O líder do governo do estado australiano de Victoria pediu
esta segunda-feira desculpa pelos erros do programa de quarentena em
dois hotéis que levaram à maioria das mortes por covid-19 no país.
Após a divulgação do relatório de investigação, o primeiro-ministro de Victoria, Dan Andrews, explicou que o sistema de quarentena tinha sido implementado rapidamente e sem um livro de regras pandémico.
“Quero pedir desculpa à comunidade vitoriana pelos erros muito claros que foram cometidos neste programa”, disse Andrews.
O fraco controlo em dois hotéis de quarentena
desencadearam uma onda de infeções na segunda maior cidade da Austrália,
enquanto o resto do país tinha estado em grande parte livre de vírus.
Das 908 mortes na Austrália por covid-19, 820 ocorreram em Victoria. A polícia fornece agora segurança nos hotéis de quarentena de Melbourne.
O estado de Victoria não tinha registada um caso de transmissão
comunitária há 52 dias e o aeroporto de Melbourne começou a aceitar
chegadas internacionais este mês pela primeira vez desde o início de
julho.
Joe Biden considera punir a Rússia pelo ciberataque às
agências norte-americanas, através de sanções económicas ou retaliações
com pirataria cibernética às infraestruturas russas.
O Presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, está a ponderar punir a Rússia pela alegada participação no ataque informático às agências do governo norte-americano. E pretende fazê-lo assim que assumir o cargo, em janeiro, considerando opções como novas sanções económicas ou retaliação com ciberataques às infraestruturas russas, escreve a agência Reuters.
Segundo uma fonte próxima, a resposta da equipa de Biden deverá ser
forte o suficiente para causar um elevado prejuízo económico, financeiro
ou tecnológico aos autores do ataque, mas deverá ser evitada a ascensão de um conflito entre dois adversários da Guerra Fria munidos com armas nucleares.
O objetivo principal de qualquer ação levada a cabo pelos EUA, que
poderia também incluir esforços de contra-espionagem cibernética, seria criar uma dissuasão eficaz e diminuir a potência de futuros ataques russos, explicou a mesma fonte à Reuters.
Donald Trump apenas quebrou o silêncio sobre a
situação este sábado, quase uma semana depois do sucedido, minimizando a
sua importância e apontando a China como o possível autor do
ciberataque às várias agências norte-americanas. As declarações de Trump
contradizem as do seu secretário de Estado, Mike Pompeo, que também tinha responsabilizado a Rússia.
“A pirataria cibernética é muito maior nos media que
difundem falsas notícias que na atualidade. Fui informado que tudo está
totalmente sob controlo. A Rússia é o alvo favorito quando algo acontece
nos fracassados meios de comunicação social, que por motivos
financeiros estão petrificados com o debate sobre a possibilidade de ser
a China (e pode ser!)”, escreveu Trump no Twitter.
O Governo chinês classificou como “uma farsa” a acusação do
Presidente norte-americano, Donald Trump, de que o país asiático poderá
ser responsável por um grande ataque cibernético contra os Estados
Unidos.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, não negou formalmente a tese do envolvimento de Pequim, mas afirmou que as acusações norte-americanas carecem de seriedade.
“As acusações norte-americanas contra a China sempre foram uma farsa e têm segundas intenções políticas”, disse, em conferência de imprensa.
Na passada segunda-feira, as autoridades norte-americanas anunciaram terem sido alvo de um ataque cibernético
a uma escala nunca antes vista. A investida dos piratas informáticos
atingiu agências governamentais especialmente ligadas “às redes de
negócios”, não tendo afetado “funções essenciais de segurança nacional”.
A Agência de Segurança Cibernética e Infraestruturas dos Estados
Unidos (CISA) alertou que este ataque cibernético representava um “sério
risco” para o Governo federal, pois comprometeu “infraestruturas
cruciais” no país e seria difícil de eliminar.
O ataque cibernético, que supostamente começou em março, usou atualizações desse software para invadir os sistemas de várias agências governamentais dos EUA, incluindo os departamentos do Tesouro, do Estado, do Comércio e da Segurança Interna.
Os autores do ataque teriam também tentado roubar segredos do Pentágono e do programa nuclear dos EUA em Los Alamos, a instalação onde a primeira bomba atómica foi criada.
Afinal, Genghis Khan não foi o responsável pelo fim de várias
civilizações da Ásia Central. A verdadeira culpada é a seca, que
limitou o acesso à água por parte de várias cidades-estado.
Genghis Khan é muitas vezes visto como o responsável pelo fim de
várias civilizações da Ásia Central. Com o Império Mongol, tornou-se o
líder militar que mais território conquistou na história, controlando
quase 20 milhões de quilómetros quadrados. No entanto, um novo estudo
sugere que Khan pode não ter sido mais do que o bode expiatório da queda de muitas civilizações asiáticas no início do século XIII.
Uma equipa de investigadores analisou a dinâmica a longo prazo dos rios e antigas redes de irrigação e sugere que as mudanças no clima e as condições mais secas podem ter sido a verdadeira causa para o declínio das povoações próximas à bacia do Mar de Aral, na Ásia Central.
Os autores do estudo descobriram que a diminuição do caudal dos rios foi igualmente importante, se não mais, para o abandono destas cidades-estado.
“O nosso estudo mostra que foram as alterações climáticas, e não Genghis Khan,
que mais impacto tiveram no desaparecimento das civilizações fluviais
esquecidas da Ásia Central”, garante o autor principal do estudo, Mark Macklin, investigador da Universidade de Lincoln, em Inglaterra.
“Descobrimos que a Ásia Central recuperou rapidamente após as
invasões árabes nos séculos VII e VIII devido às condições húmidas
favoráveis. Mas a seca prolongada durante e após a
destruição subsequente dos mongóis reduziu a resistência da população
local e impediu o restabelecimento da agricultura baseada na irrigação”,
lê-se ainda no comunicado citado pela Europa Press.
O abandono dos sistemas de irrigação coincide com uma fase de erosão
do leito do rio Arys, no Cazaquistão, entre os séculos X e XIV, que coincidiu com um período de seca, em vez de coincidir com a invasão mongol.
2020
começou com incêndios florestais devastadores em toda a Austrália mas
mesmo no final as coisas não melhoraram muito. Tempestades eclodiram
sobre o Atlântico, incêndios florestais massivos envolveram a Califórnia
a África está sofrendo de seca severa e a Ásia está sofrendo com
inundações. Cada continente está “sob ataque”.
