Genebra e
Viena.
Este tipo de ataques representam um grande perigo para as instituições internacionais, que tentam a todo o custo manter as suas comunicações confidenciais.
Para que seja possível atingir os objetivos climáticos
propostos pelo Acordo de Paris, a grande maioria dos combustíveis
fósseis devem permanecer no solo e parar de ser extraídos o mais rápido
possível, refere um novo estudo.
Numa altura em que vários países do mundo ainda vêm as suas economias
muito dependentes da extração e exportação de combustíveis fósseis,
esta pode ser uma má notícia. A diminuição drástica da utilização deste
tipo de combustível é necessária para salvar o planeta, mas pode levar
muitos países à ruína.
Para países como a Indonésia e Austrália – os maiores exportadores mundiais de carvão – esta medida irá exigir o abandono de 95% dos seus depósitos naturais até 2050, calcularam os investigadores da University College London.
Nesse mesmo período, as nações do Médio Oriente terão que abandonar
todas as suas reservas de carvão no solo e os Estados Unidos, por sua
vez, terão que deixar 97% do seu stock intocável.
Estes são alguns exemplos de alguns países ou regiões que podem ter
uma tarefa mais árdua no que diz respeito à exclusão de combustíveis
fósseis, mas – tal como escreve o Science Alert – este é um trabalho de equipa e que deve ser realizado por todos os estados do mundo.
O novo estudo, publicado na revista Nature, alerta que quase 90% de todas as reservas
de carvão devem permanecer no solo nas próximas três décadas. Qualquer
remoção superior a estes valores pode empurrar o aquecimento global para
além da meta de 1,5 graus, alertam os cientistas.
Contudo, não é apenas com o carvão que o mundo se precisa de se preocupar: os países também devem interromper 60% das suas extrações de petróleo e gás metano, incluindo os projetos que já começaram.
Mesmo que o mundo cumpra com estes objetivos, os investigadores estimam que o planeta tem apenas 50% de possibilidades de manter as temperaturas globais abaixo do limite de 1,5 graus.
“O quadro desanimador para a indústria global de combustíveis fósseis é muito provavelmente uma subestimação do que é necessário e, como resultado, a produção precisaria ser reduzida ainda mais rapidamente”, escrevem os autores no estudo.
Por outro lado, os autores consideram que depois de 2050 as únicas áreas onde ainda se podem usar combustíveis fósseis é na aviação e na indústria petroquímica.
Alertam ainda que se uma transição energética mundial não for alcançada até 2050, não só iremos enfrentar uma crise climática pior, como várias nações podem sofrer enormes perdas de receitas.
Atualmente, os países do Oriente Médio, assim como a Rússia e outros
ex-estados soviéticos, são os maiores detentores de reservas de
combustíveis fósseis, o que significa que são os que mais têm a perder.
No Iraque, Bahrein, Arábia Saudita e Kuwait,
por exemplo, os combustíveis fósseis representam atualmente entre 65 e
85% da receita total do Governo. Se a bolha dos combustíveis fósseis
rebentar antes destas nações alcançarem a transição para formas de
energia mais limpas, muitas delas irão enfrentar uma grave crise
económica.
Há exactamente 20 anos, um dos acontecimentos mais marcantes
da história contemporânea abalou os EUA e o mundo. O ZAP recorda o 11 de
Setembro e como o legado dos atentados ainda se faz sentir nos dias de
hoje.
Foi um dia que mudou o mundo e as imagens ainda estão gravadas na
nossa memória colectiva. Há precisamente 20 anos, o mundo ocidental foi
abalado com um ataque terrorista em nos Estados Unidos da América que
matou quase 3000 pessoas e cujo legado ainda se sente em 2021.
A 11 de Setembro de 2001, terroristas da Al-Qaeda sequestraram quatro aviões comerciais e pilotaram dois contra as torres gémeas.
Cerca de uma hora depois do impacto do primeiro avião contra torre
Norte, esta ruiu. 18 minutos após a primeira colisão, um segundo avião
foi contra a torre Sul, que colapsou 56 minutos depois.
Um terceiro avião colidiu com o Pentágono, a sede do Departamento de
Defesa do governo americano e um quarto caiu num campo perto do estado
da Pensilvânia, depois de os tripulantes terem conseguido desviar o
avião do destino planeado pelos terroristas, que era o Capitólio, em
Washington. Todos os passageiros e tripulantes dos aviões morreram.
Quando o segundo avião embateu contra a torre Sul, as dúvidas sobre
se o que passara tinha sido um acidente dissiparam-se. George Bush tinha
um evento marcado para o dia, que imediatamente cancelou, e o FBI abriu
na hora uma investigação a um possível sequestro de um avião.
Ainda esta semana, foram identificadas mais duas vítimas mortais,
algo que já não acontecia há dois anos. Uma delas chama-se Dorothy
Morgan, que era residente em Hempstead. Já identidade da segunda pessoa,
um homem, não foi revelada a pedido da família. Assim, foram já
identificadas 1647 vítimas mortais do total de 2753 mortos.
A identificação foi feita através de análises de ADN. “Há 20 anos,
fizemos uma promessa às famílias das vítimas do World Trade Center de
fazer o que fosse necessário para identificar os entes queridos. Não importa quanto tempo passe,
vamos usar as ferramentas à nossa disposição para garantir que todos
aqueles que foram perdidos se possam reunir com as suas famílias”,
explicou Barbara A. Sampson, médica de Nova Iorque.
Visto que cerca de 40% das vítimas ainda não foram identificadas, as
autoridades norte-americanas estão agora a usar um método forense mais
avançado, que já está a ser usado para identificar vestígios da Segunda
Guerra Mundial.
Para além do vídeo do embate avião a embater contra as torres, muitas
outras imagens marcaram o evento, como os bombeiros desesperados a
evacuar as vítimas e apagar os incêndios ou a conhecida fotografia de The Falling Man,
que retrata um homem a atirar-se do edifício para fugir às chamas.
Foram também inaugurados memoriais para lembrar as vítimas, tanto onde
era o World Trade Center como no Pentágono.
O
11 de Setembro foi também o momento catapultou a Al-Qaeda, na altura
uma organização relativamente obscura, para a notoriedade mundial, e o
fundador e cérebro da operação dos ataques – Osama Bin Laden – tornou-se o inimigo número um dos EUA.
