domingo, 29 de agosto de 2021

Aquecimento global agravou inundações na Alemanha e Bélgica, aponta estudo !

Cientistas acreditam que, sem as alterações climáticas, fenómenos como os registados este verão seriam quase impossíveis, pelo que revêm em alta a possibilidade destes aconteceram com maior frequência mas também intensidade.


O aquecimento global reforçou a probabilidade e a intensidade das inundações que afetaram a Alemanha e a Bélgica em julho, causando mais de 200 mortos e milhares de milhões de euros de estragos, segundo um estudo que será publicado hoje. A ocorrência dos episódios extremos foi tornado possível em até nove vezes mais pelo aquecimento global devido à atividade humana, com pelo menos 20% de probabilidade suplementar.

As alterações climáticas também “fizeram aumentar a quantidade de chuva em um dia, entre três e 19%”, segundo os cientistas da World Weather Attribution (WWA), que junta peritos de vários institutos de investigação no mundo. Este foi o segundo estudo que aponta de forma clara para o papel do aquecimento global nas catástrofes que se têm multiplicado neste verão. O WWA tinha calculado que o manto de calor que sufocou o Canadá e o oeste dos EUA no final de junho era “quase impossível” sem as alterações climáticas.

No início de agosto, os cientistas do Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas da Organização das Nações Unidas (IPCC, na sigla em Inglês) tinham alertado, em documento de grande impacto, para um aquecimento ainda mais rápido e forte do Planeta do que se receava, ameaçando a humanidade de desastres “sem precedentes”. O limiar de um grau e meio Celsius (1,5ºC) — objetivo a não ultrapassar, segundo o Acordo de Paris — pode ser atingido em torno de 2030, dez anos mais cedo que estimado.

Como é possível constatar, os efeitos devastadores — secas, incêndios ou inundações — já se fazem sentir em todo o mundo.

A Alemanha vai afetar 30 mil milhões de euros à reconstrução das zonas sinistradas e a catástrofe colocou a questão da emergência climática no centro do debate público, a poucas semanas das eleições legislativas do fim de setembro para a sucessão da chanceler Angela Merkel.

Para os 30 cientistas internacionais reunidos sob a bandeira da WWA, não há dúvidas: “As alterações climáticas aumentaram a possibilidade, mas também a intensidade” dos acontecimentos de julho, sublinhou, durante uma apresentação on-line, Frank Kreienkamp, do serviço meteorológico alemão, que dirigiu o estudo. O episódio “bateu largamente os recordes de precipitação historicamente registados” nas zonas afetadas, sublinharam os investigadores.

A multiplicação das precipitações é uma consequência esperada do aquecimento global, uma vez que um fenómeno físico faz aumentar a humidade da atmosfera em cerca de sete por cento por cada grau Celsius suplementar.

Os autores recorreram a diversos modelos para estimar como a subida da temperatura média global afetou o volume máximo de precipitações durante um ou dois dias nas regiões mais afetadas, as bacias dos rios Ahr e Erft, na Alemanha, e no vale de Meuse, na Bélgica. Mas também numa região mais vasta, cobrindo os dois países e os Países Baixos, afetados em menor medida.

Observaram também uma “tendência para um reforço”, mesmo que permaneça uma “grande variabilidade” de um ano para outro. E avaliaram ainda a probabilidade de ocorrência na Europa Ocidental de um episódio como o de julho em uma vez em cada 400 anos. Ou seja, uma hipótese em 400 que uma catástrofe destas ocorra em cada ano.

Se o aquecimento prosseguir, essas situações “vão tornar-se mais frequentes”, apontaram. Em consequência, consideraram “importante saber como se reduz a vulnerabilidade a estes episódios e aos seus impactos”, sublinhou um dos autores, Maarten van Aalst, diretor do Centro Climático da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho. Porque “infelizmente, as pessoas costumam estar preparadas… para o desastre anterior”.

https://zap.aeiou.pt/aquecimento-global-agravou-inundacoes-na-alemanha-e-belgica-aponta-estudo-426669

 

Líder dos Proud Boys condenado a prisão por queimar bandeira Black Lives Matter e por crime de armas !

Enrique Tarrio, líder dos Proud Boys desde 2018, foi condenado a cinco meses de prisão por ter destruído a propriedade de uma igreja e por estar em posse de munições proibidas em Washington.


Enrique Tarrio, foi condenado a cinco meses e cinco dias de prisão por ter queimado uma bandeira do movimento Black Lives Matter e por ter levado high capacity magazines – armas do estilo militar que contém mais munições do que armas normais – para Washington dois dias antes da invasão ao Capitólio.

O líder do grupo de extrema-direita Proud Boys disse numa videoconferência em tribunal estar “profundamente arrependido” das suas acções, descrevendo-as como um “erro muito grave”, escreve a Sky News.

Tarri lidera os Proud Boys desde 2018 e foi parte de um grupo que roubou e queimou uma bandeira do movimento Black Lives Matter que estava numa igreja de Washinton a 12 de Dezembro do ano passado, depois de um comício em apoio a Donald Trump.

O homem de 39 anos foi preso quando regressou à capital americana a 4 de Janeiro, pouco antes da invasão ao Capitólio onde membros dos Proud Boys também marcaram presença, e estava em posse de munições que estão banidas pela leis de controlo de armas na cidade.

Tarrio argumentou que as munições, que tinham o logótipo dos Proud Boys, eram para um cliente que as tinha comprado. O líder da organização foi depois ordenado a sair de Washington.

A reverenda Dr. Ianther Mills, da igreja onde estava a bandeira, disse em tribunal que a destruição foi “um acto de intimidação e racismo” que “causou danos imensuráveis e possivelmente irreparáveis” na comunidade.

Enrique Tarrio confessou em Julho aos crimes de destruição de propriedade e tentativa de posse de um dispositivo de altas munições. O juiz afirmou que o acusado merecia mais tempo de prisão do que os três meses que os procuradores tinham pedido e disse

“O Sr. Tarrio claramente – intencionalmente e com orgulho – atravessou a linha entre um protesto e reunião pacíficos para uma conduta criminal perigosa e potencialmente violenta”, afirmou o juiz Harold Cushenberry.

Os Proud Boys são um grupo de extrema-direita que se descreve como um clube para homens politicamente incorrectos e para “chauvinistas ocidentais“. Membros do grupo já estiveram envolvidos em vários confrontos com activistas anti-fascistas ou durante os protestos do movimento Black Lives Matter no Verão passado. As autoridades estão também a investigar ligações do grupo à insurreição no Capitólio.

https://zap.aeiou.pt/lider-dos-proud-boys-condenado-a-cinco-meses-de-prisao-queimar-bandeira-black-lives-matter-e-crime-de-armas-426660

 

sábado, 28 de agosto de 2021

Etna e Vesúvio não são os únicos a ameaçar o sul de Itália - Há um gigante submerso que também preocupa !

Na costa sul de Itália, o maior vulcão ativo da Europa está escondido debaixo das ondas do mar. Os cientistas estão a investigar o que aconteceria se explodisse.


O Etna, na Sicília, e o Vesúvio, que destruiu Pompeia, não são a maior ameaça para as populações locais. O Marsili roubou-lhes o rótulo de inimigo vulcânico e pode devastar a península do sul da Itália e as suas ilhas.

Localizado a cerca de 175 quilómetros ao sul de Nápoles, Marsili tem 3.000 metros de altura, uma base de 70 quilómetros de comprimento e 30 quilómetros de largura. Segundo a BBC, é o maior vulcão ativo de toda a Europa e um dos muitos vulcões num arco localizado na costa sul da Sicília.

Apesar de ser gigantesco, é impossível observá-lo, uma vez que o cume fica a 500 metros de profundidade, no meio do mar Tirreno.

Guido Ventura, vulcanologista do Instituto Nacional Italiano de Geofísica e Vulcanologia, adiantou ao diário britânico que este vulcão nasceu há cerca de um milhão de anos e acumulou, ao longo dos milénios, 80 cones eruptivos, que se estendem de norte-nordeste a sul-sudoeste, ao longo de inúmeras fraturas que podem drenar lava.

Esta verdadeira bomba-relógio só foi descoberta há cerca de 100 anos. “Só no início do século XX é que começamos a mapear as bacias marítimas”, contou Ventura.

O uso crescente de submarinos pelos militares e dos novos sistemas de comunicação internacional exigiram a instalação de cabos telegráficos no fundo do mar. Como resultado, os cartógrafos identificaram o monte submarino na década de 1920.

Os primeiros estudos sobre a sua atividade só arrancaram na década de 2000. Segundo as descobertas, a última erupção do vulcão ocorreu há alguns milhares de anos. Atualmente, a sua atividade limita-se a alguns “estrondos”, acompanhados de emissões de gases e tremores de baixa energia.

