O sistema de saúde da Bolívia, no seu limite antes da
pandemia, tem visto a sua situação agravada pela falta de remédios,
especialistas e vagas nos hospitais públicos. Existem menos de 500
leitos de Unidades de Cuidados Intensivos (UCI).
Segundo avançou na segunda-feira a RFI,
há quem opte pelo sistema de saúde privado, arriscando criar dívidas ou
não poder retirar os corpos dos familiares em caso de óbito. Num país
de 11 milhões de habitantes, em que o salário médio é
de cerca de 324 euros, pode chegar aos 65.000 euros manter um familiar
hospitalizado durante algumas semanas.
A RFI relatou o caso de Irma, que teve que hospitalizar o irmão e,
para fazer face às despesas, vender um automóvel. Já Wilma, cujo pai
morreu após 36 dias de hospitalização, não conseguiu reunir o montante
para pagamento das despesas médicas, tendo o hospital retido o corpo
durante quatro dias.
“Há alguns anos isso [retenção de cadáveres] acontecia com
frequência. Agora é mais raro, pois essa prática é proibida e há
sanções”, explicou Nadia Cruz, da Defensoria Pública. “Com a covid-19 e
os valores elevados que representam as [longas] hospitalizações, algumas
clínicas voltaram a fazer isso”, acrescentou.
Uma lei aprovada em fevereiro limita os honorários das clínicas privadas a cerca de 422 euros por dia na UCI.
“Com a nova lei, conseguimos verificar se as tarifas ultrapassam o limite imposto pelo governo. Mas não temos como verificar os medicamentos usados
na terapia intensiva”, disse Nadia Cruz, frisando: “Quando temos acesso
aos ficheiros completos, recebemos 10 páginas de tratamentos que não
temos como avaliar se eram realmente necessários”.
Mais da metade dos leitos de UCI no país são em estabelecimentos
privados. Algumas clínicas pedem aos familiares o pagamento de um sinal
antes da hospitalização, mesmo em caso de urgência, ou que seja
apresentada a escritura de uma casa própria.
Forças governamentais têm apertado o cerco aos dissidentes do
regime de Lukashenko. Depois de um ativista bielorrusso ter sido
encontrado morto num parque de Kiev, teme-se também pela vida dos
jornalistas que resistem em continuar a fazer o seu trabalho.
As grandes manifestações contra o regime de Alexander Lukashenko
na sequência das eleições de setembro de 2020 despoletaram uma escalada
de perseguição que o governo de tendências ditatoriais iniciara
anteriormente, ainda que de forma mais esporádica e discreta.
Recentemente, na mira das forças policiais têm estado jornalistas e ativistas,
com 60 buscas levadas a cabo entre 14 e 16 de Julho em casas e
escritórios de defensores dos direitos humanos e respetivas
organizações. Foram apreendidos documentos, equipamentos tecnológicos
como computadores ou telemóveis.
No início de Julho, também as casas de jornalistas e instalações de órgãos de comunicação social foram alvos de buscas, com a detenção de dezenas de jornalistas e bloggers — dos quais 30 permanecem na prisão. A Amnistia Internacional avançou publicamente que 46 associações
de direitos humanos e da sociedade civil foram encerradas, um número
que pode ter subido para 100, segundo ativistas bielorrussos.
“Isto é muito mais que repressão“, disse Tanya Lokshina,
da Human Rights Watch. “Numa reunião do Governo, realizada a 22 de
Julho, o presidente Lukashenko descreveu, sem rodeios, a intenção de
acabar com dezenas de grupos da sociedade civil como ‘uma purga‘ — e é isso que isto é, uma operação viciosa de limpeza em grande escala destinada a eliminar as vozes críticas.”
Ao longo do último ano, de acordo com a Federação internacional para os Direitos Humanos e a Viasna, organização que documenta casos de tortura, cerca de 35 mil
manifestantes pacíficos foram detidos, dos quais 4691 deram origem a
projetos criminais com seguimento em tribunal, 608 são considerados presos políticos e 1800 indivíduos terão sido vítimas de tortura. Um número não quantificado de ativistas, estima-se que centenas, abandonaram o país.
Ilya Nuzov, responsável pela delegação da Europa de Leste e Ásia Central da Federação internacional para os Direitos Humanos, afirmou ao The Guradian que o crescendo de repressão visível atualmente tem estado a ser preparado há meses.
“Isto não apareceu do nada. [As autoridades] têm vindo a preparar isto
diligentemente. É a progressão natural da deterioração do estado dos
direitos humano no país.”
Perante esta repressão, algumas organizações de direitos humanos, cujos trabalhadores abandonaram o país, continuaram o seu trabalho a partir do exterior, em alguns países vizinhos como a Lituânia, a Polónia ou a Ucrânia.
Victoria Fedorova, uma advogada de direitos humanos e
diretora da Legal Initiative, saiu de Bielorrússia em Março depois de
um dos seus colegas ter sido detido no âmbito de uma busca policial em
sua casa. Victoria sabia que seria o próximo alvo, pelo que partiu para Kiev, na Ucrânia — tendo-se apercebido recentemente que nem ali está a salvo.
Vitaky Shishov, que dirigiu a Belarusian House, uma organização que ajudou bielorrussos a sair do país, foi encontrado morto na semana passada num parque de Kiev, enforcado numa árvore — um episódio que a polícia ucraniana está a tratar como homicídio.
“Mesmo quando viajamos em Março percebemos que a Ucrânia não era segura“, afirmou Fedorova. “Sabemos que as forças de segurança podem raptar as pessoas. O desvio do avião foi um acontecimento muito assustador porque o regime mostrou total desrespeito pelas leis internacionais. Eles são capazes de qualquer coisa para deter os seus dissidentes.”
Natallia Satsunkevich, associada da Viasna, teve a sua casa invadida quando estava de férias no Egito, em Fevereiro, tendo optado por não regressar ao seu país.
Paralelamente, sete dos seus colegas foram detidos com condições que se
assemelham a tortura. “Não há chuveiros, não podes andar. Dormes numa
cama de metal sem almofada”.
Apesar de muitos ativistas terem optado por abandonar o país, há quem resista, mesmo com o cerco a apertar. “Eles passam o dia num estado de nervos, mas ao mesmo são muito corajosos e não vão parar“, defendeu Fedorova que reafirmou o compromisso com todas as pessoas que precisam de ajuda e com os colegas detidos.
Os brasileiros só vão poder saber se Jair Bolsonaro se
vacinou contra a covid-19 no longínquo ano de 2121. Também só dentro de
um século saberão quantas vezes os seus filhos mais velhos tiveram
acesso ao Palácio do Planalto.
O Executivo brasileiro usa um artigo da legislação para bloquear, durante 100 anos,
o acesso a informações como se Jair Bolsonaro foi ou não vacinado
contra a covid-19 ou quantas vezes os seus filhos mais velhos tiveram
acesso ao Palácio do Planalto.
Segundo o El País, a Lei de Acesso à Informação (LAI)
entrou em vigor em novembro de 2011, durante a presidência de Dilma
Rousseff, e foi considerada como um marco para a promoção da
transparência. No entanto, um dos seus artigos tem sido aproveitado para
precisamente o contrário.
Em causa está o artigo 31.º: “O tratamento das
informações pessoais deve ser feito de forma transparente e com respeito
à intimidade, vida privada, honra e imagem das pessoas. As informações
pessoais, a que se refere este artigo, relativas à intimidade, vida
privada, honra e imagem (…) terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de sigilo e pelo prazo máximo de cem anos”.
O Governo brasileiro tem usado este artigo, assim como a Lei Geral de
Proteção de Dados, para deixar nas sombras informações que considera
sensíveis.