Fundada em 1988, a Al-Qaeda atraiu recrutas revoltados com o
imperialismo e interferência americanos no Médio Oriente e contra o
apoio incondicional do país a Israel, tendo crescido e criado campos de
treino sob a alçada do governo talibã no Afeganistão, entre 1996 e 2001.
Bin Laden acabou por ser capturado e morto pelas forças
norte-americanas em 2011, na cidade de Abbottabad, no Paquistão, e o
exército recolheu também documentos e comunicações internas da
organização terrorista que têm sido revelados nos últimos anos.
Segundo escreve a Foreign Affairs, os Abbottabad Papers
incluem notas escritas à mão por Bin Laden em 2002 a detalhar como
surgiu a ideia para o 11 de Setembro. A intenção de atacar o solo
americano nasceu em Outubro de 2000, semanas depois do ataque USS Cole
no Iémen – em que um bombista suicida da Al Qaeda explodiu um destruidor
de mísseis da marinha dos EUA.
“O mundo muçulmano está todo submetido ao reinado de regimes
blasfemos e à hegemonia americana”, escreveu Bin Laden, que acreditava
que o 11 de Setembro ia “quebrar o medo deste falso deus e destruir o mito da invencibilidade americana“.
Apesar de esperar que os atentados mostrassem o impacto da política
externa dos EUA no Médio Oriente e virassem a população contra o
governo, o 11 de Setembro acabou por ter o efeito oposto e unir a sociedade americana de uma nunca forma antes vista.
Na história das sondagens Gallup,
nunca nenhum chefe de Estado americano teve uma maior taxa de aprovação
do que George W. Bush teve nas semanas a seguir aos ataques, que chegou
aos 90%. Quase 9 em 10 Democratas apoiavam o Presidente Republicano.
O discurso de Bush no dia dos ataques continua a ser um dos momentos
mais marcantes da sua presidência. “Hoje os nossos cidadãos, a nossa
forma de vida, a nossa própria liberdade foi atacada por actos
terroristas deliberados. Estes actos queriam assustar a nossa nação até à
desistência, mas falharam. Os ataques terroristas podem abanar as bases
dos edifícios, mas não podem abanar a fundação da América“, afirmou Bush.
20 anos depois, a Al-Qaeda persiste, mesmo depois da morte do seu líder e de vários Presidentes americanos já terem declarado a derrota do grupo terrorista.
Depois de ter começado mais concentrado no Afeganistão e no
Paquistão, o grupo descentralizou-se e já tem ligações a organizações na
Somália, no Iémen e nos países do norte de África que ficaram mais
instáveis durante a Primavera Árabe, escreve o Washington Post.
Apesar de ter ganhado fama mundial com o 11 de Setembro, a Al-Qaeda
dedica-se agora mais a batalhas internas do que à guerra contra os
Estados Unidos.
Nas últimas semanas, com o regresso dos talibãs ao poder no Afeganistão, regressaram também os receios de que a Al-Qaeda volte a ganhar relevância
no plano internacional – apesar de todas as potências exigirem ao novo
governo afegão o fim do apoio a grupos terroristas em troca do
reconhecimento internacional. Recorde-se que a recusa dos talibãs de
entregar Bin Laden foi o que motivou a invasão norte-americana em 2001.
O Ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, acredita que a saída das
tropas ocidentais do Afeganistão “deixa um grande, grande problema”.
“Foi por isso que disse que este não é o tempo nem a altura certa,
porque provavelmente a Al-Qaeda vai voltar. Os estados falhados são um
terreno fértil para este tipo de pessoas”, afirmou.
Joe Biden ordenou a 3 de Setembro o cumprimento de uma exigência
antiga das famílias das vítimas – que o Departamento de Justiça e outros
órgãos federais acabassem com a confidencialidade de documentos da investigação do FBI
aos ataques, o que pode finalmente confirmar ou negar as suspeitas do
envolvimento do governo da Arábia Saudita, um longo aliado dos EUA.
Dos 19 terroristas envolvidos no 11 de Setembro, 15 eram sauditas – incluindo Bin Laden – dois eram dos Emirados Árabes Unidos, um era libanês e outro tinha nacionalidade egípcia. O relatório final
sobre os atentados não encontrou provas do envolvimento do governo
saudita ou que este tivesse financiado a Al-Qaeda, mas as acusações
persistem.
“Estamos felizes por ver o Presidente a forçar a divulgação de mais
provas sobre as ligações sauditas aos ataques de 11 de Setembro. Estamos
a lutar contra o FBI e a comunidade de inteligência há demasiado tempo,
mas isto parece um verdadeiro ponto de viragem”, afirma Terry Starda,
cujo marido morreu no ataque ao World Trade Center.
Já há anos que as famílias das vítimas tentam processar o governo da Arábia Saudita
pela responsabilidade dos ataques. A embaixada do país nos EUA já
reagiu ao anúncio de Biden. “A Arábia Saudita sabe muito bem do mal que a
ideologia e as acções da Al-Qaeda representam. Ao lado dos EUA, o reino
tem lutado contra os homens e todas as formas da mentalidade
terrorista”, respondeu, em comunicado.
A embaixada acrescenta que espera que a divulgação dos documentos
acabe “com as alegações sem base contra o reino, de uma vez por todas”.
“Eu devia ter morrido naquele dia”
As décadas passam, mas as marcas físicas e psicológicas
de quem viveu os ataques ou perdeu familiares e amigos persistem. Joe
Dittmar estava numa reunião no 105º andar da Torre Sul quando teve de
evacuar o edifício.
O trabalhador de uma seguradora estava a descer as escadas no 72º
andar quando o segundo avião colidiu com o prédio, poucos andares acima.
Dittmar estava numa sala de conferências quando um homem alertou para a explosão na Torre Norte.
“Todos os 54 de nós dissemos a mesma coisa, que estamos em Nova
Iorque, há sempre coisas a acontecer aqui, deixem-nos ter a nossa
reunião. Ele era bombeiro e avisou-nos que não podia sair do edifício
até toda a gente sair e eu sei que ele tirou toda a gente daquela sala
porque eu fui o último a sair”, explica ao City News.
A decisão de ir pelas escadas pode ter salvo a vida
de Joe. Depois de ter saído do edifício, os sobreviventes conseguiram
ouvir pela primeira vez a rádio a dizer que se tratava de um ataque
terrorista.