Se explodisse novamente, a lava e as cinzas produzidas pela explosão seriam absorvidas pelos 500 metros de água que cobrem o monte submarino, pelo que haveria pouco risco de uma erupção atingir a terra ou ferir os habitantes das ilhas próximas.

Isso não significa, no entanto, que não existe razão para alarme.

“O perigo não é a erupção, mas os possíveis deslizamentos submarinos“, especificou o investigador. Se os movimentos sísmicos causassem o colapso de um dos lados, o fenómeno deslocaria um volume tão grande de água que provocaria um tsunami.

Além disso, é impossível evitar um desastre iminente, razão que leva os cientistas a pedir novas tecnologias para monitorizar os movimentos do Mediterrâneo.

https://zap.aeiou.pt/ameacar-sul-italia-gigante-submerso-422541

 

 

Um dos terroristas mais procurados do mundo anda à solta em Cabul !

Um dos terroristas mais procurados dos Estados Unidos, membro de um grupo com fortes laços à Al-Qaeda, esteve em Cabul, capital do Afeganistão, ainda no final da semana passada.


O terrorista em causa, Khalil al-Rahman Haqqani, tem uma recompensa de 5 milhões de euros pela sua cabeça, escreve a VICE. Khalil foi visto a liderar uma multidão de fiéis através de orações na mesquita Pul-i Khishti, em Cabul, na sexta-feira.

Khalil é uma figura proeminente da Rede Haqqani, um grupo guerrilheiro que luta contra as forças da NATO, lideradas pelos Estados Unidos, e contra o governo do Afeganistão. A rede Haqqani é aliada dos talibãs. Desde 7 de setembro de 2012, os Estados Unidos listam a Rede Haqqani entre as organizações consideradas terroristas.

O grupo foi acusado de alguns dos ataques militantes mais mortais no Afeganistão. O facto de membros da Rede Haqqani se estarem a reunir com os talibãs lança medo sobre os afegãos, que temem que a liderança talibã seja igualmente violenta.

Outro líder importante da Rede Haqqani, Anas Haqqani, encontrou-se com Abdullah Abdullah, o principal enviado de paz no governo deposto, em Cabul, na semana passada ao lado de um comandante dos talibãs. Khalil também se reuniu com Abdullah, salienta a VICE.

Outros líderes jihadistas e chefes dos talibãs, incluindo o cofundador Mullah Abdul Ghani Baradar, começaram a aparecer em Cabul nos últimos dias.

Um relatório do Conselho de Segurança das Nações Unidas em junho declarou que a Rede Haqqani “é a principal ligação entre os talibãs e a Al-Qaeda” e que “dentro da estrutura dos talibãs, o [grupo] continua a ser a força do talibãs mais pronta para o combate”.

https://zap.aeiou.pt/um-dos-terroristas-mais-procurados-cabul-426531

 

Em Vermont, “esquilos suicidas” estão a atirar-se para debaixo dos carros !

Em Vermont, nos Estados Unidos, os esquilos estão a atirar-se para debaixo dos automóveis. A causa é o aquecimento global, que está a provocar um aumento da população destes roedores.


“Não há outra forma de o dizer: matei dezenas de esquilos este verão. Talvez centenas.” É desta forma que Kevin Cullen inicia um artigo publicado no The Boston Globe, no qual desabafa sobre a tragédia que tem vivido ultimamente.

“Adoro animais, e nunca faria mal a um de propósito”. Mas, independentemente disso, assume: “Eu sou, tecnicamente falando, um assassino em série de esquilos“.

O jornalista notou, recentemente, que muitos “chipmunks” – uma espécie de roedor próximo do esquilo – tinham morrido numa estrada que costuma percorrer para ir a Vermont. Intrigado com a situação, Cullen quis resolver o mistério dos “esquilos suicidas”, uma vez que, muitos deles, atiraram-se para debaixo das rodas do seu Crosstrek.

“Na semana passada, um desses roedores descuidados parou no meio da estrada e olhou diretamente para mim com os seus adoráveis olhos castanhos enquanto eu passava por cima dele. Para adicionar um insulto à lesão fatal, o condutor atrás de mim deu-lhe uma pancada com sua pickup“, contou.

No artigo, Kevin Cullen diz que havia já vários sinais que indicavam que este ano ia ser recorde para os esquilos. No final do inverno, um amigo atingiu um destes animais enquanto esquiava em Okemo, um sinal de que os roedores tinham saído da hibernação mais cedo do que o habitual.

Bill Killpatrick, biólogo e professor da Universidade de Vermont, explicou que este aumento drástico da população destes pequenos esquilos é visível em New England.

Devido às alterações climáticas e invernos mais amenos, os períodos de hibernação são mais curtos, pelo que o número de ninhadas é maior. Isto faz com que muitos roedores tenham a necessidade de proteger o seu território e perseguir outros esquilos, não hesitando em ir para a estrada para o fazer.

Além de esquilos aflitos, a situação cria também condutores traumatizados, que não sabem se devem acelerar, travar, abrandar ou simplesmente fechar os olhos enquanto sentem as rodas do carro a passar por cima de um pequeno corpo. “Todas estas mortes – e todo este remorso – tem um efeito prejudicial no meu sono”, confessa Kevin Cullen.

https://zap.aeiou.pt/esquilos-suicidas-de-vermont-425475

 

Haiti atingido por graves cheias depois do terramoto !

Chuvas torrenciais inundaram os hospitais onde os feridos do terremoto de último fim-de-semana recuperavam.


Depois do terremoto de 7,2 na escala de Ritcher, a bonança ainda não chegou. O povo do Haiti parece não ter descanso, desta feita com uma tempestade que assolou a costa sul do país a causar inundações em vários pontos do território. De acordo com o The Guardian, o fenómeno meteorológico veio agravar ainda mais as condições, depois do sismo ter provocado a morte de pelo menos 1941 pessoas.

Segundo os relatos, várias partes das ilhas das Caraíbas ficaram inundadas depois de numa hora chover 50 litros de água por metro quadrado. Em algumas das regiões mais afetadas ainda não há eletricidade, rede e os hospitais também ficaram inundados.

A situação agrava-se ainda mais se considerarmos que os hospitais estão repletos de feridos causados pelo terremoto — que terá feito quase dez mil feridos, muitos deles graves, e destruído 60 mil casas.

O sismo teve um epicentro a 125 quilómetros a oeste da capital, Port-au-Prince, causando a destruição de cidades e deslizamentos de terras, que dificultaram a chegada de socorristas às zonas mais afetadas. Segundo o Observador, o abalo terá danificado escolas, igrejas e complexos empresariais, assim como hospitais.

O Haiti é o país mais pobre do Hemisfério Ocidental e lida atualmente com a pandemia da Covid-19, a violência de gangues, a pobreza e a incerteza política que resultou do assassino de Jovenel Moïsem, presidente do país, a 7 de julho. Recentemente, os dirigentes políticos viram-se obrigados a negociar com os gangues de Martissant de forma a que a passagem de duas colunas humanitárias pela área fosse viável, de acordo com o serviço da organização das Nações Unidas para os Humanitários.

Segundo a diretora executiva da UNICEF, Henrietta Fore, “pouco mais de uma década depois, o Haiti está outra vez a cambalear“, referindo-se ao sismo de 2010 que resultou na morte de dezenas de milhares de pessoas. “Este desastre coincide com a instabilidade política, o aumento da violência dos gangues, alarmantes e elevadas taxas de subnutrição infantil e a pandemia de Covid — para a qual o Haiti só recebeu 500 mil vacinas, apesar de precisar de muitas mais”, explicou.

O país, onde vivem 11 milhões de pessoas, recebeu as primeiras doses de vacinas depois de uma doação dos Estados Unidos da América no mês passado.

https://zap.aeiou.pt/haiti-atingido-por-graves-cheias-depois-do-terremoto-425556

 

Bolsonaro usou dados falsos para afirmar que mortes foram inflacionadas na pandemia !

A comissão parlamentar de inquérito (CPI) do Senado brasileiro apurou hoje que o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, usou dados falsos para afirmar que o número de mortos por covid-19 foi inflacionado por governadores e prefeitos.


A comissão parlamentar ouviu o depoimento de Alexandre Marques, funcionário do Tribunal de Contas da União (TCU), que admitiu ser autor de um documento de trabalho que Bolsonaro citou, como se fosse um documento oficial daquele órgão fiscalizador, para afirmar que o país teve pelo menos “50% menos mortes” por covid-19 do que o anunciado pelos dados oficiais.