Os
cientistas atribuem a crescente intensidade desses eventos a uma mudança
climática, acreditando que a natureza está nos enviando um ALERTA. De acordo com Adam Smith, um pesquisador da NOAA, devido aos cataclismos climáticos, “este ano foi realmente desastroso”.
Inger Andersen, diretor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, acrescentou que “a natureza está nos enviando um sinal”. “E será melhor se o ouvirmos” disse ela.
Apesar
da pandemia COVID-19 que interrompeu as atividades humanas em quase
todo o mundo as emissões continuam aumentando de acordo com um relatório
recente da ONU da Organização Meteorológica Mundial e de outros
cientistas. Em particular, estamos falando sobre os três principais
gases de efeito estufa - metano, óxido de nitrogênio e dióxido de
carbono.
As emissões de CO2 em 2019 excederam o valor de 1990 em
62%. De acordo com especialistas isso poderia causar um aumento na
temperatura global da Terra em 1,5 ° C até 2024.
Os cientistas já
sugeriram escurecer o sol para combater as mudanças climáticas. Isso
ajudará a reduzir a probabilidade de uma seca de dia zero quando o mundo
ficar sem água potável disseram os pesquisadores.
A
mídia continua discutindo a data de 22/12/2020 que incluiu cinco
duques. Muitos clarividententes expressaram que este dia será agitado.
De acordo com Sergei Kostorny, amigo de Vanga, o clarividente alertou
para uma série de problemas.
Em público, as disputas sobre as
previsões do famoso adivinho cego búlgaro Vangelia Pandeva Gushterova,
mais conhecido como Baba Vanga, não diminuem. Apesar do fato de ela ter
falecido em agosto de 1996 suas novas profecias ainda vêm à tona. Em
março deste ano por exemplo veio a notícia de que Vanga, ao que parece
alertava para o aparecimento do coronavírus.
Seu amigo Sergei
Kostorny explicou que ele teve permissão para relatar esta profecia
apenas sete dias antes da pandemia. Agora ele quer avisar sobre a data
de 22 de dezembro de 2020. Além disso, Kost anunciou quando o
coronavírus vai recuar.
De acordo com Kostorny, ele conhece as profecias de Vanga para 2021, mas ainda não pode contá-las.
“Na
data de 22 de dezembro de 2020 caem cinco anos”, observou Kostorny e
acrescentou que se a humanidade não mudar de ideia e continuar a
perseguir dinheiro e começar as guerras o mundo pode ser engolfado por
uma pandemia de outra doença grave.
“Houve períodos na história em que a praga devastou vastos territórios ... Pode ser uma guerra inesperada”,
advertiu Kostorny.
O
amigo de Vanga também disse que conhece a profecia dela para o próximo
ano mas ainda não pode torná-la pública devido a um certo tabu que foi
dado há muitos anos.
“Pude divulgar a previsão sobre o coronavírus em sete dias”, explicou.
A
este respeito, Kostorny observou que no dia 22 de dezembro deve-se
esperar com cautela pois as palavras de Vanga sobre esta data são muito
Alarmantes:
“Em 22 de dezembro é preciso esperar com cautela. Ela [Vanga - ed.] Disse:
“Vamos nos aquecer ao sol e o sol vai cair como uma sombra negra”.
Ele
lembrou que nos dias 21 e 22 de dezembro segundo os cientistas ocorre
um terrível clarão do sol a mais poderosa explosão solar em 300 anos que
pode afetar as pessoas de diferentes maneiras. Alguns
experimentarão um estado depressivo, enquanto outros - recaídas de doenças crônicas.
“Como isso afetará a psique das pessoas?” - Kostorny pergunta.
Quanto à data em que a pandemia do coronavírus recua Kostorny também mencionou uma data específica.
“No
dia 20 de março dia do equinócio vernal o problema com o coronavírus
não será tão urgente porque a Terra entrará na quinta dimensão” disse
ele.
É importante notar que em 21 de dezembro os especialistas
realmente esperam dois eventos astronômicos - a convergência de Saturno e
Júpiter bem como a queda estelar da chuva de meteoro Ursis.
O vulcão Kilauea na ilha do Havai entrou em erupção na noite
de domingo, indicaram as autoridades, que alertaram para a possibilidade
de “emissão significativa” de cinzas vulcânicas na atmosfera.
“Uma erupção iniciou-se na caldeira do cume do Kilauea” pouco depois
das 21:30 locais (07:30 de hoje em Lisboa), informou o Instituto de
Geofísica norte-americano (USGS).
“A situação evolui rapidamente”, adiantou o USGS,
que passou a vermelho o seu código para a aviação, recomendando que os
pilotos evitem a zona. O instituto deu conta de um sismo pouco profundo
de magnitude 4,4 perto do vulcão, pouco depois da erupção.
Imagens colocadas na Internet pelo parque nacional dos vulcões
haitianos mostravam na noite de domingo para hoje lava a descer pela
encosta do vulcão e colunas de fumo.
Um dos vulcões mais ativos no mundo, o Kilauea entrou em erupção em 2018,
destruindo mais de 700 casas e expelindo lava suficiente para encher
320.000 piscinas olímpicas. Uma área com mais de metade do tamanho de
Manhattan foi soterrada por até 24 metros de lava, que jorrou ao longo
de quatro meses.
O vulcão Kilauea, um dos maiores do mundo, está localizado no sudeste
da ilha de Havai, que é a maior do arquipélago, na qual vivem cerca de
185 mil pessoas. As erupções têm sido frequentes desde 1983. A erupção
de 2018 foi a maior dos últimos 200 anos.
Usando o telescópio espacial Hubble da NASA, uma equipa de
astrónomos observou um misterioso redemoinho escuro em Neptuno a
afastar-se abruptamente para fugir à provável morte.
A tempestade, que é maior do que o Oceano Atlântico, nasceu no
hemisfério norte do planeta e foi descoberta pelo Hubble em 2018. Um ano
depois, observações mostraram que a tempestade se começou a mover para
sul em direção ao equador, onde essas tempestades devem desaparecer de vista.
Para surpresa dos astrónomos, o Hubble detetou a mudança de direção do redemoinho em agosto de 2020, que se voltou para o norte.
Embora o Hubble tenha rastreado manchas escuras semelhantes nos
últimos 30 anos, este comportamento atmosférico imprevisível é algo
inédito.
Além dos seus movimentos enigmáticos, a tempestade não estava sozinha.