“Os nossos queixos caíram. Isto não acontece aqui, mas depois ouvimos
o cimento a cair, o ferro a dobrar-se e gritos de milhares de pessoas
em Nova Iorque” quando a torre caiu.
Lauren Manning tinha acabado de entrar na Torre Norte do World Trade
Center quando o avião atingiu o edifício, tendo sido atingida por uma
enorme chama que desceu do poço do elevador até ao hall de entrada.
“De acordo com qualquer critério médico, eu devia ter morrido.
Houve este assobio incrivelmente alto e penetrante e instantes depois,
estava envolvida em chamas. Estava a arder viva, não há outras
palavras”, revela à Sky News. Lauren ficou com 80% do corpo queimado, sendo cerca de 20% de quarto ou quinto grau, o que obrigou a amputações.
Lauren foi levada para o hospital e colocada num coma durante três
meses. O marido Greg lia-lhe poemas de Robert Burns e tocava-lhe músicas
do tempo em dois começaram a namorar. Alguns dias depois de acordar do
coma, o filho Tyler, na altura com um ano, visitou-a pela primeira vez
desde o ataque.
“Tinha tanto medo que ele não me reconhecesse. Ele
não me reconheceu ao início, mas depois reconheceu os meus olhos e voz.
Era tudo o que eu precisava”, confessa. Enquanto estava deitada a ver
pessoas a saltar das torres, Lauren sabia que os seus colegas de
trabalho estavam presos nos andares nas altos. Todos os 658
trabalhadores no escritório nesse dia acabaram por morrer.
O legado que ainda se sente hoje
Uma das principais consequências dos atentados foi o início da guerra contra o “eixo do mal” do terror, com os Estados Unidos a invadir o Afeganistão em 2001, uma guerra que acabou recentemente, e o Iraque em 2003, onde o exército norte-americano ainda está.
O projecto Custos da Guerra,
da Universidade de Brown, calculou os custos humanos e monetários dos
conflitos. “As mortes que calculamos estão provavelmente muito abaixo do
verdadeiro impacto que estas guerras tiveram. É crítico que tenhamos
propriamente em conta as vastas e variadas consequências das guerras e
operações contra-terrorismo dos EUA desde o 11 de Setembro”, apela Neta
Crawford, co-fundadora do projecto.
Mais de 929 mil pessoas morreram vítimas de
violência directa das guerras e 387 mil civis perderam a vida, segundo
os cálculos. Os conflitos causaram 38 milhões de refugiados e deslocados
e custaram mais de 8 biliões de dólares ao estado americano, que está
actualmente a levar a cabo actividades contra-terrorismo em 85 países.
O impacto do 11 de Setembro também ainda se nota na segurança nos voos
– depois dos terroristas que sequestraram os aviões terem embarcado
facilmente nos aeroportos em Portland, Maine, Boston, Newark e
Washington.
Antes dos atentados, era comum chegar-se aos aeroportos meros minutos antes de se embarcar e practicamente não eram exigidos documentos de identificação ou bilhetes até à porta do avião, escreve o NPR. Não era necessário remover casacos e calçado e apenas se passava num detector de metais.
Nos dias de hoje, é preciso ir para o aeroporto com horas de
antecedência e esperar em longas filas. Os passageiros têm de retirar
calçado e casacos e esvaziar os bolsos, as malas são sujeitas a um raio-X e temos de passar por um exame a todo o corpo.
A segurança era feita por empresas privadas contratadas pelas
companhias aéreas e tinha de obedecer a critérios federais. Os contratos
eram geralmente atribuídos à empresa que ficasse mais barata.
“Era tão fácil, muitos de nós ficamos surpreendidos que não tinha
acontecido antes”, afirma Jeff Price, que era assistente da direcção de
segurança no aeroporto de Denver no 11 de Setembro, sobre o aperto à
segurança. “Antes do 11 de Setembro, a segurança era quase invisível e
foi criada para ser assim. Era algo no fundo que não era muito
perceptível e que não interferia com as operações do aeroporto“, acrescenta.
Mas não foram só os americanos que sentiram a vida mudar de um dia
para o outro depois dos atentados – os muçulmanos também, especialmente
os que viviam nos EUA na altura. Imediatamente após o 11 de Setembro, os
crimes de ódio contra muçulmanos subiram de 28 incidentes em 2000 para 481 em 2001, segundo dados do FBI.
“Depois do 11 de Setembro, o ódio e a discriminação foram
amplificados. De repente, o dia-a-dia dos muçulmanos americanos
tornou-se objecto de consumo público, a sua fé foi tornada uma questão
racial e as comunidades foram muito escrutinadas pela sociedade”, explica Sumayyah Waheed, consultor político, à Al-Jazeera.
A aprovação no imediato do Patriot Act, uma
lei que deu mais poderes de espionagem às forças de segurança sobre
cidadãos suspeitos de terrorismo também ainda tem impacto hoje em dia na
população americana, especialmente nos muçulmanos, que foram
desproporcionalmente atingidos. Vários grupos de direitos civis afirmam
que a lei, cujos alguns elementos importantes expiraram em 2020, é
inconstitucional.
Um
usuário com o apelido @aesthetictimewarper anunciou que três datas dos
eventos mais importantes estão chegando para a humanidade. E ele sabe
disso, já que supostamente chegou do ano de 2714.
Assim no dia "11 de setembro alienígenas visitarão a Terra"
para levar cerca de 4 mil pessoas ao planeta Proxima B. No entanto esse
número incluirá apenas funcionários qualificados e também parcialmente
crianças.
E já no dia 14 de setembro o Maior furacão da história da humanidade atingirá o "Litoral da Carolina do Sul"
Quase
duas semanas mais tarde, a 26 de Setembro, os chimpanzés comunicarão
"informações secretas" à humanidade falando na língua dos humanos.
Cena do filme 'Planeta dos Macacos – O Confronto' - Divulgação/VEJA
No
entanto, nenhuma das previsões por ele citadas foi confirmada. No
entanto, isso não afeta de forma alguma o seu público que só se exagera a
cada dia.
Até
o momento, 860,4 mil usuários já se inscreveram. De acordo com sua
promessa quando o número de assinantes chegar a um milhão ou mais ele
vai mostrar a cara.