O Presidente fez essa afirmação em junho passado, quando o país já registava 475 mil mortes pelo novo coronavírus e acusou prefeitos e governadores de “inflar” esses números para receber mais recursos financeiros para enfrentar a crise de saúde.

A informação foi negada na época pelo TCU, mas mesmo assim Jair Bolsonaro insistiu que “documentos” daquele órgão admitiam a possibilidade de que as mortes de covid-19 fossem fraudulentamente exageradas.

O funcionário do TCU especificou perante a comissão que este documento de trabalho era apenas parte de uma discussão preliminar que foi deixada de lado quando se constatou que não houve fraudes no número de mortos, que ao contrário poderiam sofrer “subnotificação” devido à falta de testes em muitas áreas do país.

“Foi uma discussão muito inicial”, explicou Marques, que confessou ter enviado este documento de trabalho ao pai, o coronel Ricardo Silva Marques, que por sua vez enviou ao Presidente brasileiro.

“Meu pai é amigo do Presidente e mandou para ele. Fiquei indignado com isso porque nunca imaginei que ele fosse compartilhar com ninguém”, declarou.

O funcionário do TCU esclareceu ainda que no documento que o Presidente fez circular em alguns grupos de mensagens havia sido acrescentado a logótipo do TCU, que não constava do documento original que havia enviado ao pai.

Segundo Marques, o discurso do Presidente brasileiro com base nesse documento de trabalho” foi “totalmente irresponsável”.

Segundo o senador Randolfe Rodrigues, vice-presidente da CPI da pandemia, a inserção da logótipo do TCU “para dar caráter oficial” a esse documento pode significar algo mais sério do que a própria divulgação de informações falsas.

“Podemos estar perante um crime contra a fé pública e um caso de falsificação de documentos”, declarou Rodrigues, apoiado por outros senadores da oposição.

A comissão parlamentar, que investiga ações e possíveis omissões do Governo brasileiro diante da pandemia já apurou negociações irregulares com vacinas e também outros assuntos suspeitos, como a distribuição de medicamentos ineficazes contra o novo coronavírus na rede pública de saúde.

O Brasil registou 569.492 vítimas mortais e 20.378.570 casos de covid-19 desde o começo da pandemia.

A covid-19 provocou pelo menos 4.370.427 mortes em todo o mundo, entre mais de 207,84 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.

Afastamento de dois juízes do Supremo brasileiro

Bolsonaro reafirmou que apresentará ao Senado um pedido de afastamento dos juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, que vêm adotando medidas judiciais contra o mandatário.

“Essa semana tenho novidades, dentro das quatro linhas da Constituição, temos novidades pela frente. Vou entrar com pedido de impedimento dos juízes no Senado, colocar lá. O que o Senado vai fazer? Está com o Senado agora, é independência”, disse Bolsonaro em entrevista à rádio Capital Notícia, de Cuiabá.

“Não vou agora tentar cooptar senadores, de uma forma ou de outra, oferecendo uma coisa para eles, etc, para votar o ‘impeachment’ deles”, acrescentou.

No último sábado, Bolsonaro já tinha informado, nas suas redes sociais, que entraria com um pedido de afastamento dos dois magistrados, a quem acusa de violar a Constituição brasileira.

“Todos sabem das consequências, internas e externas, de uma rutura institucional, a qual não provocamos ou desejamos. De há muito, os juízes Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, do STF, extrapolam com atos os limites constitucionais. Na próxima semana, levarei ao Presidente do Senado um pedido para que instaure um processo sobre ambos, de acordo com o art. 52.º da Constituição Federal”, escreveu o Presidente no Twitter.

Bolsonaro citou assim o artigo da Constituição que permite ao Congresso abrir juízos políticos de destituição a magistrados.

Jair Bolsonaro é atualmente alvo de cinco processos no Supremo Tribunal Federal e um na Justiça Eleitoral pelos seus ataques ao sistema eleitoral, por divulgar um documento sigiloso, por defender a difusão de mensagens antidemocráticas, por uma suposta ingerência na Polícia Federal e por alegada prevaricação na compra de vacinas contra a covid-19.

“Nós continuamos dentro das quatro linhas da Constituição. Do lado de lá, já saíram das quatro linhas, em alguns momentos já saíram. A gente espera que volte para a normalidade. Ninguém quer uma rutura. Uma rutura tem problemas internos e externos”, avaliou o chefe de Estado durante a entrevista que concedeu hoje.

O Presidente do Brasil reforçou que para o próximo dia 7 de setembro estão previstos, por todo o país, atos em defesa da “democracia, liberdade e contra a interferência de alguns magistrados na seara de outro Poder”.

Bolsonaro não confirmou, porém, se participará nas manifestações.

“Temos de ouvir o povo, a voz do povo que tem que dar o norte para nós. Não podem alguns poucos juízes, algumas poucas autoridades, se tornarem donos do mundo, donos da verdade”, afirmou.

https://zap.aeiou.pt/bolsonaro-dados-falsos-mortes-425497

 

Os turistas estão a roubar areia das praias da Sardenha ! Alguns para a vender online !

Autoridades têm implementado inúmeras estratégias destinadas a dissuadir os turistas de tais comportamentos, apesar de todos os dias serem apanhados delatores nos controlos de bagagens dos aeroportos e portos da ilha italiana.


“Leave nothing behind but footprints.” Esta é uma frase recorrente em muitas praias do mundo, quando as autoridades locais tentam alertar os visitantes para a necessidade de não deixar lixo nos areais devido às consequências que podem resultar para os ecossistemas existentes. No entanto, parece que há uma nova tendência entre turistas que passa não por “deixar”, mas sim por “levar“.

Na Sardenha, um dos comportamentos mais nefastos registados entre os turistas que visitam a ilha tem que ver precisamente com a retirada de areia das praias, a qual é muitas vezes armazenada em garrafas de plástico e posteriormente levada e utilizada em aquários domésticos, como objeto decorativo ou, até, como bem para venda online.

Andrea Abis é autarca de Cabras, uma cidade e um município da Sardenha que contem 32 quilómetros de costa com areal dourado, e contou ao The Guardian que recentemente um casal acompanhado por uma criança foi visto por outro banhista a encher uma garrafa de água com grãos de areia, o que levou a testemunha a chamar a polícia.

Perante a presença das forças da autoridade, o casal negou a acusação, enterrando a garrafa na areia por baixo das toalhas. Foi-lhes cobrada uma multa de mil euros no local — as multas pelo roubo de areia das praias da Sardenha pode ir dos 500€ aos 3000€. “É preciso fé, mas este não é um caso isolado”, confessou Abis.

Apesar desta ser uma ação punida por lei desde 2017, e que nos casos mais graves podem mesmo representar sentenças com penas de prisão, todos os anos desaparecem toneladas de areia das praias da Sardenha.

Segundo as autoridades, a maior parte dos delatores são estrangeiros que não conseguem resistir ao apelo de levar para casa amostras de areia que funcionarão como recordações de umas férias idílicas ou como decoração para os seus aquários. No entanto, há ainda casos de pessoas que optam por vender os grãos online.

Os turistas do norte da Europa são aparentemente os que mais cometem o crime com mais frequência, já que tendem a ter nas suas auto caravanas garrafas de plástico com areia de todas as praias que visitaram durante as suas viagens.

Um dos casos mais graves foi o de um casal francês que em 2019 foi apanhado com 40 quilogramas de areia armazenada em 14 garrafas de plástico que estavam guardadas no seu carro — a descoberta foi feita pelas autoridades locais quando o casal se preparava para apanhar um ferry em direção a casa. “Esse foi o caso mais chocante até à data”, lembra Carlo Lazzari, comandante do grupo local do equivalente à CMVM italiana. “O casal queria areia verdadeira da Sardenha para decorar o seu aquário.”

Lazzari integra uma unidade especial da polícia que vigia os três aeroportos e portos da ilha, pelo que está habituado a que todos os dias sejam encontrados casos de turistas com areia armazenada quando estão a passar pelos dispositivos de controlo de bagagens. A unidade especial dedica-se também a varrer a internet à procura de anúncios de vendas ilegais. “Há um mercado online dedicado a isto e a procura por areia da Sardenha é elevada. A parte dos dos compradores consiste em colecionadores“, explicou Lazzari.

Apesar dos milhares de euros em multas que já foram emitidos este ano, as autoridades consideram que os turistas muitas vezes não têm conhecimento do motivo da infração que estão a cometer, pelo que aceitam pagar as multas apenas para evitar problemas maiores com a justiça italiana. Como forma de alertarem a população e os turistas para o flagelo — e dissuadir comportamentos deste género — campanhas informativas têm passado pelas televisões e rádios locais, assim como pelas redes sociais.