O Hubble avistou outro ponto escuro em janeiro deste ano, que apareceu
temporariamente perto do seu primo maior. Pode ter sido um pedaço do
vórtice gigante que se partiu, afastou-se e desapareceu nas observações
subsequentes.
“Estamos entusiasmados com estas observações porque este fragmento escuro mais pequeno é potencialmente parte do processo de interrupção da mancha escura“, disse Michael H. Wong, da Universidade da Califórnia, em comunicado.
“Este é um processo que nunca foi observado. Vimos alguns outros pontos
escuros a desbotar e desaparecer, mas nunca vimos nada a interromper,
mesmo que seja previsto em simulações de computador.”
A grande tempestade, que tem 7.402 quilómetros de diâmetro, é a
quarta mancha escura que o Hubble observa em Neptuno desde 1993. Duas
outras tempestades foram descobertas pela espaçonave Voyager 2 em 1989
enquanto voava pelo planeta distante, mas tinham desaparecido antes do
Hubble as conseguir observar.
A forma como estas tempestades se formam ainda é um mistério. Este
último redemoinho escuro gigante é o mais bem estudado até agora. A
aparência escura da tempestade pode ser devido a uma camada elevada de nuvens escuras e à estrutura vertical da tempestade.
Outra característica incomum da mancha escura é a ausência de nuvens brilhantes ao
seu redor, que estavam presentes nas imagens do Hubble quando a
tempestade foi descoberta em 2018. Aparentemente, as nuvens
desapareceram quando o vórtice interrompeu a sua jornada para o sul.
O homem identificado como Maurice Jewel Taylor foi preso no dia 4 de
dezembro após ser o principal suspeito de um crime que chocou os
moradores do condado de Lancaster, na Califórnia, Estados Unidos. Ele
foi oficialmente acusado de decapitar dois de seus quatro filhos, forçando o restante a viver por cinco dias ao lado dos cadáveres dos irmãos.
Desde o início da pandemia, o personal trainer Maurice Jewel Taylor
vinha dando aulas virtuais via Zoom, a fim de respeitar o decreto de
isolamento social. Considerado uma pessoa “tranquila” por quem o
conhecia, o homem acabou interrompendo os treinos aparentemente sem
motivo, algo que imediatamente chamou a atenção de alguns de seus
clientes.
Foi então que o advogado Howard Kern, interessado em entender o que
aconteceu com seu professor após o repentino desaparecimento, decidiu
entrar em contato com o corpo de bombeiros local para emitir um alerta
sobre um suposto vazamento de gás na casa de Maurice. “Eu disse: estamos
preocupados com um possível vazamento de gás. São quatro crianças e
dois adultos – e estamos preocupados com a segurança deles”, explicou
Kern.
Os corpos sem vida das crianças foram descobertos no dia 4 de
dezembro, em pleno feriado de Ação de Graças. Segundo noticiado pela
imprensa californiana, Maurice Jr. (12) e Maliaka (13) foram totalmente
decapitados e encostados em diferentes quartos no residencial Century
Circle, enquanto os outros dois filhos sobreviventes, de oito e nove
anos, foram forçados a viver por cinco dias trancados e sem comida ao
lado dos cadáveres.
Os perturbadores atos de Maurice
A polícia nunca havia sido chamada para a residência do homem. Ele
não possuía histórico de violência, levava uma vida estável com uma
grande família e não apresentava sinais contraditórios de comportamento.
O incidente surgiu como uma grande dor de cabeça para as autoridades,
que ainda tentam entender a motivação dos hediondos assassinatos ao
mesmo tempo que têm a certeza de quem cometeu o crime.
A mulher do acusado também foi encontrada no local, sendo inocentada
após declarações dos filhos que saíram com vida. Existe a possibilidade
da esposa de Maurice ter sido trancada em um quarto enquanto as
atrocidades eram realizadas.
A década de 1960 ficou marcada pelo aumento exponencial na produção e no uso de pesticidas,
que incluem herbicidas, inseticidas e fungicidas, tanto para combater
os problemas com pragas que as pessoas enfrentavam nas cidades grandes
quanto para contribuir para maiores rendimentos e qualidade dos produtos
nas lavouras.
Nas últimas cinco décadas, esses produtos químicos, que controlam
ervas daninhas, insetos e patógenos de plantas, também ajudaram a
reduzir a quantidade de trabalho braçal, maquinário e combustível usado
para controle mecânico de invasores.
Por outro lado, os pesticidas em sua maioria possuem propriedades tóxicas
que trazem preocupação acerca da saúde da população e de seus impactos
ambientais. Um dos componentes usados na síntese da fabricação de
inseticidas é o isocianato de metila (MIC) que, no corpo humano consegue
dissolver algumas enzimas do organismo, afetar a contração muscular,
causar convulsões, torpor, confusão mental e coma.
Quando inalado em forma de gás, o MIC causa uma morte lenta pelo
fechamento das vias aéreas e, quando misturado com água, causa cegueira,
falência dos pulmões, câncer de boca e nariz. Dessa forma, o isocianato
de metila pode se transformar em uma arma de destruição.
Condenada desde o começo
Em 1970, o governo indiano desenvolveu projetos que incentivavam as
empresas estrangeiras a investirem na indústria do país, e foi assim que
a Union Carbide Corporation (UCC) foi convidada a construir uma fábrica
de Sevin (carbaril), um pesticida bastante usado na Ásia, nascendo a
subsidiária Union Carbide India Limited (UCIL).
A empresa então decidiu construir uma indústria em Bhopal, a capital
do estado de Madhya Pradesh (Índia), por sua região central ser muito
valorizada e de fácil acesso para transportes, com infraestrutura de
carregamentos. A área de instalação dentro da cidade foi cercada e
definida como “área industrial não perigosa”, visto que o objetivo era a
produção de pesticidas em quantidades pequenas. Contudo, a pressão da
concorrência fez o diretor da UCIL passar a fabricar na própria
instalação as matérias-primas e outros produtos intermediários para
formulação do produto final, um processo mais perigoso e que exigia uma
estrutura que eles não tinham.
Para gerar o Sevin (carbaril), usava-se metilamina em reação com
fosgênio para formar o MIC, produto intermediário na produção do
pesticida, reagindo com naftol.
Não demorou muito para que os problemas aparecessem. Em 1976,
sindicatos locais acusaram a fábrica de poluição e, em 1981, em um
período em que o mercado de pesticidas desabou com o pouco capital dos
agricultores para investir, um trabalhador morreu durante a manutenção
de uma das tubulações da fábrica devido a um vazamento. Dois anos
depois, a exposição ao fosgênio causou sequelas em 24 trabalhadores que
não foram orientados a usarem equipamentos de proteção.