O vídeo com previsões para setembro recebeu quase dois milhões de visualizações e três mil comentários.
“Não
vou tirar conclusões ainda vou esperar um furacão nos Estados Unidos
sou apenas da Carolina do Sul”, escreveu um dos usuários.
“Eu também sou um viajante do tempo e sei que suas previsões estão erradas.”
Cientistas da NASA notaram que viajar no tempo é impossível.
“Embora
o tempo viaje a uma velocidade diferente em aviões e satélites do que
na Terra, não podemos usar uma máquina do tempo para viajar centenas ou
milhares de anos”, disse a agência.
Esta quinta-feira, o asteroide RJ53 passou pela Terra — e
esteve ainda mais próximo do que a Lua. Ainda este mês, dois asteroides
irão passar pelo nosso planeta.
Esta quinta-feira, o asteroide 2010 RJ53, passou pela Terra a uma distância de apenas 366.000 quilómetros — o que significa que, por breves momentos, esteve mais próximo do que a Lua, que fica a cerca de 384.400 quilómetros.
O 2010 RJ53 tem 774 metros de diâmetro, o que equivale a mais do dobro da altura da Torre Eiffel, em Paris.
O asteroide 2010 RJ53 não é, no entanto, o único corpo celeste a passar perto da Terra neste mês de setembro.
O maior — a seguir ao 2010 RJ53 — é o asteroide 2021 PT,
com 137 metros de diâmetro, que voará perto da Terra, no dia 11 se
setembro, a uma distância de cerca de 4,9 milhões de quilómetros, escreve o News18.
Uns dias mais tarde, a 22 de setembro, o terceiro corpo celeste irá cruzar-se com a trajetória da Terra. Chama-se 2021 NY, também foi classificado pela NASA como potencialmente perigoso e deverá passar a uma distância de 1,5 milhões de quilómetros.
Os asteroides são corpos celestes relativamente pequenos do Sistema
Solar que orbitam em torno da estrela hospedeira. Ao contrário dos
planetas, têm forma irregular e são desprovidos de atmosfera. Mas podem
ter satélites.
Segundo a Sputnik,
uma grande quantidade de asteroides passa, frequentemente, perto da
Terra. Mas a agência espacial norte-americana apenas classifica como
potencialmente perigosos aqueles com mais de 150 metros de diâmetro e que voam a uma distância inferior a 7,5 milhões de quilómetros do nosso planeta.
Conforme relatado pelo site brobible.com,
em 22 de setembro de 2021, o asteroide 2021 NY1, cujo diâmetro é
estimado em 130 a 300 metros, se aproximará da Terra a uma distância
mínima. Ele viajará a 1.498.113 km da Terra a uma velocidade de 34.000
quilômetros por hora.
Embora o diâmetro do asteroide seja impressionante, a distância de
sua passagem será de três a quatro distâncias até a Lua, então a
probabilidade de sua queda é mínima, assim como a probabilidade de dois
de seus satélites caírem.
No entanto, esta mensagem da NASA,
que de repente começou a falar sobre o efeito Yarkovsky e seus dois
asteroides companheiros que estão voando nas proximidades, e as
propriedades cometárias de 2021 NY1, nos lembram das mensagens do Israeli News Live que Steve (no vídeo abaixo) recebe periodicamente de pessoas internas e de vez em quando em seu canal.
Segundo ele, um grande cometa já voa para a Terra há muito tempo,
que, segundo as primeiras estimativas, deveria ter caído em algum lugar
do Atlântico no final de 2020. Mas, pelos esforços conjuntos da NASA e
dos ‘irmãos’, o cometa foi desviado do curso, enquanto se separava dele
três pedaços pesados. E um deles deve cair no final de 2021 ou no início
do próximo ano.
O local do acidente é o Oceano Pacífico. O fragmento é relativamente
pequeno, não é um ‘assassino de planetas’, no entanto, o local de sua
queda é calculado com mais ou menos precisão – ele atingirá exatamente
ao longo da linha da zona de subducção, cujas consequências afetam muito
a Pesquisa Geológica dos EUA (de sigla em inglês, USGS):
Não podemos dizer que as revelações de Steve são a verdade definitiva
para nós, no entanto, sua mensagem é indiretamente apoiada por alguns
fatos.
Então, em agosto, parecia haver um estranho interesse da US Geological Survey
no Oceano Pacífico Norte – por alguma razão, eles espalharam por todo o
Alasca sensores sísmicos temporários. Como pensamos, a USGS está
esperando um terremoto épico, mas à luz do que Steve disse, pode-se
pensar que um meteoro épico é esperado lá.
O segundo ponto é o momento do início da pandemia e a luta contra
ela. Estranhamente, coincide com a primeira mensagem de Steve, que, no
verão de 2019, falou sobre um cometa e que o governo mundial iria agora
iniciar os preparativos para o impacto.
O terceiro são estranhas explosões de raios gama, que começaram a
chegar a uma taxa de cinco por dia. As explosões de fluxo de raios gama
podem ser causadas por operações de perfuração espacial.
Finalmente, o quarto fato indireto é o fluxo de mensagens dos
videntes sobre os três dias iminentes de escuridão, quedas de meteoros e
a invasão de alienígenas.
Cada uma individualmente, todas essas coisas não dizem nada de
especial e nada avisam, mas quando colocadas juntas, já pintam um quadro
diretamente dramático, olhando para o qual é bem possível dizer que
testemunharemos acontecimentos indescritíveis.
Se algum dia encontrássemos um mundo alienígena cheio de vida
extraterrestre, provavelmente veríamos muito mais do que apenas
alienígenas de tamanho humano. Qualquer ambiente capaz de sustentar vida
o faria dependendo de inúmeros micróbios extraterrestres e, como alerta
o astrobiólogo e cosmologista da Universidade do Estado do Arizona, Paul Davies, também de vírus extraterrestres.
“Na verdade, os vírus fazem parte
da teia da vida. Eu esperaria que, se você tem vida microbiana em outro
planeta, é provável que você tenha – se for sustentável e sustentado –
toda a complexidade e robustez inerentes à capacidade de trocar
informações genéticas.”