Há também vigilantes e avisos que alertam os turistas para a ilegalidade do gesto e para as consequências que dele podem resultar tanto a nível criminal como ambiental. “Não queremos assustar os turistas, eles são um recurso para a Sardenha, mas alertá-los”, explica Lazzari. “Mais do que qualquer coisa, o objetivo é proteger o nosso ambiente“, acrescentou.

Tal como aponta o The Guardian, nos últimos anos os ambientalistas italianos têm temido que a retirada de areia das praias resulte na diminuição dos areais, especialmente os da península de Sinis, os quais contêm grãos brancos e rosa de quartzo que resultaram da erosão das rochas. “Chamámos-lhe areia fóssil porque, do ponto de vista geológico, os grãos não se reproduzem, por isso cada grão que perdemos não pode ser substituído”, disse Abis.

Em 2015, funcionários dos aeroportos e portos da Sardenha juntou-se para criar o “Sardenha Roubada e Saqueada” um grupo de voluntários que denuncia publicamente incidentes relacionados com o roubo de areia e que passa parte do inverno a devolver os grãos de areia às praias de onde haviam sido retirados. Segundo Franco Murro, presidente do grupo, trata-se de um “grande trabalho”.

“Ao mesmo tempo é também recompensador porque sabemos que estamos a fazer algo positivo para o ambiente. Nós, habitantes da Sardenha, somos muito ligados à nossa ilha”, disse Murro que considera que a remoção da areia “cria distúrbios para o ecossistema e para as suas dinâmicas”.

Para além da areia das praias da península de Sinis, também os grãos provenientes de Bundelli, uma ilha deserta situada a norte da costa da Sardenha famosa pela praia Spiaggia Rosa, costumavam ser roubados antes dos turistas serem banidos na década de 80.

Quase tão frequentes como os roubos são as confissões dos mesmos e as tentativas de devolução dos grãos roubados. Alguns podem ser vistos no museu mineralógico e da vida selvagem de Caprera, uma ilha próxima de Budelli.

Apesar das admissões de culpa e tentativas de restituição, muitos dos voluntários sentem que o seu trabalho é muitas vezes “em vão”. “Para nós, ambientalistas, às vezes parece uma batalha perdida. Somos muito insultados sempre que tentamos educar as pessoas nas praias”, admite Tommaso Gamboni, um dos diretores do referido museu e voluntário nos grupos que patrulha as praias da Sardenha.

O desalento é partilhado também por Andrea Abis. “Sempre que alguma areia é removida, sinto que um bocado do futuro dos meus filhos está a ser-lhes roubado. As pessoas estão a tirar algo que não pode ser devolvido”, atira.

https://zap.aeiou.pt/praias-da-sardenha-menos-areia-online-425136

 

600 milhões. Hacker fez o maior roubo de sempre em criptomoedas e devolveu metade !

Pirata informático conseguiu protagonizar o maior “desvio” de sempre no mundo das criptomoedas. A plataforma Poly Network foi o alvo.


A própria plataforma Poly Network informou que é o maior “desvio” de sempre no mundo das criptomoedas: nesta terça-feira um pirata informático conseguiu roubar 600 milhões de dólares, pouco mais de 500 milhões de euros.

A plataforma financeira, descentralizada como é habitual neste ramo, já anunciou qual foi a falha: “O pirata explorou uma vulnerabilidade entre contract calls e o desvio não foi causado por um único keeper, conforme tinham indicado os rumores”.

Quando se apercebeu do que tinha acontecido, a Poly Network escreveu uma carta diretamente ao pirata, a “informar” o pirata que este tinha sido o maior roubo de sempre nesta indústria e dizendo ao pirata que este deveria falar com a própria Poly para arranjarem uma solução.

“As autoridades de todos os países vão olhar para este roubo como um crime económico grave e tu serás perseguido. Será muito imprudente da tua parte realizares novas transações”, lê-se na carta:

A Poly Network pediu aos membros da comunidade da criptomoeda para bloquearem tudo que viesse das moradas virtuais do pirata – e publicou as moradas .

A plataforma disponibilizou de imediato várias moradas virtuais, para as quais o pirata poderia devolver o dinheiro.

Aparentemente, está a resultar porque, na noite desta quarta-feira, já tinha sido devolvido quase metade do valor: 260 milhões de dólares. A grande maioria (256 milhões) de Binance Smart Chain, 3.3 milhões de Ethereum e um milhão de dólares de Polygon.

Numa nota oficial, surgiu a indicação de que o pirata atacou a Poly Network “apenas para se divertir”. Era um desafio.

O, ou a, pirata pouco mais poderia fazer com o montante que roubou porque todas as transações são registadas e rastreadas.

https://zap.aeiou.pt/roubo-600-milhoes-criptomoedas-424308

 

Norte-americano, seguidor do QAnon, mata filhos por acreditar que tinham “ADN de cobra” !

Convencido de que os seus dois filhos menores tinham “ADN de cobra”, um cidadão norte-americano, adepto do movimento de conspiração QAnon, ligado à extrema-direita, foi acusado de homicídio das duas crianças, uma de dois anos e outra de 10 meses.


Matthew Taylor Coleman, de 40 anos, disse às autoridades que sabia que estava a agir de forma errado, mas que essa “era a única ação que salvaria o mundo”.

Coleman foi acusado pelas autoridades federais de levar os seus filhos para o México e matá-los antes de regressar aos Estados Unidos, onde foi detido, de acordo com um comunicado do gabinete do procurador-geral da Califórnia.

A mãe das crianças foi quem alertou as autoridades no dia 7 de agosto, quando Coleman as levou para longe da casa que compartilhavam. Ele tinha dito que as levava para acampar, mas recusou-se a dizer para onde e não respondeu às chamadas nem às mensagens de texto da mãe das crianças.

Um dia depois, foi localizado pela polícia através do aplicativo “Find My iPhone”, que indicava que a sua última localização conhecida era Rosarito (México).

Quando voltou para os Estados Unidos no dia seguinte, foi parado pelo FBI na fronteira. Coleman confessou ter matado os dois filhos com uma arma de fogo e deixado os corpos no México, onde foram encontrados pelas autoridades mexicanas.

Coleman alegou que “acreditava que os seus filhos iam transformar-se em monstros, e por isso tinha que matá-los”, de acordo com o processo.

O homem disse aos agentes que foi “alertado pelas teorias do QAnon e dos Illuminati e que estava a receber visões e sinais que revelavam que sua esposa (…) possuía ADN de cobra e o tinha transmitido aos filhos”.

Em declarações às autoridades federais, Coleman disse acreditar que estava “a salvar o mundo dos monstros”. O homem foi acusado por homicídio de cidadãos americanos no exterior.

https://zap.aeiou.pt/norte-americano-mata-filhos-adn-cobra-424516

 

 

Terramoto de magnitude 7,2 fez mais de 220 mortos no Haiti !

Um terremoto de magnitude 7,2 sacudiu o Haiti na manhã deste sábado, causando pelo menos 227 mortes, e danos materiais em propriedades no sudoeste da ilha, fazendo reviver memórias terríveis do grande tremor de terra que sacudiu o país em 2010.

O tremor de terra ocorreu por volta das 8h30 locais, 13h30 de Lisboa, a 12 quilómetros da cidade de São Luís do Sul, localizada a 160 quilómetros da capital haitiana, Porto Príncipe, segundo dados do Instituto Geológico dos Estados Unidos (USGS).

A USGS, que associou ao sismo um alerta vermelho na sua escala de danos humanos, adiantou no seu site que “é provável que haja um elevado número de vítimas e é provável que o desastre afete uma zona extensa”.

“No passado, outros eventos com este nível de alerta exigiram uma resposta de nível nacional e internacional”, advertiu ainda.

A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) emitiu um alerta de tsunami que posteriormente levantou, ao determinar que se extinguira a ameaça de ocorrer esse fenómeno caracterizado por ondas gigantes.

Há mortes, confirmo, mas ainda não tenho o balanço preciso“, declarou à agência AFP o diretor da Defesa Civil haitiana, Jerry Chandler.

O sismo causou uma “situação dramática, perdas de várias vidas humanas e danos materiais em várias regiões do país”, disse o primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry. Segundo o balanço mais recente, o terramoto terá causado pelo menos 227 mortos.

Ralph Tedy Erol / EPA

Efeitos do tremor de terra de 14 de agosto em Los Cayos, Haiti

O tremor foi sentido em todo o país e danos materiais já foram registados em várias cidades, segundo imagens publicadas nas redes sociais por testemunhas no sudoeste da ilha.

Estava dentro de casa quando tudo começou a tremer, estava perto de uma janela e vi todas as coisas a cair”, Christella Saint Hilaire, de 21 anos, que vive perto do epicentro do terramoto.