Bolsonaro protegido por 100 anos
Um dos casos mais recentes de utilização deste artigo remonta ao final do mês de julho, altura em que a revista Crusoé pediu, ao abrigo da LAI, os dados relativos à atribuição de crachás de acesso ao Palácio do Planalto a dois dos filhos de Jair Bolsonaro – o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, e o deputado federal, Eduardo Bolsonaro.
O diário detalha que o Governo invocou o artigo 31.º para negar o
pedido e, assim, bloquear o acesso à informação durante um período de
100 anos.
Também em janeiro deste ano, o Executivo brasileiro decretou o sigilo de um século em relação ao boletim de vacinação de Bolsonaro e a qualquer informação relativa às doses da vacina contra a covid-19 recebidas pelo Presidente.
O Governo alegou, na altura, que a divulgação “diz respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem”.
A primeira vez que o Governo usou o artigo da LAI foi em dezembro,
quando a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) estabeleceu o
mesmo sigilo centenário para os nomes dos utilizadores que publicavam no
Twitter do organismo. Na altura, havia a suspeita de que o
perfil estaria a ser utilizado por pessoas ligadas ao “gabinete de
ódio”, alegadamente liderado por Carlos Bolsonaro para espalhar fake news e difamar opositores.
Juliana Sakai, diretora de operações da Transparência Brasil, referiu ao El País que as decisões do Governo podem ser revertidas, mas o processo demora muito tempo e custa muito dinheiro.
A responsável da organização independente que promove a transparência
e o controlo social do poder público considera que a intenção do
Governo brasileiro vai além da mera proteção da vida privada.
“Eles justificam as negas dentro dessa possibilidade legal com base
no artigo 31.º ou na Lei Geral de Proteção de Dados, mas com o objetivo
de atender a outros princípios. E isso acaba sendo feito de forma cada
vez mais abusiva. Se o Governo é refratário a passar uma informação,
alegará que ela é privada”, afirmou.
Ativistas atribuem a escalada de violência e ódio à
“crescente visibilidade da comunidade lésbica, gay, bissexual e
transgénero” no país. Apesar de os registos policiais comprovarem um
aumento de casos de violência relacionados com a discriminação
homofóbica e transfóbica, associações de direitos humanos acreditam que a
verdadeira dimensão do problema não está presente nos documentos
oficiais.
Os ativistas ucranianos pelos direitos LGBTQ+ têm
enfrentado uma onda de ameaças e insultos, tanto em via pública como em
contexto digital. Recentemente, a caixa de mensagens de Sofiia Lapina
tem sido palco deste mesmo fenómeno, depois de, no mês passado, membros
de um grupo de extrema-direita publicarem o seu número de telefone no Telegram, para além de terem localizado a sua morada.
“Tiraram fotografias à minha varanda e à entrada do meu prédio, e têm estado a enviá-las para mim”, revelou Lapina à Reuters. “É difícil dormir sabendo que há pessoas que anunciaram que me estão a caçar.”
Apesar de a Ucrânia ter legalizado o sexo gay em 1991, alguns elementos conservadores de uma fação maioritariamente ortodoxa cristã
têm-se oposto aos direitos LGBTQ+ e militantes da extrema-direita
estabelecem como alvo grupos e eventos de apoio à comunidade. Como
possível justificação para a onda de ódio, alguns ativistas sugerem a “crescente visibilidade da comunidade lésbica, gay, bissexual e transgénero” no país.
Os meios de comunicação locais noticiaram na passada sexta-feira confrontos entre a polícia e grupos de extrema-direita nas imediações do edifício presidencial, em Kiev, onde a organização UkrainePride, de Lapina, realizava uma manifestação para exigir igualdade LGBTQ+.
Lenny Emson, diretor do KyivPride, afirmou aos meios de comunicação que “o movimento LGBTQ+ está a tornar-se mais poderoso, mais produtivo e mais eficaz“.
“Por outro lado, quanto mais fortes ficamos, maior é o efeito de
ricochete”, afirmou. Um exemplo deste mesmo efeito pode ser o adiamento
da marcha de apoio ao movimento, que se irá realizar em setembro e não
em junho, como estava originalmente planeado.
A escalada de violência é confirmada pelos números do Centro de
Direitos Humanos LGBT Nash Mir, responsável por assinalar episódios
contra a comunidade LGBTQ+ na Ucrânia, que anotou 24 ataques a centros ou eventos no último ano, mais do dobro
dos números registados em 2019. Os documentos policiais também
confirmam a ocorrência de 14 crimes de ódio com base na orientação
sexual e na identidade de género em 2019.
No entanto, as organizações de direitos humanos acreditam que a verdadeira proporção do fenómeno é maior e não está verdadeiramente documentada
— por muitas vítimas terem receio de ir à polícia e se recusarem a
apresentarem queixa. Paralelamente, quando as vítimas fazem efetivamente
queixa de episódios homofóbicos ou transfóbicos, muitas são classificadas como atos de hooliganismo, o que também contribui para a desvalorização do problema.
O gabinete de Instituições Democráticas e Direitos Humanos da
Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) recebeu
denúncias de mais de 140 incidentes, em 2019, ligadas a episódios de discriminação homofóbica e transfóbica.
Em maio, cerca de uma dezena de militantes de um grupo de
extrema-direita invadiu o local onde estava a ser projetado um filme
LGBTQ+, partiram os vidros e lançaram uma tocha e uma lata de gás
lacrimogéneo, denunciou o KyivPride, responsável pelo evento, na sua
página de Facebook.
A polícia afirmou, na sequência do acidente, que haviam sido iniciados procedimentos criminais à luz do artigo da lei referente ao hooliganismo.
Dois dias depois, membros de outro grupo de extrema-direita invadiram
eventos organizados pelo grupo de defesa dos direitos LGBTQ+ Insight, em
Kiev e na cidade de Odessa. Os atacantes também assaltaram o escritório
de Odessa de outra organização, a LGBT Association LIGA.
“Se a polícia tivesse detido os atacantes que
tentaram perturbar o evento daquele dia do Insight, eles não teriam
vindo até ao nosso escritório partir os vidros, criticou o presidente da
LIGA, Oleg Alyokhin. Posteriormente, a polícia explicou que analisou os
tumultos do evento do Insight em Kiev e que não foram encontrados dados que indicassem que tinha sido cometida qualquer infração criminal.
Os recentes episódios têm merecido a condenação de grupos internacionais e nacionais de direitos civis num país onde a discriminação em contexto laboral contra homossexuais só foi banida em 2015.
Em junho, a Amnistia Internacional descreveu a violência como parte de uma “campanha de grupos promotores de ódio direcionado para a intimidação de ativistas feministas e LGBTI”.
Uma carta suspeita endereçada ao Papa Francisco, proveniente
de França e que tinha no seu interior três balas, foi intercetada no
domingo à noite numa estação de triagem de correspondência na zona de
Milão.
De acordo com a polícia italiana, citada pela Associated Press, na carta, escrita à mão, lia-se: “Para o Papa, Cidade do Vaticano, Praça de São Pedro, Roma”.
Além das três balas, no envelope encontrava-se uma mensagem alusiva às operações financeiras no Vaticano.
As autoridades italianas estão a investigar a origem da carta.
As temperaturas vão aumentar mais de 1,5 graus Celsius nas
próximas duas décadas, se não forem feitas reduções rápidas e drásticas
dos gases com efeito de estufa, alertou o Painel Internacional sobre
Alterações Climáticas (IPCC).
De acordo com o IPCC, numa análise publicada
esta segunda-feira, todas as regiões habitadas da Terra já são afetadas
pelas alterações climáticas e o limite de 1,5º C será atingido mesmo no
melhor dos cenários nos próximos 20 anos. Eventos climáticos extremos
serão mais frequentes e intensos e algumas das alterações são “irreversíveis”.
Neste relatório – que estava em elaboração há oito anos -, o IPCC
concluiu que a atividade humana é a causa das rápidas alterações
climáticas, incluindo a subida do nível das águas do mar, o degelo polar
e dos glaciares, as ondas de calor, as inundações e as secas.