Davies argumenta que os vírus – que muitos biólogos argumentam que
não atendem aos requisitos mínimos para serem considerados vivos – ainda
são uma parte valiosa de um ecossistema devido à sua capacidade de
transferir material genético de um organismo para outro, potencialmente
impulsionando a evolução.
Os vírus do espaço parecem um ótimo conceito para um filme de terror, mas Davies lembrou ao The Guardian que
um vírus alienígena prejudicial provavelmente seria mais perigoso para
os habitantes de seu planeta natal do que para qualquer visitante humano
– principalmente porque não teria evoluído para Infectar e se espalhar
entre humanos.
Davies disse ao The Guardian:
“Os vírus perigosos são aqueles
que estão intimamente adaptados a seus hospedeiros. Se houver um vírus
verdadeiramente alienígena, é provável que não seja nem remotamente
perigoso.”
Isso é puramente hipotético, é claro. Os melhores cientistas
(humanos) lá fora ainda não conseguiram encontrar qualquer indicação de
que existe outro mundo lá fora com um ecossistema complexo como o da
Terra, nem pensar em vida alguma.
Mas, mesmo além dos possíveis riscos de patógenos alienígenas, o
aviso de Davies é um lembrete fascinante de que quaisquer
extraterrestres que possam estar lá não existiriam no vácuo –
provavelmente haveria todos os tipos de vida ao seu redor, assim como os
ricos ecossistemas que temos aqui.
A denúncia falsa de um jovem que alegou ter sido agredido,
num ataque homofóbico, em Madrid, incendiou os ânimos na política
espanhola, com acusações entre o Governo do PSOE e a oposição, em
especial o partido de extrema-direita Vox.
Tudo começou quando um jovem de 20 anos disse à polícia ter sido
agredido por oito encapuzados, em plena tarde de domingo, em Madrid.
Nesta suposta agressão, tatuaram-lhe a palavra “maricón” nas nádegas.
Mas, afinal, descobriu-se que foi um acto consentido pelo jovem que seria adepto de práticas sadomasoquistas.
Ele terá mentido ao namorado que o levou ao hospital, onde o caso foi
sinalizado à polícia. A mentira terá sido motivada pelo desejo de esconder do parceiro a sua infidelidade.
Contudo, antes de se saber a verdade, a falsa denúncia acabou por
chegar aos media como mais um caso de agressões homofóbicas,
sucedendo-se a outras situações semelhantes que têm aparecido nos
últimos tempos no país.
As notícias sobre a alegada agressão provocaram um reboliço na política espanhola, com trocas de acusações mútuas entre os vários partidos.
O alvo do Governo de Pedro Sánchez foi logo o Vox, com o argumento de que a suposta agressão homofóbica seria resultado do seu discurso de ódio.
Quando se descobriu que, afinal, a denúncia era falsa, o Vox e o
Partido Popular (PP) vieram acusar o Governo de estar a aproveitar-se do
caso para fazer propaganda em causa própria.
“Governo de Espanha toma os cidadãos por imbecis”
O Governo chegou a anunciar que ia direccionar mais recursos e mais medidas para combater os crimes de ódio.
E o primeiro-ministro, Pedro Sánchez, convocou uma reunião de emergência para discutir essas medidas, mantendo este encontro mesmo depois de se ter descoberto que a denúncia era falsa.
Contudo, o principal visado das críticas é o ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, com a oposição a pedir a sua demissão.
No seguimento da suposta agressão, o ministério de Marlaska anunciou
medidas como a criação de grupos especializados em crimes de ódio dentro
das unidades de informação da Polícia Nacional e da Guardia Civil.
Ora, a oposição diz que é uma falsa medida nova, pois argumenta que já havia especialistas dedicados a este assunto nos corpos policiais.
A presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, eleita pelo
PP com o apoio do Vox e do Ciudadanos, é uma das vozes que pede a
demissão de Marlaska.
“O Governo de Espanha toma os cidadãos por imbecis“,
critica Ayuso, notando que “Madrid é uma região aberta, plural, que
respeita os direitos de todos os cidadãos”. “Não se pode consentir a
imagem que quiseram passar de Madrid”, defende ainda.
No Vox, Santiago Abascal acusa Marlaska de “manipular” a opinião pública
e de ser “um mentiroso compulsivo”, enquanto garante que o seu partido
não é homofóbico, nem racista ou machista, e que defende “todos os
espanhóis”.
“Não entendemos que haja um colectivo LGTBI, entendemos que há
espanhóis de umas ideias ou de outras, de uma tendência sexual ou de
outra. Não perguntamos aos espanhóis sobre assuntos privados, menos ainda com quem se deitam“, frisa ainda Abascal.
Já o alcaide de Madrid, José Luis Martínez-Almeida, do PP, acusa o Governo de querer “estigmatizar o Vox”, sublinhando, contudo, que não concorda com este partido em várias questões, como na violência de género e na imigração.
Sánchez envia “carinho” às pessoas LGBTI
Entretanto, Marlaska já garantiu que não se demite e pediu para “não
banalizar as agressões” e “não circunscrever o problema a um caso
concreto”.
“Nunca instrumentalizo algo tão importante como são os direitos e liberdades”, disse ainda antes de apontar as garras à oposição.
“Temos um problema estrutural de discursos políticos,
com declarações contrárias à tolerância e à diversidade, onde as leis
que garantem direitos e liberdades são questionadas”, aponta Marlaska.
E o ministro tem o apoio de Sánchez que já veio notar que esta
denúncia falsa não pode tapar “a realidade que sofrem pessoas de muitas
orientações sexuais pelo facto de serem como são”.
“Os crimes de ódio contra as pessoas LGBTI aumentaram“,
frisa ainda Sánchez, enviando o seu “carinho” a esta comunidade e
garantindo “o compromisso do Governo na defesa dos seus direitos”.
A Comissão de Acompanhamento do Plano de Acção de Luta contra os
Delitos de Ódio já anunciou que é preciso reforçar os meios para
combater este tipo de casos perante o “crescimento constante em torno de 9% por ano” desde 2014, como revela o jornal espanhol El Mundo.
Esta quinta-feira, começaram a circular imagens de dois
repórteres afegãos que foram detidos e severamente espancados pelos
talibãs, por estarem a cobrir os protestos de mulheres de quarta-feira
em Cabul.