“Um pedaço de parede caiu nas minhas costas, mas não me magoei muito”, acrescemtou a jovem. “Várias casas desabaram completamente“, assegurou Christella.

Em vídeos partilhados nas redes, os moradores filmaram as ruínas de vários edifícios de cimento, incluindo uma igreja em Les Anglais, 200 quilómetros a sudoeste de Porto Príncipe, na qual aparentemente decorria uma cerimónia religiosa na manhã deste sábado.

https://twitter.com/Mundo__News/status/1426550168829243396

EUA e Espanha oferecem ajuda ao Haiti

O Presidente norte-americano, Joe Biden, ofereceu a ajuda dos Estados Unidos ao Haiti após o sismo que atingiu hoje o país, indicou a Casa Branca.

Biden “autorizou uma resposta norte-americana imediata e encarregou a diretora da Agência Norte-Americana de Ajuda Internacional (USAID), Samantha Powers, de coordenar esses esforços”, disse à imprensa um responsável da Casa Branca que solicitou o anonimato.

A Casa Branca não especificou em que consistirá essa ajuda e não esclareceu se enviará imediatamente algum tipo de assistência para o país das Caraíbas, que divide com a República Dominicana a ilha de Hispaniola e que é o mais pobre do continente americano.

Também o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, expressou a sua solidariedade “e a de todo o povo espanhol” ao Haiti devido ao grave sismo hoje sofrido, numa mensagem publicada na sua conta oficial da rede social Twitter, na qual acrescentou: “Contais com o apoio de Espanha para seguir em frente após este terrível acontecimento”.

O terramoto de hoje teve uma intensidade ligeiramente superior ao que em janeiro de 2010, com 7 graus de magnitude, fez 300.000 mortos, cerca de 300.000 feridos e 1,5 milhões de afetados no Haiti.

https://zap.aeiou.pt/terramoto-de-magnitude-72-faz-227-mortos-no-haiti-424866

 

Vírus mortal de Marburg descoberto pela primeira vez na África Ocidental !

As autoridades de saúde na Guiné-Conacri confirmaram uma morte por vírus de Marburg, uma febre hemorrágica altamente infeciosa, semelhante ao Ébola, informou a Organização Mundial de Saúde (OMS). É a primeira vez que a doença foi identificada na África Ocidental.


De acordo com o Guardian, houve 12 surtos de Marburg desde 1967, maioritariamente no sul e no leste da África. O novo caso foi identificado na Guiné-Conacri na semana passada, dois meses após o país ter declarado que erradicou o Ébola, após um breve surto no início deste ano, que matou 12 pessoas.

O paciente procurou inicialmente tratamento numa clínica local, antes de a sua condição piorar rapidamente, disse a OMS na segunda-feira. Analistas do laboratório nacional de febre hemorrágica da Guiné e do Instituto Pasteur, no Senegal, confirmaram posteriormente o diagnóstico.

“Estamos a trabalhar com as autoridades de saúde para implementar uma resposta rápida, que se baseie na experiência e no conhecimento anteriores da Guiné no tratamento do Ébola, que é transmitido de forma semelhante”, disse Matshidiso Moeti, diretor regional da OMS para a África.

Tanto o caso de Marburg como os casos de Ébola deste ano foram detetados no distrito de Gueckedou, na Guiné-Conacri, perto da fronteira com a Libéria e a Costa do Marfim. Os primeiros casos da epidemia de Ébola, entre 2014 e 2016, também ocorreram na mesma região florestal do sudeste do país.

As taxas de mortalidade dos casos de Marburg variaram de 24% a 88% em surtos anteriores, dependendo da cepa do vírus e do tratamento, referiu a OMS, acrescentando que a transmissão ocorreu por contato com fluidos corporais e tecidos infetados.

Os surtos de Marburg começam quando um animal infetado, como um macaco ou um morcego, transmite o vírus para um humano. O vírus então se espalha de pessoa para pessoa através dos fluidos corporais. Os sintomas incluem dor de cabeça, vómito com sangue, dores musculares e perda de por vários orifícios.

https://zap.aeiou.pt/virus-marburg-identificado-africa-ocidental-424230

 

Memorial do Holocausto vai ser construído no coração de Londres !

Depois de vários anos a ser planeado, finalmente foi aprovado. O coração de Londres irá receber um Memorial do Holocausto e um centro educacional. De acordo com o governo britânico, o objetivo é criar um espaço nacional para homenagear os 6 milhões de judeus vítimas do Holocausto.


Além disso, todas as outras vítimas do nazismo também serão homenageadas, incluindo membros de outras etnias, homossexuais e pessoas com deficiências, segundo as autoridades londrinas.

O centro educacional também fará homenagem a genocídios posteriores, incluindo os ocorridos no Camboja, Ruanda, Bósnia e Herzegovina e Sudão. A entrada será gratuita.

Apesar de se tratar do primeiro memorial e centro educacional sobre o Holocausto do Reino Unido, já existe um Jardim Memorial do Holocausto no Hyde Park de Londres.

Monumento polémico

A construção do memorial em Westminster gerou polémica ainda na fase de planeamento. Apresentado pelo ex-primeiro-ministro conservador David Cameron em 2014, o projeto foi inicialmente rejeitado pelas autoridades locais em 2018, sob os argumentos de que a localização, no Hyde Park, é muito próxima a outros monumentos em Londres e de que não há espaço suficiente.

O governo do atual primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, conseguiu convencer as autoridades locais em 2019, mas a escolha do local também foi criticada por vários académicos.

Vários cientistas de universidades britânicas rejeitaram a construção de um memorial do Holocausto próximo a edifícios do governo e do Parlamento britânico em Westminster. Os especialistas temem que isso possa dar um peso exacerbado ao papel que o governo britânico da época desempenhou ao salvar judeus e outras vítimas dos nazis.

Em 2018, 42 investigadores assinaram uma carta aberta, entre eles a professora Shirli Gilbert, que pesquisa a história judaica na University College London.

A carta afirmava que os estudiosos temiam que o Reino Unido fosse retratar-se como uma vitoriosa nação com currículo repleto de salvamentos heroicos, o que não corresponde à pesquisa histórica.

Essa preocupação não é partilhada por Jean-Marc Dreyfus, historiador e professor de estudos do Holocausto na Universidade de Manchester.

“O esboço do memorial é muito vago para retratar o Reino Unido como uma heroica nação salvadora”, alegou, em entrevista à DW.

Mas Dreyfus considera exatamente isso como algo problemático. “O memorial não contém um símbolo da Shoah (Holocausto), é extremamente neutro por fora. Poderia também remeter a algo completamente diferente”.

Também não está claro a quem este memorial é dedicado: aos cidadãos judeus britânicos que fugiram para o Reino Unido, a todas as vítimas judias do Holocausto ou a todos os perseguidos pelos nazis.

Dreyfus diz acreditar que é preciso perceber que há uma ligação entre o novo memorial e o Brexit.

Segundo o especialista, ambas as decisões foram tomadas no mesmo contexto, no mesmo período de tempo e foram impulsionadas por governos conservadores.

Memória global do Holocausto

Andrea Löw, professora do Centro de Estudos do Holocausto em Munique, enfatizou em conversa com a DW o quão internacional é a memória da Shoah. Existem museus, instituições educacionais e memoriais na Cidade do Cabo, em Sydney, Budapeste, Israel, Washington, na América do Sul, exemplificou. Para Löw, pode-se falar numa recordação global do Holocausto.

Atualmente, segundo a historiadora, o foco principal é a importância de passar da recordação ritualizada à individual.

“Como historiadores, consideramos que a nossa tarefa é levar para a frente a mensagem das testemunhas que agora nos vão deixando”, diz.

Neste contexto, Dreyfus também destaca a importância do centro educacional que será construído no Hyde Park de Londres. “Esta é uma boa notícia para a recordação da Shoah, que deve continuar”, afirma.

Dreyfus espera que o centro desencadeie um debate mais histórico e baseado em factos no país. Este ainda não é o caso: a recordação britânica do Holocausto começou apenas nas décadas de 1990 e 2000 e sempre ostentou um caráter vago, refere o historiador.

Por sua vez, a historiadora alemã Löw também enfatiza a grande importância dos centros educacionais complementares a memoriais do Holocausto em muitos sítios do mundo.

O memorial britânico e o associado centro educacional serão construídos em Londres com base num projeto dos escritórios de arquitetura Adjaye Associates, Ron Arad Architects e Gustafson Porter+Bowman.