Entre 1982 e 1984 aconteceram cerca de 5 vazamentos de nível grave,
sendo um deles de MIC líquido, o que causou queimaduras em 30% do corpo
de um engenheiro químico. De repente, a fábrica se tornou uma bomba
prestes a explodir no meio de milhares de habitantes.
A explosão mortal
Em julho de 1984, com a redução de lucros e problemas de brechas de
segurança, o gerente da UCIL orientou que a fábrica fosse fechada e
colocada à venda. Sem nenhum comprador, os planos mudaram para um
desmonte das principais estações de produção da planta para que fossem
enviadas para outro país.
O resultado foi uma fábrica operando com equipamentos sucateados e
fora dos protocolos de segurança. O governo de Bhopal sempre soube dos
riscos, mas preferiu simplesmente se abster da discussão, pois endurecer
as normas de segurança industrial poderia resultar na perda dos efeitos
econômicos.
Boa parte dos 1 milhão de habitantes de Bhopal dormia às 23h de 2 de
dezembro de 1984, quando um operador da fábrica percebeu um pequeno
vazamento de gás no tanque de armazenamento de MIC. Três semanas antes, o
sistema de purificação da ventilação do gás, que servia para
neutralizar a descarga tóxica do produto, tinha sido desligado.
As válvulas corroídas de um tanque usado para limpar os tubos
internos falharam e liberaram litros de água para o maior tanque de MIC,
com capacidade para 40 toneladas. O contato da água com o químico
causou uma reação exotérmica no tanque, que explodiu através de seu
sarcófago de concreto e lançou para o ar uma nuvem mortal de MIC,
cianeto de hidrogênio, mono metilamina e outros produtos químicos.
A morte invisível
O vento carregou os produtos tóxicos até os pulmões de milhares de
animais de Bhopal, cujas carcaças amanheceram tombadas em pastos e pelas
ruas da cidade. Aproximadamente 3.800 pessoas morreram imediatamente e
da pior maneira possível: elas vomitaram sem parar, entraram em
convulsão e caíram mortas; algumas ainda agonizaram, só para piorar o
destino final.
Em mais algumas horas, cerca de 15 mil habitantes morreram e os
hospitais ficaram sobrecarregados com os feridos, que somaram 558 mil.
As pessoas enterravam em valas comuns os cadáveres de familiares ou
amigos que eles transportavam em carrinhos e em carrocerias de
caminhões.
Desde o desastre, estima-se que mais 8 mil pessoas morreram por causa
dos efeitos do gás. Em 2008, o governo de Madhya Pradesh indenizou as
famílias dos mortos e todos os milhares de feridos.
Como em todos os outros desastres industriais da história, a UCC
tentou se eximir da responsabilidade do vazamento de gás e culpar a UCIL
pela planta desenvolvida e construída fora dos padrões. A empresa
também apresentou a hipótese de que grupos extremistas ou ainda
funcionários do sindicato que foram demitidos teriam sabotado as
instalações, no entanto nenhuma das alegações se sustentou.
O juiz do Supremo Tribunal da Índia declarou a UCC como culpada e
obrigou-a a indenizar em US$ 470 milhões o governo indiano para que a
quantia fosse distribuída às vítimas.
Com a saída de muitos habitantes de Bhopal, o governo não conseguiu
mais medir a extensão que a catástrofe causou no organismo dos
sobreviventes a longo prazo. Para os que ficaram, porém, esses 36 anos
têm sido uma epidemia de distúrbios menstruais, bebês nascendo com
deformidades e cânceres.
O local onde ficava a indústria responsável pela pior catástrofe
química da história nunca foi adequadamente limpo e continua muito
contaminado, revelando a extrema apatia para com as milhares de vítimas
que morreram afogadas em uma poça do próprio vômito e aqueles que sequer
tiveram a oportunidade de enterrá-los dignamente.
As histórias de vigaristas habilidosos são sempre curiosas. Com mentiras persuasivas e esquemas fraudulentos, essas pessoas podem trilhar um longo caminho até que sejam descobertas.
Confira três das melhores e mais chocantes histórias de vigaristas:
1. Victor Lustig, o homem que “vendeu” a Torre Eiffel
De aparência gentil, Victor Lustig conseguiu enganar grandes figurões
de sua época. Nascido em 1890, ele deu um dos seus golpes mais famosos
quando foi para Paris, em 1925.
Fingindo se passar por um oficial do governo francês, o vigarista
enviou cartas para vários chefes da indústria da sucata. Ele, então,
inventou que a França estava procurando licitações para a compra da
torre Eiffel e que a venderiam pelo lance mais alto.
A “carreira” de Lustig acabou quando ele foi preso nos EUA, em 1935.
Ele ficou vinte anos encarcerado em Alcatraz, onde morreu em 1947 devido
a uma pneumonia.
2. Elizabeth Holmes, a empresária que falsificou uma descoberta revolucionária
Este caso atual chocou o Vale do Silício. Elizabeth Holmes, a CEO da
companhia Theranos, teve uma ascensão meteórica ao convencer
investidores de que conseguia produzir testes portáteis capazes de fazer
mais de 200 exames médicos com poucas gotas de sangue.
Mas ex-funcionários denunciaram que a empresa fazia a maior parte dos
exames com equipamentos convencionais e que a quantidade de sangue
necessária era maior que ela afirmava.
A Theranos foi fechada em 2018, enquanto Holmes lida até hoje com batalhas judiciais. Sua história virou o documentário The Inventor: Out for Blood in Silicon Valley, da HBO.
3. Bernie Madoff, um dos maiores fraudadores da História
O financista e ex-investidor Bernie Madoff tinha anos de reputação
impecável, o que tornou mais fácil que as pessoas confiassem seu
dinheiro a ele.
Mas o escândalo surgiu quando foi descoberto que ele tirava dinheiro
dos novos investidores para pagar retornos altos aos seus antigos, o que
é chamado de esquema Ponzi.
A fraude causou enormes danos aos seus clientes, muitos dos quais
perderam todas as suas economias no golpe. Preso em 2008, Madoff se
tornou tão odiado que vestiu um colete à prova de balas em seu
julgamento.
Em 2020, ele alegou estar sofrendo de uma doença terminal e pediu que fosse libertado, mas seu pedido foi negado.