Os 1,5º serão atingidos caso não existam “reduções imediatas, rápidas
e em larga escala das emissões de gases com efeito de estufa”, referiu o
relatório.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António
Guterres, disse que o relatório “é um código vermelho para a humanidade.
Os sinais de alarme são ensurdecedores, e as provas são irrefutáveis:
as emissões de gases com efeito de estufa provenientes da queima de
combustíveis fósseis e da desflorestação estão a sufocar o nosso planeta
e a colocar milhares de milhões de pessoas em risco imediato”.
“Este relatório deve soar como uma sentença de morte para o carvão e
os combustíveis fósseis, antes que eles destruam o nosso planeta”,
acrescentou, numa declaração publicada na página da ONU esta
segunda-feira.
Segundo avançou a Lusa, citando o mesmo relatório, no cenário mais
pessimista, no qual as emissões de dióxido de carbono e outros gases com
efeito de estufa duplicariam em meados do século, o aumento poderia
alcançar níveis catastróficos, em torno dos 4 graus em 2100.
Cada grau de aumento faz antever cerca de sete por cento mais de
precipitação em todo o mundo, o que pode originar um aumento de
tempestades, inundações e outros desastres naturais, avisou o IPCC.
O estudo da principal organização que estuda as alterações
climáticas, elaborado por 234 autores de 66 países, foi o primeiro a ser
revisto e aprovado por videoconferência.
Temperaturas subirão na Europa a ritmo superior à média
As temperaturas subirão em toda a Europa a um ritmo superior ao da
média mundial, independentemente dos futuros níveis de aquecimento
global, constatou o IPCC, prevendo que a frequência de ondas de frio e dias de neve diminua na Europa, em todos os cinco cenários traçados e em todos os horizontes temporais.
Apesar da “forte” variabilidade interna, as tendências observadas nas
temperaturas médias e extremas na Europa não podem ser explicadas “sem
ter em conta os fatores antropogénicos [causado ou originado pela
atividade humana]”, realçou a organização.
As observações apresentam um padrão sazonal e regional “coerente” com
o aumento previsto das precipitações no inverno, no Norte da Europa,
prevendo-se uma diminuição das precipitações no verão, no Mediterrâneo,
que se estenderá às regiões do Norte, e um aumento das precipitações
extremas e das inundações com níveis de aquecimento global superiores a
1,5 graus em todas as regiões, exceto no Mediterrâneo.
Independentemente do nível de aquecimento global, o nível do mar subirá em todas as zonas europeias, exceto no Mar Báltico, a um ritmo próximo ou superior ao médio global.
Os autores do estudos antecipam ainda que as mudanças continuem após
2100 e que os fenómenos extremos do nível do mar sejam mais frequentes e
mais intensos, provocando mais inundações costeiras e o recuo das
costas arenosas.
O relatório prognosticou uma forte redução dos glaciares,
do permafrost (tipo de solo que se mantém permanentemente gelado), da
extensão da capa de neve e da duração sazonal da neve nas altas
latitudes/altitudes.
O Vessel foi inaugurado em março de 2019 e despertou de
imediato a preocupação de dirigentes locais e de grupos de prevenção de
suicídios.
Logo após a sua inauguração, o Vessel, edifício de
Nova Iorque cuja estrutura se assemelha a uma colmeia de abelhas,
tornou-se famoso pelos piores motivos. A escadaria que contorna a
estrutura foi imediatamente vista como propícia a tentativas de suicídio
devido à sua altitude — quase 46 metros.
As piores previsões acabaram por se confirmar, tendo a estrutura sido
encerrada em janeiro para a introdução de mecanismos que dificultem os
atos. Mesmo assim, as medidas parecem não ser as suficientes, já que há
duas semanas um jovem de 14 anos acabou com a própria vida depois de se atirar de um dos andares mais altos. É o segundo caso desde a reabertura, em maio, e o quarto no último ano e meio.
Antes da reabertura, inúmeros grupos da cidade apelaram à empresa responsável pela construção do edifício, Related Companies, que instalasse barreiras de vidro mais
elevadas, o que não aconteceu, motivando reações do estúdio responsável
pela projeção do edifício. Num comunicado, Kimberly Winston, porta-voz
do Heatherwick Studio, mostrou a sua frustração face à resistência da Related Companies em erguer as barreiras de segurança que já haviam sido projetadas há algum tempo.
Aquando do encerramento do edifício, em janeiro, a Related Companies reuniu-se durante meses com especialistas em prevenção de suicídios, em segurança e oficiais eleitos, com quem discutiram formas de terminar com os trágicos episódios naquele local.
Entre as medidas aplicadas estão a proibição de
entrada na estrutura a indivíduos não acompanhados, a exigência do
pagamento de um bilhete no valor de dez dólares — antes a entrada era
feita de forma gratuita — e a colocação de mensagens a desincentivar o
suicídio por todo o espaço, avança o The New York Times.
Apesar da resistência em aplicar as barreiras, tal como muitos grupos de moradores e de prevenção de suicídio haviam exaltado, Stephen M. Ross, promotor imobiliário e bilionário que fundou a Related Companies, pareceu surpreendido com os recentes acontecimentos. “Achei que tínhamos feito tudo o que era possível“, disse numa entrevista ao The Daily Beast.
O responsável revelou que o edifício permanecerá encerrado por tempo
indefinido até que os seus promotores cheguem a um consenso em relação ao futuro.
De acordo com um estudo desenvolvido por investigadores da Universidade de Harvard em 2007, a colocação de barreiras é um método eficaz na redução de suicídios. O caso da ponte George Washington,
também em Nova Ioruqe, é flagrante, já que depois da instalação destes
obstáculos em 2017 o número de tentativas de suicídio e dos próprios
suicídios diminuíram consideravelmente.
NOTA
Se tiver pensamentos suicidas, contacte estas linhas de apoio:
SOS Voz Amiga Das 16h às 24h 213 544 545 – 912 802 669 – 963 524 660
Linha Verde gratuita Das 21h às 24h 800 209 899
Telefone da Amizade Das 16h às 23h 228 323 535
Vozes Amigas de Esperança de Portugal Das 16h às 22h 222 030 707
Voz de Apoio Das 21h às 24h 225 506 070
Todas estas linhas garantem o anonimato tanto a quem liga como a quem atende.
Um professor alemão encontrou um tesouro de artefactos nazis,
incluindo um retrato de Hitler, máscaras de gás e uma arma de fogo que
estavam escondidos numa parede. A descoberta ocorreu depois das
inundações, que assolaram o país no mês passado, terem devastado a
habitação.
Sebastian Yurtseven, um professor de história
alemão, estava a fazer limpezas numa casa de família, localizada na
cidade Hagen, quando encontrou um verdadeiro tesouro nazi. Os vários
elementos foram descobertos após um pedaço de gesso se ter soltado
durante as chuvas torrenciais do mês de julho.
O primeiro sinal do esconderijo nazi foi um jornal de 1945, que Yurtseven encontrou num buraco atrás da placa. “Fiquei arrepiado”, referiu aos media locais, acrescentando que ao início não esperava fazer “uma descoberta tão grande”.
À medida que a placa de gesso foi sendo removida mais objetos foram
revelados, incluindo livros, um retrato de Hitler e registos de mulheres
grávidas.
De acordo com alguns órgãos de comunicação locias, citados pelo News Break,
o atual prédio deu anteriormente lugar à antiga sede local da
organização Nacional Socialista do Bem-Estar do Povo (NSV), que
distribuía comida e máscaras de gás, e realizava a evacuação de crianças
para áreas rurais. A casa foi comprada pela família de Yurtseven muito
depois do fim da Segunda Guerra Mundial, na década de 60.
Os historiadores acreditam que os objetos possam ter sido despejados à
pressa numa lacuna entre os dois prédios antes das tropas americanas
assumirem o controlo da cidade em abril de 1945.