O início da obra está agendado para este ano, e o planeamento indica que o memorial deverá estar concluído e ser aberto ao público em 2025.

https://zap.aeiou.pt/memorial-holocausto-coracao-londres-424421

 

Portuguesa vítima de violência doméstica morreu no Reino Unido - Já tinha pedido ajuda 7 vezes !

A jovem morreu depois de ter sido atacada pelo companheiro. Uma investigação do The New York Times revela que a vítima já se tinha queixado sete vezes à polícia britânica.


Daniela Espírito Santo ligou sete vezes para a polícia antes de falecer.

No dia em que morreu, ligou para as autoridades e começou por contar que o companheiro, Paulo de Jesus, a tinha tentado estrangular na cama. A polícia deteve o suspeito, mas libertou-o horas depois, porque “não” parecia perigoso, “mostrou arrependimento” e prometeu que não voltaria à casa da companheira.

Contudo, isso não aconteceu. À tarde, a mulher voltou a ligar à polícia, contando que o namorado a tinha voltado a atacar e ameaçado de morte.

Como o agressor já tinha saído e Daniela disse que não precisava de ajuda médica nem de uma ambulância, a chamada foi transferida para uma linha de apoio não urgente.

Depois de oito minutos de espera, o assistente só conseguiu ouvir um bebé a chorar. Quando os agentes policiais foram à casa da vítima, uma hora depois do telefonema, encontraram-na morta com um bebé de meses nos braços.

Daniela sofria de problemas cardíacos e não terá resistido ao stress provocado pela situação, acabando por morrer a 9 de abril de 2020, durante o primeiro mês do confinamento britânico.

Por sua vez, Paulo de Jesus foi condenado a dez meses de prisão, pelo crime de ofensas corporais, depois de o Ministério Público britânico ter deixado cair a acusação de homicídio.

Isto porque o facto de Daniela sofrer de problemas cardíacos impossibilitava, na opinião dos procuradores, uma condenação por homicídio.

No entanto, de acordo com uma investigação do The New York Times, nos meses que antederam a sua morte Daniela ligou para a polícia sete vezes, incluindo as duas chamadas que fez no dia 8 de abril.

O jornal norte-americano aponta várias falhas na forma como a polícia britânica lidou com o caso.

Por exemplo, um dos polícias que o interrogou escreveu num relatório que a sua maior preocupação era “a saúde mental” do suspeito e que este não representava um perigo.

Charly Price-Wallace, amiga de infância da jovem, contou ao jornal que Daniela lhe confidenciou os seus problemas, como o facto do companheiro lhe ter esvaziado a conta bancária para comprar drogas, logo após o nascimento da filha.

Além disso, o homem espancou Daniela depois de esta o ter confrontado, deixando-a com “um enorme olho roxo”. “A maior parte da violência surgia por ele usar o dinheiro para comprar drogas e por ser questionado posteriormente por ela”, explicou Price-Wallace.

Em tribunal, a defesa de Paulo Jesus conseguiu demonstrar que o ataque cardíaco pode ter sido provocado por uma discussão verbal e que não foi resultado de uma agressão, o que levou a uma condenação de dez meses de prisão.

Apesar das críticas, a inspeção não recomendou quaisquer medidas disciplinares para os polícias.

A mulher estava no Reino Unido desde 1999, para onde emigrou com a família com apenas dois anos. Na altura em que morreu, trabalhava num lar de idosos em Grantham, perto de Lincolnshire, a 250 quilómetros de Londres.

https://zap.aeiou.pt/portuguesa-violencia-domestica-morre-424191

 

Enfermeira suspeita de substituir vacina por solução salina na Alemanha !

As autoridades alemãs apelaram na terça-feira aos cerca de 8600 residentes de Friesland que podem ter sido afetados pela troca para levarem outra dose da vacina.


Milhares de pessoas no Norte da Alemanha vão ter de ser vacinadas novamente contra a covid-19, após uma investigação policial ter descoberto que uma enfermeira da Cruz Vermelha pode ter substituído a vacina por uma solução salina.

A enfermeira é suspeita de ter injetado solução salina em vez de doses da vacina num centro de vacinação em Friesland, uma região rural perto da costa do Mar do Norte, no início da Primavera.

As autoridades alemãs apelaram na terça-feira aos cerca de 8600 residentes que podem ter sido afetados pela troca para levarem outra dose da vacina.

“Estou totalmente chocado com este episódio”, disse Sven Ambrosy, um político local, no Facebook.

Apesar da solução salina ser inofensiva, a maioria das pessoas que foram vacinadas na Alemanha em março e abril – quando a troca em causa terá ocorrido – são idosos vulneráveis à doença.

Em conferência de imprensa, o investigador Peter Beer disse que, com base nas declarações de testemunhas, havia “uma suspeita razoável de perigo”, cita o jornal britânico The Guardian.

Os motivos da enfermeira não são claros, mas a mulher tinha revelado algum ceticismo sobre vacinas em publicações nas redes sociais, segundo a polícia.

De acordo com a emissora NDR, o caso foi entregue a uma unidade especial que investiga crimes de motivação política.

https://zap.aeiou.pt/enfermeira-substituir-vacina-solucao-424052

 

Doze países podem “perder” quase 5 milhões de mulheres na próxima década !

Desde a década de 1970, os abortos em função do género na China, na Índia e noutras dez nações impediram o nascimento de 23 a 45 milhões de mulheres. Um novo estudo prevê que esses países percam mais 4,7 milhões até 2030.


Num novo estudo, publicado na BMJ Global Health e citado pelo Science Alert, os investigadores usaram um modelo baseado em 3,26 mil milhões de registos de nascimento de 204 países, tendo identificado 12 nações com fortes evidências de uma proporção de género distorcida e 17 em risco de seguir essa mesma direção,

As 12 nações com uma proporção de género distorcida mostram sinais de recuperação, especialmente a China e a Índia, com o governo a oferecer incentivos para o nascimento de mulheres e restrições ao aborto seletivo. Contudo, o modelo prevê que essas nações percam 5,7 milhões de mulheres até 2100.

Nesses dois países, os homens atualmente superam as mulheres em cerca de 70 milhões, um houve um aumento da violência, do tráfico de mulheres e da prostituição. O cientistas referiram que é preciso agir imediatamente para reequilibrar a balança em lugares como a China, a Índia, a Albânia, a Arménia, o Azerbaijão e o Vietname.

Se outros países com preferência por filhos em vez de filhas – como a Nigéria, o Paquistão, o Egito, a Tanzânia e o Afeganistão – começarem a distorcer as suas proporções de género, o modelo prevê que sejam “perdidas” mais 22 milhões de mulheres até 2100. As nações da África Subsaariana poderiam contribuir com mais de um terço.

Embora o aborto dê às mulheres a decisão sobre a gravidez, essa escolha também pode ser ditada por normas sociais. Em algumas culturas, apenas os homens podem trabalhar, manter a linhagem familiar ou cuidar dos pais idosos. Noutros locais, as mulheres não podem trabalhar ou possuir bens e, em certos casos, precisam de um dote para casar.

Além do aborto baseado no género, os investigadores apontaram o infanticídio feminino e a falta de saúde feminina como outras das razões para o desaparecimento de milhões de mulheres em todo o mundo.

“Essas descobertas sublinham a necessidade de monitorizar [a proporção de sexos no nascimento] em países com preferência por filho e abordar os fatores por trás da persistência do preconceito de género nas famílias e instituições”, escreveram os autores.

https://zap.aeiou.pt/doze-paises-perder-mulheres-10-anos-423786

 

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Nos EUA, algumas prisões ainda usam as “cadeiras do diabo” para torturar reclusos !


As cadeiras de contenção são usadas nas prisões norte-americanas para prender pessoas que representam um perigo para si mesmas e para os outros. Contudo, em algumas prisões, são indevidamente usadas para torturar os reclusos.

Ao longos dos anos são vários os relatos de pessoas que foram torturadas através do uso das cadeiras de contenção – sendo quem em alguns casos, os reclusos acabaram mesmo por morrer.

Neste sentido, algumas jurisdições decidiram restringir, ou até mesmo banir, o uso destas cadeiras. Já os as ativistas de direitos humanos pedem que estas sejam totalmente extintas em todo o país.

Num dos piores casos conhecidos, um homem com problemas de saúde mental parou de respirar depois de ter torturado numa prisão no condado de San Luis Obispo, na Califórnia, acabando depois por morrer, conta o Los Angeles Times.

O recluso foi deixado nu e algemado durante quase dois dias depois de ter sido espancado na cabeça e no rosto. Após o incidente, o condado decidiu que iria acabar com o uso da cadeira.

Segundo o VICE, a cadeira deve ser usada em situações em que um recluso é tão violento ou incontrolável que é necessário “prevenir a auto-mutilação, ferimentos a terceiros ou danos à propriedade”, especialmente quando outras técnicas não se mostram eficazes.