As fotografias de Taqi Daryabi, de 22 anos, e de Nematullah Naqdi, de
28, não deixam margem para dúvidas quanto ao tratamento recebido quando
estiveram às mãos dos extremistas, mostrando contusões nos rostos,
pernas e costas.
Os dois disseram à agência France-Presse
que os talibãs os soquearam e espancaram com bastões, cabos elétricos e
chicotes, tendo sido acusados de organizar o protesto. Naqdi disse
ainda à AFP que os combatentes o insultaram e lhe deram pontapés na
cabeça.
“Um dos talibãs pôs o pé na minha cabeça e esmagou a minha cara contra o cimento. Deram-me pontapés na cabeça, pensei que me iam matar“, contou. Quando lhes perguntou por que razão estava a ser agredido, um deles respondeu: “Tens sorte de não seres decapitado.”
De acordo com a informação recolhida pelo Comité de Proteção de Jornalistas (CPJ), em apenas dois dias desta semana, o grupo já deteve pelo menos 14 jornalistas
que cobriam as manifestações na capital, e que entretanto foram
libertados. Pelo menos nove destes profissionais foram sujeitos a
violência, acrescenta a CPJ num comunicado.
“Os talibãs estão a provar depressa que as suas promessas de permitir
que os media independentes do Afeganistão continuem a trabalhar
livremente e com segurança são inúteis”, disse Steven Butler,
coordenador do programa na Ásia do CPJ, citado pelo jornal The Guardian.
“Exortamos os talibãs a cumprirem essas promessas, a
pararem de espancar e deter repórteres que estão a fazer o seu trabalho
e permitir que os media trabalhem livremente, sem medo de represálias”,
apelou.
ONU denuncia violência contra manifestantes
Esta sexta-feira, em Genebra, a ONU também denunciou a “violenta
repressão” dos talibãs sobre manifestações pacíficas, que já causou pelo menos quatro mortes.
“Apelamos aos talibãs para porem imediatamente fim ao uso da força e à
detenção arbitrária contra os que exercem o direito a protestar
pacificamente e também contra os jornalistas que cobrem as
manifestações”, declarou Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto
Comissariado para os Direitos Humanos da ONU.
Segundo uma “contagem não exaustiva” do Alto Comissariado, quatro
manifestantes foram mortos quando os talibãs dispararam balas reais,
salientou Shamdasani, que também denunciou a proibição, pelo novo regime, de qualquer reunião não autorizada.
“De acordo com o Direito Internacional Humanitário, qualquer uso da
força deve ser o último recurso em resposta às manifestações, devendo
ser estritamente necessário e proporcional, pelo que as armas de fogo
nunca devem ser usadas, exceto em resposta a uma ameaça de morte
iminente”, lembrou a porta-voz.
“Em vez de proibir protestos pacíficos, os talibãs devem parar de usar a força
e garantir o direito de reunião pacífica e liberdade de expressão,
inclusive quando as pessoas quiserem expressar as suas preocupações e
usar o direito de participar na gestão do país”, acrescentou.
“Enquanto os afegãos – mulheres e homens – saem às ruas para exigir
pacificamente que os seus direitos humanos sejam respeitados nestes
tempos de grande incerteza – incluindo o direito das mulheres
de trabalhar, circular livremente, o direito à educação e à
participação na política – é crucial que aqueles que estão no poder
ouçam as suas vozes”, frisou ainda Shamdasani.
Para a porta-voz, a proibição de qualquer reunião pacífica constitui
uma “violação do direito internacional”, o mesmo sucedendo com o “corte
de todo o acesso à Internet”.
Nesse sentido, Shamdasani enfatizou que os jornalistas que cobrem esses eventos não devem ser sujeitos a “represálias ou assédio”.
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse esta
sexta-feira que o conflito com Rússia pode levar a uma guerra de “grande
escala” entre os países.
Questionado sobre as tensões com Moscovo, durante o Forúm Yes
Brainstorming 2021, que decorre em Kiev, Zelensky indicou que essa
“seria a pior coisa que pode vir a acontecer”, sublinhou, porém, que “por desgraça é uma possibilidade”. “Creio que seria o maior erro da Rússia”, acrescentou, citado pelo Jornal de Notícias.
Zelensky referiu que gostaria de se encontrar com o Presidente russo,
Vladimir Putin, durante o novo encontro do Quarteto da Normandia, para
encontrar soluções sobre a situação no leste da Ucrânia. O Quarteto da
Normandia é formando pela Rússia, Ucrânia, França e Alemanha.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, lamentou as palavras de Zelensky, recusando-se a comentar sobre “cenários apocalípticos”.
As declarações de Zelensky ocorrem no mesmo dia em que foi anunciada a conclusão do gasoduto franco-alemão Nord Stream 2. Pouco tempo antes das declarações de Zelensky, o porta-voz do chefe de Estado da Ucrânia frisou à agência France-Presse que o país se vai “bater” contra a exploração do gasoduto.
O novo gasoduto, com uma capacidade de transporte de 55 mil milhões
de metros cúbicos de gás anualmente, tem uma extensão 1.230 quilómetros
sob o Mar Báltico, estabelecendo a mesma rota que o Nord Stream 1, a
operar desde 2012.
Para a Ucrânia, o gasoduto poderá privar Kiev de, pelo menos, 1,5 mil
milhões de dólares anuais que recebe pelo trânsito de gás russo através
de território ucraniano e que se destina ao bloco europeu.
O conflito no leste da Ucrânia entre o Exército da Ucrânia e as
milícias pró russas eclodiu na primavera de 2014 e provocou até hoje a morte de 14 mil pessoas.
O Presidente chinês, Xi Jinping, disse esta sexta-feira ao
homólogo norte-americano, Joe Biden, numa conversa telefónica, que os
dois países e o mundo “sofrerão” em caso de confronto entre a China e os
Estados Unidos.
“Quando a China e os Estados Unidos trabalham juntos, os países e o mundo beneficiam, mas ambos os países e o mundo sofrerão se os dois países se confrontarem“, sublinhou Xi, de acordo com um comunicado difundido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.
“A política dos EUA em relação à China tem causado sérias
dificuldades ao relacionamento” entre as duas potências, acrescentou o
secretário-geral do Partido Comunista Chinês.
Foi a segunda conversa por telefone entre os líderes das duas maiores
economias do mundo, desde que Joe Biden assumiu a presidência dos
Estados Unidos, no início do ano.