Após a surpreendente descoberta, funcionários do arquivo da cidade de Hagen levaram os artefactos para análise.
O chefe do arquivo, Ralf Blank, referiu que esta era
uma descoberta rara, uma vez que havia pouco material sobre o NSV –
conhecido por ser um braço do partido nazi e que contava cerca de 17
milhões de membros.
O objetivo da organização passava por espalhar a ideologia nazi através do trabalho solidário, que incluía o fornecimento de refeições gratuitas, exames médicos e vacinação de crianças.
Blank sublinha que esta é “uma descoberta extremamente importante. Destaca as ações e atividades das agências nazis a nível local”.
Agora, dado a importância da descoberta, os objetos deverão ser preservados pelas autoridades competentes. Alguns dos documentos, que datam de 1928, também serão expostos no museu da cidade de Hagen.
As cheias na Alemanha
causaram inúmeros estragos em várias zonas do país, mas também
trouxeram novas evidências sobre um dos momentos mais importantes da
história.
Uma nova sombra paira sobre a política cipriota. Não se sabe
muito sobre a extrema-direita do país, mas os recentes avanços da Elam
nas eleições de maio de 2021 colocaram o partido no mapa para sempre.
A Elam começou originalmente em 2008 como uma subdivisão do partido grego neonazi Aurora Dourada, mas acabou separando-se e mudando o seu nome para Frente Popular Nacional (ELAM), aparentemente por razões legais.
Embora o contexto cipriota seja diferente, as duas partes usaram a
mesma receita política. Como a Aurora Dourada, a identidade da Elam é extremista e populista. A liderança do partido tem-se concentrado no etnocentrismo para fazer avançar a narrativa de que os migrantes privam os cipriotas gregos de acesso básico a empregos e recursos.
Elam favorece o chauvinismo do bem-estar: afirma claramente que os benefícios devem ser restritos apenas aos cipriotas gregos. A Elam opõe-se ao islamismo, ao multiculturalismo e à migração.
Também se opõe à presença turca no Chipre. Durante o auge da crise de refugiados na Europa, há alguns anos, o partido assumiu uma posição extremista.
Depois de os principais políticos da Aurora Dourada terem sido presos
em 2013, a Elam e a sua liderança protestaram fora da embaixada grega
no Chipre contra o que eles chamaram de procedimentos“injustos e inconstitucionais”.
No entanto, os líderes da Aurora Dourada foram recentemente
condenados e presos e o partido foi completamente banido da política
grega, resultando no fim abrupto da parceria entre os dois partidos
irmãos. O líder da Elam, Christos Antoniou, disse que o partido está a
seguir o seu próprio caminho e não pode ser responsabilizado pelas ações
de outros partidos em diferentes países.
Grécia, Turquia e Chipre
Existe uma estreita relação entre as crises económicas e políticas e o
surgimento de grupos de extrema direita. E no Chipre, a crise política
excecionalmente longa aprofundou-se na última década como resultado de
desacordos sobre a gestão da economia.
A crise financeira que se seguiu ao crash de 2008 e aos fluxos de migração na última década também pode ter favorecido a ascensão da Elam. A sua primeira corrida nas eleições de 2011 não teve sucesso, mas conquistou dois assentos no parlamento cipriota em 2016. Mais recentemente, a Elam obteve 6,8% dos votos cipriotas nas eleições de maio de 2021.
A Elam também chegou muito mais perto do que a Aurora Dourada de
formar um Governo. Após as eleições de maio de 2021, Nicos Anastasiades,
presidente do Chipre, propôs um Governo de coligação com o partido
Aliança Democrática e pediu a participação da Elam.
Antoniou rejeitou a oferta. Não está claro por que
um partido de extrema-direita estava a ser considerado um partido viável
pelo presidente, mas o facto de que abordou a Elam para desempenhar um
papel ativo sugere que o parlamento cipriota agora reconhece a Elam como
uma força considerável na política.
Desde o início da pandemia, a Elam promoveu uma agenda altamente xenófoba.
Quando Anastasiades anunciou a sua decisão de fechar totalmente a Linha
Verde (também conhecida como Zona Tampão das Nações Unidas) para
impedir a entrada de refugiados no Chipre, a Elam apoiou a moção. O
partido pediu medidas ainda mais duras contra a migração.
A Elam também tem alarmado há meses que o expansionismo turco está a acelerar durante a pandemia.
As longas negociações entre Chipre e Turquia para a reunificação da
ilha têm sido difíceis e, embora as resoluções da ONU tenham apelado aos
dois lados para formar uma federação bizonal e bicomunal, as
autoridades turcas rejeitaram o processo da ONU.
Portanto, Antoniou exortou Anastasiades e o parlamento cipriota a suspender todas as conversações e negociações e a assumir uma postura mais agressiva contra o Governo turco.
Reescrever a História
Nos últimos anos, a Elam fez questão de se distanciar da Aurora Dourada.
Se tentar, não encontrará nenhuma foto antiga dos seus membros a posar
ao lado de membros do agora ilegal partido grego ou a saudar nazis em
eventos compartilhados.
E a abordagem certamente funcionou. Os sucessos nas eleições de 2021 foram traduzidos em quatro assentos no parlamento.
É evidente que a Elam está em processo de se tornar uma versão mais
leve e menos agressiva da Aurora Dourada. Antoniou parece estar a imitar
a abordagem adotada pelos políticos de extrema-direita Matteo Salvini,
em Itália, e Marine Le Pen, em França — focando-se na migração e anticorrupção para ampliar o apoio.
O partido também começou a trabalhar cooperativamente no parlamento,
votando recentemente em apoio às propostas orçamentais do Governo e
fornecendo um apoio fundamental na votação para um Presidente, ajudando o
Governo a evitar uma nova votação se o seu candidato não for aprovado.
Esta é uma linha difícil para a Elam trilhar.
Partidos deste tipo prosperam na retórica anti-elitista. Menos
anti-elitismo e comunicação mais amigável com partidos políticos rivais
fazem da Elam uma entidade sistémica na política cipriota.
Mas a Elam aprendeu claramente com os erros da Aurora Dourada
e pretende tornar-se uma versão mais madura do seu antigo partido
irmão. A sua recente dissociação da Aurora Dourada pode ser o primeiro
passo para moldar um novo futuro político. A política de extrema-direita
pode ter sofrido um golpe na Grécia, mas está numa trajetória diferente
no Chipre.
A versão preliminar do relatório do IPCC traça um cenário de
escassez e de riscos para a saúde para dezenas de milhões de pessoas na
região nas próximas décadas, por causa das alterações climáticas.
A região do Mediterrâneo, que enfrenta atualmente
incêndios sem precedentes na Grécia e na Turquia, terá ondas de calor,
secas e fogos florestais ainda piores com as alterações climáticas,
segundo a versão preliminar de um relatório da ONU.
Não sendo a região do mundo que sofrerá maiores aumentos de temperatura, o Mediterrâneo está qualificado como um “ponto quente”
das alterações climáticas no documento do Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas (IPCC), a que a agência France-Presse teve
acesso.
Com cerca de 500 milhões de habitantes, a região é ameaçada por
vários fatores ligados às alterações climáticas, segundo um capítulo do
relatório, cuja versão final deverá ser adotada em fevereiro de 2022.
O IPCC examina atualmente um outro relatório sobre as previsões climáticas, que será divulgado na segunda-feira.
“Os motivos de preocupação incluem riscos ligados à subida dos níveis do mar, à perda de biodiversidade terrestre e marítima, às secas, fogos florestais e alterações do ciclo da água, à ameaça à produção alimentar, a riscos para a saúde em aglomerados urbanos e rurais ligados às ondas de calor” e ainda aos mosquitos que transmitem doenças.