O site de notícias frisa que os dispositivos não foram criados para serem usados ​​como forma de punição, o que muitas vezes acontece.

Há duas décadas, o Comité das Nações Unidas contra a Tortura instou as autoridades americanas a abolir completamente as cadeiras de contenção e os cintos de atordoamento – dois métodos de controlo que o painel considerou que poderiam “quase invariavelmente” levar a violações do tratado internacional contra a tortura, citou o New York Times.

Ainda assim, o instrumento continuou a ser usado em todo o país e permanece ativo até aos dias de hoje.

Por sua vez, a Amnistia Internacional também exortou as autoridades a proibir as cadeiras de retenção, em parte porque “são facilmente instaladas e a sua utilização não é regulamentada em muitas jurisdições”, cita o VICE.

Embora amarrar uma pessoa que representa um perigo para si mesma ou para as outras pessoas possa ser útil em algumas circunstâncias, a prática pode estar exposta a uma linha muito ténue onde a tortura surge muito rapidamente.

Esta ação surge quando combinada com força excessiva ou humilhação, de acordo com Justin Mazzola, vice-diretor de pesquisa da Amnistia Internacional dos EUA, sendo que muitas das vezes as autoridades ultrapassam aquelas que são consideradas as “linhas vermelhas” da atuação.

No Tennessee, por exemplo, um agente penitenciário da Comarca de Cheatham foi apanhado a dar choques a um adolescente indefeso que se encontrava amarrado a uma cadeira de contenção.

O polícia foi condenado a cinco anos de prisão no ano passado pelo incidente que ocorreu em 2016, mas o adolescente nunca mais foi o mesmo, acabando por se envolver com drogas e morrer por overdose.

Em alguns casos, os próprios funcionários das prisões lutam contra o uso indevido das cadeiras de contenção, mas este ainda é um assunto que causa muita discussão nos Estados Unidos.

https://zap.aeiou.pt/cadeiras-do-diabo-torturar-reclusos-423976

 

Bolívia - Clínicas retêm cadáveres enquanto familiares não pagam as despesas médicas !

O sistema de saúde da Bolívia, no seu limite antes da pandemia, tem visto a sua situação agravada pela falta de remédios, especialistas e vagas nos hospitais públicos. Existem menos de 500 leitos de Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).


Segundo avançou na segunda-feira a RFI, há quem opte pelo sistema de saúde privado, arriscando criar dívidas ou não poder retirar os corpos dos familiares em caso de óbito. Num país de 11 milhões de habitantes, em que o salário médio é de cerca de 324 euros, pode chegar aos 65.000 euros manter um familiar hospitalizado durante algumas semanas.

A RFI relatou o caso de Irma, que teve que hospitalizar o irmão e, para fazer face às despesas, vender um automóvel. Já Wilma, cujo pai morreu após 36 dias de hospitalização, não conseguiu reunir o montante para pagamento das despesas médicas, tendo o hospital retido o corpo durante quatro dias.

“Há alguns anos isso [retenção de cadáveres] acontecia com frequência. Agora é mais raro, pois essa prática é proibida e há sanções”, explicou Nadia Cruz, da Defensoria Pública. “Com a covid-19 e os valores elevados que representam as [longas] hospitalizações, algumas clínicas voltaram a fazer isso”, acrescentou.

Uma lei aprovada em fevereiro limita os honorários das clínicas privadas a cerca de 422 euros por dia na UCI.

“Com a nova lei, conseguimos verificar se as tarifas ultrapassam o limite imposto pelo governo. Mas não temos como verificar os medicamentos usados na terapia intensiva”, disse Nadia Cruz, frisando: “Quando temos acesso aos ficheiros completos, recebemos 10 páginas de tratamentos que não temos como avaliar se eram realmente necessários”.

Mais da metade dos leitos de UCI no país são em estabelecimentos privados. Algumas clínicas pedem aos familiares o pagamento de um sinal antes da hospitalização, mesmo em caso de urgência, ou que seja apresentada a escritura de uma casa própria.

https://zap.aeiou.pt/bolivia-clinicas-cadaveres-familiares-423849



 

Regime bielorrusso continua “purga” de ativistas e jornalistas !

Forças governamentais têm apertado o cerco aos dissidentes do regime de Lukashenko. Depois de um ativista bielorrusso ter sido encontrado morto num parque de Kiev, teme-se também pela vida dos jornalistas que resistem em continuar a fazer o seu trabalho.


As grandes manifestações contra o regime de Alexander Lukashenko na sequência das eleições de setembro de 2020 despoletaram uma escalada de perseguição que o governo de tendências ditatoriais iniciara anteriormente, ainda que de forma mais esporádica e discreta.

Recentemente, na mira das forças policiais têm estado jornalistas e ativistas, com 60 buscas levadas a cabo entre 14 e 16 de Julho em casas e escritórios de defensores dos direitos humanos e respetivas organizações. Foram apreendidos documentos, equipamentos tecnológicos como computadores ou telemóveis.

No início de Julho, também as casas de jornalistas e instalações de órgãos de comunicação social foram alvos de buscas, com a detenção de dezenas de jornalistas e bloggers — dos quais 30 permanecem na prisão. A Amnistia Internacional avançou publicamente que 46 associações de direitos humanos e da sociedade civil foram encerradas, um número que pode ter subido para 100, segundo ativistas bielorrussos.

“Isto é muito mais que repressão“, disse Tanya Lokshina, da Human Rights Watch. “Numa reunião do Governo, realizada a 22 de Julho, o presidente Lukashenko descreveu, sem rodeios, a intenção de acabar com dezenas de grupos da sociedade civil como ‘uma purga‘ — e é isso que isto é, uma operação viciosa de limpeza em grande escala destinada a eliminar as vozes críticas.”

Ao longo do último ano, de acordo com a Federação internacional para os Direitos Humanos e a Viasna, organização que documenta casos de tortura, cerca de 35 mil manifestantes pacíficos foram detidos, dos quais 4691 deram origem a projetos criminais com seguimento em tribunal, 608 são considerados presos políticos e 1800 indivíduos terão sido vítimas de tortura. Um número não quantificado de ativistas, estima-se que centenas, abandonaram o país.

Ilya Nuzov, responsável pela delegação da Europa de Leste e Ásia Central da Federação internacional para os Direitos Humanos, afirmou ao The Guradian que o crescendo de repressão visível atualmente tem estado a ser preparado há meses. “Isto não apareceu do nada. [As autoridades] têm vindo a preparar isto diligentemente. É a progressão natural da deterioração do estado dos direitos humano no país.”

Perante esta repressão, algumas organizações de direitos humanos, cujos trabalhadores abandonaram o país, continuaram o seu trabalho a partir do exterior, em alguns países vizinhos como a Lituânia, a Polónia ou a Ucrânia.

Victoria Fedorova, uma advogada de direitos humanos e diretora da Legal Initiative, saiu de Bielorrússia em Março depois de um dos seus colegas ter sido detido no âmbito de uma busca policial em sua casa. Victoria sabia que seria o próximo alvo, pelo que partiu para Kiev, na Ucrânia — tendo-se apercebido recentemente que nem ali está a salvo.

Vitaky Shishov, que dirigiu a Belarusian House, uma organização que ajudou bielorrussos a sair do país, foi encontrado morto na semana passada num parque de Kiev, enforcado numa árvore — um episódio que a polícia ucraniana está a tratar como homicídio.

“Mesmo quando viajamos em Março percebemos que a Ucrânia não era segura“, afirmou Fedorova. “Sabemos que as forças de segurança podem raptar as pessoas. O desvio do avião foi um acontecimento muito assustador porque o regime mostrou total desrespeito pelas leis internacionais. Eles são capazes de qualquer coisa para deter os seus dissidentes.”

Natallia Satsunkevich, associada da Viasna, teve a sua casa invadida quando estava de férias no Egito, em Fevereiro, tendo optado por não regressar ao seu país. Paralelamente, sete dos seus colegas foram detidos com condições que se assemelham a tortura. “Não há chuveiros, não podes andar. Dormes numa cama de metal sem almofada”.

Apesar de muitos ativistas terem optado por abandonar o país, há quem resista, mesmo com o cerco a apertar. “Eles passam o dia num estado de nervos, mas ao mesmo são muito corajosos e não vão parar“, defendeu Fedorova que reafirmou o compromisso com todas as pessoas que precisam de ajuda e com os colegas detidos.

https://zap.aeiou.pt/regime-bielorrusso-purga-ativistas-423499

 

100 anos de proteção a Jair Bolsonaro ! Governo brasileiro usa brecha na lei para esconder informações !