Em entrevista à CNN no último dia 13, o cofundador da MicrosoftBill Gates fez novas previsões sobre a pandemia do novo coronavírus. Ele comentou, por exemplo, que o mundo terá dificuldades em relação à covid-19 até 2022, mesmo com a vacinação em massa.
Na conversa, o bilionário
também disse que dos próximos 4 a 6 meses podem ser os piores da crise,
entre outras coisas. O curioso é que Gates conhece o tema, pois previu a
doença em 2015. Além dele, outras personalidades vinham alertando sobre
uma grande ameaça à saúde global há tempos.
Quer saber quem são elas? Listamos, a seguir, 10 pessoas que aparentemente previram a pandemia do novo coronavírus.
1. Bill Gates
Foi durante uma conferência em 2015 que aconteceu a previsão de Bill Gates.
O filantropo disse que o mundo não estava preparado para a próxima
epidemia e ressaltou: “Se algo matar 10 milhões de pessoas nas próximas
décadas serão micróbios, não mísseis”.
2. Michael Osterholm
O ano era 2005, e o especialista em doenças infecciosas Michael
Osterholm já pedia uma ação mais rigorosa das autoridades para evitar a
próxima catástrofe global de saúde. Em 2017, ele trouxe mais alertas e
novamente criticou a falta de preparo dos americanos.
3. Vaclav Smill
Em seu livro Catástrofes Globais e Tendências, de 2008, o cientista Vaclav Smil disse ter certeza de que aconteceria uma grande pandemia de influenza nos próximos 50 anos.
4. Robert G. Webster
Há dois anos, o virologista Robert G. Webster afirmou que era “apenas
uma questão de tempo” para surgir um vírus causando problemas
equivalentes aos da Gripe Espanhola de 1918. “Precisamos estar
preparados”, avisou.
5. Jeremy Konyndyk
“Um vírus semelhante ao que matou milhões de pessoas em 1918 está
para surgir”. Foi o que disse o ex-diretor do Escritório de Assistência a
Desastres Estrangeiros dos EUA Jeremy Konyndyk, em 2017.
6. Luciana Borio
A infectologista brasileira Luciana Borio, convidada para trabalhar na equipe do atual presidente eleito dos EUA, Joe Biden, alertou sobre os perigos de um vírus devastador em 2018.
7. Dean Koontz
Em Os Olhos da Escuridão, lançado em 1981, o escritor Dean
Koontz citou um vírus chamado Wuhan-400, nome que se remete à cidade
chinesa onde o novo coronavírus se originou. A diferença é que o
patógeno fictício foi criado por um cientista e era 100% letal.
8. Sylvia Browne
A paranormal Sylvia Browne previu, há 12 anos, que em 2020 surgiria
uma doença grave, parecida com a pneumonia e capaz de se espalhar por
todo o planeta, além de afirmar que ela desapareceria tão rápido quanto
surgiu.
9. Nostradamus
Entre as profecias de Nostradamus, também pode haver uma referente ao
coronavírus. A previsão estaria em um trecho da sua famosa obra lançada
em 1555, conforme interpretações recentes.
10. Steven Soderbergh
Lançado em 2011, o filme Contágio traz
cenas parecidas com as presenciadas em 2020, tratando de uma doença
fictícia espalhada a partir de um morcego. Teria o cineasta Steven
Soderbergh, diretor da obra, previsto o futuro?
São Nicolau,
figura que inspirou o famoso Papai Noel, é muito famoso na Europa, com
seu festival sendo comemorado desde a Idade Média. Mas na Holanda, o bom velhinho tem um ajudante que vem causando polêmicas há um tempo.
Zwarte Piet, literalmente Pete Negro, é retratado como um homem negro
de lábios avantajados e vermelhos, cuja função é ajudar a embrulhar
presentes para crianças que foram boazinhas e punir aquelas que se
comportaram mal.
Durante as comemorações holandesas, muitos cidadãos se vestem como
Piet, pintando o rosto de preto e colocando perucas crespas, uma prática
racista que tem gerado muitas críticas, principalmente para um país que
luta contra seu passado colonialista e de escravidão.
Sinterklass e Zwarte Piet
O gentil Nicolau, mais conhecido como Sinterklass no continente
europeu, é um homem de túnica e barba brancas, que distribui presentes
para meninos e meninas que foram bons no dia 05 de dezembro, seu
aniversário.
Já os travessos são punidos por figuras diferentes em cada país, como
os demônios malignos Krampus e Belsnickle, que podem açoitá-las com
varas, comê-las vivas e até mesmo levá-las diretamente para o inferno.
Na Holanda, a punição fica nas mãos de Pete Negro, que mesmo não
sendo tão assustador como um demônio, ainda aplica um castigo um tanto
quanto macabro, colocando os travessos em sua sacola vazia de brinquedos
e os sequestrando.
A origem de Piet
Embora não esteja exatamente claro como esta tradição começou, muitos
acreditam que ela tenha vindo de um livro infantil do começo do século
19. Em 1800, já se falava de um assistente de Sinterklass, mas foi a
partir de 1820 que a figura passou a ser descrita como um negro de
cabelo encaracolado e recebeu o nome tão controverso.
A primeira ilustração surgiu em 1850, juntamente com mais detalhes do
personagem: um mouro espanhol trapalhão responsável por carregar os
presentes e dar um jeito nas crianças mal comportadas.
Segundo alguns estudiosos, a história poderia ter surgido
originalmente da mitologia alemã, com rituais nos quais os indivíduos
escureciam as faces para ficarem parecidos com terríveis criaturas de
aparência demoníaca.
A celebração e o impacto racista de Pete Negro na Holanda
A partir de novembro, os holandeses passam a realizar vários desfiles
em homenagem a Sinterklass, e é claro que seu auxiliar não é deixado de
fora. Muitas pessoas brancas pintam seu rosto de preto (o infame
blackface), além de usarem batom vermelho, perucas afro e trajes
estranhos. Como se tudo isso já não fosse ruim, elas passam a imitar um
sotaque afro-caribenho, para enfatizar mais ainda a origem de Zwarte.
Em 2011, o movimento para se livrar da tradição do blackface ao
retratar Pete Negro passou a ganhar forças. Porém, os manifestantes
desta campanha foram presos de forma brutal enquanto realizavam
protestos pacíficos em algumas cidades.