Segundo o texto provisório do IPCC, as temperaturas deverão aumentar
mais depressa em torno do Mediterrâneo do que a nível mundial ao longo
das próximas décadas, com impacto na agricultura, na pesca e no turismo.
Dezenas de milhões de habitantes serão afetados por maior escassez de
água, riscos de inundações costeiras e ondas de calor potencialmente
mortais, alerta o organismo da ONU.
Algumas regiões mediterrânicas poderão ver as suas culturas agrícolas cair 64% e a superfície de floresta queimada vai duplicar ou triplicar, em função dos esforços feitos para reduzir as emissões de gases com efeito estufa.
O documento conclui ainda que só um aquecimento mundial abaixo dos 2°C
– o objetivo do Acordo de Paris – “permitirá manter as aglomerações
costeiras, os sítios do património cultural, os ecossistemas terrestres e
marítimos num estado viável na maioria das zonas da bacia” do
Mediterrâneo.
O aquecimento climático aumenta a probabilidade de ondas de calor e secas e, como consequência, dos incêndios.
“As ondas de calor são o tipo de evento climático extremo no qual as alterações climáticas mudam verdadeiramente as regras do jogo”, disse à AFP
a climatologista Friederike Otto, da universidade de Oxford, para quem o
calor extremo é a maior ameaça para o Mediterrâneo e “de longe o evento
[climático] extremo mais mortal na Europa”.
Segundo os cálculos do IPCC, até 93 milhões de pessoas suplementares poderão ser confrontadas com ondas de calor na margem norte do Mediterrâneo até 2050.
No Médio Oriente e na África do Norte, o risco de os idosos morrerem
por calor extremo pode aumentar entre três e 30 vezes até 2100 e as
mortes poderão aumentar para 20.000 por ano no Mediterrâneo setentrional
até 2050.
Os governos podem agir contra algumas das ameaças, como os incêndios
ou as inundações, mas com o calor é diferente, avisou Ilan Kelman, da
University College London: “A mudança climática conduz-nos para níveis
em que não poderemos sobreviver”.
“A única opção será viver em espaços climatizados 24 horas por dia, sete dias por semana e as pessoas não podem permitir-se isso. Haverá cortes de energia”, disse.
Segundo Matthew Jones, do Tyndall Centre for Climate Change Research,
o número médio de dias em que o Mediterrâneo enfrenta condições
favoráveis aos incêndios extremos já duplicou desde os anos 1980.
Bazhena Zholudzh, namorada de Vitaly Shishov, não acredita
que o parceiro se tenha suicidado. A jovem revelou que o ativista
bielorrusso, encontrado enforcado num parque de Kiev, andava preocupado
com a sua segurança.
As revelações foram transmitidas numa entrevista à BBC, na qual Bazhena Zholudzh
disse não acreditar que o namorado se tenha suicidado. “Tínhamos
planeado uma vida juntos. Ele não ia, simplesmente, deixar-me assim.”
A companheira do ativista bielorrusso revelou também que Vitaly
Shishov já tinha demonstrado preocupação com a sua segurança, embora não
tenha dado grande importância.
“Ele costumava sentar-se perto da janela e dizer que
via carros a entrar e a sair do quintal. Não levei muito a sério”,
contou. “Eu disse ‘talvez estejas a ser paranoico. Quem teria interesse
em nós?’ Mas talvez ele tenha tido algum tipo de premonição”, afirmou.
Vitaly Shishov fugiu da Bielorrússia no ano passado, aquando da vaga
de repressão por parte das autoridades do país após as presidenciais,
que elegeram Alexander Lukashenko com mais de 80%. O resultado não foi
reconhecido pelos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia (UE), que
o consideraram fraudulento.
O ativista encontrou refúgio na Ucrânia e foi a partir desse país que
dirigiu a Casa da Bielorrússia na Ucrânia, uma organização
não-governamental que ajuda dissidentes bielorrussos a fugirem do regime
de Lukashenko.
Esta terça-feira, Shishov foi encontrado enforcado num parque em
Kiev. O ativista tinha saído de casa, na segunda-feira de manhã, para a
sua habitual corrida matinal e nunca mais voltou.
A polícia ucraniana referiu, em comunicado, que o cenário aponta para morte por asfixia, mas pode também estar em causa um “assassínio camuflado como suicídio“.
“Não tive permissão para ver o corpo, para me despedir dele, porque
não sou a sua esposa legal”, acrescentou ainda Bazhena Zholudzh. As
autoridades ucranianas estão a investigar o caso.
Na costa sul de Itália, o maior vulcão ativo da Europa está
escondido debaixo das ondas do mar. Os cientistas estão a investigar o
que aconteceria se explodisse.
O Etna, na Sicília, e o Vesúvio, que destruiu Pompeia, não são a maior ameaça para as populações locais. O Marsili roubou-lhes o rótulo de inimigo vulcânico e pode devastar a península do sul da Itália e as suas ilhas.
Localizado a cerca de 175 quilómetros ao sul de Nápoles, Marsili tem
3.000 metros de altura, uma base de 70 quilómetros de comprimento e 30
quilómetros de largura. Segundo a BBC, é o maior vulcão ativo de toda a Europa e um dos muitos vulcões num arco localizado na costa sul da Sicília.
Apesar de ser gigantesco, é impossível observá-lo, uma vez que o cume fica a 500 metros de profundidade, no meio do mar Tirreno.
Guido Ventura, vulcanologista do Instituto Nacional Italiano de
Geofísica e Vulcanologia, adiantou ao diário britânico que este vulcão
nasceu há cerca de um milhão de anos e acumulou, ao longo dos milénios, 80 cones eruptivos, que se estendem de norte-nordeste a sul-sudoeste, ao longo de inúmeras fraturas que podem drenar lava.
Esta verdadeira bomba-relógio só foi descoberta há cerca de 100 anos.
“Só no início do século XX é que começamos a mapear as bacias
marítimas”, contou Ventura.
O uso crescente de submarinos pelos militares e dos novos sistemas de
comunicação internacional exigiram a instalação de cabos telegráficos
no fundo do mar. Como resultado, os cartógrafos identificaram o monte
submarino na década de 1920.
Os primeiros estudos sobre a sua atividade só arrancaram na década de
2000. Segundo as descobertas, a última erupção do vulcão ocorreu há
alguns milhares de anos. Atualmente, a sua atividade limita-se a alguns
“estrondos”, acompanhados de emissões de gases e tremores de baixa
energia.
Se explodisse novamente, a lava e as cinzas produzidas pela explosão seriam absorvidas
pelos 500 metros de água que cobrem o monte submarino, pelo que haveria
pouco risco de uma erupção atingir a terra ou ferir os habitantes das
ilhas próximas.
Isso não significa, no entanto, que não existe razão para alarme.
“O perigo não é a erupção, mas os possíveis deslizamentos submarinos“,
especificou o investigador. Se os movimentos sísmicos causassem o
colapso de um dos lados, o fenómeno deslocaria um volume tão grande de
água que provocaria um tsunami.
Além disso, é impossível evitar um desastre iminente, razão que leva
os cientistas a pedir novas tecnologias para monitorizar os movimentos
do Mediterrâneo.
Israel está pronto para atacar o Irão, declarou na
quinta-feira o ministro da Defesa israelita, Benny Gantz, ameaça vista
como uma advertência ao governo do novo Presidente iraniano, Ebrahim
Raisi.
Esta ameaça é a primeira do género desde que o primeiro-ministro Naftali Bennett
assumiu o cargo, em junho. Gantz disse que Teerão é uma ameaça para o
seu país, para o Médio Oriente Médio e para o mundo. Questionado pelo
jornal Yedioth Ahronoth, respondeu que Israel está pronto para lançar um ataque militar contra o Irão, noticiou o Independent.