Os brasileiros só vão poder saber se Jair Bolsonaro se vacinou contra a covid-19 no longínquo ano de 2121. Também só dentro de um século saberão quantas vezes os seus filhos mais velhos tiveram acesso ao Palácio do Planalto.


O Executivo brasileiro usa um artigo da legislação para bloquear, durante 100 anos, o acesso a informações como se Jair Bolsonaro foi ou não vacinado contra a covid-19 ou quantas vezes os seus filhos mais velhos tiveram acesso ao Palácio do Planalto.

Segundo o El País, a Lei de Acesso à Informação (LAI) entrou em vigor em novembro de 2011, durante a presidência de Dilma Rousseff, e foi considerada como um marco para a promoção da transparência. No entanto, um dos seus artigos tem sido aproveitado para precisamente o contrário.

Em causa está o artigo 31.º: “O tratamento das informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas. As informações pessoais, a que se refere este artigo, relativas à intimidade, vida privada, honra e imagem (…) terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de cem anos”.

O Governo brasileiro tem usado este artigo, assim como a Lei Geral de Proteção de Dados, para deixar nas sombras informações que considera sensíveis.

Bolsonaro protegido por 100 anos

Um dos casos mais recentes de utilização deste artigo remonta ao final do mês de julho, altura em que a revista Crusoé pediu, ao abrigo da LAI, os dados relativos à atribuição de crachás de acesso ao Palácio do Planalto a dois dos filhos de Jair Bolsonaro – o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, e o deputado federal, Eduardo Bolsonaro.

O diário detalha que o Governo invocou o artigo 31.º para negar o pedido e, assim, bloquear o acesso à informação durante um período de 100 anos.

Também em janeiro deste ano, o Executivo brasileiro decretou o sigilo de um século em relação ao boletim de vacinação de Bolsonaro e a qualquer informação relativa às doses da vacina contra a covid-19 recebidas pelo Presidente.

O Governo alegou, na altura, que a divulgação “diz respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem”.

A primeira vez que o Governo usou o artigo da LAI foi em dezembro, quando a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) estabeleceu o mesmo sigilo centenário para os nomes dos utilizadores que publicavam no Twitter do organismo. Na altura, havia a suspeita de que o perfil estaria a ser utilizado por pessoas ligadas ao “gabinete de ódio”, alegadamente liderado por Carlos Bolsonaro para espalhar fake news e difamar opositores.

Juliana Sakai, diretora de operações da Transparência Brasil, referiu ao El País que as decisões do Governo podem ser revertidas, mas o processo demora muito tempo e custa muito dinheiro.

A responsável da organização independente que promove a transparência e o controlo social do poder público considera que a intenção do Governo brasileiro vai além da mera proteção da vida privada.

“Eles justificam as negas dentro dessa possibilidade legal com base no artigo 31.º ou na Lei Geral de Proteção de Dados, mas com o objetivo de atender a outros princípios. E isso acaba sendo feito de forma cada vez mais abusiva. Se o Governo é refratário a passar uma informação, alegará que ela é privada”, afirmou.

https://zap.aeiou.pt/bolsonaro-100-anos-protecao-423731

 

Ativistas ucranianos LGBTQ+ perseguidos na Internet e nas ruas !

Ativistas atribuem a escalada de violência e ódio à “crescente visibilidade da comunidade lésbica, gay, bissexual e transgénero” no país. Apesar de os registos policiais comprovarem um aumento de casos de violência relacionados com a discriminação homofóbica e transfóbica, associações de direitos humanos acreditam que a verdadeira dimensão do problema não está presente nos documentos oficiais.


Os ativistas ucranianos pelos direitos LGBTQ+ têm enfrentado uma onda de ameaças e insultos, tanto em via pública como em contexto digital. Recentemente, a caixa de mensagens de Sofiia Lapina tem sido palco deste mesmo fenómeno, depois de, no mês passado, membros de um grupo de extrema-direita publicarem o seu número de telefone no Telegram, para além de terem localizado a sua morada.

Tiraram fotografias à minha varanda e à entrada do meu prédio, e têm estado a enviá-las para mim”, revelou Lapina à Reuters. “É difícil dormir sabendo que há pessoas que anunciaram que me estão a caçar.”

Apesar de a Ucrânia ter legalizado o sexo gay em 1991, alguns elementos conservadores de uma fação maioritariamente ortodoxa cristã têm-se oposto aos direitos LGBTQ+ e militantes da extrema-direita estabelecem como alvo grupos e eventos de apoio à comunidade. Como possível justificação para a onda de ódio, alguns ativistas sugerem a “crescente visibilidade da comunidade lésbica, gay, bissexual e transgénero” no país.

Os meios de comunicação locais noticiaram na passada sexta-feira confrontos entre a polícia e grupos de extrema-direita nas imediações do edifício presidencial, em Kiev, onde a organização UkrainePride, de Lapina, realizava uma manifestação para exigir igualdade LGBTQ+.

Lenny Emson, diretor do KyivPride, afirmou aos meios de comunicação que “o movimento LGBTQ+ está a tornar-se mais poderoso, mais produtivo e mais eficaz“. “Por outro lado, quanto mais fortes ficamos, maior é o efeito de ricochete”, afirmou. Um exemplo deste mesmo efeito pode ser o adiamento da marcha de apoio ao movimento, que se irá realizar em setembro e não em junho, como estava originalmente planeado.

A escalada de violência é confirmada pelos números do Centro de Direitos Humanos LGBT Nash Mir, responsável por assinalar episódios contra a comunidade LGBTQ+ na Ucrânia, que anotou 24 ataques a centros ou eventos no último ano, mais do dobro dos números registados em 2019. Os documentos policiais também confirmam a ocorrência de 14 crimes de ódio com base na orientação sexual e na identidade de género em 2019.

No entanto, as organizações de direitos humanos acreditam que a verdadeira proporção do fenómeno é maior e não está verdadeiramente documentada — por muitas vítimas terem receio de ir à polícia e se recusarem a apresentarem queixa. Paralelamente, quando as vítimas fazem efetivamente queixa de episódios homofóbicos ou transfóbicos, muitas são classificadas como atos de hooliganismo, o que também contribui para a desvalorização do problema.

O gabinete de Instituições Democráticas e Direitos Humanos da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) recebeu denúncias de mais de 140 incidentes, em 2019, ligadas a episódios de discriminação homofóbica e transfóbica.

Em maio, cerca de uma dezena de militantes de um grupo de extrema-direita invadiu o local onde estava a ser projetado um filme LGBTQ+, partiram os vidros e lançaram uma tocha e uma lata de gás lacrimogéneo, denunciou o KyivPride, responsável pelo evento, na sua página de Facebook.

A polícia afirmou, na sequência do acidente, que haviam sido iniciados procedimentos criminais à luz do artigo da lei referente ao hooliganismo. Dois dias depois, membros de outro grupo de extrema-direita invadiram eventos organizados pelo grupo de defesa dos direitos LGBTQ+ Insight, em Kiev e na cidade de Odessa. Os atacantes também assaltaram o escritório de Odessa de outra organização, a LGBT Association LIGA.

“Se a polícia tivesse detido os atacantes que tentaram perturbar o evento daquele dia do Insight, eles não teriam vindo até ao nosso escritório partir os vidros, criticou o presidente da LIGA, Oleg Alyokhin. Posteriormente, a polícia explicou que analisou os tumultos do evento do Insight em Kiev e que não foram encontrados dados que indicassem que tinha sido cometida qualquer infração criminal.

Os recentes episódios têm merecido a condenação de grupos internacionais e nacionais de direitos civis num país onde a discriminação em contexto laboral contra homossexuais só foi banida em 2015.

Em junho, a Amnistia Internacional descreveu a violência como parte de uma “campanha de grupos promotores de ódio direcionado para a intimidação de ativistas feministas e LGBTI”.

https://zap.aeiou.pt/ativistas-ucranianos-lgbtq-perseguidos-423445

 

Correios italianos intercetam carta dirigida ao Papa com três balas !

Uma carta suspeita endereçada ao Papa Francisco, proveniente de França e que tinha no seu interior três balas, foi intercetada no domingo à noite numa estação de triagem de correspondência na zona de Milão.


De acordo com a polícia italiana, citada pela Associated Press, na carta, escrita à mão, lia-se: “Para o Papa, Cidade do Vaticano, Praça de São Pedro, Roma”.

Além das três balas, no envelope encontrava-se uma mensagem alusiva às operações financeiras no Vaticano.

As autoridades italianas estão a investigar a origem da carta.

https://zap.aeiou.pt/correios-italianos-carta-papa-balas-423538

 

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...