Em 2019, 18 cidades da Holanda tiveram manifestações contra Zwarte
Piet, mas a tradição é tão enraizada no país que muitos argumentam que o
assistente não deve ser descontinuado, acreditando que é parte de uma
celebração infantil muito preciosa.
“Essa doutrinação blackface é algo com que todos na Holanda
cresceram. Isso significa que juízes, policiais, o primeiro-ministro,
todas as pessoas de quem dependemos para impedir o racismo,
provavelmente estão com o rosto pintando de preto nessa época,
entretendo seus filhos”, afirmou Jerry Afriyie, um ativista negro
holandês e um dos principais responsáveis pela campanha contra a
caracterização de Piet.
Além disso, em 2015, um relatório das Nações Unidas sobre a
Eliminação da Discriminação Racial concluiu que o ajudante de
Sinterklass é “retratado de uma maneira que reflete estereótipos
negativos de afrodescendentes”, assim como “um vestígio da escravidão”,
apelando para que o governo holandês eliminasse a prática.
E embora o costume não tenha sido abandonado completamente, mudanças
estão aos poucos sendo realizadas. Em alguns desfiles, os atores agora
apresentam apenas manchas pretas nas faces, passando a ideia de que o
rosto de Pete Negro foi escurecido pela fuligem das chaminés.
É claro que ainda é um caminho muito longo a percorrer, e a
conscientização completa sobre o problema pode demorar para surgir, mas
cada pequeno passo é importante para barrar estereótipos raciais e
garantir que todos possam aproveitar e serem incluídos de forma saudável
nas festas de final de ano.
Um navio-tanque abandonado com um milhão de barris de
petróleo corre o risco de derramar a sua carga tóxica no Mar Vermelho a
qualquer momento.
De acordo com o Gizmodo,
os especialistas estão a pedir às Nações Unidas e à sua Organização
Marítima Internacional para lidar com a ameaça iminente “apesar das
tensões políticas” na região, já que um derramamento de óleo teria
“desastrosas consequências ambientais e humanitárias”.
Chamado Safer, o navio de 362 metros foi abandonado há vários anos no contestado porto de Hudaydah, no Iémen, que atualmente está a ser controlado pelo movimento insurgente Houthi.
A guerra civil no Iémen começou há seis anos, na qual os houthis estão a lutar contra uma coligação liderada pelos sauditas.
A empresa iemenita responsável pela Safer afirma não ter os recursos
necessários para manter ou reparar a embarcação em deterioração, que
atualmente está a ser usada como unidade de armazenamento e descarga.
Um derramamento de óleo nos próximos meses seria particularmente mau,
segundo os cientistas, uma vez que fortes correntes de inverno no Mar
Vermelho dispersariam o óleo numa área maior do que durante o verão.
Consequentemente, uma “estratégia regional deve ser elaborada para
prevenção de derrames e contenção que seja específica para os
ecossistemas exclusivos do Mar Vermelho, correntes de água incomuns e
paisagem política”, escrevem os autores, segundo um comunicado da Stony Brook University.
O Safer tem aproximadamente um milhão de barris de petróleo, o que é mais de quatro vezes a quantidade de óleo derramado durante o desastre catastrófico do Exxon Valdez em 1989.
O navio está “encalhado e a deteriorar-se na costa do Iémen desde
2015, dando ao mundo o aviso mais avançado de todos os tempos sobre um
grande derrame de óleo”, escrevem os autores. “Mas esta oportunidade
única está a ser desperdiçada.”
O único desenvolvimento significativo nessa questão veio no final de novembro deste ano, quando os Houthis concederam à ONU permissão para inspecionar o petroleiro, o que deve acontecer em janeiro de 2021.
Os cientistas querem que o óleo seja removido do petroleiro antes que se espalhe no mar.
Em maio, a água do mar entrou no compartimento do motor do navio e os media locais detetaram uma “mancha de óleo” ao lado do petroleiro.
“Existem mais de 1.000 espécies de peixes nas águas
costeiras do Mar Vermelho, das quais 165 espécies são encontradas
exclusivamente no Mar Vermelho, com um adicional de 51 espécies
restritas ao Mar Vermelho e Golfo de Aden”, disse Karine Kleinhaus, bióloga marinha da Escola de Ciências Marinhas e Atmosféricas da Stony Brook University. “Quanto ao coral, existem mais de 360 espécies, e cerca de 5% delas são endémicas”.
Um derrame pode devastar a vida marinha na região,
destruir a indústria pesqueira e causar estragos nas rotas marítimas, o
que poderia impedir a ajuda humanitária de chegar ao Iémen.
O derrame pode ser um desastre particularmente agudo para os recifes de coral do
Mar Vermelho, que são únicos por exibir a capacidade de sobreviver em
águas muito quentes, ao contrário dos corais noutras partes do mundo.
“Tanto os efeitos imediatos do óleo a assentar-se nos recifes mais
rasos como a mistura de elementos tóxicos com a coluna de água para
chegar mais fundo resultarão na morte maciça de peixes e corais, bem como danos a longo prazo à saúde do recife”,
explicou Kleinhaus . “O óleo que permanece na areia ou sedimento
continuará a dosar o recife durante muitos anos sempre que for agitado”.
O recente derrame de óleo perto das Maurícias
aponta para os impactos agudos que se seguem imediatamente após a um
desastres destes. Porém, estudos de 2010 no Golfo do México mostram que podem durar uma década após o desastre.
Os especialistas que estão a pedir ajuda à ONU publicaram um estudo esta semana na revista científica Frontiers in Marine Science.
Um novo estudo, feito por cientistas do Centro de Controle e
Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e publicado na última
quarta-feira (16) na revista científica Emerging Infectious Diseases, fez um levantamento geográfico dos locais com água contaminada pela Naegleria fowleri, a ameba “comedora de cérebros”, nos EUA.
Analisados os casos registrados de 1978 a 2018 e relacionados a
exposição recreativa à água, como nadar em lagos, lagoas, rios ou
reservatórios, foram detectados 85 casos de N. fowleri, 74
deles apenas em estados do sul. Porém, verificou-se uma dispersão
geográfica em direção ao norte, com uma evolução na latitude dos casos
de cerca de 13,3 quilômetros por ano.
Por fim, os pesquisadores fizeram uma análise dos dados meteorológicos próximos às datas de ocorrências de mortes por N. fowleri,
e concluíram que as temperaturas diárias nas duas semanas que
antecederam cada caso eram maiores que as médias históricas desses
locais.
Quem é a ameba comedora de cérebros?