As tensões entre Israel e Irão se intensificaram após um ataque a um
navio israelita no Golfo de Omã, que causou duas mortes. Os Estados
Unidos (EUA), o Reino Unido e Israel culparam Teerão pelo ataque, tendo
este negado as acusações. Em abril, o Irão acusou Israel de uma explosão
numa instalação de enriquecimento de urânio, em Natanz.
Raisi, de 60 anos, tomará posse na quinta-feira, substituindo Hassan
Rouhani, dois dias após receber o endosso formal do líder supremo do
país, Ali Khamenei. Após aquele ser declarado vencedor nas eleições de
junho, Gantz pediu à comunidade internacional que “despertasse” para as ambições nucleares do novo Presidente.
“O Irão busca representar um desafio em várias frentes para Israel e
está a aumentar as suas forças no Líbano e em Gaza, posicionando
milícias na Síria e no Iraque e mantendo os seus apoiantes no Iémen. O
Irão é um problema global e regional e um desafio para Israel”, apontou
Gantz.
Esta não é a primeira vez que líderes israelitas ameaçam declarar
guerra contra o Irão. Poucos dias antes de deixar o cargo, o
ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ameaçou
eliminar “ameaça existencial” representada pelo Irão. Foi entretanto
revelado que este instava o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, a
atacar o Irão.
A Apple apresentou planos para examinar iPhones nos EUA, em
busca de imagens de abuso sexual de crianças, o que suscitou aplausos
dos defensores destas e preocupações pela eventual utilização daquela
tecnologia por Governos que desejem controlar os seus cidadãos.
A Apple informou que a sua aplicação de mensagens vai passar a ter capacidade de identificar conteúdos sensíveis, sem possibilitar à empresa a leitura das comunicações privadas.
O instrumento, que a Apple designou como “neuralMatch”,
vai detetar imagens conhecidas de abuso sexual de crianças, sem
desencriptar as mensagens das pessoas. Se for encontrada uma
correspondência, a imagem vai ser vista por uma pessoa, que pode
notificar a polícia se for necessário.
Mas investigadores contrapuseram que o instrumento pode ser usado
para outros objetivos, como vigilância governamental de dissidentes ou
contestatários.
Matthew Green, da Universidade Johns Hopkins, um dos
principais investigadores em criptografia, manifestou-se preocupado com
a possibilidade de utilização deste instrumento para controlar pessoas
inocentes, enviando-lhes imagens banais, mas desenhadas para parecerem
pornografia infantil, enganando o algoritmo da Apple e levando ao alerta
das forças policiais – essencialmente controlando as pessoas. “Os
investigadores têm sido capazes de fazer isso facilmente”, disse.
As empresas tecnológicas, como Microsoft, Google e Facebook, têm partilhado ao longo de anos listas negras de imagens conhecidas de abuso sexual de crianças.
A Apple tem também estado a inspecionar ficheiros guardados no seu
serviço iCloud, que não está tão seguramente encriptado como as suas
mensagens, em busca desse tipo de imagens.
A empresa tem estado sob pressão de governos e polícias para autorizar a vigilância de informação encriptada.
Avançar com estas medidas de segurança vai exigir à Apple um
equilíbrio delicado entre atacar a exploração das crianças e manter o
seu compromisso com a proteção da privacidade dos seus utilizadores.
O cientista da computação, que há mais de uma década inventou a
PhotoDNA, a tecnologia usada pela polícia para identificar imagens de
abusos sexuais de crianças online, reconheceu o potencial para o abuso
do sistema da Apple, mas contrapôs que é mais do que compensado pelo
imperativo de combater o abuso sexual de crianças.
“É possível? Com certeza. Mas é alguma coisa que me preocupe? Não”, disse Hany Farid,
investigador na Universidade da Califórnia, em Berkeley, que argumenta
que existem muitos outros programas concebidos para proteger os
aparelhos de várias ameaças. Por exemplo, a WhatsApp disponibiliza aos
seus utilizadores uma encriptação total para proteger a sua privacidade,
mas usa um sistema de deteção de programas maliciosos e avisa os
utilizadores para não abrirem ligações suspeitas.
A Apple foi uma das primeiras principais empresas a aderir à
encriptação ‘de-ponta-a-ponta’, na qual as mensagens apenas podem ser
lidas por quem as envia e quem recebe. Porém, há muito que as polícias
pressionam para ceder a essa informação, de forma a investigar crimes como terrorismo ou exploração sexual de crianças.
“O aumento da proteção das crianças pela Apple vem mudar o jogo”,
disse o presidente Centro Nacional para as Crianças Desaparecidas e
Abusadas, John Clark, em comunicado. “Com tantas
pessoas a usarem os produtos da Apple, estas novas medidas de segurança
têm o potencial de salvar vidas de crianças.”
A presidente da Thorn, Julia Cordua, considerou que a
tecnologia da Apple pondera “a necessidade de privacidade com a
segurança digital das crianças”. A Thorn, uma organização sem fins
lucrativos, fundada por Demi Moore e Ashton Kutcher, usa a tecnologia
para ajudar a proteger as crianças dos abusos sexuais.
A Apple acredita que vai conseguir esta compatibilização com a
tecnologia que desenvolveu em consulta com vários criptógrafos
proeminentes, como Dan Boneh, docente na Universidade de Stanford, cujo
trabalho neste campo lhe valeu um Turing Award, muitas vezes considerado
a versão do Prémio Nobel na área da tecnologia.
Houve
milhares de encontros com OVNIs em todo o Mundo. Algumas testemunhas se
beneficiaram com seus avistamentos, enquanto outras enfrentaram uma
grande reação. Cinquenta e cinco anos atrás o policial de Ohio Dale
Spaur perseguiu um OVNI por quase 138 quilômetros (aproximadamente 86
milhas) o que mais tarde arruinou sua vida. Os céticos o pressionaram a
acreditar que era apenas uma anomalia atmosférica mas Spaur resistiu e
manteve sua afirmação.
Dale
Spaur foi o artilheiro de um B-51 na Guerra da Coréia antes de se
tornar vice-xerife do condado de Portage, em Ohio. Em 17 de abril de
1966 a vida de Spaur mudou para sempre. Por volta das 5 da manhã ele viu
uma grande nave em forma de disco subindo do solo até a copa das
árvores banhando a rua com uma luz branca.
Spaur
e seu parceiro Wilbur Neff foram chamados a um veículo abandonado perto
da cidade de Atwater durante o turno da noite. Eles saíram de sua
viatura policial para investigar e foi o momento em que Spaur viu um
objeto brilhante. O objeto tinha 12 metros de diâmetro e apenas 150
metros acima deles.
A Associated Press divulgou a história. Crédito:
O Livro Azul do Projeto
Spaur Descreveu o Avistamento:
“Eu
sempre olho para trás para que ninguém possa vir atrás de mim. E quando
olhei para esta área arborizada atrás de nós vi essa coisa. Naquela
época estava chegando ... ao nível do topo da árvore. Eu diria cerca de
trinta metros. Ela começou a se mover em nossa direção…. Quando passou
por cima das árvores, olhei para Barney e ele ainda estava observando o
carro ... e ele não disse nada e a coisa ficou cada vez mais clara e a
área começou a ficar clara ... Eu disse a ele para olhar por cima do
ombro, e ele fez."
“Ele
apenas ficou lá com a boca aberta por um minuto por mais brilhante que
fosse e olhou para baixo. E comecei a olhar para baixo e olhei para
minhas mãos e minhas roupas não estavam queimando nem nada quando parou
bem em cima de nós. A única coisa o único som em toda a área era um
zumbido ... como um transformador sendo carregado ou um transformador
sobrecarregado quando muda. ”
“Fiquei
petrificado e então movi meu pé direito e tudo pareceu funcionar bem. E
evidentemente ele tomou a mesma decisão que eu de conseguir algo entre
mim e isso ou nós e isso, ou o que quer que você diga. Então, nós dois
fomos para o carro entramos no carro e sentamos lá ... ”
Esboço do OVNI do deputado Dale Spaur do país de Portage
Eles
viram o OVNI voar para o leste e parar. Assustado com o incidente Spaur
ligou para a operadora de rádio e contou ao sargento de plantão sobre o
ocorrido. Ele disse que a nave fez um zumbido. O sargento ordenou
imediatamente que rastreassem o OVNI .