Em comunicado, a Casa Branca disse que os “dois líderes tiveram uma discussão ampla e estratégica, na qual abordaram áreas em que os interesses convergem e áreas em que os interesses, valores e perspetivas divergem”.
Os Estados Unidos manifestaram vontade que os dois lados possam
trabalhar juntos em questões de interesse mútuo, incluindo as alterações
climáticas e a prevenção de uma crise nuclear na península coreana,
apesar das crescentes diferenças.
A relação entre a China e os EUA deteriorou-se rapidamente, nos
últimos dois anos, com várias disputas simultâneas entre as duas maiores
economias do mundo, incluindo uma prolongada guerra comercial e
tecnológica e diferendos em questões envolvendo os Direitos Humanos, o
estatuto de Taiwan e Hong Kong, ou a soberania do mar do Sul da China.
Antes da conversa por telefone, um responsável do executivo
norte-americano, citado pela agência de notícias Associated Press (AP),
disse que a Casa Branca não estava satisfeita com os contactos iniciais
com Pequim.
O responsável, que pediu o anonimato, disse que a Casa Branca espera que uma conversa entre os dois líderes possa ser benéfica.
O comunicado emitido pela diplomacia chinesa destacou que “ambos os líderes mantiveram uma comunicação estratégica sincera, ampla e profunda, e abordaram as relações bilaterais e questões pendentes de interesse comum”.
“A comunidade internacional enfrenta muitos problemas comuns. A China
e os EUA devem assumir maiores responsabilidades e continuar a olhar em
frente e demonstrar valor estratégico e político”, acrescentou Xi
Jinping, de acordo com a mesma nota.
Xi citou em particular as iniciativas chinesas para combater as
alterações climáticas, dias após a visita à China do enviado especial
dos Estados Unidos para o clima, John Kerry.
Xi e Biden “concordaram em manter uma comunicação regular por meio de
vários canais”, no âmbito das questões do clima, enquanto orientam
responsáveis dos respetivos governos, em diferentes níveis e áreas, para
fazerem o mesmo, destacou o comunicado do Ministério dos Negócios
Estrangeiros chinês.
O responsável da Casa Branca, citado pela AP, indicou que Biden deixou claro a Xi que não tenciona afastar-se da política da sua administração de pressionar a China
nas questões dos Direitos Humanos, comércio e outras áreas em que
acredita que Pequim está a infringir as normas internacionais.
Os contactos de alto nível entre Pequim e Washington têm sido marcadas por recriminações.
Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China,
Wang Yi, alertou John Kerry que a deterioração das relações entre os
dois países pode prejudicar a cooperação na questão do clima.
Wang disse a Kerry que a cooperação não pode ser separada do relacionamento mais amplo e pediu aos EUA que tomem medidas para melhorarem os laços.
Em julho, a vice-secretária de Estado norte-americana Wendy Sherman
enfrentou uma longa lista de exigências e reclamações, durante uma
visita à China, incluindo acusações de que os EUA estão a tentar conter e
suprimir o desenvolvimento do país asiático.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Xie Feng, pediu aos
EUA que “mudem a sua mentalidade altamente equivocada e política
perigosa”.
Desde o início da presidência, Biden tem privilegiado um alinhamento
com os aliados para procurar uma abordagem comum para a China. O líder
norte-americano vê Pequim como o concorrente económico mais
significativo dos Estados Unidos e uma preocupação crescente para a
segurança do seu país.
As ameaças de Bolsonaro ao poder judicial e ao Supremo podem
incorrer num crime de responsabilidade, que pode também levar à
destituição do Presidente, apesar de por enquanto parecer improvável.
Depois de voltar a ameaçar o poder judicial brasileiro e a oposição
política durante as marchas do Dia da Independência, Jair Bolsonaro pode
agora ser acusado do crime de responsabilidade.
Recorde-se que a 7 de Setembro, dia em o Brasil celebra a independência de Portugal, os Bolsonaristas marcaram marchas um pouco por todo o país para mostrarem o seu apoio ao Presidente. O contingente policial em Brasília chegou a ser reforçado por receios de uma possível insurreição.
Os apoiantes de Bolsonaro chegaram a conseguir derrubar a barreira policial
para a Esplanada dos Ministérios, a parte central da capital brasileira
onde estão concentradas as instituições do poder e tentaram também
ocupar o Ministério da Saúde.
Nos discursos aos apoiantes, Bolsonaro deixou ameaças ao Supremo Tribunal.
“Não mais aceitaremos que o Supremo ou qualquer autoridade usando a
força do poder passe por cima da nossa Constituição. Nós também não
podemos continuar a aceitar que uma pessoa especifica na região dos
‘três poderes’ continue a barbarizar a nossa população”, afirmou.
O chefe de Estado brasileiro acrescentou que a manifestação era também um “ultimato para todos que estão na Praça dos Três Poderes“,
inclusive o próprio Presidente da República e disse que não vai acatar
decisões de Alexandre de Moraes, juiz que esta semana condenou dois
apoiantes de Bolsonaro a prisão preventiva por estarem a organizar actos
contra a democracia e por ameaçarem o Presidente do Supremo.
“A paciência do nosso povo já se esgotou, ele tem tempo ainda de
pedir o seu boné e ir cuidar da sua vida. Ele, para nós, não existe
mais. Ou esse ministro se enquadra ou ele pede para sair. Não se pode
admitir que uma pessoa apenas, um homem apenas, turve a nossa liberdade.
Sai, Alexandre de Moraes. Deixa de ser canalha”, disse.
O Presidente do Supremo Tribunal Federal foi claro na resposta ao
chefe de Estado, dizendo que não cede a pressões. O STF “jamais aceitará
ameaças à sua independência nem intimidações ao exercício regular de
suas funções”, garantiu Luiz Fux no discurso de abertura da sessão do
plenário do tribunal.
“O Supremo Tribunal Federal também não tolerará ameaças
à autoridade de suas decisões. Se o desprezo às decisões judiciais
ocorre por iniciativa do chefe de qualquer dos poderes, essa atitude,
além de apresentar um atentado à democracia, configura crime de
responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional”, reforçou o
juiz.