Segundo o estudo do CDC, a N. fowleri
é um organismo unicelular encontrado naturalmente em água doce de lagos
ou rios, que pode infectar o cérebro humano, subindo pelo nariz. A
infecção, conhecida como meningoencefalite amebiana primária (PAM na
sigla em inglês), destrói o tecido cerebral do portador, e pode levar à
morte.
Os cientistas acreditam que, como a N. fowleri se desenvolve em águas quentes, até 45º C, é possível que o aquecimento global,
que coincide com um aumento no uso recreativo da água, como natação e
esportes aquáticos, possa contribuir para uma alteração no perfil
epidemiológico da PAM.
Saber quando e onde os casos de PAM ocorreram no país pode ajudar a
prever as épocas mais perigosas para visitar piscinas naturais, conforme
os autores. Contudo, por não haver testes rápidos para a N. fowleri
na água, a única maneira de prevenir a infecção é evitar nadar em água
doce quente, ou, se o fizer, jamais permitir que o líquido entre pelo
nariz.
Alguns dos segredos institucionais mais bem guardados dos
Estados Unidos podem ter sido roubados após um ataque informático
alegadamente perpetuado pelo Governo russo.
O jornal britânico The Guardian escreve que alguma da informação é relativa a segredos nucleares, dados da vacina contra a covid-19 e sistemas de armas de próxima geração.
No domingo, a empresa SolarWinds alertou os clientes
de que uma “nação externa” tinha encontrado uma maneira de acessar
software utilizado por algumas das maiores agências governamentais e
empresas dos Estados Unidos.
O Pentágono é um dos departamentos que utiliza o
software em causa, mas, “por razões de segurança operacional”, não
revela se os seus sistemas foram pirateados ou não.
Os departamentos do Tesouro e do Comércio foram apenas dois das dezenas de alvos dos ataques. Em causa estará uma atualização de software comercial
distribuída por milhares de clientes da SolarWinds. Nos meses desde que
a atualização foi lançada, os hackers extraíram cuidadosamente os
dados, muitas vezes criptografando-os para cobrir a operação.
Especialistas em cibersegurança argumentam que as técnicas utilizadas para o ataque informático são típicas da SVR, o Serviço de Inteligência Estrangeiro dos russos.
Thomas Rid, da Universidade Johns Hopkins, diz que a provável
eficácia do ataque é comparável à invasão “Moonlight Maze”, uma operação
russa que visou, durante os anos 90, alvos como a NASA e o Pentágono.
Os agentes de inteligência normalmente procuram as últimas novidades
em tecnologias de armas e sistemas de defesa antimísseis. Além disso,
desenvolvem dossiês sobre funcionários rivais do Governo, potencialmente
para recrutamento como espiões.
Um barco abandonado deu à costa nas Ilhas Marshall, no Oceano
Pacífico, com 649 quilogramas de cocaína escondidos a bordo, numa
mercadoria avaliada em 80 milhões de dólares, cerca de 65 milhões de
euros.
A embarcação “fantasma”, com 5,5 metros de comprimento, foi
encontrada por um morador local no atol de Ailuk, segundo escreve a
emissora britânica BBC.
As autoridades acreditam que o barco, que será oriundo da América Latina, pode ter estado à deriva durante mais de um ano no Pacífico antes de chegar às Ilhas Marshall.
“Poderá ter ficado à deriva durante um ou dois anos”, disse o
procurador-geral Richard Hickson, citado pela agência noticiosa francesa
AFP.
A cocaína foi encontrada num compartimento escondido no convés barco.
Em causa estavam pacotes de um quilograma envoltos em plástico, nos
quais se podia ver um logótipo vermelho com as letras KW, detalha a
revista norte-americana Newsweek.
A polícia local informou que toda a mercadoria foi incinerada na
passada terça-feira, à exceção de duas embalagens que serão analisadas
pela US Drug Enforcement Agency.
São várias as embarcações que vão dando à costa nas Ilhas Marshall
com estupefacientes a bordo, uma vez que esta zona do Pacífico é um
ponto conhecido nas rotas do tráfico, mas esta foi a maior apreensão já efetuada pela polícia local.
As autoridades das Ilhas Marshall afirmam que estes episódios têm
agudizado os problemas com drogas no país, levando mais pacientes aos
hospitais com problemas causados pelo consumo de estupefacientes, porque
alguns dos moradores locais acabam por vender as substâncias
encontradas em vez de notificar as autoridades.
O Facebook acusou indivíduos ligados a militares franceses de
conduzirem uma operação secreta de influência online. A empresa disse
que as campanhas de desinformação tinham como objetivo enganar os
utilizadores na República Centro-Africana antes das eleições que se
deverão realizar a 27 de dezembro.
As táticas supostamente usadas, que incluem o uso do Facebook para se
passar por locais nos países-alvo, refletem as campanhas de
desinformação. A empresa acredita que as pessoas que estavam a
administrar as contas têm fortes ligações a militares franceses.
O Facebook disse que suspendeu três redes, totalizando quase 500 contas e páginas, devido ao chamado “comportamento inautêntico coordenado”.
Uma das redes estava ligada a “indivíduos associados a militares franceses”,
referiu a gigante das redes sociais. As outras duas tinham conexões com
“indivíduos associados a atividades anteriores da Agência Russa de
Pesquisa na Internet”, bem como a Evgeny Prigozhin, um empresário russo
indiciado nos Estados Unidos por interferência eleitoral.
Segundo o CNN,
não houve comentários por parte do Ministério da Defesa e do Comando
Militar francês. Questionado sobre as acusações em África, Prigozhin,
que negou as acusações feitas pelos EUA, disse à agência de notícias
Reuters, que considerava o Facebook uma ferramenta da CIA que retirava páginas para atender aos interesses dos EUA.
O presidente da República Centro-Africana, Faustin-Archange Touadera, é um aliado russo, um relacionamento frequentemente visto como uma ameaça à influência da França no país de língua francesa.
O recente regresso do ex-presidente François Bozize
ao país, onde tentou disputar o cargo, despertou temores de um retorno à
violência. Bozize assumiu o poder em 2003 antes de ser derrubado pelo Seleka, uma coligação rebelde formada em grande parte pela minoria muçulmana.
No entanto, Bozize voltou atrás com a sua decisão de concorrer ao
cargo mais alto do país, anunciando que aceitou a decisão do Tribunal
Superior de o impedir de disputar as eleições.