O
objeto começou a subir quando a primeira luz da manhã atingiu o céu. O
policial Wayne Huston vinha monitorando as transmissões de rádio e
felizmente estava presente no local por onde Spaur e Neff passariam.
Assim que Huston viu um OVNI com dois oficiais em um cruzador
perseguindo-o, ele se juntou à perseguição.
Spaur
estava conversando com outros policiais que vinham em busca de ajuda.
Em algum momento Spaur percebeu o comportamento estranho do OVNI. Uma
vez que eles pegaram o caminho errado o objeto também parou e voltou
para sua posição.
A
longa perseguição estava prestes a terminar quando a viatura de Spaur
ficou sem gasolina e ele teve que parar para encher o tanque. Quatro
policiais assistiram ao OVNI indo direto para o céu.
De
acordo com Spaur eles ouviram no rádio que jatos estavam vindo para
perseguir o OVNI. “Quando eles começaram a falar sobre aviões de caça
era como se aquela coisa ouvisse cada palavra dita foi direto para cima;
e quero dizer quando subiu amigo não jogou nenhum jogo foi direto para
cima.”
Dale Spaur avistamento de ufo foto ufo 1966
Logo
após esse evento Spaur lidou com vários repórteres e sua história se
tornou viral nos jornais em nenhum momento. Embora houvesse três outros
policiais foi Spaur quem teve de passar por um colapso mental enquanto
contava a história enquanto os outros recuavam.
O
programa de estudo de OVNIs da Força Aérea dos Estados Unidos, The
Project Blue Book, tomou a iniciativa de investigar o caso de Spaur. O
tenente-coronel Hector Quintanilla era o chefe do Projeto Livro Azul
naquela época. Ele estava na Base Aérea Wright-Patterson em Dayton,
Ohio. De 1965 a 1967, ele costumava ter pelo menos três avistamentos de
OVNIs por dia. O caso de Spaur foi apenas um avistamento regular para
ele mas ele estava recebendo muita pressão dos jornais e fãs de OVNIs.
Hector Quintanilla, o último diretor do Projeto Livro Azul
Quintanilla
não se interessou muito pela história de Spaur. Ele pensou que o
policial poderia ter visto uma miragem. Ele também verificou o tráfego e
o registro astronômico daquele dia e encontrou três satélites e o
planeta Vênus no céu quando Spaur e outros policiais viram o objeto.
Mais tarde, ele encerrou o caso escrevendo em seu relatório que Spaur
perseguiu um satélite e Vênus.
Spaur
sabia a diferença entre um satélite e uma enorme nave metálica
flutuando no céu. Foi uma pena para Spaur, pois ele não parava de falar.
Além disso, o NICAP o incentivou a continuar falando.
A
consequência de sua interação próxima com repórteres causou-lhe um
colapso mental. “Poucos meses depois de seu encontro com o OVNI sua vida
foi um desastre. Dale Spaur nunca mais seria o mesmo homem. Ele perdeu o
emprego, a família, os amigos e encontrou muito pouco respeito entre os
vizinhos ”. Sua esposa o acusou de agressão e foi embora.
Spaur
era um homem quebrado. Ele se mudou para West Virginia e trabalhou em
uma mina de carvão. Ele teve uma vida terrível lá quando caiu de uma
altura de 21 metros e quebrou a coluna. Ele ficou em coma por vários
dias. James Evans, filho de Spaur, disse: “Uma enfermeira deveria ficar
sentada com ele o tempo todo. Mas ela durou apenas algumas horas. Acho
que ela saiu correndo da sala gritando: Este homem está possuído por um alienígena.
James Evans, filho de Dale Spaur
Além
disso ele disse: “Não tenho tanta certeza. Não acredito que alienígenas
tenham visitado a Terra pela mesma razão que acredito que alienígenas
inteligentes existam: há bilhões de planetas habitáveis somente em
nossa galáxia. Meu melhor palpite é Spaur e os outros viram uma aeronave
experimental ultrassecreta. E talvez Quintanilla soubesse mas não
pudesse dizer. Talvez seja por isso que ele teve que dizer que era um
satélite e Vênus, para desacreditar Spaur. Talvez seja por isso que ele
se sentiu tão mal depois disso.
Não gostei do que estava acontecendo com Dale Spaur mas não tinha como ajudá-lo. ”
Spaur
morreu de pneumonia em 4 de abril de 1983. James lembrou que muitas
pessoas compareceram ao funeral de seu pai e ele não tinha ideia de quem
eram. Também se acredita que Spaur e Neff tiraram várias fotos dessa
nave mas nunca foram divulgadas.
“Se
eu pudesse mudar tudo o que fiz na minha vida, mudaria apenas uma
coisa. E essa seria a noite em que perseguiríamos aquela maldita coisa.
Esse Disco ”, disse Spaur.
Um novo estudo revela que a dieta vegetariana pode estar
associada a níveis mais altos de depressão. A pesquisa envolveu quase 50
mil pessoas.
A pesquisa foi realizada com base em estudos existentes que ligam o
abandono do consumo de carne a um aumento da probabilidade de depressão,
mas o motivo permanece indefinido, escreve o IFL Science.
Os investigadores Sebastian Ocklenburg e Jette Borawski
realizaram uma meta-análise em grande escala a estudos que já tinham
sido publicados e compararam os níveis de depressão de pessoas que são
vegetarianas com os de pessoas que têm uma alimentação dita normal. Os
resultados foram publicados no Journal of Affective Disorders.
Na pesquisa foram incluídos cerca de 8.057 vegetarianos e 41.832 não
vegetarianos. Embora a amostra fosse ampla, muitos dos participantes
eram provenientes de países semelhantes e, como tal, a diversidade
dentro do estudo seria relativamente baixa.
Confrontados com este problema, os especialistas acabaram por usar um
programa estatístico para analisar os estudos, com o objetivo de
encontrar dados suficientes para serem considerados significativos,
sendo que acabaram por descobrir 13 estudos que se encaixavam nas suas
necessidades.
Ao analisar todos os estudos, os investigadores descobriram um aumento significativo nos níveis de depressão de vegetarianos em comparação com não vegetarianos.
No entanto, embora os dados tenham sido significativos, também houve
heterogeneidade significativa nos estudos analisados, indicando que pode
não ter havido uma conclusão unânime.
Assim, os autores deixaram claro no seu artigo que não pretendem tirar conclusões com base nos resultados pois ainda não está claro se a ligação é causal.
Por exemplo, num estudo incluído na análise, os resultados indicaram
que, na maioria das vezes, as pessoas que apresentam sintomas
depressivos começaram a sua dieta vegetariana após o início do transtorno, o que sugere que não se tratou de um vínculo causal.
Nesse estudo, é ainda indicado que a depressão pode tornar o
indivíduo mais preocupado com a saúde, levando-o ao vegetarianismo.
Outra explicação é o facto de a depressão aumentar os sentimentos de empatia pelos animais.
Com um vínculo significativo estabelecido, os autores aguardam agora
mais pesquisas para conseguirem retirar conclusões mais certeiras.
O primeiro passo, refere a equipa, seria incluir mais países nos estudos, pois há um claro viés em muitas das pesquisas.
A OMS queria uma moratória na vacinação nos países ricos até
fim de Setembro, mas França, Israel e Alemanha estão a ignorar o pedido.
Espanha está também a considerar a terceira dose.
A Organização Mundial da Saúde apelou a que os países ricos não avançassem com uma terceira dose enquanto a taxa de vacinação dos países mais pobres não fosse mais alta, mas Alemanha, França e Israel estão a ignorar o pedido.