Fux acrescenta que as meras críticas não podem ser confundidas com as
“narrativas de descredibilização do Supremo Tribunal” que tem sido
“gravemente difundidas pelo Chefe da Nação”. “Ofender a honra dos
Ministros, incitar a população a propagar discursos de ódio contra a
instituição do Supremo Tribunal Federal e incentivar o descumprimento de
decisões judiciais são práticas antidemocráticas, ilícitas e intoleráveis”, remata.
Há juristas que também apontam para uma possível destituição do Presidente. Ao G1,
o professor de direito Gustavo Binenbojm adiante que a ameaça de
Bolsonaro de que não vai cumprir decisões judiciais é um “atentado à
independência e harmonia entre os poderes” e pode ser vista como “um crime de responsabilidade“.
Este crime “pode resultar num impeachment e na perda dos seus
direitos políticos por oito anos” do Presidente, “a juízo do Congresso
Nacional, autorização da Câmara e decisão final do Senado”, explica o
especialista.
Quase todos os partidos criticaram o discurso de Bolsonaro, incluindo
os mais a direita que já tinham previamente apoiado o Presidente.
Segundo escreve o Público, já chegaram à Câmara dos Deputados mais de 120 pedidos de impeachment contra Bolsonaro e espera-se agora uma nova onda de queixas.
No entanto, a abertura de um processo para afastar o Presidente do
poder depende de Arthur Lira, Presidente da Câmara dos Deputados, que já
apelou à “pacificação” e não se mostra aberto à possibilidade, apesar
de criticar os “radicalismos e excessos”. O conhecido “centrão” – um
grande grupo de deputados conhecidos mais pelo pragmatismo do que pela
ideologia – também deve segurar Bolsonaro, que voltou a lançar dúvidas
sobre o sistema eleitoral brasileiro e disse que “só Deus” o tira do Planalto.
Bolsa perde 31 mil milhões de euros
Os investidores mostraram-se também receosos com o clima de tensão
política no Brasil e isso reflectiu-se na bolsa. As empresas brasileiras
perderam 195,3 mil milhões de reais – o que equivale a 31 mil milhões de euros – em valor de mercado na quarta-feira.
As empresas mais afectadas foram a Petrobras, que perdeu 19,6 mil
milhões de reais (3,13 mil milhões de euros), a Ambev (15,4 mil milhões
de reais, ou 2,45 mil milhões de euros), a Itaú (14,3 mil milhões de
reais, 2,27 mil milhões de euros) e a Bradesco (12,2 mil milhões de
reais, 1,94 mil milhões de euros).
Durante a tarde de quarta-feira, a bolsa caía quase 4%, com o o
Ibovespa, principal índice no Brasil, a cair 3,53% às 16h15, escreve o UOL. O índice acabou por encerrar com uma forte queda de 3,78% e ficou em 113.412 pontos, a maior queda diária desde 8 de Março deste ano.
Uma pesquisa feita pela Universidade da Califórnia
afirma que se nada for feito em relação ao modo como os dados trafegam
pelos continentes, um possível surto eletromagnético causado pelo Sol
pode levar ao colapso a atual rede de comunicação submarina, responsável
pela maior parte do tráfego de dados da internet.
Existem entre 1,6% a 12% de chances de uma tempestade solar altamente severa atingir a Terra a cada década.
De
acordo com o estudo, apresentado na Conferência de Comunicação de Dados
SIGCOMM 2021, existem entre 1,6% a 12% de chances de uma tempestade
solar altamente severa atingir a Terra a cada década e embora os cabos
de fibra ótica não sejam afetados por correntes induzidas
geomagneticamente, o mesmo não se pode dizer das redes submarinas.
Segundo
um dos autores do trabalho, professor Sangeetha Abdu Jyothi, os longos
cabos ópticos submarinos que conectam continentes são interconectados
através de repetidores espaçados a cada 50 a 150 quilômetros, mas
diferentemente dos cabos ópticos que compõe o sistema, os repetidores
são altamente vulneráveis às correntes geomagnéticas e seguimentos
gigantes podem se tornar inúteis se apenas um dos repetidores ficar
off-line.
"O que realmente me fez pensar sobre isso é que,
com a pandemia, vimos como o mundo está despreparado para um evento
solar extremo. Não há qualquer protocolo para lidar com isso de forma
eficaz. Nossa infraestrutura submarina não está preparada para uma
grande tempestade solar".
Mapa mostra a rede de cabos ópticos submarinos atualizada em janeiro de 2019.
Tempestades Recentes
O
professor lembra que na história recente, apenas duas dessas
tempestades foram registradas, a primeira em 1859 e a outra em 1921.
Em
1859, no incidente que ficou conhecido como Evento Carrington, a
energia da tempestade solar foi tão intensa que fios da rede telegráfica
explodiram e auroras polares foram vistas em Cuba e Miami.
Em março de 1989, uma tempestade solar de forte intensidade bloqueou toda a província canadense de Quebec por nove horas.
Consequências Atuais
Atualmente,
a civilização humana se tornou muito mais dependente das comunicações,
especialmente da Internet e os impactos potenciais de uma enorme
tempestade geomagnética nessa nova infraestrutura permanecem em grande
parte não estudados.
Se cabos submarinos suficientes falharem em
uma determinada região, continentes inteiros podem ser desconectados uns
dos outros.
Além disso, países localizados em latitudes elevadas
- como os EUA e o Reino Unido - são muito mais suscetíveis ao clima
solar do que as nações em latitudes mais baixas, como por exemplo o
Brasil e Austrália. No caso de uma tempestade geomagnética catastrófica,
são as nações de alta latitude que têm maior probabilidade de ser
bloqueadas primeiro. É difícil prever quanto tempo levaria para
consertar uma infraestrutura subaquática, mas o estudo sugere que são
possíveis paralisações em grande escala que podem durar semanas ou
meses.
"O impacto econômico de uma interrupção da Internet por um
dia nos Estados Unidos é estimado em mais de US $ 7 bilhões", explicou
Jyothi. "E se a rede permanecer inoperante por dias ou até meses?"
Se
não quisermos descobrir, as operadoras de comunicação precisam começar a
levar a sério a ameaça do clima solar extremo, à medida que a
infraestrutura global da Internet se expande a passos largos. Colocar
mais cabos em latitudes mais baixas seria um bom começo, assim como a
criação de links provisórios via satélite, que permitam rotear redes
inteiras através do espaço.