O Facebook disse que as duas campanhas de desinformação se concentraram amplamente no República Centro-Africana, mas também tinham utilizadores em 13 outros países africanos, incluindo Argélia, Camarões, Líbia e Sudão.
Ben Nimmo, diretor de investigações da empresa de análise de media social Graphika, disse que ambas as campanhas usaram contas falsas para se passarem por moradores locais, muitas vezes partilhando fotos adulteradas.
A cidade alemã de Hanau, perto de Frankfurt, teve que
disponibilizar unidades refrigeradas móveis devido a sobrecarga das
morgues, causada pelo número crescente de mortes por covid-19.
“Somos forçados, pela primeira vez, a usar os refrigeradores móveis
porque as clínicas em Hanau estão sobrecarregadas”, escreveu no Twitter o
presidente da câmara de Hanau, Claus Kaminsky. “É extremamente triste
que estejamos nesta situação horrível”, indicou, na quinta-feira pela CNN.
De acordo com comunicado da câmara da cidade, Hanau arrendou o
aparelho em abril, mas só agora teve necessidade de o ativar. O
presidente da câmara “Claus Kaminsky lamenta uma nova escalada da situação de pandemia”, informou o comunicado.
A Alemanha tem registado um grande aumento nas infeções e mortes por
coronavírus. Na terça-feira, o centro de controle de doenças do país
registou o maior número de mortes num único dia (952).
O marroquino Ayoub El-Khazzani, que em 2015 atirou em duas
pessoas durante um atentado num comboio de alta velocidade, foi na
quinta-feira condenado num tribunal francês à prisão perpétua por
tentativa de homicídio, posse de armas e participação em grupo
terrorista.
Durante o atentado no comboio – cuja viagem ligava Amsterdão
(Holanda) a Paris (França) -, Ayoub El-Khazzani, de 31 anos, foi travado
por três turistas norte-americanos e um britânico, depois de atirar em
dois passageiros.
Segundo noticiou o Guardian,
a acusação disse em tribunal que, de acordo com as agências de
inteligência francesas, o ataque foi planeado na Síria e arquitetado por
Abdelhamid Abaaoud, que acreditam ter orquestrado os atentados e tiroteios de novembro de 2015, em Paris, causando 130 mortos.
Testemunhas disseram em tribunal que Ayoub El-Khazzani saiu da casa
de banho do comboio, despido da cintura para cima e com uma espingarda
automática no ombro, logo depois que o comboio cruzou a fronteira da
Bélgica para o norte da França.
O homem atirou num passageiro francês que conseguiu tirar-lhe a
espingarda, utilizando uma segunda arma. Quando disparou contra outros
passageiros, foi travado pelo grupo. Quatro pessoas ficaram feridas no
ataque.
Ayoub El-Khazzani, que carregava 300 cartuchos de munição, estava na
lista de risco das autoridades francesas. No início dos interrogatórios,
afirmou que havia embarcado no comboio para roubar os passageiros, mas
depois admitiu que queria “matar norte-americanos”, em retaliação aos bombardeios na Síria.
Dois dos três passageiros norte-americanos, o estudante Anthony
Sadler e o membro da guarda nacional Alek Skarlatos, testemunharam no
julgamento. Spencer Stone, um militar da Força Aérea, deu o seu
depoimento por vídeo, indicando que Ayoub El-Khazzani tentou matá-lo
três vezes.
O passageiro britânico, Chris Norman, de 67 anos, ajudou a amarrar o atirador antes da chegada da polícia. Os quatro homens receberam a Légion d’honneur, tornando-se cidadãos honorários de França.
Depois do grupo extremista Boko Haram ter divulgado um vídeo
esta quinta-feira – onde mostrava alegadamente as dezenas de jovens
estudantes raptados na madrugada de sábado no norte da Nigéria – pelo
menos 344 estudantes foram libertados, anunciaram as autoridades.
Centenas de menores foram raptados, na região norte da Nigéria, na madrugada de sábado por homens armados, que alegadamente operam para o grupo jihadista Boko Haram, cuja área de influência fica centenas de quilómetros mais a leste.
O rapto dos alunos da Escola Secundária de Ciências, um colégio público masculino na cidade de Kankara, no estado de Katsina, foi reivindicado pelo líder do Boko Haram, Abubakar Shekau.
Em declarações a órgãos de comunicação locais, o governador de Katsina, Aminu Masari, disse que os alunos estavam num bosque em Tsafe, no estado vizinho de Zamfara, desde o rapto, estando a caminho de Katsina, onde devem chegar ainda esta sexta-feira.
“Estamos muito felizes por anunciar o resgate dos rapazes de Kankara.
Pelo menos 334 estão já com agências de segurança e serão levados para
Katsina”, afirmou o governador, numa mensagem difundida na rede social
Twitter.
“Terão a atenção e os cuidados médicos adequados antes de se reunirem com as famílias”, acrescentou Masari, sem adiantar pormenores sobre a libertação dos estudantes.
Também no Twitter, o Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, saudou a libertação dos estudantes: “É um grande alívio para todo o país e para a comunidade internacional. O país agradece ao governador Masari, às agências de segurança, exército e à polícia”.
Raptores divulgaram vídeo com os estudantes
A libertação foi anunciada algumas horas depois
do Boko Haram ter difundido um vídeo que mostra alegadamente mais de
300 estudantes raptados, com o rosto coberto de pó e arranhado.
O número exato permanece pouco claro, com as
autoridades a anunciarem entre 330 e 400 estudantes desaparecidos, mas,
no vídeo, um dos rapazes disse ser um dos 520 estudantes raptados e que alguns deles foram mortos.
As crianças surgem com ar abatido, amontoadas numa floresta e em condições sanitárias muito degradadas.
“Fomos capturados pelo grupo de Abubakar Shekau
[líder do Boko Haram]. Alguns de nós foram assassinados”, afirmou o
estudante em inglês e em hausa, idioma falado principalmente no norte da
Nigéria.
Um homem que se apresenta como Abubakar Shekau transmite ainda uma mensagem de voz na qual diz: “Estes são os meus homens e estes são os vossos filhos”.
O ataque, que faz lembrar o caso de 276 raparigas raptadas em Chibok,
em 2014, é um golpe para o Presidente nigeriano Muhammadu Buhari, que
quando chegou ao poder, em 2015, fez da luta contra o Boko Haram a sua prioridade.
Até agora, a violência jihadista já causou 36
mil mortos na Nigéria e levou cerca de dois milhões de pessoas a fugirem
das suas casas, de acordo com dados da ONU.