A decisão de avançar com a terceira dose realça mais uma vez as
grandes desigualdades nas respostas à pandemia e o açambarcamento das
vacinas pelos países ricos enquanto as nações em desenvolvimento têm um
processo de vacinação mais atrasado.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou esta quinta-feira que o país vai avançar com a administração de uma terceira dose para pessoas com doenças de risco e idosos a partir de Setembro.
“Uma terceira dose provavelmente será necessária, não para todos
imediatamente, mas em qualquer caso para os mais vulneráveis e os mais
idosos”, anunciou Macron na sua conta oficial do Instagram.
Segundo o Ministério da Saúde da Alemanha, o país vai dar a terceira dose da vacina a idosos e residentes de lares também a partir de Setembro.
Naftali Bennett, o primeiro-ministro de Israel, apelou num comunicado
a que os israelitas mais velhos tomem uma terceira dose depois de no
mês passado o governo ter começado a dar doses de reforço.
“Quem tem mais de 60 anos e ainda não recebeu a terceira dose da
vacina está seis vezes mais susceptível à doença grave e – Deus nos
livre – à morte”, afirmou Bennett.
Israel tem estado na linha da frente da vacinação desde o início do
processo e o primeiro-ministro acredita que a decisão do país de dar a
terceira dose da Pfizer pode dar importantes dados preliminares sobre o combate à variante Delta.
Em relação ao apelo da OMS, Bennett refere que Israel tem apenas 9.3
milhões de habitantes e que, por ser um país pequeno, a sua decisão de
dar a dose de reforço “não afecta significativamente o abastecimento
mundial”.
Espanha tenciona também avançar com a administração de uma terceira dose das vacinas Pfizer/BioNTech e Moderna, apesar de ainda não ter anunciado uma data.
Desigualdades acentuam-se
Estes anúncios surgem pouco depois de o director-geral da OMS, Tedros Adhanom
Ghebreyesus, ter pedido que se adiasse a vacinação de adolescentes nos
países ricos, a fim de dar prioridade às populações mais frágeis nos
menos desenvolvidos.
“Compreendemos a preocupação dos governos em proteger as suas populações da variante Delta, mas não podemos aceitar
que os países que esgotaram a maior parte das suas reservas de vacinas
continuem a administrar ainda mais, enquanto as populações mais
vulneráveis do mundo permanecem desprotegidas”, criticou na
quarta-feira.
O diretor-geral da OMS explicou que a moratória na vacinação seria até ao final de Setembro. O objectivo é que pelo menos 10% da população de cada país
esteja totalmente vacinada antes de se avançar para doses de reforço,
embora tenha reconhecido que será difícil atingir essa meta.
Segundo dados da OMS, os países ricos administraram cerca de 50 doses
por cada 100 habitantes em Maio, tendo esse número duplicado desde
então. Já os países mais pobres só conseguiram administrar 1.5 doses por cada 100 pessoas.
Enquanto a Europa tem mais de metade da sua população vacinada e os
Estados Unidos têm cerca de 70%, apenas 2% das pessoas em África estão
totalmente vacinadas e 5% receberam uma dose.
Fortes chuvas no nordeste da Coreia do Norte destruíram ou
inundaram 1.170 casas e forçaram cinco mil pessoas a refugiarem-se,
informou esta sexta-feira a televisão estatal da Coreia do Norte.
Na quinta-feira, a estação televisiva tinha
adiantando que a chuva torrencial que caiu esta semana na província de
Hamgyong Sul inundou centenas de hectares de terras
cultivadas e destruiu várias pontes, mostrando imagens de casas
submersas até aos telhados, uma ponte partida e cheia de lama, e rios a
transbordar.
A televisão não avançou a existência de
nenhuma vítima, mas avisou que as zonas costeiras do nordeste vão
continuar a registar fortes chuvas nos próximos dias.
As chuvas de verão na Coreia do Norte
costumam causar sérios danos aos setores agrícola e outros devido à
drenagem deficiente que existe no país, à desflorestação e a
infraestrutura degradadas.
O desastre do clima surge este ano numa altura
em que há preocupações crescentes com a segurança alimentar da Coreia
do Norte, embora grupos externos de vigilância não tenham detetado
indícios de desnutrição geral ou agitação social.
O líder norte-coreano, Kim Jong Un, disse, em
junho, que a situação alimentar do seu país estava a tornar-se “tensa”,
sendo que, anteriormente, já tinha admitido que o país estava a
enfrentar a “pior crise de sempre” devido à pandemia da covid-19, às
sanções impostas pelos Estados Unidos e às consequências de fortes
inundações e de um intenso tornado que devastaram o país no ano passado.
Investigação em que o nome de Bolsonaro foi incluído diz
respeito à difusão de notícias falsas e desinformação relativa ao voto
eletrónico, o que no entender do juiz responsável é uma forma de
“perturbar, criar obstáculos, frustrar e impedir” a realização das
presidenciais de outubro de 2022.
Na sequência do inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal do
Brasil a propósito da difusão de notícias falsas e de ataques não
fundamentados ao sistema e voto eletrónico — no qual Bolsonaro foi incluído —, o presidente brasileiro veio afirmar, em tom ameaçador, que o “antídoto” para a investigação “não está dentro dos limites da Constituição“.
O chefe de Estado brasileiro acusou ainda o juiz Alexandre de Moraes, relator do inquérito, de ser “arbitrário e ditatorial” e de tentar intimidá-lo.
“A hora dele [Moraes] vai chegar. Não pretendo sair das quatro linhas
para questionar essas autoridades, mas acredito que o momento está a
chegar”, disse Bolsonaro esta quinta-feira numa entrevista à rádio 93
FM, acrescentando ainda que não é possível continuar com um “ministro
arbitrário e ditatorial”.
Em causa, na investigação, está uma transmissão nas redes sociais em que Bolsonaro pôs em causa o sistema de voto eletrónico.
O juiz considerou que os ataques constantes do presidente brasileiro
visam “perturbar, criar obstáculos, frustrar e impedir” a realização das
eleições presidenciais.
Para Moraes é possível estabelecer uma ligação entre as declarações do presidente e a atuação de grupos criminosos que disseminam notícias falsas e que também foram identificados no inquérito em casa e numa investigação sobre atos antidemocráticos.
Alexandre de Moraes já reagiu às acusações de Jair Bolsonaro, apesar de nunca se referir diretamente a ele. “Ameaças vazias e agressões covardes não afastarão o Supremo Tribunal Federal de exercer, com respeito e serenidade, a sua missãoconstitucional de defesa e manutenção da Democracia e do Estado de Direito”, escreveu no Twitter.
Apesar da solicitação do presidente do Supremo Tribunal Federal Luís
Roberto Barroso dizerem respeito a um direto de 29 de Julho, Moraes
inclui na investigação ações anteriores de Bolsonaro, como a partilha da
hashtag “com notório propósito antidemocrático”
que surgiram depois dos comentários, “como #VotoAuditavelJa” — a qual
faz referência à posição do presidente brasileiro relativamente ao voto eletrónico, escreve o Público.
“Não há dúvidas de que as condutas do presidente da República insinuaram a prática de actos ilícitos por membros da Suprema Corte”, através de “esquemas de divulgação nas redes sociais”, para “lesar ou expor a perigo de lesão a independência do poder judiciário, o Estado de direito e a democracia”, afirmou o juiz do Supremo Tribunal Federal.
Em última instância, as investigações podem hipotecar a candidatura de Jair Bolonaro às eleições presidenciais de Outubro de 2022, o que impediria a renovação do seu mandato.
Segundo o site O Globo, Alexandre de Moraes incluiu o nome do
presidente do Brasil na autoria de crimes como calúnia, difamação, incitamento de actos criminosos, desculpabilização do crime, associação criminosa e falsa denúncia.